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Marcos A. S. Lima
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O significado de minha tatuagem

September 10, 2013 15:24 , by Marcos A. S. Lima - 0no comments yet | No one following this article yet.
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Licensed under CC (by-nc-nd)

O significado de minha tatuagem

Conta-se que, quando eu tinha um ano e pouco de vida, pegaram-me tomando meia lamparina de querosene. Noutra ocasião, já na pré-adolescência, durante um bom tempo eu vendia, na minha rua, desenhos feitos pra mim por um colega da quinta série como se fossem obras minhas, até um belo dia em que refleti que se os compradores me pedissem pra fazer um desenho na frente deles, minha mentira seria descoberta – isso bastou pra nascer minha vontade de aprender a desenhar. Mas as situações mais desafiadoras que passei foram quando tive que pedir esmolas pra sobreviver quando das minhas viagens pelo Brasil a partir dos 19 anos, já relatadas nesse blog. Dou referência a estes exemplos de superação na minha vida porque julgo importante explicar o significado da tatuagem feita no meu braço direito em maio de 2003, cujo simbolismo passa por perseverança, espírito de luta, força de vontade... Ei-la:



Tive a inspiração a partir da famosa cena final do filme “Planeta dos macacos”, o clássico de 1968, quando se vê a estátua da liberdade enterrada parcialmente na areia da praia.

Na tatuagem substituí a estátua do filme pela de Jano, que está enterrada até a cabeça. Uma família de Australopithecus a observa – o macho a viu anteriormente, durante a caça, e agora trouxe a companheira e o(a) filho(a) para prestigiarem a descoberta – note que a família primitiva vem de um caminho pedregoso (estão escalando um rochedo para poderem chegar ao cume e serem beneficiados com a maravilha do desconhecido). Outro ângulo:



Como principiei a explicar nas primeiras postagens do blog, essa divindade romana tem várias explicações, mas o significado que me atrai mais é o do dualismo representado pelos dois rostos, um mais moço e outro mais velho: na minha concepção, as coisas que meus sentidos conseguem perceber no universo são opostas (vida x morte, bem x mal, calor x frio, amor x ódio, novo x velho, saúde x doença, escuro x claro, etc.). O primeiro mês do nosso calendário gregoriano é JANeiro, nome que homenageia JANO porque este deus era o primeiro a ser cultuado antes de um grande empreendimento, como uma guerra, por exemplo.

A época mais relacionada ao culto de Jano pelos autores equivale à da fundação de Roma, ou seja, 753 a.C. E a época aproximada em que o gênero dos Australopithecus viveu foi há 3,9 milhões de anos. Por que, então, coloquei ambos numa mesma era? É a mesma idéia da ficção científica do filme que serviu de idéia para a figura no meu braço, isto é, acredito que tudo é um circulo, infinitamente. Que quero dizer com isso? Em minha ficção, cuja primeira pincelada está em “Um pernambucano em terras ‘alheias’”, um belo dia, antes de o planeta vir a se fragmentar novamente, quase toda vida existente se extinguiria, seja por uma causa externa ao homem (o impacto de asteróides com a Terra, ou vulcanismo, por exemplo, como aconteceu com os dinossauros), seja provocado por uma guerra atômica. Na época dessa destruição, o culto do deus Jano (relembro que as características originais do reinado dele, quando ainda era humano, segundo a mitologia, foram marcadas pela completa honestidade entre os homens, a abundância e a paz profunda) estaria no ápice em toda parte ocidental do Planeta, onde estátuas enormes estariam espalhadas por muitas cidades. Assim, após milhões de anos, depois que os gases venenosos liberados pela causa da extinção de muitas vidas desaparecessem, depois que a luz do sol voltasse a brilhar, depois que as espécies sobreviventes se evoluíssem até chegarem novamente aos primatas, os australopithecus dariam de cara com uma velha estátua de Jano enterrada na praia onde outrora fora uma cidade.

Em suma, eu sou o Australopithecus Africanus liderando minha futura família para chegar até a estátua, que aqui significa também o conhecimento, o novo. O caminho que venho traçando nestes quase 40 anos em busca da sobrevivência foi, é e será sempre cheio de obstáculos (aqui representado pelas pedras) – os três episódios com que comecei esse texto são relevantes exemplos de que minha vida está cheia. Não obstante aos desafios, estarei sempre pronto para começar de novo (basta eu olhar para Jano na minha tatuagem para me lembrar que sempre há uma nova chance, uma nova oportunidade, um novo começo, uma nova vida).
 
_________________
Postado por Marcos "Maranhão" em 30 de setembro de 2007, às 6:00h

 


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