A Santa Casa de São Paulo também quer saber onde foram parar R$ 74,7 milhões que o governo federal repassou ao governo do Estado de São Paulo com destino à instituição. O montante é superior a dívida do hospital, que motivou o fechamento do pronto-socorro para atendimento de emergências e urgências na última terça-feira (22).
Em entrevista à Folha de S.Paulo de hoje, o provedor da Santa Casa, Kalil Rocha Abdalla confirmou que o repasse do Estado não é integral (link is external). “O governo federal manda 10 e o estadual me paga 5. Estou dando um número hipotético, mas um tanto não chega. Tem peneira e eu sei onde, mas não vou falar mais nada. Quero que façam uma auditoria. O problema não é meu, é deles. Estou falando porque tenho certeza”, destacou o jornal.
Além disso, Abdalla disse que tentou contato com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) duas semanas antes de o hospital chegar a crítica situação de não ter como pagar os fornecedores. “Fui ao Palácio dos Bandeirantes, entreguei um papelzinho com a letra do [deputado estadual Antonio Salim] Curiati com a lista de coisas atrasadas e o meu telefone. Ele nunca me ligou.”
A denúncia de desvio de repasse veio à tona na última quinta-feira (24), quando o ministro da Saúde, Arthur Chioro apresentou os dados de repasse do governo federal para o Estado e o montante informado pela secretaria de Saúde que chegou à instituição. No dia seguinte, o candidato ao governo de São Paulo e ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), reforçou a denúncia.
“Desde a minha gestão, em 2011, pagamos o dobro do valor da tabela SUS [Sistema Único de Saúde] para a Santa Casa. Tem dinheiro que estava parado no governo do estado e que não era repassado, que é um recurso maior que a dívida de R$ 50 milhões (link is external)”, declarou à Rede Brasil Atual. A reportagem ainda lembra que o hospital foi um dos 762 contemplados com reajuste dos valores da tabela SUS.
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