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2º Relatório educacional de Raskólhnikov II, o herege

14 de Setembro de 2013, 1:31 , por Marcos A. S. Lima - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Licenciado sob CC (by-nc-nd)
2º Relatório educacional de Raskólhnikov II, o herege
Silopólidnaras, verão de 2014.

Dentre tantas situações preocupantes com que venho me deparando desde que comecei a vida de professor nômade (sei a importância desta fase primeva na experiência que anseio acumular), uma das que mais se destaca, sem dúvida, é a questão da superlotação em sala de aula.

Todas as nove escolas em que trabalho apresentam este quadro aterrador. Os males decorrentes de um 6º ano com quarenta alunos, dentre os quais 25% de repetentes, é um verdadeiro teste de fogo para um professor. Não falo nem tanto dos trabalhos e provas pra se corrigir (imagine quem tem dez salas destas...), pois a gente sempre dá um jeito (trabalhando em casa, é claro, geralmente tendo que enforcar vários compromissos da vida familiar – em alguns Estados os docentes têm garantidos 1/3 de hora atividade na escola; por aqui ainda é um sonho), refiro-me mais ao ambiente de aula: de um lado, eu querendo dar a aula que preparei com todo carinho, de outro, crianças oriundas das mais diversas culturas, influídas por uma série de bobagens, modismos, palavrões, gestos, etc, aprendidos nos BBBs da vida, nas novelas e filmes com cenas impróprias para essa faixa etária (isso sem falar nos problemas que certamente muitos deles enfrentam em casa, quando têm uma para morar, ou pais para repetir consigo tratamentos nem um pouco à base de diálogos), vociferando, beliscando o colega, jogando papel um no outro, pedindo pra ir ao banheiro a toda hora, etc, etc.

Não digo que o limite de 30 alunos resolveria tudo isso, mas amenizaria bastante.

Agora, outra questão muito preocupante: percebi escolas que, para além do que relatei, formaram turmas mescladas com educandos vindos de vários outros centros educacionais geridos pelo Estado aqui em Silopólidnaras. Até aí, tudo normal, não fosse um detalhe: alguns, visivelmente, eram dependentes químicos e/ou, segundo relatos de meus superiores, tinham cometido pequenos delitos.

O resultado disso pode ser: evasão daqueles que não se sentem bem numa sala dessas, ou dos próprios alunos-problema porque não estaria no seu ambiente de praxe; perigo daqueles alunos não especiais serem influenciados pelos que necessitam de ajuda além do que simples aulas em escolas comuns, por exemplo.

Onde estaria o “x” da questão? No meu ponto de vista (e tudo que sei é que nada sei, como diria o pai da filosofia, Sócrates), discentes assim, menores de idade com tais características, precisam está em escolas especiais, em reformatórios, aprendendo o que é disciplina, praticando esportes, conhecendo as ciências e artes variadas, recebendo auxílio psicológico..., para que possam se ressocializarem.

O problema é que os administradores públicos não fazem tais centros educacionais. Aí o juiz não tem outra saída a não ser, quando julga um caso desses, sem ter o lugar especial pra enviar o educando, manda-o para escolas normais. Então só resta à direção escolar obedecer, sobretudo porque, se os pais já perderam o controle dos meninos, na rua é que eles não podem ficar.

É claro que eu falei só de um pedaço da perninha do “x” da questão: o restante do corpo reside no porquê da não construção de unidades educativas públicas dignas não só para estes casos, mas também pra substituir isso que temos e que chamamos de escolas.

A continuidade da análise do restante do “x” fica para um outro relatório: dá-me repugnância só de pensar em fazê-lo agora.

Até o próximo relato!
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Postado por Raskólhnikov II, o herege, em 6 de maio de 2010, às 8:40h


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