Dias atrás escrevi brevemente aqui que a luta da Flaskô não ganhara nem perdera. Parece bastante claro para nós da fábrica esta avaliação. Ela significa que continuamos no jogo. Sgnifica que o jogo continua.
Mas será assim para os outros? Quem poderia pensar diferente? E quais suas razões ou mesmo diferenças? Eu acho que está é uma questão bastante importante para pensarmos, isto mesmo, sei que talvez vocce que me lê não seja o mais entusiasta da luta dos trabalhadores da Flaskô. Mas vamos chateá-lo com estas especulações.
Algumas possibilidades ideais. Primeiro acho que para alguns a luta da Flaskô já perdeu, pois seu objetivo era manter os empregos e a luta pela estatização. Isto está praticamente descartado, e mais do que isso, já se passaram dez anos. E o que parece mesmo é que os trabalhadores assumiram a autogestão isolada dentro do mercado capitalista. O que pode parecer para alguns o caminho da derrota, pois diante do mercado pouco se pode sem muito capital ou sem aumentar a exploração e opressão dos trabalhadores. Para outros tantos pode parecer que desta vez vai-se obrigatóriamente pelo caminho que já deveria se ter adotado desde o início, a autogestão empreendorada como competidora do capitalista, como aparece em alguns textos de Paul Singer.
Penso, por outro lado, que para outros a luta da Flaskô já é vitoriosa, de um lado por manter uma fábrica que estava fechada, aberta por mais de dez anos, e mais, ainda controlada democraticamente por seus operários e operárias. Por ter conseguindo manter conquistas importantes como a jornada de trabalho de 30 horas semanais, sem redução dos salários, manutenção do vínculo empregatício de cada trabalhador com a empresa, mantendo assim direitos conquistados em duras lutas da classe trabalhadora, como aposentadoria e um salário.
Outros ainda pode pensar que é vitoriosa por si mesmo, por manter uma tradição de luta, de unidade de classe com os sindicatos, os movimentos sociais e populares, e setores democráticos da sociedade, sempre em uma perspectiva progressista. Mantendo-se a bandeira de luta pela estatização correu-se na contra mão ideologica do liberalismo moderno que continua pregando que o privado é o melhor caminho para todos. Mantendo a luta pela estatização sempre contrapusemos a questão da propriedade privada, mesmo que a de pequenos coletivos como as cooperativas. Avançando na discussão que o antagonico a propriedade privada dos meios de produção não é a propriedade coletiva dos meios de produção por grupos ou cooperativas, como na Iuguslpavia de Tito. Mas sim o fim da apropriação e controle privado da propriedade privada, seja por alguns, ou por pouco mais do que alguns, o antagonico da propriedade privada dos meios de produção é o fim da propriedade dos meios de produção, inclusive pelas cooperativas. E sua apropriação pelo conjunto da sociedade, quando não houver mais classe, e se quiserem ainda, castas.
Mas e porque consideramos empatados a batalha. E esta, empatada, é outro formulação, talvez menos rigososa. Empatada. Pois empate é o final de uma partida no qual ninguém ganha. E é imprecisa pois a batalha não acabou, e nem mesmo, o empate significa mesmo que ninguém ganha, a depender o sistema do campeonato, pode fazer com o empate leve um a vitória. E em nossa situação concreta o empate significa sim a derrota da Flasko e a vitória dos patrões e dos seus represetantes no estado, ou governo, se quiserem.
Por isso estamos reforçando nossa batalha, não ganhamos, mas não perdemos. É preciso força para mudar o jogo para nossa lado.
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