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OSSOS DO OFÍCIO

September 10, 2013 15:16 , by Marcos A. S. Lima - 0no comments yet | No one following this article yet.
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Ossos do ofício


Adivinhar o que se passa em certos espíritos não é tarefa fácil. Há oito anos vivo de pintar faixas. Relativa parcela dos meus clientes advém dos movimentos sociais (sindicalistas, membros de partidos, estudantes, etc.). Nesse intervalo de tempo tenho me esforçado para cumprir com minha parte no instante do contrato de um serviço: tento confeccionar as faixas mais ou menos como me pedem e as entrego nos prazos combinados. Em quase 100% dos casos recebo em dia o valor acertado e tenho me mostrado compreensivo quando solicitam mais uns dias para quitação do negócio. Todavia, há casos que simplesmente resolvem não me pagarem ou até estranhos furtos de faixas antes da entrega, por incrível que pareça.

Um exemplo recente é do ex-candidato a vereador que solicitou uma faixa há pouco mais de dois meses a fim de fazer um ato para um movimento que liderava prometendo pagar dali uma semana. E o duro é que a desonesta figura, ao passar por mim na rua, tem a cara-de-pau de dizer que na semana que entra me arranja o dinheiro.

Outro caso recente foi de um furto de faixa no ato da entrega. Imagina só. Tiveram a coragem de pegar uma faixa ainda amarrada na bicicleta, que estava junto com outras duas. Deixei a magrela encostada na porta do prédio em que a cliente estudante pediu para que eu entregasse o serviço. Tudo aconteceu no instante em que eu saí para confirmar o endereço, coisa de dois minutos. E o mais incrível é que, depois que relatei o caso pra ela, dizendo que acabara de ser furtada, ou sumira, uma das faixas que me solicitara e, diante de meu pedido de desculpas e promessa de que eu confeccionaria outra semelhante à do furto e a entregaria dali a três horas, surpreendi-me com a fala da contratante de que não precisava mais da faixa, que aquelas duas estavam de bom tamanho, sendo que a data chamativa para o ato escrito na faixa era pra mais de mês daquela data. Tudo bem, é um direito dela.

Não sei o que se passa na cabeça de certas pessoas. O cavalheiro do primeiro caso poderia simplesmente me comunicar que não teria condições de honrar com o contrato e eu prontamente transformaria a dívida em uma doação minha para o movimento, afinal, fazemos negócios há anos, isso não seria problema. Agora fica difícil pra eu fiar-lhe alguma coisa, caso haja nova solicitação de serviços. Quanto ao segundo caso, não ficaria qualquer coisa de estranho no ar se a freguesa confirmasse o interesse em ter em mãos nova faixa, senão, por que tão súbita decisão de não mais querer a terceira faixa?

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Postado por Marcos "Maranhão" em 22 de setembro de 2007, às 6:37h


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