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Marcos A. S. Lima
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11º Relatório Educacional de Raskólhnikov II, o herege

14 de Setembro de 2013, 12:28 , por Marcos A. S. Lima - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Licenciado sob CC (by-nc-nd)
11º Relatório Educacional de Raskólhnikov II, o herege

 

Da junção da fome com a vontade de comer


Castelo, 11 de dezembro de 2014.

Esperançoso Maranhão:

Esse ano encontrei diversas situações que revelam o quadro real do que se tem por educação nestas escolas daqui do futuro. Por exemplo, encontrei casos de 75% de evasão escolar numa única sala, e mestres e alunos altamente desmotivados.

Primeiramente quero dizer que trabalhei numa escola que é bem o retrato disso que chamamos educação. Numa sala, dos quase 40 alunos matriculados, só 1/4 conseguiu ir até o final do ano. Não estou falando de ensino médio, não, embora seja noturno. Mas esse dado serve pra termos uma noção da coisa.

O dia em que tive mais alunos nessa sala foi no primeiro dia de aula (18, dos 28 matriculados inicialmente, vieram). Antes do final do segundo bimestre já tinha gente desistindo. E desses dez que concluíram, quatro entraram a partir do terceiro bimestre.

Estes são adolescentes repetentes em sua grande maioria, com históricos comuns de bairros com famílias que enfrentam problemas sociais típicos de lugar que cresce às pressas, cujos gestores públicos pouco fazem pra melhorar o bem estar da população. Isso já é suficiente para tentarmos entender os motivos do número alto da evasão escolar.

Mas o que está no topo das minhas preocupações são algumas observações que fiz: é alarmante o número de discentes que não conseguem estudar segundo o planejamento básico do que se pede no próprio livro didático, ou seja, estão acostumados a fazer - quando fazem - poucos exercícios de leituras (altamente deficientes) e escrita (eleve-se ao quadrado o conteúdo que está dentro dos últimos parênteses). Aqueles que se destacam desse grupo, isto é, que têm boa escrita e leitura, nunca passam de dois ou três por sala (há casos de salas que não tem nenhum destaque).

Assim, essa situação termina por obrigar muitos professores a tentar adequar a realidade dos alunos com uma aula meio que improvisada, recheada de jogos, cruzadinhas, caça-palavras, pendrive, vídeo, etc., o que, diga-se de passagem, tem revelado mestres com um relativo potencial criativo.

Todavia, não fui menos observador quanto a alguns colegas que se aproveitam do despreparo do alunato, da falta de vontade das crianças e adolescentes, e não se esforçam para tentar contornar a situação, produzindo aulas em que os alunos pouco ou nada fazem em sala de aula. Em outros termos, junta-se a fome com a vontade de comer.

E la nave va...

Em breve mando outro relatório.

Raskólhnikov II, o herege, direto do futuro.
_________________

Clique AQUI para saber porque deixei de fazer comentários como anônimo.

 

_________

POstado por Raskólhnikov II, o herege, em 12 de dezembro de 2010, às 17:05h


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