As mudanças que ocorreram ao longo dos últimos 50 anos no contexto cultural da ciência em diferentes países foram debatidas no painel “Mapeamento da autoridade cultural da ciência”, na tarde de terça-feira. Proposto por Martin William Bauer, da London School of Economics, na Inglaterra, o debate contou com a participação de Peter Weingart, da Universidade de Bielefeld, na Alemanha, Carlos Vogt, da Universidade Estadual de Campinas e Rajesh Shukla – do Instituto do Desenvolvimento Humano, na Índia. O painel abordou noções-chave sobre cultura científica e revisou o conceito indiano de temperamento científico (scientific temper).
Carlos Vogt, do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo falou sobre sua proposta de espiral da cultura científica, representada em duas dimensões que evoluem sobre dois eixos, um horizontal, o do tempo, e um vertical, o do espaço.
Rajesh Shukla explicou a noção de temperamento científico, proposto por Jawaharlal Nehru no livro “A descoberta da Índia” em 1946 e Peter Weingart falou sobre a autoridade científica, mencionando pesquisas de opinião realizadas nos Estados Unidos que demonstram que cientistas e médicos aparecem em primeiro lugar nos índices de confiança do público e jornalistas e politico em último.
Martin Bauer finalizou o painel discutindo a complicada relação entre ciência e o senso comum. Segundo ele, existem três tipos de relação: a que prega que a ciência é superior, a relação entre ciência e teoria, e a última delas, que acredita que tanto a ciência quanto o senso comum estão errados. “Precisamos tomar cuidado com as atitudes que adotamos”, concluiu o pesquisador.
Por Giselle Soares
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