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Rodrigo Souto

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Sobre a vida, o universo e todas as coisas

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Blog dedicado a escrever meus pensamentos sobre a vida, o universo e todas as coisas.

Um pouco sobre as pessoas

11 de Abril de 2011, 21:00, por Desconhecido - 1Um comentário

O que você vê quando olha para uma multidão de pessoas? Se você respondeu: “Uma multidão de pessoas?!”.
Sim, você está certo! =D

Agora se você olhar para somente uma pessoa? O que você pode ver?
Você pode, primeiramente, observar traços mais superficiais. As características físicas dessa pessoa, suas roupas, seus pertences, sua casa. Podemos partir para imaginar algo mais profundo, seu perfil e suas características. Apressado, calmo, confiante, sábio. Distante, tarado, feliz, compenetrado. Mas não pára por aí. Você pode pensar em como seria a vida daquela pessoa. Aí você imagina a vida pessoal dela, o trabalho, os sonhos, tristezas, decepções. Imagina o que ela esta indo fazer naquele momento. O que ela acabou de pensar. O que ela acha de você, da pessoa do seu lado, do ônibus, da sociedade, da vida, do mundo. O que ela gosta ou não gosta de fazer. E tudo mais que você conseguir pensar.
No final de todo esse conhecimento “cartomântico” que desenvolvido sobre essa pessoa, você com certeza estará cansado e abismado com o tamanho da complexidade da vida dela. Mas não se esqueça, essa pessoa que você pensou é somente uma pessoa gerada da sua imaginação e ainda assim não chega nem perto de toda a informação que uma pessoa de verdade possui em sua vida.
Agora imagine todas pessoas que você poderia criar, todas que realmente existem e todas as que todas as pessoas que realmente existem podem gerar das suas próprias imaginações. É um nível tão apocalíptico de possibilidades que é mais do que suficiente para estourar seus neurônios e nós não estamos falando nem do chulé de todas as possibilidades. É nesse momento que você pensa: “É…a vida é complexa e, definitivamente, não existem pessoas iguais”. Agora imagine você considerar todas essa imensidão de informação que pode estar contida em uma vida para todas as pessoas com quem você interage no seu dia-a-dia. Não dá.

O fato é: você não vê as pessoas como elas realmente são. É por isso que quando você olha para uma multidão, você vê uma multidão. Simplesmente porque seu cérebro não conseguiria lidar com toda essa quantidade de informação. Mas isso em si não é um problema. O problema está no fato de que as pessoas pensam, ingenuamente, que veem os outros realmente como são. E isso é fonte de muitos conflitos sociais, simplesmente pelo fato de pessoas serem reduzidas ao rótulo “pessoa” quando dentro delas existe um universo muito mais complexo.

“Mas e aí? Você quer que eu veja cada pessoa como todo o emaranhado cosmonáutico da sua vida?”
Não. Mas tenha consciência de que você não vê uma pessoa como ela realmente é. Isso é fundamental para a compreensão do outro.
Durante a vida cotidiana nós somos postos na posição de juiz e réu incessantemente e julgamos e somos julgados pelos outros simplesmente pelo rótulo de “pessoa” que nós carregamos na testa. Mas os nossos atos são consequências de todo um conjunto assustadoramente complexo de informações que se confrontam e combinam em resultados que nem mesmo nós temos consciência de todo o processo de produção. E quando se recebe o papel de juiz, é preciso ter consciência disso. É preciso perceber que nós na verdade não sabemos tanto assim do outro (na verdade quase nada). E que considerando a quantidade de coisas que nós sabemos sobre uma pessoa dividido por tudo que ela realmente é tende a zero. Somente nesse momento você poderá estar livre de todas as discriminações. Somente nesse momento você irá estar livre de todos os preconceitos.

Agora é que vem a pior parte.
O que nós tiramos disso tudo é algo bem doloroso de se ouvir.
Por mais aterrador e paradoxal que possa parecer, o mais alto nível de compreensão do outro se dá quando você compreende que você não compreende nada sobre ele e o respeita simplesmente por não poder julga-lo.

A verdade é que se nós pudéssemos olhar por dentro da máquina do universo, todas as ações se tornariam meras tautologias.




Patch Adams

12 de Fevereiro de 2011, 22:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Esse cara é um exemplo vivo de ser humano. Em 1h hora de entrevista você vai pensar mais do que em todas as 1000h de filmes Hollywoodianos que você já assistiu. Vale muito a pena.
Agradecimentos a Yuri Rocha que foi quem me recomendou o video:




Vida

8 de Fevereiro de 2011, 22:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Há momentos em que a vida parece triste.
Simplesmente seguindo desgovernada a algum lugar vazio.
Sem receio do futuro, nem vergonha do passado.
Repetida em ciclos previsíveis onde as pessoas se destroem.
Pessoas tão grandes dentro de si, que não veem o quão pequenas são no mundo.
Pessoas decididas a ganhar o mundo que não tem dono.
Pessoas que são permitidas pelas estatuas caminhantes que vivem.
Só vivem.
Pagam suas dividas e vendem aos poucos as suas almas até a morte esperada.
Vazias de esperanças ou sonhos.
Talvez, de repente, alguns planos sem conclusão.
Corrompidas por suas próprias corrupções e fragmentadas em pedaços sem direção.
Perdidas em crises emocionais e surtos psicológicos.
Estagnam seu redor.
Sua vida.
Nosso mundo.

E às vezes parece não ter mais jeito.
Parece que a vida se perdeu.
Ou talvez nunca tenha se encontrado.
Parece que o vazio de dentro é tão infinito quanto a tristeza de fora.
Ou talvez maior.
Parece que sentir é por demais sentido.

É quando sinto isso que eu consigo ver.
Ver o mundo de dentro da sua sujeira.
Ver a vida de dentro da sua tristeza.
E num simples sorriso de uma criança, eu sinto o poder do vazio.
Sinto como sua vastidão e inexistência transcendem o valor de uma mínima existência dentro de si.
Compreendo o significado mais puro da parcela mais atômica de um todo.
E fundido de minha compreensão exacerbada e superestimada do vasto infinito, percebo que no fundo dos nossos corações crepitados de hipocrisia, existe uma ingênua criança banhada de alegria numa busca sincera pela borboleta que voa direto para um efêmero, mas morno, raio de sol.




Manifesto contra a Dessensibilização da Vida

19 de Dezembro de 2010, 22:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Olá a todos. Esse texto foi feito coletivamente por Daniel Sodré, Marco Sodré e eu (Rodrigo Souto).
O processo de criação foi meio complicado, mas no final ficamos felizes com o resultado. Espero que sirva para a vida de vocês!

Manifesto contra a Dessensibilização da Vida

Evolução, em geral um sinônimo de desenvolvimento e adaptação, tem sido na verdade a justificativa de diversas atrocidades cometidas contra pessoas, contra a vida e contra o planeta. Enquanto teoricamente desenvolvemos nossa capacidade intelectual para vivermos de forma mais harmoniosa, trilhamos pragmaticamente um caminho de auto-destruição pelo bem da estética, da arrogância e da cobiça. Dentro das nossas universidades, fóruns e conferências, defendemos tão ferrenhamente o bem comum, mas no mundo a fora vivemos uma evolução completamente egoísta. Apesar do nosso “Zeitgeist” (espirito da época) estar baseado num discurso do politicamente correto e sobre uma evolução auto-sustentável, hoje nós temos uma forma de evolução que visa o bem individual. Essa forma de evolução individualista sempre existiu na maioria das sociedades do mundo. Porém, com o surgimento da tecnologia, o abismo entre o bem individual e o bem comum decidiu não mais viver nas sombras e brigar pelo seu lugar no sol. Bem, a julgar pelo mundo que nós temos hoje, parece que o plano dele tem dado bastante certo.

O fato é que nossa sociedade deixa buracos pelo caminho em prol de uma evolução sem precedentes. Temos inúmeras clínicas de beleza por aí enquanto existem pessoas morrendo por doenças de cura já descobertas. Encontramos quilômetros e quilômetros de fábricas para produzir shampoo para cabelo enquanto existem pessoas sem ter onde morar. Madames ricas pagam uma fortuna para retirar o excesso de gordura que utilizamos fazer sabonetes de luxo enquanto muitos morrem de fome. O pior de tudo é que ninguém escapa de toda essa a sujeira. Não só nossas mãos estão banhadas de sangue, mas também nossos lábios.

Mas isso não acontece por que nós somos maus por natureza. Na verdade, somos induzidos a sermos e aceitamos essa indução. Neste momento, enquanto eu falo sobre todas essas merdas, você provavelmente está se sentindo culpado (isso se o seu caso ainda não é grave). Mas, infelizmente, já foi criado um mecanismo de defesa dentro de você durante todos esses anos para que você consiga continuar a sua vida sem questionar todo esse lixo, permitindo que os interesses individuais prevaleçam sobre os coletivos. Esse mecanismo é a dessensibilização da vida.

É como se fosse uma crosta/armadura social para abrirmos os olhos de manhã sem desejarmos não termos aberto. É uma “capsula protetora” que nos protege da nossa própria consciência e nos faz fechar os olhos para o que está “bem do lado de fora da sua porta”.

A pior parte é que ele não foi uma simples consequência das suas experiências de vida, ele foi uma consequência de todo um processo de criação de consensos ilusórios aos quais você foi e é diariamente bombardeado através dos meios de comunicação e das pessoas que já foram previamente adestradas pelo sistema. E o surgimento da tecnologia teve um papel fundamental nessa manipulação.

Com o avanço da tecnologia e do poder das mídias comunicativas, a influência dos meios de comunicação aumentou exponencialmente. A mídia passou a estar presente intensamente em todos os momentos da vida de uma pessoa. Essa presença se converte em uma injeção gigantesca de informações diariamente que não podem ser assimiladas em tempo hábil. Isso faz com que a difícil assimilação dessa quantidade de informações e o contato constante com elas se confunda com o nível de normalidade dos dados. Daí as pessoas acabam aceitando boa parte das informações simplesmente por comodidade e medo de rejeição. Esse é um processo tão ubíquo e furtivo, que mesmo as pessoas mais conscientes dos problemas do mundo acabam por assimilar definições sem ao menos perceber. Então graças ao poder tecnológico, instaurar esse mecanismo se tornou extremamente simples, basta definir o que é normal e repetir isso indefinidamente na cabeça das pessoas.

Mas apesar de simples, esse mecanismo tem resultados e proporções espantosos. Através dele você pode definir, não o que as pessoas devem pensar, mas o quão importante ou aceitável cada coisa é. A partir dele, as pessoas começam a aceitar coisas que inicialmente em suas concepções seriam completamente inaceitáveis simplesmente por acreditar que todo mundo acha o mesmo. Com isso você tem um fator crucial no controle das pessoas: a garantia da impotência reacionária individual.

Além de tudo isso, essa manipulação tem um fator determinante na sua sustentação. Ela é auto-alimentada. Com o tempo, a força da influência das próprias pessoas no meio cotidiano faz com que não seja mais necessária a intervenção dos meios de comunicação. As próprias pessoas se encarregam de garantir que as próximas gerações carreguem o mesmo consenso dentro de si e a mídia só acrescenta os novos aspectos.

Assim como Hitler usou a mídia na Alemanha para criar um conceito cultural manipulatório favorável, essa dessensibilização tem o mesmo poder e é ainda pior. Foi gerada em milhares de anos numa avalanche cultural que fez surgir super totens incontroláveis.

No final das contas, a sociedade define o que é normal independente do que seja e é daí que começa a atrocidade das pessoas contra a vida.

Vemos ela na politica com a aceitação das inescrupulosidades. Deputados escolhendo quanto de aumento vão ter, enquanto dançam entre partidos e ideologias. Comunista que vira democrata, socialista na cor da camisa vermelha e capitalista nas veias, uma valsa em que ganha mais quem continuar dançando. Vemos através de programas que vendem a pobreza, a destruição e a morte. Vemos nas mais bárbaras desigualdades sociais. Enquanto milhares de pessoas morrem na África de guerras étnicas sem sentido geradas por colonizadores e alimentada pela fome, você, como um pedaço de bosta manipulável e covarde, acha que a culpa não é sua e sim de quem esta com a mão na descarga. Enquanto você discuti a meta-física dos pseudo-universos projetivos, o futuro do nosso pais esta no semáforo pedindo trocados para não morrer de fome ou usando drogas que foram criadas com o propósito de matar mendigos em outro países. Enquanto você planeja fazer alguma coisa de sensato para melhorar a situação do mundo, a desigualdade social cresce em níveis estratosféricos e essas crianças, sem um pingo de educação, tendem a usar a violência como animais acuados. Violência essa que vai ser a desculpa usada por nós porcos da classe média/média alta/alta/altíssima do sistema para tratarmos esses menores como indigentes criminosos colocando-os em “institutos reformatórios”. No final das contas esses mesmos jovens serão aqueles que vão estar comandando bocas de fumo nas favelas e serão os mesmos também que vão estar sendo mortos, presos e torturados pelo Bope enquanto você assiste emocionado o “blindado” do exército invadir as favelas ao som de músicas épicas de filme. Não podemos esquecer, é claro, que todo esse show é financiado pelas grandes empresas interessadas em fazer marketing de massas.

Então não esqueça. Enquanto você está em casa preocupado agora com os vídeos idiotas do youtube, tem um doente sofrendo em uma fila infinita de hospital, uma pessoa morrendo de fome e frio e uma criança sendo violentada. E eu quero que você pense nisso e sinta isso. Sinta a dor de cada uma dessas pessoas. Não se permita gozar da confortável insensibilidade. Você tem sua parcela nisso tudo. Assuma os frutos da sua acomodação e receba a sua parte nesse sofrimento. Não deixe a tristeza e a culpa irem embora como você sempre faz. Elas são as únicas armas que você tem para lutar contra toda essa sujeira. Enquanto no seu coração você conseguir carregar o peso da sua culpa, tanto pelos seus ataques contra a vida quanto pela sua patética inércia e comodidade em relação ao ataque dos outros, você não será um inútil de merda achando que tem algum tipo de controle e autoridade por conta do numero que você repete de quatro em quatro anos numa calculadora digital. Ache o seu lugar na privada e ajude a desentupi-la.

Viva a merda.
Viva a desgraça.
Viva a vida.


Citações:
Esquadros – Adriana Calcanhoto
Testify – Rage Against The Machines

Autores:
Rodrigo Souto
Daniel Sodré
Marco Sodré




Formas de se viver

27 de Novembro de 2010, 22:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Bem, lá vai mais um sobre a vida. E na verdade é mais um desabafo do que uma obra literária. Esse vai sem revisão! ^^

Hoje eu vi um filme que me fez pensar sobre a vida. Mais uma vez.

Ele me fez pensar sobre as formas de se viver a vida. E esse filme me mostrou uma vida muita confusa, aleatória e indigerível. Um verdadeiro Frankstein de como a vida pode acontecer. Mas o que mais me espantou não foi o choque entre a minha expectativa e o que o filme me mostrava, mas sim como no final das contas aquilo tudo fazia sentido. O que realmente me espantou foi como peças de quebra-cabeças diferentes podiam fazer sentido mesmo sem se encaixar.

Isso me fez pensar em como o mundo nos força a vivermos nossas vidas de uma determinada maneira. E isso está tão bem inserido em nossa cabeça que na maior parte do tempo parece ser algo realmente nosso. Quase como se fosse uma ideia sua entrelaçada perfeitamente dentro da mente. Desenvolvida perspicazmente pela sua experiência e conhecimento. Na verdade não passa de uma variação da mesma definição camuflada pela nossa carência de especialidade, unicidade e exclusividade no universo.

Comecei a pensar que a vida, em primeiro lugar, é algo realmente muito estranho. É tão fácil dizer o que é a minha cadeira, mas é tão difícil dizer o que é a vida. Talvez nem seja algo que possa ser expresso. Volta e meia nós vemos filósofos por aí questionando todos os aspectos dela e não chegando a lugar nenhum.
E no final de tudo isso nós nos achamos no direito de definir maneiras de se viver.
A parte realmente triste nessa nossa prepotência ao definir formas de se viver é que cada definição não passa de mais uma definição sem critério e que fará com todos aqueles que não vivem daquela forma passem a sofrer com sua atual forma de vida e busquem incessantemente viver tal qual essa nova definição, fazendo com que, no final das contas, essas pessoas vivam suas vidas em uma busca pelo nada.
Me lembro de diversos momentos em que eu critiquei as mais diversas formas de vida e agora sinto como se nada do que eu falei fizesse algum sentido.

E por mais que eu tente ver o contrário, as únicas coisas que parecem coerentes pra mim são:
Ninguém deve ser obrigado a viver de forma alguma.
Toda forma de se viver é válida desde que esta esteja em sintonia com seu motorista e respeite todas as demais formas de vida.

Existem as pessoas que dizem compreender a vida e existem pessoas que dizem que está não pode ser compreendida. Qual dos lados está certo? Pra mim, os dois…




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