por Edu Goldenberg*, no facebook
Não sou psicólogo, não sou sociólogo, não ostento “ólogo” algum na profissão que exerço com denodo e fé – embora exerça a advocacia com menos denodo e fé do que o denodo e a fé que empresto para meu exercício diário e permanente de cidadania. Não é possível que não haja ninguém capaz de, com brilhantismo e didatismo, fazer as pessoas verem que é a imprensa do Brasil (a carioca, in casu) a maior responsável pela nova “moda” na cidade do Rio de Janeiro: o assalto á mão armada (com faca).
A imprensa do Brasil (Jornal O Dia, Jornal O Globo, Estadão, Folha de S.Paulo e outros veículos do mesmo gênero – todos com suas exceções que confirmam a regra), diante do esfaqueamento do médico Jaime Gold, na Lagoa, passou a exaltar o esfaqueamento, a adular a arma branca, a transformar quase em fetiche o objeto perfurocortante como instrumento da violência urbana.
Essa gente, que faz propaganda do uso da faca (sim, não há justificativa para essas manchetes histéricas envolvendo um roubo e uma faca), é diretamente responsável pelo crescimento visível desse tipo de crime. Dão idéia aos que não têm perspectiva e que vivem do crime, na corda-bamba, na ânsia da fama repentina, e me permitam a citação buarquiana: “Chega estampado, manchete, retrato, com venda nos olhos, legenda e as iniciais…”
Eu, daqui do meu canto, não entendo essa gente fazendo alvoroço demais. Fazer campanha pela educação em tempo integral? Não. Essa corja, quando Brizola construiu 500 escolas em menos de 4 anos no Rio de Janeiro, foi contra. E seguem, assim, nessa campanha sórdida pela redução da maioridade penal.
* Edu Goldenberg é advogado, brizolista e tijucano – não necessariamente nessa ordem.
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