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MICHAEL PERDOA O PAI E IRMÃOS

13 de Setembro de 2013, 13:09 , por Marcos A. S. Lima - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Licenciado sob CC (by-nd)

MICHAEL PERDOA O PAI E IRMÃOS

 

Eu acabara de ler um trecho de meu “Era dos Extremos” que andava um pouco empoeirado. Investigava a Revolução Jovem dos anos 1960, sobretudo na sociedade estadunidense. Com algumas googladas (ao fundo Music and Me, de Michael Jackson), já havia dado umas olhadelas noutros textos de autores diversos acerca da História dos Estados Unidos: Estados do Norte manufatureiro x Estados do Sul escravista, Guerra de Secessão, Ku Klux Klan, Contracultura, Panteras Negras...: tantos assuntos e uma aula pra preparar.

 

Lá pelas dez da noite, quando já cabeceava com sono, eis que o sinal de meu aMSN toca. Olho a tela de minha máquina e... Que surpresa! É Raskólhnikov II, o herege, dizendo: “Camarada 'Maranhão', como tem passado? Bem?”

 

No desenrolar dessa conversa, Raskól diz ter encontrado Michael. O cantor revela que perdoou o pai, os paparazzi, os tablóides; fala de pedofilia, racismo; diz ter um gosto especial por duas de suas canções e inclina-se a concordar com Raskól acerca da idéia de que sua mudança de cor teria sido uma resposta à casta branca racista estadunidense.

 

 

Acompanhe um pouco:

 

 

MARCOS “MARANHÃO” - O que andaste fazendo após nossa última entrevista?

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – Continuo viajando no tempo. Dra. 'S' está em Aidnâlogniram. Mas, o que me trouxe aqui foi o fato de que tenho uma matéria de primeira mão pra ti...

 

MARCOS “MARANHÃO” - Fala.

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – Lembras de que falei a respeito daquelas preocupações acerca dos oráculos?

 

MARCOS “MARANHÃO” - Hum!

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – Fiquei encucado com aquilo e saí atrás de idéias (no passado, presente e futuro) sobre como eu 'atenderia meus consulentes' na internet. Pois eis que, andando com minha máquina do tempo pela cidade de Delfos, na Grécia Antiga; depois de conversar com uma das sacerdotisas do deus Apolo – contei-lhe meu caso e a solicitei empréstimo do cargo, por um dia, só para um pouco de exercício -; passei a atender os gregos e estrangeiros que ali vinham consultar o famoso oráculo.

 

MARCOS “MARANHÃO” - Prossiga.

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – A data era 26 de junho de 352 a.C. Depois de receber muitas pessoas, já no fim do dia, aproxima-se de mim um homem vestido com uma túnica branca sob um manto preto. Peço-lhe que tire o capuz. A princípio, não o reconheci, mas, depois de umas breves falas, não tive dúvidas (era negro, pouco mais de 50 anos, sua voz era inconfundível): chamava-se Michael...

 

MARCOS “MARANHÃO” - Será ?!

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – Acompanhe parte de nossa conversa, a partir do instante em que eu o reconheço:

 

 

MICHAEL – Senhor, eu vim...

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – Por Apolo, senhor Michael! Eu não sou digno de sentar-me neste trono. Vós é quem sois o rei do pop, quiçá o próprio deus. Por favor, sente-se no meu lugar e permita-me falar-lhe.

 

[Michael, educadamente, com aquele riso de menino que lhe é peculiar, troca de lugar comigo].

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – Michael, se tivesse de escolher, qual, das suas músicas, a que mais o representaria?

 

MICHAEL – É difícil responder. Todas são importantes. Mais eu tenho um carinho especial por 'Music and Me' e 'Black or White' (…).

 

[ouça Music and Me, com a tradução:]

 

 

 

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – Sei que é torturante insistir – afinal, vós já vos referiste anteriormente -, mas a infância foi dura, não?

 

MICHAEL – Tudo bem. Aqui eu posso falar mais tranqüilamente. De fato, em vida eu não perdoei meu pai e alguns de meus manos – fato é que os excluí de meu testamento -, todavia, agora que não pertenço mais ao mundo dos humanos, os perdôo, pois os deuses mostraram-me que, certamente, se eu não passasse aqueles tipos de provações, os sofrimentos, eu não seria o Michael rei do pop, tal qual como passei para a História. No fundo, eu os agradeço, visto que a minha infância 'perdida' foi motivo para minhas inspirações na hora de compor, de dançar, de interpretar... Se não fossem esses sofrimentos, fatalmente eu seria um simples Michael da vida, e o trono do rei da música pop poderia ainda está vacante.

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – Particularmente, se me permites, eu gosto de quase todas de sua fase infantil e adolescência.

[veja a letra de I'll be there:]

 

 

 

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – Michael, sinto que esse negócio de mudar de cor de pele, além de ser devido ao vitiligo, terminou sendo uma jogada política genial.

 

MICHAEL – Foi, sem dúvidas, devido a doença de pele e...

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – O sentido de político que me refiro seria uma resposta à sociedade estadunidense racista onde vós nasceste e cresceste. Não é isto que uma pequena parcela (embora poderosa) de brancos queriam?! que os negros fossem brancos, que o padrão de beleza europeu prevalecesse?! Pois bem, então tê-lo-ia com a ajuda da ciência, do próprio dinheiro adquirido com o sucesso: vosso rosto, vossa pele, vosso cabelo, se metamorfoseariam como que se estivessem dizendo àquela casta: 'Eis-me aqui, segundo vossa semelhança! Consuma-me. Devore-me. Lambuze-se até tudo virar pó outra vez, tudo voltar à Natureza tal qual o são segundo suas constituições celulares: todos somos iguais, todos podemos, todos temos as mesmas capacidades, indistintamente da cor da pele, da forma do nariz, do tipo de cabelo...'.

 

MICHAEL – Confesso que eu não havia pensado por esse ângulo. É. Taí! Interessante. Eu sempre me revoltei contra essa idéia de Apartheid presente nos Estados Unidos desde quando éramos Colônias Inglesas. E se não fosse o Lincoln (ele que passou para a História como o libertador dos negros dos EUA)... Essa coisa feia da Ku klux Klan... Que vergonha! Quando Martin Luther King foi assassinado eu ia fazer 10 anos: todos choramos. A revolta era enorme. Eu tinha que ser o melhor naquilo que eu sabia fazer, ou seja, na música. E foi isso que eu sempre tentei ser.

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – Mas muitos críticos viram nas mudanças estéticas uma forma de negação da cor negra.

 

MICHAEL – Os críticos. Ah! Os críticos. Será que nunca viram que muitos dos que estiveram ao meu lado eram negros? Mas eu os perdôo, sobretudo os paparazzi e aqueles tablóides -inclusive os de quinta categoria que até antes de minha morte viviam enchendo suas páginas de mentiras maldosas sobre mim, e, dias depois, estavam se acotovelando para tirar as fofocas da internet, ávidos por quererem faturar um pouquinho mais, temendo desapontar os meus fãs. Sei que no seu país, no Brasil, tem uma forte ala da imprensa escrita e televisiva que vive disso.

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – Meu amigo 'Maranhão' tem reportado alguma coisa sobre isso no seu blog. Mas, Michael, e as acusações de pedofilia?

 

MICHAEL – Tudo pra tirarem dinheiro de mim. Não se pode gostar de crianças sem se pensar em sexo? Eles tinham que encontrar um ponto fraco meu, foram direto no alvo: quiseram também tirar a segunda chance que eu me dei de viver a infância que não vivi. Mas eu os perdôo também, só estavam cumprindo ordens.

 

(…)

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – Bom. Vamos à profecia. Apolo, o deus da música, disse que...

 

(…)

 

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – Caro Maranhão, tens, em primeira mão, parte de nossa conversa. Está autorizado a publicar aí no presente. Logo, logo chegarei e te mostrarei, com exclusividade, o único autógrafo póstumo do rei do pop. E para celebrar nossa amizade, ele fez um show pra nós todos (incluindo os consulentes do oráculo) lá dentro do templo de Apolo, e cantou 'Ben'.

[acompanhe a tradução:]

 

 

 

 

MARCOS “MARANHÃO” - Essa música é, na minha opinião, uma das mais belas da fase 'FIVE'.

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – Depois te escrevo pra continuar os outros assuntos pendentes.

 

MARCOS “MARANHÃO” - Beijo pra Dra. 'S'. Diga-lhe que não vejo a hora de conhecê-la.

 

RASKÓLHNIKOV II, O HEREGE – Pode deixar.

 

 

_________

postado por Marcos "Maranhão" em 5 de julho de 2009, às 14:59h


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