Como vejo Deus
Far-se-á necessária nova explicação sobre o que penso acerca de Deus, não obstante essa temática já esteja exposta aqui em “Um pernambucano em ‘terras alheias’”, sobretudo para que meus leitores mais jovens – e que, portanto, ainda não tenham tido contato com estudos mais profundos – não tenham dúvida de como vejo a idéia de deus.
Pus-me a pensar em estudar História depois que eliminei a possibilidade de fazer Filosofia (não era oferecido na UEM) e Psicologia (era integral – eu tinha que trabalhar). A primeira impressão que tive sobre as pessoas que se formavam nessa área recaia na idéia de que historiadores eram ateus. Decidi encarar.
De fato, nos primeiros anos essa idéia esteve presente na minha cabeça, principalmente quando passei a ter acesso a textos que mostravam as contradições históricas das principais religiões monoteístas (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo). Cheguei até a afirmar para poucos colegas (nunca publicamente) que compartilhava de tal idéia. Foi aquela fase de rebeldia em que eu precisa me afirmar em algo pra conseguir amizades. À medida que os anos passavam, pude rever isso. No segundo ano de História, fazendo estudos de Teorias da História, bem como no terceiro ano quando estudei História das Mentalidades, tive notícia que, certa vez, quando Albert Einstein fora perguntado por um repórter se acreditava em Deus, o cientista deu a seguinte resposta: “Diga-me de que deus tu estás falando e eu te direi se creio nele”. Doravante, sempre uso esta frase quando me deparo com alguém que me dirige tal questão.
Foi então que passei a estudar um pouco mais sobre Deus. E aquietei meu espírito quando resolvi a equação.
O Deus em que acredito é intocável, inimaginável e está presente em tudo que meus sentidos conseguem perceber - nesse contexto, aproximo-me do panteísmo.
Ao contrário da linearidade do tempo, minha idéia se resume em que o tempo é circular, uma eternidade, uma infinidade. Não há começo, nem fim.
Se eu pensar em quem me fez, na visão criacionista, por exemplo, vou organizar as idéias assim: eu nasci porque minha mãe e meu pai me fizeram, que foram feitos pelos pais deles... que foram feitos por Adão e Eva, que foram feitos por Deus. Pronto. Não se pergunta quem fez Deus porque se institui o dogma.
Se eu pensar em quem me fez, na visão evolucionista, por exemplo, vou organizar as idéias assim: eu nasci porque minha mãe e meu pai me fizeram, que são produtos de uma longa evolução da vida na Terra, permitida exclusivamente por causa da existência da água. Pergunta-se: quem fez a água? Resposta: tudo que há no Universo, o produto do “Big Bang”, a grande explosão. E o que havia antes do “Big Bang”? O “Caos Desordenado”. Como Ele ficou desordenado? E assim por diante... Não têm fim as perguntas.
É onde eu entro com meu achismo. Essa linha do infinito em que não vemos a ponta do começo e do fim eu chamo de círculo. Não vemos o começo do passado, nem o fim do futuro porque um estaria ligado ao outro. Portanto, as coisas iriam e voltariam ininterruptamente; as pontas da linha do tempo estariam ligadas. Não haveria um princípio, muito menos um finito. Quando eu chego nessa etapa da equação dou-a por encerrada. Porque me bastei com o que encontrei, pois minha mente só pôde ir até esse ponto.
A necessidade de deus é inerente a qualquer pessoa, seja ela crente ou não em algum deus. Assim como o filho se pergunta quem é seu pai e sua mãe, estando eles presentes ou ausentes na sua vida, o ser humano em geral, desde o desenvolvimento da inteligência, sempre se questionou sobre quem o fez assim. Aí nasce a idéia de deus. “Deus” significa “origem”. O termo “ateu” vem do grego, onde “a” = “ausência” e “teu” = “theós” (deus). Portanto, ateu significa “sem deus”. Quando muitos sujeitos se dizem ateus eles estão rejeitando as explicações que se conhece para a idéia de deus, ou os nomes que se dão ao genitor-mor das coisas (Jah, Brahma, Olorun, Jeová, Alá, Guaraci, Osíris, etc), mas no fundo eles mesmos se bastam, dão-se uma resposta convincente, mesmo que essa resposta seja a negação da existência de deus. Muitas vezes isso ocorre porque alguns “ateus” pensam em deus como algo palpável, ou semelhante a algo que seus sentidos são capazes de perceber. Não pensam que deus pode ser exatamente o “Nada”, o “Invisível”, o “Inimaginável”, a “Instigação Original” da pergunta que se faz “de onde eu vim?”, nem pensam que a negação e aceitação da idéia pode ser exatamente o próprio deus se manifestando (deus seria aquilo que há quando se pensa na existência ou não dele, ou seja, a própria discussão acerca do tema).
Que quero dizer com isso? Simples. Deus se faz ou se desfaz nas mentes de quem o deseja ou o repele. Em outras palavras, Deus seria a Força do Pensamento Positivo ou Negativo de cada indivíduo.
Se eu pensar no Deus da teoria criacionista que criou Adão e Eva, que criaram a humanidade, então toda a humanidade descendente deles são filhos de Deus, portanto, partes de Deus (uma vez que toda criatura tem a cara do Criador – daí Deus sendo mostrado em algumas iconografias como semelhante aos homens).
Da mesma forma, se penso no “Caos Desordenado” que havia antes do “Big Bang” da teoria evolucionista, que criou o “Cosmo Ordenado” (o Universo tal qual conhecemos), que deu origem aos Planetas e, entre eles, a Terra, onde a vida foi possível a partir da junção de quatro elementos básico (água, terra, ar, fogo), donde se evoluíram os primatas que deram origem ao homem igual aos dias atuais, então tenho todo direito de imaginar que nós somos, portanto, uma extensão do “Caos Desordenado”, que EU CHAMO DE DEUS. Assim sendo, se eu denomino o “Caos”, ou seus “Descendentes Anteriores”, o “Desconhecido”, como sendo Deus, a “Origem” de tudo, e eu sou filho deles, então eu posso dizer também que sou semelhante ao “Desconhecido”, semelhante a Deus. Portanto, Deus SOU EU, e por isso eu busco o “Desconhecido”, meu Pai ou Mãe. Quando eu morrer, os átomos que constituem minha matéria irão voltar a ser igual quando do instante em que havia as coisas do “Desconhecido” antes do “Caos”, antes do “Big Bang”, portanto, tendo a possibilidade de começar tudo de novo. Tudo seria um Grande Circulo. Não tem começo, nem fim.
A figura de Jano que mandei tatuar no meu corpo é apenas um símbolo que escolhi para representar minha crença. Poderia ser qualquer outra marca que a humanidade escolheu para representar seus mitos, suas vontades de querer conhecer o “Desconhecido”.
O leitor não deve estranhar quando observar pessoas pintadas, com uma pena na cabeça, por exemplo, no alto de uma montanha com os braços pra cima; descalças numa mesquita; dentro de um templo budista; ajoelhadas numa igreja católica; meditando numa reunião espírita; cantando num terreiro de Candomblé; falando “Aleluia” numa igreja adventista; lendo a Torá; rezando num templo grego ou romano; adorando uma vaca; etc, etc. São manifestações às mais variadas adquiridas desde quando o homem perguntou “De onde vim? Pra onde vou?”. O respeito ao culto divino é por mim cultivado, seja quando sou convidado a ir a quaisquer desses lugares ou simplesmente quando medito durante minha caminhada matinal. O que eu não aceito, contudo, é o uso feito por muitos da condição de intermediadores entre Deus e os homens para tirarem proveito próprio, geralmente visando acúmulo de riquezas ou outras pretensões que não o auxílio a um equilíbrio espiritual. Sou combatente feroz do charlatanismo e dos fundamentalismos religiosos porque as pretensões das pessoas que militam nessas fronteiras visam objetivos que não são bons quando se vive em meio a culturas tão diversas como a do nosso planeta.
Far-se-á necessária nova explicação sobre o que penso acerca de Deus, não obstante essa temática já esteja exposta aqui em “Um pernambucano em ‘terras alheias’”, sobretudo para que meus leitores mais jovens – e que, portanto, ainda não tenham tido contato com estudos mais profundos – não tenham dúvida de como vejo a idéia de deus.
Pus-me a pensar em estudar História depois que eliminei a possibilidade de fazer Filosofia (não era oferecido na UEM) e Psicologia (era integral – eu tinha que trabalhar). A primeira impressão que tive sobre as pessoas que se formavam nessa área recaia na idéia de que historiadores eram ateus. Decidi encarar.
De fato, nos primeiros anos essa idéia esteve presente na minha cabeça, principalmente quando passei a ter acesso a textos que mostravam as contradições históricas das principais religiões monoteístas (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo). Cheguei até a afirmar para poucos colegas (nunca publicamente) que compartilhava de tal idéia. Foi aquela fase de rebeldia em que eu precisa me afirmar em algo pra conseguir amizades. À medida que os anos passavam, pude rever isso. No segundo ano de História, fazendo estudos de Teorias da História, bem como no terceiro ano quando estudei História das Mentalidades, tive notícia que, certa vez, quando Albert Einstein fora perguntado por um repórter se acreditava em Deus, o cientista deu a seguinte resposta: “Diga-me de que deus tu estás falando e eu te direi se creio nele”. Doravante, sempre uso esta frase quando me deparo com alguém que me dirige tal questão.
Foi então que passei a estudar um pouco mais sobre Deus. E aquietei meu espírito quando resolvi a equação.
O Deus em que acredito é intocável, inimaginável e está presente em tudo que meus sentidos conseguem perceber - nesse contexto, aproximo-me do panteísmo.
Ao contrário da linearidade do tempo, minha idéia se resume em que o tempo é circular, uma eternidade, uma infinidade. Não há começo, nem fim.
Se eu pensar em quem me fez, na visão criacionista, por exemplo, vou organizar as idéias assim: eu nasci porque minha mãe e meu pai me fizeram, que foram feitos pelos pais deles... que foram feitos por Adão e Eva, que foram feitos por Deus. Pronto. Não se pergunta quem fez Deus porque se institui o dogma.
Se eu pensar em quem me fez, na visão evolucionista, por exemplo, vou organizar as idéias assim: eu nasci porque minha mãe e meu pai me fizeram, que são produtos de uma longa evolução da vida na Terra, permitida exclusivamente por causa da existência da água. Pergunta-se: quem fez a água? Resposta: tudo que há no Universo, o produto do “Big Bang”, a grande explosão. E o que havia antes do “Big Bang”? O “Caos Desordenado”. Como Ele ficou desordenado? E assim por diante... Não têm fim as perguntas.
É onde eu entro com meu achismo. Essa linha do infinito em que não vemos a ponta do começo e do fim eu chamo de círculo. Não vemos o começo do passado, nem o fim do futuro porque um estaria ligado ao outro. Portanto, as coisas iriam e voltariam ininterruptamente; as pontas da linha do tempo estariam ligadas. Não haveria um princípio, muito menos um finito. Quando eu chego nessa etapa da equação dou-a por encerrada. Porque me bastei com o que encontrei, pois minha mente só pôde ir até esse ponto.
A necessidade de deus é inerente a qualquer pessoa, seja ela crente ou não em algum deus. Assim como o filho se pergunta quem é seu pai e sua mãe, estando eles presentes ou ausentes na sua vida, o ser humano em geral, desde o desenvolvimento da inteligência, sempre se questionou sobre quem o fez assim. Aí nasce a idéia de deus. “Deus” significa “origem”. O termo “ateu” vem do grego, onde “a” = “ausência” e “teu” = “theós” (deus). Portanto, ateu significa “sem deus”. Quando muitos sujeitos se dizem ateus eles estão rejeitando as explicações que se conhece para a idéia de deus, ou os nomes que se dão ao genitor-mor das coisas (Jah, Brahma, Olorun, Jeová, Alá, Guaraci, Osíris, etc), mas no fundo eles mesmos se bastam, dão-se uma resposta convincente, mesmo que essa resposta seja a negação da existência de deus. Muitas vezes isso ocorre porque alguns “ateus” pensam em deus como algo palpável, ou semelhante a algo que seus sentidos são capazes de perceber. Não pensam que deus pode ser exatamente o “Nada”, o “Invisível”, o “Inimaginável”, a “Instigação Original” da pergunta que se faz “de onde eu vim?”, nem pensam que a negação e aceitação da idéia pode ser exatamente o próprio deus se manifestando (deus seria aquilo que há quando se pensa na existência ou não dele, ou seja, a própria discussão acerca do tema).
Que quero dizer com isso? Simples. Deus se faz ou se desfaz nas mentes de quem o deseja ou o repele. Em outras palavras, Deus seria a Força do Pensamento Positivo ou Negativo de cada indivíduo.
Se eu pensar no Deus da teoria criacionista que criou Adão e Eva, que criaram a humanidade, então toda a humanidade descendente deles são filhos de Deus, portanto, partes de Deus (uma vez que toda criatura tem a cara do Criador – daí Deus sendo mostrado em algumas iconografias como semelhante aos homens).
Da mesma forma, se penso no “Caos Desordenado” que havia antes do “Big Bang” da teoria evolucionista, que criou o “Cosmo Ordenado” (o Universo tal qual conhecemos), que deu origem aos Planetas e, entre eles, a Terra, onde a vida foi possível a partir da junção de quatro elementos básico (água, terra, ar, fogo), donde se evoluíram os primatas que deram origem ao homem igual aos dias atuais, então tenho todo direito de imaginar que nós somos, portanto, uma extensão do “Caos Desordenado”, que EU CHAMO DE DEUS. Assim sendo, se eu denomino o “Caos”, ou seus “Descendentes Anteriores”, o “Desconhecido”, como sendo Deus, a “Origem” de tudo, e eu sou filho deles, então eu posso dizer também que sou semelhante ao “Desconhecido”, semelhante a Deus. Portanto, Deus SOU EU, e por isso eu busco o “Desconhecido”, meu Pai ou Mãe. Quando eu morrer, os átomos que constituem minha matéria irão voltar a ser igual quando do instante em que havia as coisas do “Desconhecido” antes do “Caos”, antes do “Big Bang”, portanto, tendo a possibilidade de começar tudo de novo. Tudo seria um Grande Circulo. Não tem começo, nem fim.
A figura de Jano que mandei tatuar no meu corpo é apenas um símbolo que escolhi para representar minha crença. Poderia ser qualquer outra marca que a humanidade escolheu para representar seus mitos, suas vontades de querer conhecer o “Desconhecido”.
O leitor não deve estranhar quando observar pessoas pintadas, com uma pena na cabeça, por exemplo, no alto de uma montanha com os braços pra cima; descalças numa mesquita; dentro de um templo budista; ajoelhadas numa igreja católica; meditando numa reunião espírita; cantando num terreiro de Candomblé; falando “Aleluia” numa igreja adventista; lendo a Torá; rezando num templo grego ou romano; adorando uma vaca; etc, etc. São manifestações às mais variadas adquiridas desde quando o homem perguntou “De onde vim? Pra onde vou?”. O respeito ao culto divino é por mim cultivado, seja quando sou convidado a ir a quaisquer desses lugares ou simplesmente quando medito durante minha caminhada matinal. O que eu não aceito, contudo, é o uso feito por muitos da condição de intermediadores entre Deus e os homens para tirarem proveito próprio, geralmente visando acúmulo de riquezas ou outras pretensões que não o auxílio a um equilíbrio espiritual. Sou combatente feroz do charlatanismo e dos fundamentalismos religiosos porque as pretensões das pessoas que militam nessas fronteiras visam objetivos que não são bons quando se vive em meio a culturas tão diversas como a do nosso planeta.
___________
Postado por Marcos "Maranhão" em 5 de outubro de 2007, às 07:41h
0no comments yet
Por favor, escribe las dos palabras debajo