Por Marcos Dantas*, Marcela Canavarro** e Marina Barros***
Desde a explosão das revoltas populares no Norte da África, em 2010, o papel das assim chamadas "redes sociais", como Facebook, Twitter e Youtube, tem sido debatido na imprensa e nos meios acadêmicos. Ainda cabe à História mensurar o peso que tais ferramentas tiveram nas manifestações populares da Primavera Árabe, que resultaram na derrubada de governos há décadas no poder e que também se espalharam pela Europa, Estados Unidos e América Latina.
No entanto, curiosamente, é evidente que as plataformas que teriam servido ao protesto político popular, não são, por assim dizer, públicas. São organizadas e controladas por poderosas corporações privadas, voltadas para a obtenção de lucro, algumas com importantes presenças inclusive nas bolsas de valores, a exemplo do Google ou do Facebook. São entidades capitalistas. Dificilmente estarão a serviço da superação da economia de mercado e desta sociedade desigual em que vivemos.
Perguntamos: não estarão elas também lucrando com o ativismo da militância
reticular?
Este artigo contém alguns elementos, ainda exploratórios, de pesquisas que vêm sendo desenvolvidas pelos seus autores. São descritas algumas práticas colaborativas em redes ativistas, a exemplo do "Rio na Rua" (RnR) e do Avaaz, visando, sobretudo, exibir o estágio metodológico em que se encontra a pesquisa, tendo ainda um longo caminho a percorrer para sustentar a sua hipótese central: as redes colaborativas,politizadas ou não, mobilizam trabalho gratuito de bilhões de pessoas que servem,como qualquer trabalho não pago, para a acumulação de capital.
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* Professor Titular da Escola de Comunicação da UFRJ, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe/UFRJ e mestre em Ciência da Informação pelo Ibict
** Doutoranda de Mídias Digitais na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e mestranda na linha de Tecnologias da Comunicação e Estética na Escola de Comunicação da UFRJ.
*** Mestranda na linha de Tecnologias da Comunicação e Estética na Escola de Comunicação da UFRJ.