MUDANÇAS EM MARINGÁ
No dia 21 de maio último fez 16 anos que cheguei a Maringá. Muitas coisas boas e más se passaram nesta cidade. Lembro-me que assim que desci do ônibus na rodoviária (no centro da cidade), às 5h da manhã, meu peito se encheu de alegria por ter realizado parte de um sonho: morar numa cidade do Sul do Brasil. Os desafios seriam muitos, eu sabia, mas a força de vontade, o espírito de luta, companheiros meus inseparáveis há muito tempo, não me deixavam desanimar.
Naqueles dias, quando eu saía para procurar emprego e não encontrava nada, alguns hábitos me faziam pensar melhor sobre como vencer as dificuldades, como, por exemplo, ler jornais e revistas na biblioteca pública central de Maringá (às 8h, pra ganhar o dia); pegar vários ônibus coletivos com uma única passagem (eu aproveitava para conhecer os bairros da cidade) e, aos domingos, principalmente, ver os chafarizes da Catedral (dizem que no começo se viam luzes coloridas no meio deles – eu nunca cheguei a presenciar), ir ao Parque do Ingá observar os animais, os pedalinhos, tão divulgados nas fotos que serviram de atração pra minha vinda.
Hoje trabalho em casa. Ando pela cidade mais a pé ou de bicicleta, e continuo indo na biblioteca e no Bosque do Ingá. Algumas mudanças nada boas, lamentavelmente, sobretudo nos últimos 3 anos, tenho notado nestes lugares onde freqüento. O prédio da rodoviária velha, cuja vista sempre me faz repensar (uma espécie de balanço) nos propósitos de minha vinda pra cá, será demolido, pois, dizem, enfeia a cidade. A sala de periódicos da biblioteca só abre após as 10h e, constantemente, alguns jornais e revistas importantes não se encontram ali (diz a atendente que a prefeitura não renova as assinaturas). Outro dia fui andar de ônibus coletivo da TCCC e me surpreendi duplamente: com o preço caro da passagem e com o fato de que eu só poderia fazer integração com outro ônibus durante um determinado tempo - 1h10, por exemplo, (se comprasse o cartão). Nunca mais vi os chafarizes da catedral ligados, nem em dias de casamentos. No bosque há tempos não se vêem os pedalinhos. E, segundo li notícia hoje, os animais de lá serão levados embora.
Apesar disso, minha autoconfiança segue adiante, pois muitas coisas vão e voltam, inclusive dias de eleições.
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Postado por Marcos "Maranhão" em 07 de julho de 2007, às 08:07h
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