Do Opera Mundi
Os gregos decidiram neste domingo (05/07) rejeitar as propostas feitas pelos credores internacionais. Com mais de 94% das urnas apuradas, o “não” venceu o referendo com 61,44% dos votos contra 38,56% do “sim”, segundo dados divulgados pelo ministério do Interior do país.
Após o resultado, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, declarou nesta noite que a consulta popular “prova que a democracia não poder ser chantageada”. “Os gregos tomaram uma medida corajosa e é esta que irá mudar o debate na Europa”, afirmou.
Em pronunciamento em rede nacional, o chefe de Governo ainda disse que não há “soluções fáceis”, mas “soluções justas” , que devem ser buscadas e encontradas, se os dois lados quiserem isso.
Tsipras também anunciou que a votação de hoje não significa que Atenas esteja saindo da zona do euro, como muitos temem. “Nós devemos tirar essa questão fora da mesa completamente”, insistiu o premiê.
O chefe de Governo explicou ainda que seu governo reiniciará amanhã as negociações com os credores internacionais para tentar chegar a um acordo e destacou que a prioridade é a reabertura dos bancos e o retorno da estabilidade financeira.
“Quero agradecer a todos, independentemente em que votaram. Agora é preciso restabelecer a coesão social”, declarou.
Repercussão
Após o resultado, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, pediram a convocação de uma cúpula europeia extraordinária na próxima terça (07/07). A decisão foi feita depois que os dois líderes se telefonaram.
Com o fracasso do “sim”, o ex-primeiro-ministro e líder do partido Nova Democracia, Antonis Samaras, renunciou à presidência da legenda oposicionista conservadora.
“O povo decidiu em um referendo de divisão. O governo tem agora a responsabilidade de trazer um acordo que evite que o país afunde. Com a vitória do ‘não’, alguns na Europa traduzirão como vontade de sair da zona do euro. Chamo os parceiros a ajudar a Grécia a permanecer no euro”, afirmou Samaras.
Para o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, a Grécia deve agora tomar a iniciativa. “As consequências são uma decisão que deve ser tomada na Grécia. Por isso, a bola agora está com Atenas”, disse.
Milhões de gregos foram hoje às urnas decidir entre o “sim” e o “não” a um acordo nos moldes dos credores europeus, após uma breve campanha que foi marcada pela polarização e sob a pressão do fechamento de bancos imposto pelo governo grego no último fim de semana.
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