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April 3, 2011 21:00 , by Unknown - | 1 person following this article.
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Gilberto Gil e Software Livre

March 24, 2014 20:34, by Bertoni - 0no comments yet



Confesso que já vi este ódio!

March 19, 2014 5:06, by Bertoni - 0no comments yet

Por Beto Von Der Osten

Ontem me peguei refletindo sobre a imensa carga de ódio contra a esquerda que tenho visto ultimamente nas redes sociais. Nem estou falando da revista VEJA, dos articulistas da Folha e do Estadão, dos comentaristas da Rede Globo e da CBN. Estes são odiadores profissionais, são odiadores que vivem e se sustentam material e ideologicamente do seu ódio.

Não são destes que estou falando. Estou falando de ódio de gente conhecida. Amigos, parentes, gente que sei da vida, da luta. Gente que para mim é de carne e osso. Sei das suas origens e de suas famílias. Muitos são graduados, “preparados” como se arvoram. Consomem arte e refinamentos. Viajados, conhecem o mundo e sabem que o mundo está numa crise danada.

E sabem que o Brasil não vive a crise na mesma intensidade por conta de políticas acertadas de governo tais como a da distribuição de rendas e inclusão via bolsa-família, PROUNI e outras.

Mesmo assim, “a síndrome de vira-latas” compulsivamente os impele a falar mal do Brasil, a dizer que este é o pior dos países, o mais corrupto, o país que mais manipula a pobreza com “bolsas esmola”.
É certo que sempre foram conservadores de direita. Sempre temeram as esquerdas. São filhos da guerra fria sempre odiaram os “comunistas”, odeiam Cuba e Fidel Castro.

Mas eles também me conhecem, conhecem minha companheira e meus filhos. Sabem dos nossos sonhos, dos nossos medos, das nossas lutas. Sabem da militância de esquerda da nossa família. Sabem que somos dignos, íntegros e que lutamos por um mundo melhor e mais justo.

Sabem que sofremos com os tropeços que nossos governos de esquerda às vezes cometem e sabem da nossa felicidade sincera quando governos acertam caminhos, sejam de direita ou de esquerda.

Eles são da direita, acreditam na direita, mas isto até ontem nunca tinha sido um entravo para nosso relacionamento, nossa convivência. Odiavam os comunistas, mas mantinham razoável tolerância conosco da esquerda.

Tomávamos vinhos juntos. Festejávamos coisas bucólicas e familiares. Convivíamos e discutíamos nossas convicções nos limites de regras democráticas e dos direitos humanos.

Aos poucos, percebo, o ódio deles foi aumentando. O que antes era ódio difuso materializou-se contra o Lula, Zé Dirceu, ódio ao PT, ódio aos PeTralhas, ódio aos mensaleiros, ódio ao partido dos corruptos, ódio à esquerda, ódio ao pensamento diferente... e ódio a mim e a minha família.

E a cada dia as críticas foram mais pesadas, os argumentos mais sórdidos, as razões mais sorrateiras, o semblante de ódio mais visível. Os intervalos entre visitações foram se tornando mais longos. E as visitas cada vez mais curtas.

Virou um ódio pré-1964. Um ódio denso, com cheiro de caserna e inquisição.

Penso: o que poderia ter causado esta ruptura profunda, este ódio? Pensei muitas vezes em perguntar, mas acho até que eles não sabem também de onde vem tanto ódio. Foram replicando o seu ódio, absorvendo o ódio dos seus iguais e ficando impermeáveis. Hoje não lhes importa mais a razão do ódio.

E as intenções deles também mudaram... Cada um deles pouco a pouco foi se orientando para o maniqueísmo. Na leitura conjuntural que fazem, eles são os homens e mulheres de bem, sempre. As pessoas da esquerda querem implantar a ditadura do PT - o mal - logo, são pessoas malvadas que tem que ser aniquiladas.

O que era, no antes, só um odiosinho de classe, um mal estar passageiro que terminaria quando a esquerda fosse devolvida ao “seu lugar”, foi se transformando em um monstro.

Antes eles só queriam tirar o Lula, só queriam derrotar as esquerdas nas urnas e implantar aqui a “sorridente e branca democracia europeia e americana”.

Game over. O tempo correu e o plano deles foi fazendo água. Cansados de esperar esta demorada vitória nas urnas, primeiro passaram envergonhadamente a pensar em pedir ajuda aos militares. Depois, encurralados pelas circunstâncias passaram a articular com setores da mídia razões para um impeachment. Finalmente, derrotados sucessivas vezes pelo povo, só lhes restou buscar forças no ódio que dormia nos seus porões.

Contraditoriamente são pessoas humanistas, daquelas que levam para casa cãezinhos abandonados. Gente que se emociona com animaizinhos silvestres. É duro ver que não lhes importa mais o preço das vidas que serão ceifadas em um golpe militar.

Nem lhes importa que amigos, familiares, vizinhos, professores dos filhos, colegas de trabalho serão presos, torturados, banidos, assassinados. Não lhes importa mais porque o seu ódio é maior do que sua solidariedade e muito maior que sua inteligência.

Clamam que venham novamente os militares e seus canhões, suas masmorras, seus desfiles monumentais, seus hinos, suas fanfarras e sua nova ordem civilizatória. A paz dos cemitérios.

E o pior medo que tomou conta de mim foi perceber que estas pessoas não querem mais saber de onde vem o seu ódio. E não querem mais saber por que podem descobrir que o seu ódio não vem de lugar algum... É só ódio.

Eles vão assistir às prisões e assassinatos impassíveis. Foi feito o que tinha que ser feito. A democracia e a moralidade estão resgatadas no País. A corrupção é morta.

Agora sim o silêncio pode ser ouvido enquanto os canhões cantam sua longa canção.

Satisfeitos vão correr a cortina, voltar para a sala assistir o Jornal Nacional e depois dormir cedo. Amanhã tem Marcha da Família com Deus pela Liberdade.

E para os que enfrentaram a ditadura militar para conquistar liberdades democráticas, para os que lutaram pelo direito dos odiadores odiarem abertamente só restará lutar de novo pelas mesmas coisas.

Cansei...



Emprego tem forte alta em fevereiro e gera saldo de 260 mil novas vagas

March 18, 2014 11:36, by Bertoni - 0no comments yet

Segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do mês de fevereiro apresentou saldo positivo de 260.823 novas vagas, mais que o dobro do mesmo período do ano anterior.

O resultado é o melhor para o mês de fevereiro desde 2011 e ficou muito acima da média das previsões de criação de empregos dos analistas financeiros, que esperavam a geração de apenas 120 mil novas vagas.

Com o resultado de fevereiro, contabiliza-se no ano a criação de 302.190 novas vagas, sendo que no acumulado de doze meses a criação líquida de empregos soma 1,157 milhões de novas oportunidades de trabalho.

Os dados de fevereiro foram impulsionados pela criação liquida de 143.345 novas vagas no setor de serviços, seguido pela abertura de 51.951 novos postos de trabalho na indústria. Regionalmente, o sul do país liderou a geração de novos empregos, com crescimento de 1,08% e 79.990 novos postos gerados. Em segundo lugar, o nordeste aparece com aumento de 0,27% e criação de 17.565 novos empregos.

Comentário:

A forte expansão da produção industrial, das vendas no varejo e do emprego no início de 2014 contraria as análises mais pessimistas, que esperavam um cenário de baixíssimo dinamismo (se falava até em recessão) no ano corrente. Obviamente, tais resultados precisam ser considerados em perspectiva, não podendo ser considerados sozinhos uma tendência de retomada do crescimento no longo prazo, mas certamente apontam para um primeiro trimestre positivo do ponto de vista do desempenho do PIB, do emprego e da renda. A preocupação reside no fato de que tal expansão acelerada da atividade possa levar o Banco Central a prolongar o ciclo de aumento dos juros, dado o impacto inflacionário da estiagem do início do ano e o potencial propagador da inflação de uma economia mais acelerada. O cenário atual, no entanto, parece ser de inflação sob controle (em patamares similares aos do ano passado) e de atividade em recuperação, impulsionada pelo aumento do investimento e do emprego.

Fonte: Boletim Diário de Conjuntura nº 126 da Fundação Perseu Abramo



O Satânico Dr. Mao Contra os Coxinhas Podres: Vocalista Fala Sobre o Destino dos Garotos Podres

March 17, 2014 17:03, by Bertoni - 0no comments yet

Por  Eduardo Ribeiro

Foto: Divulgação.

Para quem curte muito o som de uma banda, é sempre uma merda ficar sabendo que os integrantes da formação original vez ou outra arrumam tretas entre si. As relações humanas são foda, e a gente tá ligado que qualquer rusga surgida da convivência, seja em estúdio, seja em turnê, pode jogar por terra a trajetória daquele grupo que significou tanto para você. Mas esse tipo de coisa faz parte do rolê, acontece no mainstream, acontece no underground, pelas mais variadas razões. Orgulho, grana, ciúmes, falta (ou excesso) de comprometimento, cansaço… Bastar prestar atenção na história do rock para encontrar inúmeros exemplos disso.

Nos últimos tempos, acompanhando as atualizações on-line do Garotos Podres aqui na redação, notamos que havia duas páginas para a mesma banda rolando. E, como se não bastasse, estes perfis paralelos digladiavam entre si. Pra quem é punk da véia, não é novidade que os caras nunca concordaram totalmente a respeito das certas questões. Porém eles sempre davam um jeito de passar por cima de eventuais desavenças em nome da música e em respeito ao público. Um confronto de posturas em julho de 2012, durante um festival em Araraquara (interior de São Paulo), no entanto, acabou minando a tolerância entre eles. A banda rachou.

Daí ficaram o Mao (vocalista) e o Cacá Saffiotti (guitarrista) de um lado, enquanto o Sukata (baixista) e o Caverna (baterista), debandaram pro outro. A primeira dupla segue tocando e gravando sob o nome O Satânico Dr. Mao e os Espiões Secretos, já a segunda insiste em usar o nome Garotos Podres. A novela toda já está correndo na Justiça. Enquanto a burocracia da lei não passa a régua na questão, resolvemos procurar o Mao, dono do registro do nome e das letras, para contar sua versão dos fatos.

O papo foi extenso, e abordou todos os pormenores do conflito. Se liga aí:

Noisey:Mao, como foi que você tomou conhecimento da existência desta versão do Garotos Podres? E por que os caras seguem com a banda mesmo sem você na formação?
Mao: Depois que a banda rachou cortei todo contato com o baixista e o baterista. O fato de estes cidadãos apoiarem o nosso empresário que se recusava a prestar contas de nossa participação num festival em Araraquara foi a gota d'água. O fato de o empresário ter se utilizado de uma empresa que nos era desconhecida para emitir nota fiscal, num evento organizado por uma empresa pública municipal que contava com 127 denúncias de irregularidades era grave. O mínimo que ele deveria fazer era prestar contas. Ao invés disto, ele recusou-se, deixando-me a mais de 300km de casa e sem dinheiro. Para conseguir os trocados que me faltavam para comprar a passagem de volta, consegui um empréstimo com um policial militar, que curiosamente, conhecia a banda. No caminho de volta pensei bastante. Um elo de confiança e camaradagem foi quebrado. Decidi que jamais voltaria a tocar com aquelas pessoas. A primeira coisa que decidi fazer foi providenciar o registro da banda.

Não mais respondi e-mails nem atendi telefonemas destes cidadãos. A única notícia que tinha deles era através de um amigo em comum, para o qual eles ficavam ligando insistentemente para fazer ameaças. O tom das ameaças era sempre o mesmo, que eu tinha que tocar com eles porque "eles estavam precisando de dinheiro”. Caso não fizesse isto, “me processariam”. Era uma situação tão absurda que passei a me sentir um trabalhador escravo. No início de 2013 algumas pessoas começaram a me alertar que estava ocorrendo uma movimentação estranha no Facebook. Segundo informações, estes indivíduos estavam intentando montar uma banda e se apropriar do nome Garotos Podres. Acabei criando uma página pessoal no Facebook, e fui ativando-a aos poucos.

No início de abril de 2013, o baixista tentou registrar a banda “Garotos Podres” no nome dele. Obviamente ele não conseguiu, pois eu havia me adiantado neste sentido. Ato contínuo, este cidadão enviou-me uma notificação extra-judicial cheia de ameaças sem pé nem cabeça. Entre outras coisas, o baixista e o baterista me exigiam “30 anos de direitos trabalhistas”. Alguns dias depois eis que eles fazem uma canja junto ao show do Supla no aniversário da cidade de Santo André, em São Paulo.  Foi desta forma que se confirmou a existência dos Garotos Podres fake.

A partir de então começou uma verdadeira guerra nas redes sociais. Diante das inúmeras ameaças tive que constituir um advogado. Aconselhado por este, decidi abster-me de utilizar o nome Garotos Podres até a decisão administrativa ou judicial final. Entretanto os antigos baixista e baterista não tiveram a mesma atitude. Meu advogado tentou conversar com eles para obter uma solução amigável, que não foi possível. Estes “exigiram” que fossem pagos a quantia de R$ 430 mil reais para que eu pudesse continuar a usar o nome que criei para a banda que fundei. Obviamente não houve acordo.

Eu e o guitarrista (Cacá Saffiotti), decidimos criar um projeto paralelo até que não se resolvesse a situação. Juntamo-nos ao Uel (baixo) e Shu (bateria) e formamos O Satânico Dr. Mao e os Espiões Secretos. O Sukata e o Caverna poderiam ter feito o mesmo, montar uma banda com um nome qualquer e tocarem o que quiserem (inclusive músicas dos Garotos Podres). Creio que o grande problema deles é que eles têm plena consciência que não são capazes de criarem algo novo, e por este motivo se aferram no direito de usar ilegalmente o nome Garotos Podres.

Lá no Facebook você se refere aos caras como "coxinhas". Isto seria uma referência ao modo irônico como geralmente os policiais militares são chamados, enunciando a afeição dos mesmos aos ideais dos milicos?
Originalmente o termo coxinha era realmente utilizado em São Paulo como forma pejorativa para designar os policiais militares. Entretanto este termo generalizou-se para definir as pessoas que adotam irrefletidamente posturas e discursos claramente conservadores e direitistas. O termo “Coxinhas Podres” para designar esta banda fake não é de minha autoria. Digamos que é de autoria coletiva. Os fãs dos Garotos Podres com os quais tenho contato em minha página repetiram tanto esta frase para designá-los, que o termo acabou colando.

Foto: Reprodução

Sendo você um sujeito reconhecidamente comunista, como foi a relação sua com os outros integrantes da banda durante anos? Esse tipo de opinião/posicionamento conservador já era percebido por você em uma atitude ou outra do passado?
Nunca fui um militante orgânico a nenhum partido. Mas sempre defendi os movimentos sociais e a luta pela emancipação dos trabalhadores. Com exceção do Cacá Saffiotti, que tem um histórico de militância sindical (professores), os demais membros que passaram pelos Garotos Podres nunca tiveram um posicionamento político mais definido. Obviamente isto sempre me acarretou sérios problemas. Sempre era acusado de ser “muito comunista” pelas letras que fazia. Em alguns casos a discussão chegou ao quase rompimento da banda. Vou dar um exemplo:

Quando propus a letra e a melodia de “Aos Fuzilados na CSN”, quase apanhei. Foi um quebra pau danado (sempre a mesma acusação: “as suas letras são muito comunistas”). Para convencê-los a tocar a música foi um sacrifício. A música saiu no álbum Canções para Ninar (1992). Também foi escolhida pelos produtores locais para o compacto 7” (split) que foi lançado na Alemanha para divulgar a nossa turnê no país junto com o Mata-Ratos (1995). Assim, como num passe de mágica, a música deixou de “ser uma bosta”, ou “muito comunista” como eles diziam. Ela foi tocada em nossos shows até 2012, ou seja, por 20 anos, tendo ainda duas versões ao vivo nos álbuns Rock de Subúrbio – Live (1995) e Live in Rio (2001).

O quê ou quem você acha que influenciou os demais integrantes a seguirem esse caminho político?
Sinceramente não sei o que dizer disto. Ainda estou tentando entender o que está acontecendo. Os demais integrantes do Garotos Podres nunca tiveram um posicionamento político mais claro. A suposta neutralidade era a postura mais comum. O que me surpreende é que os antigos baixista e baterista abandonaram esta “vaga postura de neutralidade política” e acabaram assumindo um posicionamento político claro: de direita. Seja quais forem os motivos que os levam a assumir posições cada vez mais reacionárias, uma coisa podemos constatar: cada vez mais eles estão recebendo apoio de grupos ligados à direita. Isto pode ser facilmente observado pelas redes sociais.

Atualmente vocês brigam na justiça pelo nome da banda, certo? Se não tivesse rolado aquela treta que estourou com o festival em Araraquara, você acha que teria energia e tolerância em continuar tocando por mais tempo ao lado de pessoas com ideologias tão contrárias às suas?
Eu acho que o rompimento que ocorreu era algo inevitável. Ocorreria mais cedo ou mais tarde. Além de problemas internos à banda, havia um problema externo que era o relacionamento que tínhamos com o empresário. Nos últimos anos este sempre procurou tirar vantagem, em proveito próprio, da desunião que crescia no seio da banda. Lógico que continuavam a torcer o nariz para as letras que eu fazia. Um exemplo: o Sukita não gostou nem um pouquinho da letra de “Repressão Policial – Instrumento do Capital”, simplesmente porque ela “falava mal da polícia”. Mas àquela altura do campeonato, em 2012, eles estavam pouco preocupados com questões ideológicas. O que lhes realmente interessava era ganhar alguns trocados, viajar e ainda posarem de pequenos popstars. Creio que eles não titubeariam em se fantasiar de Stálin, Trótski ou Lênin, desde que isto lhes rendesse alguns trocadinhos.

Em sua época de banda, você acha que eles seguravam mais a onda em tais declarações e que a sua saída tenha os deixado mais livres para dar esse tipo de opinião nas redes sociais?
Acho que era eu quem acabava dando a linha política à banda. Acabava atuando quase como uma espécie de comissário político. Em entrevistas, eles mais ou menos seguiam os meus posicionamentos. Atualmente vejo que eles estão completamente perdidos em termos ideológicos, passaram a defender publicamente a atuação da ROTA [Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, grupo de elite da Polícia Militar de SP] durante a Ditadura Militar e a apoiar a repressão policial aos movimentos sociais. Começaram a compartilhar frases de Olavo de Carvalho e vídeos da Rachel Sheherazade. Até mesmo vídeos de bandas RAC (Rock Against Communism) eles estão compartilhando. Acho isto vergonhoso e lamentável. Um verdadeiro atentado ao espírito dos Garotos Podres.

Com duas páginas do Garotos Podres atualmente no ar no Facebook, como você vem sentindo o apoio do público que acompanhara vocês nesses 30 anos? Houve um racha na banda, mas também há uma polarização entre os fãs?
Na minha opinião os fãs dos Garotos Podres não aceitaram muito bem esta maracutaia que montaram, a qual prefiro chamar de Coxinhas Podres. Obviamente os Coxinhas têm parentes, amigos e também pessoas desinformadas que estão os apoiando. É interessante notar que também surgiram alguns “fãs” de última hora, algumas galinhas verdes, que estão tentando tomar proveito disto. Em suma, creio que a maioria dos verdadeiros fãs dos Garotos Podres não gostam de coxinhas estragadas (risos).     

Foto: Reprodução

Como andam os trabalhos com O Satânico Dr. Mao? O que vocês já têm lançado ou vêm preparando aí pra lançar? A ideia deste projeto é seguir fazendo um som na mesma linha do Garotos Podres?
Neste mês de março estamos gravando o nosso álbum de estreia. Depois de pronto o álbum é que nos vamos começar a preparar nosso show. De uma certa forma creio que O Satânico Dr. Mao e os Espiões Secretos é uma continuidade dos Garotos Podres, com algumas inovações e experimentações. Algumas músicas são mais sérias, com conteúdo de crítica social, e outras são sacadas humorísticas e/ou sarcásticas, mais ou menos como era no Garotos.

Você agora se sente mais solto para escrever letras que de repente os outros dois integrantes teriam censurado?
Obviamente estar ao lado de pessoas que realmente sabem tocar e que não ficam torcendo o nariz para as letras que faço, ajuda muito. As ideias, sejam elas boas ideias ou simplesmente ideias de jerico, fluem com mais naturalidade.

Pelo que vi no Facebook eles estão planejando lançar um disco sob o nome Garotos Podres. Você não acha que isso pode deixar a história mais pesada pro lado deles com a Justiça, já que você registrou o nome?
Acho que eles estão correndo um risco muito grande. Dependendo da decisão da Justiça os CDs que eles estão prensando podem ser apreendidos ou coisa assim.

E pra quem vai a grana de produtos como os shapes de skate licenciados para a marca Sick Mind?
Em relação à Sick Mind, isto pode trazer problemas também, pois estão comercializando indevidamente uma marca. Acho que todos eles são adultos e sabem quais podem ser as consequências disto. Um deles é, inclusive, bacharel em Direito. Nenhum deles poderá alegar que não sabiam do que poderia acontecer. O mesmo posso dizer das empresas e contratantes de shows.



Ciberguerra potencializa guerra informacional

March 6, 2014 23:46, by Bertoni - 0no comments yet

Por Sérgio Bertoni*

Ciber500x500 Desde que os EUA sofreram a "derrota" no Egito com a derrocada de seu aliado Hosni Mubarak, eles rapidamente "aprenderam a lição" e inverteram o jogo. Começaram atacar alvos estratégicos para seus interesses comerciais e industriais (ou seja, países que possam representar um empecilho aos negócios das transnacionais petroleiras e da indústria de energia, principalmente), criando ou se apropriando de movimentos oposicionistas nacionais, gerando a instabilidade interna, rotulando os governantes de ditadores e finalmente tentando algum tipo de intervenção direta ou branca.  

Síria, Ucrânia e Venezuela são exemplos disso. Não importa o quanto os governantes destes países sejam democráticos. Importa que tipo de limites eles criam para o livre agir de seus oposicionistas a serviço dos interesses dos conglomerados econômicos nacionais e estrangeiros.

O roteiro usado pelos representantes do poder econômico transnacional é bastante simples. É possível ver os passos deste enredo golpista em várias manifestações ditas populares na Síria, Ucrânia, Venezuela e mesmo no Brasil.

Primeiro, “bombardeiam” os povos com noticiários negativistas diuturnamente, criando a sensação de instabilidade institucional, política, social e econômica.  

Segundo, colocam facções de uma mesma sociedade nacional em confronto direto.

Terceiro, para que se consiga o apoio das massas, tanto nacionais como estrangeiras, “colam” no peito do governante de plantão o rótulo de Ditador, Corrupto, etc, ao mesmo tempo que “colam” o rótulo de Libertários e Democratas, Defensores do povo, nos manifestantes oposicionistas.

Quarto, com o país à beira de uma guerra civil ou já nela, apresenta-se a solução da intervenção externa como forma de “civilizar”, “pacificar” e “democratizar” o país em desgraça.

Embora pareça não ter uma ligação direta, o que está acontecendo na Síria, Ucrânia e Venezuela segue o script descrito acima, já provado em outras rebeliões, tidas como populares, que contaram com apoio da UE e dos EUA.

Outro fator importante para o sucesso da sanha intervencionista é garantir uma ampla cobertura jornalística dos acontecimentos, onde a imprensa patronal e comercial em uníssono martela 24 horas por dia uma mesma versão padronizada dos fatos, de forma superficial e sem embasamento nenhum na realidade local.  

Na Ucrânia, a intenção é ferir de morte a Rússia, integrante dos Brics, grupo formado pelas potências emergentes regionais: Brasil, Rússia, Índia, China e Africa do Sul. Mas nem Europa nem Estados Unidos tem coragem de fazer uma intervenção direta no reinado de Putin. Usam as disputas internas das oligarquias ucranianas para criar a instabilidade, quitar-lhe as terras agriculturáveis e manter a Rússia ameaçada. Bases militares e mísseis são instalados em território ucraniano a poucos quilômetros de Moscou e São Petersburgo, só para citar as mais famosas e principais cidades russas.

Na Venezuela, o objetivo do maior consumidor de petróleo do planeta, os EUA, é ter livre acesso às riquezas petrolíferas do país sulamericano detentor de uma das maiores reservas mundiais do ouro preto. Acesso este dificultado por legislações soberanas democraticamente aprovadas desde o início da Revolução Bolivariana e da chegada de Hugo Chavez ao governo venezuelano.

No Brasil, a questão é o petróleo Pré-Sal, a mais recente descoberta desta riqueza mineral neste século. Os oposicionistas estão a serviço de quem quer o controle total do petróleo produzido no Pré-Sal brasileiro, de forma a garantir os estoques das grandes transnacionais petroleiras e do maior consumidor mundial do combustível fóssil, os já mencionados Estados Unidos da América.

Embora entre os manifestantes sempre existam algumas pessoas bem intencionadas, por trás da maioria dos movimentos oposicionistas da nova onda estão fundações estrangeiras e suas aliadas nacionais com um mesmo modus operandis, com um mesmo patrão, como nos mostra o vídeo:

http://blogoosfero.cc/sergiobertoni/blog-do-bertoni/eua-financiam-protestos-de-jovens-no-mundo-inteiro

O importante para essa gente é criar o caos, a instabilidade, a ideia de falta de governo e de poderes estabelecidos, fazendo a opinião pública nacional e internacional acreditar na inevitabilidade da intervenção externa, de modo a impor um gerente mais confiável ao sistema capitalista internacional.

Nos casos do Brasil, da Ucrânia e da Venezuela, a agitação política dos últimos tempos não pode ser tratada como mera disputa nacional, usada, aliás, para encobrir a disputa geopolítica e econômica internacional. O que se busca é acesso fácil e barato a recursos naturais e riquezas abundantes do país alvo ao mesmo tempo que se tenta coibir o crescimento de possíveis novas potências políticas, sociais, econômicas e/ou militares.

Contudo, a existência de pessoas preocupadas com o futuro da Democracia e da Humanidade, organizadas em torno de redes de informação alternativas, de uma blogosfera ativista e de um ciberativismo popular, tem conseguido dissipar a nuvem de mentiras e combater o unilateralismo informacional zumbizante imposto pelos meios de comunicação de massa patronais.  

As redes alternativas fazem um contraponto informacional e político precioso: impedem que os planos dos golpistas neoliberais (e até mesmo neonazistas) sejam facilmente aplicados.  

Cidadãos de distintos países trocam informações em suas redes de contatos. Estas as divulgam e logram desmontar as versões mentirosas disseminadas pela imprensa patronal a serviço dos grandes interesses econômicos. Assim tem sido no Brasil, assim tem sido na Venezuela, na Argentina, Equador e até mesmo na Ucrânia, onde os neonazistas que chegaram ao governo através de um golpe de estado enfrentam a resistência do povo ucraniano, organiza e protesta contra os golpistas.

Se não existissem fontes alternativas de informação e meios eletrônicos soberanos para sua divulgação, certamente a vida dos golpistas seria muito mais fácil e o resultado de suas ações contra os povos mais avassalador.

Além das guerras convencionais, enfrentamos uma verdadeira ciberguerra mundial que potencializa a tradicional guerra informacional. EUA e UE gastam bilhões de dólares e euros anualmente para manter a infraestrutura que torna possível a ciberguerra. Seus serviços secretos, aliados às empresas transnacionais, investem bilhões em redes digitais privadas para manter as pessoas plugadas o maior tempo possível. Conectadas elas consomem, sem a menor chance de raciocínio, conteúdos devidamente preparados para que aceitem determinadas “verdades” produzidas pelos ideólogos do pensamento único neoliberal.

Estamos em uma guerra operada por grandes potências industriais e, principalmente, tecnológicas, que possuem um roteiro muito claro para colocar as mãos sobre as riquezas naturais e minerais dos países. Logo, para defender-se e preservar-se, os países pobres precisam desenvolver mais e novas tecnologias livres e soberanas que permitam aos povos resistir aos ataques desferidos pelo grande capital transnacional.

A existência de redes livres e soberanas, como Blogoosfero, Diáspora, Friendica, Identi.ca, entre outras, compõe o novo cenário logístico da resistência digital e da luta dos setores populares e democráticos em todo o mundo. Estas redes são o contraponto tecnológico à política intervencionista e centralizadora das grandes redes digitais privadas mantidas por empresas transnacionais.

O lema do Blogoosfero, por exemplo, é “Ocupar a Internet, Resistir e Produzir nossos próprios conteúdos e tecnologias”, porque sem as iniciativas livres e soberanas, o controle ideológico e tecnológico dos países ricos sobre os países pobres seria ainda mais violento do que é atualmente.

Sem as tecnologias livres e soberanas, a recolonização cultural, política e econômica dos países do terceiro mundo já seria um feito muito além das intenções concentradoras do grande capital transnacional que hoje observamos.

Ver também:

http://lapupilainsomne.wordpress.com/2012/06/01/blogoosfero-desde-el-sur-hacia-la-internet-3-0-video/

http://www.cubahora.cu/ciencia-y-tecnologia/quien-manda-en-el-shopping-center-es-su-dueno-facebook-es-una-shopping

http://www.cubahora.cu/blogs/pensar-digital/tecnologias-propietarias-ser-o-no-ser

http://www.cubahora.cu/del-mundo/dilma-el-espionaje-electronico-y-un-cambio-de-paradigma-fotos-video

http://blogoosfero.cc/sergiobertoni/blog-do-bertoni/tente-se-informar-para-emitir-sua-opiniao

http://blogoosfero.cc/sergiobertoni/blog-do-bertoni/eua-boicotam-programas-de-solidariedade-medica

http://blogoosfero.cc/sergiobertoni/blog-do-bertoni/como-a-midia-golpeia-a-soberania-da-america-latina.-assange-entrevista-correa

*Com a colaboração de Mirelle Camargo



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