Por Altamiro Borges
Na semana passada, a “Justiça” confirmou novamente que dá um tratamento especial aos caciques do PSDB de São Paulo – talvez para não atrapalhar a candidatura presidencial de Geraldo Alckmin, que segue empacado nas pesquisas. Segundo nota anódina da Folha, “a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) atendeu ao pedido das empresas acusadas de fraudar uma licitação do Metrô de São Paulo e declarou prescrito o crime de que os executivos eram acusados. O relator do processo no STJ, ministro Nefi Cordeiro, afirmou que os supostos crimes foram em 2005, e a denúncia, oferecida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, só foi recebida em 2014”. A desculpa, mais do que esfarrapada, não mereceu qualquer comentário corrosivo do jornal tucano!
Com a decisão, os envolvidos no processo licitatório fraudento do Metrô tendem a ficar impunes – e não apenas os executivos das empreiteiras, mas também os responsáveis pelas negociatas no governo de São Paulo. Na matéria citada, a Folha sequer se deu ao trabalho de mencionar alguns dos tucanos que poderiam ser prejudicados pelo processo – como os ex-governadores José Serra e Geraldo Alckmin. Ela apenas registrou a insatisfação do promotor de Justiça, Marcelo Mendroni, autor da acusação em primeira instância. Para ele, o STJ “errou ao considerar a data da assinatura do contrato como o ponto inicial para o cálculo da prescrição. Esse prazo só deveria ser contado a partir do momento da execução final do contrato, o que evitaria a decretação da prescrição”.
A impunidade dos tucanos paulistas também ficou evidente em outra decisão na “Justiça” na mesma semana. O Supremo Tribunal Federal arquivou três investigações da Lava-Jato que envolviam vários senadores, inclusive Aloysio Nunes, que hoje está licenciado exercendo o cargo de ministro das Relações Exteriores do usurpador Michel Temer. A investigação contra o grão-tucano, que adora se travestir de paladino da ética, foi aberta em 2015. Aloysio Nunes foi acusado pelo delator Ricardo Pessoa, da UTC, de ter pedido e recebido R$ 200 mil não declarados para a sua campanha ao Senado em 2010. A decisão pelo arquivamento atendeu o pedido de Raquel Dodge, procuradora-geral da República – que já está sendo chamada de engavetadora-geral do covil golpista.
Até hoje, nenhum grão-tucano paulista foi incomodado pela chamada “Justiça”, apesar das inúmeras denúncias de corrupção que sucumbem em São Paulo. Pelo contrário. O tratamento dado aos “éticos” do PSDB é VIP. Em abril passado, por exemplo, Geraldo Alckmin prestou depoimento em sigilo e por escrito para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na ocasião, também foram ouvidos o cunhado do ex-governador, Adhemar Cesar Ribeiro, e o secretário estadual Marcos Monteiro, ambos acusados de operacionalizar R$ 10,7 milhões em caixa dois nas campanhas do “picolé de chuchu” em 2010 e 2014. Não houve câmeras de tevê, helicópteros ou manchetes nos jornalões. Tudo foi feito na moita, “em sigilo de Justiça”. Bem diferente do tratamento dado pela mídia tucana a políticos de outros partidos. Como se observa, tucano é Santo – como ficou registrado ironicamente em um planilha de propina da Odebrecht.
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Na semana passada, a “Justiça” confirmou novamente que dá um tratamento especial aos caciques do PSDB de São Paulo – talvez para não atrapalhar a candidatura presidencial de Geraldo Alckmin, que segue empacado nas pesquisas. Segundo nota anódina da Folha, “a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) atendeu ao pedido das empresas acusadas de fraudar uma licitação do Metrô de São Paulo e declarou prescrito o crime de que os executivos eram acusados. O relator do processo no STJ, ministro Nefi Cordeiro, afirmou que os supostos crimes foram em 2005, e a denúncia, oferecida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, só foi recebida em 2014”. A desculpa, mais do que esfarrapada, não mereceu qualquer comentário corrosivo do jornal tucano!
Com a decisão, os envolvidos no processo licitatório fraudento do Metrô tendem a ficar impunes – e não apenas os executivos das empreiteiras, mas também os responsáveis pelas negociatas no governo de São Paulo. Na matéria citada, a Folha sequer se deu ao trabalho de mencionar alguns dos tucanos que poderiam ser prejudicados pelo processo – como os ex-governadores José Serra e Geraldo Alckmin. Ela apenas registrou a insatisfação do promotor de Justiça, Marcelo Mendroni, autor da acusação em primeira instância. Para ele, o STJ “errou ao considerar a data da assinatura do contrato como o ponto inicial para o cálculo da prescrição. Esse prazo só deveria ser contado a partir do momento da execução final do contrato, o que evitaria a decretação da prescrição”.
A impunidade dos tucanos paulistas também ficou evidente em outra decisão na “Justiça” na mesma semana. O Supremo Tribunal Federal arquivou três investigações da Lava-Jato que envolviam vários senadores, inclusive Aloysio Nunes, que hoje está licenciado exercendo o cargo de ministro das Relações Exteriores do usurpador Michel Temer. A investigação contra o grão-tucano, que adora se travestir de paladino da ética, foi aberta em 2015. Aloysio Nunes foi acusado pelo delator Ricardo Pessoa, da UTC, de ter pedido e recebido R$ 200 mil não declarados para a sua campanha ao Senado em 2010. A decisão pelo arquivamento atendeu o pedido de Raquel Dodge, procuradora-geral da República – que já está sendo chamada de engavetadora-geral do covil golpista.
Até hoje, nenhum grão-tucano paulista foi incomodado pela chamada “Justiça”, apesar das inúmeras denúncias de corrupção que sucumbem em São Paulo. Pelo contrário. O tratamento dado aos “éticos” do PSDB é VIP. Em abril passado, por exemplo, Geraldo Alckmin prestou depoimento em sigilo e por escrito para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na ocasião, também foram ouvidos o cunhado do ex-governador, Adhemar Cesar Ribeiro, e o secretário estadual Marcos Monteiro, ambos acusados de operacionalizar R$ 10,7 milhões em caixa dois nas campanhas do “picolé de chuchu” em 2010 e 2014. Não houve câmeras de tevê, helicópteros ou manchetes nos jornalões. Tudo foi feito na moita, “em sigilo de Justiça”. Bem diferente do tratamento dado pela mídia tucana a políticos de outros partidos. Como se observa, tucano é Santo – como ficou registrado ironicamente em um planilha de propina da Odebrecht.
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