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Sociedade

28 de Fevereiro de 2014, 13:45 , por Blogoosfero - | No one following this article yet.

O sentido da pátria que buscamos

10 de Setembro de 2018, 11:12, por Desconhecido

O amor dos anos maduros vem do povo brasileiro, diverso, corajoso e infinito na criação. Um povo com um rasgo natural de decência que é contra até a própria necessidade, quando em estado natural de pobreza

Por Urariano Mota – de Recife

Nestes anos mais recentes, quando busco um significado para a pátria, mais me afasto dos chamados símbolos cívicos de patriotismo. E não tem nada a ver que me tenha tornado um antipatriota. Pelo contrário, nestes dias maduros mais tenho sido tomado pelo amor ao Brasil. Mas a que Brasil me refiro? Ao da bandeira Ordem e Progresso, ao do hino de versos obscuros, de ordem inversa na frase, que os cariocas batizaram com o nome de virudum? Não, claro. O amor ao Brasil não vem nem mesmo dos lindos rios São Francisco e Amazonas, da floresta, dos pássaros e flores únicos no mundo.

O amor dos anos maduros vem do povo brasileiro, diverso, corajoso e infinito na criação

O amor dos anos maduros vem do povo brasileiro, diverso, corajoso e infinito na criação. Um povo com um rasgo natural de decência que é contra até a própria necessidade, quando em estado natural de pobreza. E de tal modo, que nós, metidos a generosos, mas que pensamos duas vezes antes do abandono ao coração, nos surpreendemos e ficamos tontos. Como a generosidade de um vendedor de graviola no Recife, que um dia eu vi oferecer o suco da fruta a uma turista e se negar a receber o pagamento. “Não, é um presente pra senhora, que não conhece o sabor da fruta”.

E mais penso que o sentido da pátria vem do mais caro da infância. E sei, como todo brasileiro sabe, que a sua pátria é a amplificação da sua cidade, do seu bairro, da sua rua. A minha, em particular, vem do Recife da segunda metade do século vinte. Ou do bairro de Água Fria, subúrbio periférico, que o resto do mundo desconhece.

Penso que era do espírito do lugar e do tempo. Naqueles anos de agitação política no Recife, na onda, no mar de discussão de ideias, na tradição cultural do bairro de Água Fria, que vinha dos terreiros de xangô, como o de Pai Adão, a barbeiros filósofos, comunistas, como Luiz Beltrão, que era um popular cultivador de livros e da língua inglesa, creio que dessa reunião nasceu a gente que povoou de humanidade o Colégio Alfredo Freyre, meu querido colégio de formação.

Revolução Francesa

Parece mentira. Antes dos 15 anos, nós conhecíamos os filósofos do Iluminismo que chegavam até nós nas aulas do professor de francês Arlindo Albquerque. E líamos, e passávamos pela Revolução Francesa: “Le peuple, que se croyait de plus em plus trahi, se porta em masse à l’Hotel des Invalides”…. Com frequência, em suas aulas muitas vezes repetimos um mesmo texto, pois ele nos mandava ler este gozo: “Sur la liberté de la conscience”. Eram anos de ditadura, sabíamos, e comentava-se, aos murmúrios, que o professor em 1964 havia sido espancado, preso, porque fizera parte da direção do Serviço Social contra o Mocambo. O texto no livro de francês vinha sempre a calhar, e era em estado de êxtase que o mestre nos fazia ler “Sobre a liberdade da consciência”.

– Vejam a beleza. Repitam esta frase. O título é uma oração espiritual – e silabava em ritmo lento “sur la liberté de la conscience”.

O sentido de pátria vem às vezes com um cheiro denso, perfumado, das noites em frente ao mercado público de Água Fria, quando o abacaxi trescalava, amadurecia no sereno. Era um vento que soprava no calor e trazia pra gente desejos impossíveis. De que natureza somos feitos? Que demônio ou anjo nos pôs no peito desde a infância uma carência fora dos bons costumes? Do abacaxi vinha um perfume quase entre sombras, porque a frente do mercado, que dava para a Avenida Beberibe, não era bem iluminada. E, coisa rara, nesse quase escuro não havia malefício, era um bem para a alma da gente, assim como, se comparamos mal, cheiro de namorada pela noitinha, sem o testemunho da lua.

Na frente do mercado também se apresentavam mamulengos, os espetáculos de fantoches, como a eles se referem os dicionários do sudeste. Nesse particular, o Mercado Público de Água Fria copiava a história do Mercado de São José, em que um prédio faz encontro do comércio e de manifestações culturais. E para a frente do mercado descia, lá do Alto do Pascoal, um dos maiores artistas de teatro de bonecos: Ginu, o criador do personagem O Professor Tiridá.

Arte da ilusão

Era um encanto para adultos e crianças. Mas além de Ginu, que ficou conhecido como O Professor Tiridá assim como Chaplin se transformara em Carlitos, além de Ginu havia uma excelência da arte da ilusão que era um senhor ventríloquo. Não sei o nome dele, mas sei que era ótimo em dar vida a um boneco negro, do tamanho de um menino, a quem ele chamava de Benedito. Hoje compreendo que veio dele a minha primeira e inesquecível lição de romancista. Os personagens têm vida, se tornam pessoas pela verdade que falam. O boneco falava, e me segue até hoje. É um sonho que não me deixa. Eu sempre pedia à minha mãe, quando ela saía: “quando voltar, traga o boneco que fala”.

Mas o sentido de pátria não tem um conteúdo exclusivo, xenófobo. Outras pátrias de outras terras constroem a nossa. Assim, o gosto pela música negra dos Estados Unidos, aquela que também era ideologia, mas de outra forma, impura e de cambulhada também, de Nat King Cole, The Platters, Louis Armstrong.

Aquelas canções, se não eram a pátria do socialismo, a terra prometida da fraternidade, eram de um reino onde cabiam todos os humanos, sem data na sua data, de raça mas sem raça, americana mas sem americano, vale dizer, a música que nascida naquela podre sociedade e tempo não era só daquela sociedade e tempo. Pois o que, recordava, podia superar a voz de Nat King Cole em Blue Gardenia ou Stardust? Ninguém precisava falar inglês, na arte estavam todas as línguas, todas as pátrias, todas as cores, do arregalado olho negro ao apertado amarelo.

Penso, enfim, no sentido da pátria nestes dias, neste 7 de setembro em que Lula está preso. A pátria dessa gritante injustiça não é a que buscamos. Como cantava o poeta Vinícius num verso célebre: “Pátria minha, saudades de quem te ama…”.

Urariano Mota, é jornalista do Recife. Autor dos romances Soledad no Recife, O filho renegado de Deus e A mais longa duração da juventude.



A farsa da facada: cronologia dos fatos

7 de Setembro de 2018, 11:16, por Desconhecido

Omito Toda farsa, toda manipulação de opinião pública, não acontece no espaço etéreo, mas é uma construção coletiva que se compõe de fatos e acontecimentos em nosso mundo terreno.

A farsa da facada também.

Marcos Dantas, Professor Titular da Escola de Comunicação da UFRJ nos enviou esta Cronologia dos fatos que antecederam a tal "facada" sem sangue. Vejamos:

1- Três dias atrás, Bolsonaro tem reunião com os donos da Globo: https://www.msn.com/pt-br/noticias/eleicoes/bolsonaro-e-joão-roberto-marinho-se-reúnem-na-sede-da-globo/ar-BBMVGlT


2- Ontem, no Infomoney do jornalista William Wack revela que Bolsonaro planeja estratégia para vencer no PRIMEIRO TURNO: https://www.infomoney.com.br/mercados/politica/noticia/7604799/bolsonaro-busca-estrategia-para-vencer-no-1-turno-alckmin-comemora-critica-de-temer-as-noticias-da-politica


3- Bolsonaro se cercava de seguranças do BOPE e usa colete dizendo temer por sua vida: https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/08/23/bolsonaro-abre-campanha-em-sp-e-veste-colete-a-prova-de-balas.htm


4- Os super-seguranças do Bope não veem o agressor que tenta golpeá-lo com a faca. No vídeo filmado por um dos presentes se vê que a estocada foi bem rápida. https://www.youtube.com/watch?v=c9GiS7LzwVk


5- Os assessores de Bolsonaro confirmam a imprensa que ele estava de colete, como sempre: https://www.gazetaonline.com.br/noticias/politica/eleicoes_2018/2018/09/jair-bolsonaro-estava-de-colete-1014147233.html


6- Um dos filhos do Bolsonaro, Flavio, publica no twitter que o pai estava bem e a ferida tinha só sido superficial (o que era de esperar de alguém de colete): https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/brasil/2018/09/06/bolsonaro-sofre-atentado-com-faca-em-minas-gerais-dizem-filho-e-assessor.htm?cmpid=copiaecola


7- Então de repente Bolsonaro é internado. A imprensa logo diz que a faca pegou ABAIXO DO COLETE: https://www.oantagonista.com/brasil/bolsonaro-usava-colete-sob-camiseta-diz-colunista/


8- Flavio apaga o twitter anterior e publica novo twitter dizendo que foi pior do que pensavam. Ele também diz que o pai na verdade, por obra do destino, JUSTO HOJE ESTAVA SEM COLETE: http://www.vozdabahia.com.br/index/blog/id-321384/bolsonaro_estava_sem_colete_que_costuma_usar__diz_filho


9- A facada superficial virou uma lesão que pegou fígado, intestino, pulmão... pior que tiro de fuzil. http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2018-09/bolsonaro-foi-atingido-no-figado-pulmao-e-intestino-relata-filho


10- Bolsonaro que já não queria ir nos debates, e que perdia voto toda vez que abria boca, agora, vejam só, não poderá mais fazer campanha pelos próximos 30 dias! https://www.oantagonista.com/brasil/bolsonaro-dificilmente-voltara-a-fazer-campanha-no-primeiro-turno/

Para refrescar a memória, deixamos aqui um dos melhores anuncios publicitários veiculados no Brasil que nos mostra como o marketing pode manipular a opinião das pessoas.

Ex-fakeado chegando ao hospital onde passaria por cirurgia espírita!

Ex-fakeado

Lauro jardim no twitter

Facada? Faca? Atentado?



Incêndio de grandes proporções devasta o Museu Nacional

3 de Setembro de 2018, 8:16, por Desconhecido

O Corpo de Bombeiros do Rio foi acionado às 19h30. Homens de quatro quartéis trabalham no local, que fica dentro do parque nacional da Quinta da Boa Vista.

 

Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro

 

Um incêndio de proporções ainda incalculáveis atingiu, no começo da noite deste domingo, o Museu Nacional do Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte da capital fluminense. O prédio histórico de dois séculos foi residência da família real brasileira e tem um dos acervos mais importantes do país – são cerca de 20 milhões de peças.

O Museu Nacional arde em chamas, na Quinta da Boa VistaO Museu Nacional arde em chamas, na Quinta da Boa Vista

O Corpo de Bombeiros do Rio foi acionado às 19h30. Homens de quatro quartéis trabalham no local, que fica dentro do parque nacional da Quinta da Boa Vista. O prédio tem três andares, é ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o fogo toma de conta de boa parte da construção.

Pesquisas raras

Até o fechamento desta reportagem, os bombeiros não dispunham de informações sobre vítimas. O museu estava fechado para visitação no momento em que o incêndio começou. Por segurança, há homens também da Polícia Militar e profissionais de saúde em ambulâncias.
História

Mais antiga instituição histórica do país, o Museu Nacional do Rio foi fundado por D.João VI, em 1818. É vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com perfil acadêmico e científico. Tem nota elevada por reunir pesquisas raras, como esqueletos de animais pré-históricos e múmias.

Diversificação

O local foi sede da primeira Assembleia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de ser destinado ao uso de museu, em 1892. O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

No acervo, com cerca de 20 milhões de itens, há diversificação nas peças, pois reúne coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia e arqueologia. Há, ainda, uma biblioteca com livros com obras raras.

O Museu Nacional do Rio oferece cursos de extensão e pós-graduação em várias áreas de conhecimento. Para esta semana, era esperado um debate sobre a independência do país. No próximo mês, estava previsto o IV Simpósio Brasileiro de Paleontoinvertebrados no local.



O BRASIL ESTÁ ENTRE LULA E O FASCISMO. OS JUÍZES ESCOLHERÃO O FASCISMO?

31 de Agosto de 2018, 12:51, por Desconhecido

A socióloga Thais Moya e o jornalista Mauro Lopes, do 247, apresentam sua segunda análise das pesquisas do Datafolha desde 2015 e demonstram: “1) Bolsonaro cresceu consistentemente e está consolidado numa fatia de 20% do eleitorado; 2) o golpe e seus protagonistas afundaram de maneira irremediável; 3) o único nome que a democracia tem para derrotar o candidato de perfil fascista é Lula”; o TSE e o STF irão tirar ilegalmente da disputa o único que pode evitar a tragédia fascista?

Por Thais Moya e Mauro Lopes– O fracasso do golpe de 2015/16 funcionou como uma alavanca para o candidato de extrema-direita de perfil fascista e o fato é que Bolsonaro cresce lenta mas continuamente desde dezembro de 2015. É o que mostra a segunda análise que fizemos das pesquisas Datafolha do período -a primeira análise, que você pode ler aqui, indicou como os principais protagonistas do golpe, Temer, Aécio e Alckmin, enterraram-se na lama da rejeição popular e Lula foi consagrado.

Ou seja: o golpe de Estado contra a presidente Dilma e a democracia manteve e aprofundou a polarização política dos últimos 30 anos no país entre petismo e o antipetismo, substituindo o PSDB por Bolsonaro no polo antipetista de maneira avassaladora -você pode assistir à análise do sociólogo Marcos Coimbra sobre esse fenômeno na entrevista que ele concedeu há duas semanas à TV 247 (aqui). No polo petista, Lula.

Veja o quadro a seguir. Ele indica como Bolsonaro cresce lentamente mas sem parar desde dezembro de 2015. É certo que desde junho de 2016 ele tem rodeado a margem de erro em torno dos 17%, mas as linhas de tendência tanto no cenário com Lula como no cenário sem o ex-presidente é inequívoca:

Com exceção do início de 2017, quando teve um salto que quase duplicou seu eleitorado, de 8 para 14 pontos percentuais, seu crescimento tem sido em torno de 2 milhões de eleitores a cada semestre. Parece pouco, mas é sólido e muito forte, tendo em vista que seus adversários, abaixo dessa marca, estão acumulando quedas e períodos de estagnação.

Não parece haver espaço para uma mudança tão brusca que altere o cenário atual até dia 7 de outubro. A campanha eleitoral no horário eleitoral gratuito em rádio e TV que começa nesta sexta (31) é a derradeira chance de Alckmin, Marina e Ciro desbancarem Bolsonaro do segundo turno -mas a consistência do candidato de ultradireita indica que a hipótese não é provável.

Examine o quadro com as linhas de tendência nos cenários com e sem Lula. Mesmo no cenário sem o ex-presidente, Marina, Ciro e Alckmin estão estagnados ou em queda. O cenário sem Lula apareceu nas pesquisas apenas em junho de 2017.

Em 2018, somente Lula e Bolsonaro apresentaram crescimento consistente. O número de  indecisos e desiludidos (brancos, nulos e ninguém) diminui cenário com o ex-presidente. É patente que o único candidato com base popular que permite fôlego para acompanhar a tendência de crescimento do candidato petista, mesmo que com mais de quinze pontos abaixo, é Bolsonaro.

Parece verdade que, até 7 de outubro, Bolsonaro não vai conseguir romper o teto que o mantém abaixo dos 20%, principalmente, porque quanto mais fica conhecido, mais sua rejeição aumenta, conforme indicado no quadro a seguir.

Hoje, sua rejeição é a maior em relação a todos os demais candidatos; segundo o Datafolha, 39% da população afirmou que não votaria nele em hipótese alguma. A questão é que não parece provável que outro candidato o alcance até o primeiro turno, o que significa que, se a candidatura de Lula for impugnada, está quase certo que Bolsonaro estará no segundo turno, com potencial de crescimento -com Lula na disputa, o pleito tem grande chance de ser resolvido no primeiro turno.

O quadro é impressionante. A rejeição a Bolsonaro cresce fortemente enquanto a de Lula tem uma queda brutal, mais uma indicação da derrota da narrativa golpista e da Lava Jato em relação ao grande líder popular do país.

O discurso e as ações do deputado são repugnantes para muitas pessoas, mas será o suficiente para evitar sua eleição num eventual segundo turno contra candidatos em decadência e identificados com o golpe, como Marina e Alckmin, ou ainda sem liderança consistente no eleitorado, como Haddad e Ciro?

O cenário indica três conclusões meridianas: 1) Bolsonaro cresceu consistentemente e está consolidado numa fatia de 20% do eleitorado; 2) o golpe e seus protagonistas afundaram de maneira irremediável; 3) o único nome que a democracia tem para derrotar o candidato de perfil fascista é Lula.

É esta questão -e não outra- que está nas mãos dos juízes e juízas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF): eles irão excluir ilegalmente da corrida eleitoral o único candidato que é a garantia de evitar que o país escorregue para uma trágica aventura fascista? O Brasil e o mundo, depois da liminar da ONU, olham para o TSE e o STF, especialmente para os ministros Rosa Weber, que preside do TSE, e Luís Roberto Barroso, que é o relator do caso de Lula na corte eleitoral.



Militantes encerram greve de fome mas Lula segue preso e censurado pela Justiça

26 de Agosto de 2018, 12:56, por Desconhecido

Na noite passada, o ministro Banhos negou o pedido da defesa de Lula para que emissoras de TV cumpram o seu papel social de informar e cubram os atos de campanha do PT.

 

Por Redação – de Brasília

 

Apesar de o candidato do PT à Presidência da República, ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, permaneça preso em Curitiba e proibido, mais uma vez, de conceder entrevistas e comparecer aos compromissos de campanha, por ordem do ministro Sérgio Banhos, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os manifestantes que iniciaram há 26 dias uma greve de fome pela liberdade do líder petista, encerraram neste sábado o protesto.

Os manifestantes passaram 26 dias sem comer, em greve de fome, na frente ao STFOs manifestantes passaram 26 dias sem comer, em greve de fome, na frente ao STF

Na noite passada, o ministro Banhos negou o pedido da defesa de Lula para que emissoras de TV cumpram o seu papel social de informar e cubram os atos de campanha do PT.

“No caso em exame, ao menos em juízo de cognição sumária, não se extraem dos autos elementos suficientes para configuração da transgressão ao dever de conceder tratamento isonômico aos candidatos a cargo de presidente da República, ante a ausência de quaisquer provas sobre o alegado”, afirmou o ministro.

Fim da greve

Ainda assim, sem atingir qualquer de seus objetivos, os manifestantes optaram por poupar as próprias vidas. E o fizeram após receber uma carta de Lula, de próprio punho, liberando-os do compromisso de morrer em nome de uma causa.

Ao longo do período em que se postaram em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), o grupo foi recebido por dois ministros do STF, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Os sete militantes de movimentos sociais que se manifestavam pela liberdade de Lula anunciaram nesta manhã o fim do protesto.

Após 26 dias sem ingerir qualquer alimento, os sinais da abstinência já se faziam evidentes em alguns deles. Uma das grevistas precisou ser hospitalizada. Eles também foram recebidos nos gabinetes dos ministros Luís Roberto Barroso e de Gilmar Mendes.

Os grevistas, que na sexta-feira receberam uma carta de agradecimento de Lula, acreditam que seus objetivos foram cumpridos: denunciar o golpe de Estado, em curso, e a prisão do ex-presidente, que dizem ter ocorrido sem provas.

Leia, adiante, o manifesto em que anunciam o fim da greve:

“Manifesto da greve de fome por justiça no STF à militância popular e ao povo brasileiro

No dia 31 de julho, iniciamos a Greve de Fome por Justiça no STF –Supremo Tribunal Federal, com um manifesto à sociedade que foi protocolado no próprio STF, num ato político que resultou em repressão absurda e descabida aos militantes grevistas. Mas não conseguiram calar as nossas vozes: resistimos e ainda mais fortes e indignados, deflagramos o processo da greve de fome.

Nosso objetivo com a greve é contribuir na luta pelo enfrentamento ao golpe que sob o contexto de crise profunda do capital, amplia os processos de exploração do trabalho e dos nossos bens naturais, causando aumento da desigualdade, da fome, da miséria, do desemprego e da violência social.

A greve de fome luta por soberania popular, pelo controle de nossos bens estratégicos do petróleo e da energia, pelo direito do povo de participar do poder e decidir os rumos do país. Por isso lutamos pela libertação do presidente Lula, que está encarcerado desde o dia 7 de abril, sem crime e sem prova. Portanto Lula é inocente e sua prisão tem caráter político.

Greve de fome

Denunciamos com a greve de fome a ditadura do judiciário, principalmente do STF que de forma arbitrária tomou o lugar do povo, rasgando a Constituição brasileira e fragilizando ainda mais a democracia, construída na dura disputa da luta de classes.

Sabemos que a greve de fome é um ato extremo, mas o praticamos de forma consciente, inspirados na revolucionária resistência ativa, historicamente forjada pelos povos que não baixaram a cabeça diante das elites dominantes.

E após 26 dias de greve de fome, decidimos por sua suspensão, por entender que ela cumpriu com seu sentido provocador dos objetivos que propusemos desde o início desta ação politica.

Mídia burguesa

Nos sentimos vitoriosos, pois assim se sentem os povos que lutam e tivemos acúmulos importantes para o conjunto da luta popular.

Conhecemos melhor quem são os chamados operadores do direito, ministros e asseclas do poder judiciário. Vimos como se movem por um teatro fantasioso, guiados pela mídia burguesa, com pouca sensibilidade pelo povo, e nenhum respeito pela constituição. Como opera o governo dos golpistas, seus interesses explícitos de estar a serviço do capital estrangeiro, das empresas transnacionais, dos bancos e do seu próprio bolso.

Conhecemos melhor como funciona a mídia burguesa, mentirosa, que se pauta apenas pelos interesses de seus patrões e da manutenção do poder aos privilegiados. Como age o poder legislativo, peça fundamental do golpe e seu total distanciamento dos problemas reais do povo.

Projeto popular

Nestes 26 dias de greve, ocupamos o STF com nossos atos políticos e inter-religiosos, através de audiências com diversos ministros, pautando a necessidade de votar as ADCs – Ações Declaratórias de Constitucionalidade, assegurando a presunção de inocência.

Denunciamos o não cumprimento da Resolução da Comissão de Direitos Humanos da ONU pelo Brasil, que determina o direito de Lula ser candidato nas eleições de 2018.

Seguimos firmes na luta e dispostos a contribuir com as tarefas históricas e os desafios que estão colocados para os movimentos e organizações do campo popular. Lutaremos de forma incansável pelo respeito à justiça, garantindo Lula Livre e pelo seu direito de disputar as eleições. Pela construção soberana de um Projeto Popular para o Brasil.

Nossas principais tarefas políticas são trabalho de base, formação política e retomada das lutas da massa. Precisamos ouvir o povo, estar inserido na sua luta cotidiana de resistência e provocar processos de lutas contundentes. As formas de trabalho de base são variadas, e devem envolver as visitas nas casas, as reuniões de pequenos grupos, assembleias populares, a construção dos Congressos do Povo e da Frente Brasil Popular.

Luta do povo

Devemos travar a batalha das ideias na disputa da comunicação popular, enfrentando o poder ideológico da grande mídia.

Teremos ainda muitas batalhas coletivas pela frente, mas temos a certeza que “se calarmos, as pedras gritarão!” Nosso desafio é que a luta atual, se transforme em força social capaz de virar o mundo e destruir privilégios. Não pagaremos a conta do fracasso desse modelo de sociedade. Por isso a luta vale a pena e a vida vale a luta! Essa luta é nossa! Essa luta é do povo!!

Brasília, 25 de agosto de 2018.

Jaime Amorim, Zonalia Santos, Rafaela Alves, Frei Sergio Gorgen, Luiz Gonzaga Silva – Gegê, Vilmar Pacífico e Leonardo Nunes Soares.



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