Ouro Preto 21 de Abril de 2014
Há anos, a cidade da Inconfidência vem convivendo com um gesto governamental que desagrada os que vivem em Ouro Preto. Fruto de um fausto condecorativo que inverte o fundamento principal por um grito de liberdade, os cidadãos se veem impedidos de adentrarem livremente a praça alcunhada pelo nome do mártir sentenciado.
Talvez ignorando o motivo pelo qual a estátua erguida se encontra de costas para o antigo palácio do governo, os senhores que protagonizam o gesto de honraria, convivem, há tempos, com a desonra na mente dos que, nesta data, são tolhidos de exercerem a mais importante garantia constitucional, o direito de ir vir.
Pudéssemos ter no 21 de abril:
• 21 pessoas escolhidas no seio da sociedade para serem homenageadas, ao contrário de centenas de homens e mulheres indicados pelo vértice questionável da vaidade politiqueira;
• Pudéssemos expor, de forma democrática, 21 temas que assolam a exploração e a ingerência do país, do estado e dos municípios;
• Pudéssemos ter 21 dos muitos movimentos organizados e de ideologia social se manifestando de forma livre em praça pública;
• Pudéssemos ter 21 tributos queimados em praça pública desonerando o povo brasileiro;
• Pudéssemos levantar 21 cartazes propondo uma nova inconfidência.
Não. Não podemos. Estamos impedidos de nos manifestar. A cantilena do estado contemporâneo não permite a polifonia da democracia. Os inconfidentes atuais, também estão proibidos de se aproximarem. Se você não coaduna com o jogo midiático e de interesse mono-partidário que assola a praça do povo, está barrado. Barrado no dia da liberdade. A praça do 21 de Abril, é sem povo. Povo no sentido livre da palavra sem manobra.
Neste 21 de abril, mais uma vez, veremos ser enforcada, em praça pública, a nossa liberdade de cidadã.
A certeza é que os agraciados em praça pública são confidentes de outros interesses...
Medalhas, Palanques, Gradis, Cassetetes: OURO PRETO NÃO TE QUER MAIS.
Ouro Preto quer sim, assim como todo o sempre, SER INCONFIDENTE, na essência da liberdade do conspirar.
Carecemos de novos representantes que promulguem uma nova inconfidência despida de sentimento neo-liberal, que combata não mais “O QUINTO”, mas uma das mais altas cargas tributárias do país.
Francisco de Assis, filiado da REDE de Ouro Preto
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