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Software Livre

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April 3, 2011 21:00 , by Unknown - | 1 person following this article.

Comunidade Software Livre na Campus Party Brasil 2016

January 20, 2016 12:08, by Feed RSS do(a) PSL-Brasil

A Campus Party Brasil 2016, um dos maiores eventos presenciais de tecnologia do globo, acontece de 26 a 31 de janeiro em São Paulo. Como não poderia deixar de ser, a Comunidade Software Livre estará por lá com uma programação LIVRE intensa e cheia de novidades. 

Para saber sobre a Programação Completa do evento, acesse http://brasil.campus-party.org/conteudos/agenda.

E abaixo você pode conferir a Programação da nossa comunidade! ;)

27 de janeiro de 2016

10:45   Mini-curso GNU/Linux #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

15:30   Criando minha própria nuvem em um Servidor Web Linux #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

17:45   Conhecendo na prática o Trisquel GNU/Linux. #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

21:15   Introdução a Programação com Ruby on Rails. #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

23:00   IoT Além do Hardware #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

 

28 de janeiro de 2016

0:00   NodeBots - Garoa Dojo Shield #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

1:00   Introdução ao desenvolvimento Android #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

10:30   Edição de vídeo com Software Livre. #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

14:15   Programando Interfaces com Qt/C++. #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

15:30   Hackerspaces feministas: reduzindo a desigualdade de gênero na tecnologia. #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

16:15   CriptoSanta: Entendendo navegação anônima. #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

17:45   Desenvolvendo streaming de vídeo com Python. #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

23:00   Criando sites com Joomla: da instalação à publicação online #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

 

29 de janeiro de 2016

0:00   Usando o Material do CodeClub Brasil para ensinar crianças a programar #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

1:00   Realidade Virtual - Você pode ter a sua #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

10:30   Artes Gráficas com Software Livre. #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

14:15   Descobri que o computador me obedece! :-) #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

15:30   Trabalhando com Posts e Campos Personalizados #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

17:45   Quer construir um site rápido e gratuito com o Joomla? #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

21:15   Análise de tráfego em redes TCP/IP com tcpdump. #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

23:00   PyLadies Brasil | FlapPyLadies: Crie seu primeiro jogo em Python Mais info no Campuse.ro

30 de janeiro de 2016

0:00   Transplante de Instalação GNU/Linux #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

1:00   WordPress como base de aplicações #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

14:15   Instalando e personalizando o Debian GNU/Linux #CPBR9 Mais info no Campuse.ro

16:30   O Software Livre como ferramenta para a inclusão de mulheres na tecnologia #CPBR9



Eventos de TI - teste

January 18, 2016 13:00, by Feed RSS do(a) PSL-Brasil

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Evite os Compromissos Ruins por Richard Stalmann

January 18, 2016 12:23, by Feed RSS do(a) PSL-Brasil



Pela importância da mensagem, fizemos uma tradução livre do texto de Richard Stalmann, "Avoiding Ruinous Compromises", publicado recentemente na página gnu.org. Vale a leitura! ;)

"Evite os compromissos ruins.

O movimento software livre busca a mudança social: fazer com que todo software seja livre para que  todos os usuários de software sejam livres e possam formar uma comunidade de cooperação. Cada programa que não é livre dá o seu desenvolvedor poder injusto sobre os usuários. Nosso objetivo é por fim a esta injustiça.

O caminho para a liberdade é uma longa estrada. Custaria muitos e muitos anos para chegar a um mundo onde é normal para usuários de software ter liberdade. Alguns destes passos são difíceis e exigem sacrifício. Alguns passos são mais fáceis se fizermos compromissos com as pessoas que têm objetivos diferentes.

Assim, a Free Software Foundation realiza compromissos, incluindo os importantes. Por exemplo: estamos engajados nas disposições de patentes da terceira versão da Licença Pública Geral GNU, de modo que as grandes empresas contribuam e distribuiam software licenciado sob a GPLv3 e, assim, trazer algumas patentes sob o efeito destas disposições.

O objetivo da GPL é um compromisso: nós a usamos em certas bibliotecas livres escolhidas para permitir a sua utilização em programas que não são livres; porque pensamos que proibi-lo legalmente só levaria os programadores a usar bibliotecas privadas. Nós aceitamos adicionar código em programas GNU para fazê-los trabalhar em conjunto com programas não-livres comuns. E documentamos e tornamos isso público, de modo a incentivar que os usuários deste último instalem o primeiro, mas não vice-versa. Defendemos certas campanhas com as quais concordamos, mesmo quando não estamos em absoluto de todo com os grupos por trás delas.

Mas nós rejeitamos certos compromissos, mesmo quando grande parte da nossa comunidade está ansiosa para fazê-lo. Por exemplo, recomendamos apenas as distribuições GNU / Linux que têm políticas de não incluir software proprietário e que não orientem seus usuários a instalá-los. Aconselhar distribuições não-livres seria um compromisso ruinoso.

Compromissos são ruinosos se eles podem trabalhar contra nossos objetivos a longo prazo. Isso pode acontecer de um modo conceitual ou na prática.

No mundo das idéias, compromissos ruinosos são aqueles que reforçam as premissas que procuramos mudar. Nosso objetivo é um mundo em que os usuários do software são livres, mas até agora a maioria dos usuários de computador nem sequer reconhecem a liberdade como uma questão importante. Eles levam os valores de «consumidor», o que significa que julgar qualquer programa apenas de acordo com os efeitos práticos, tais como preço e conveniência.

Um famoso livro de auto-ajuda de Dale Carnegie “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas” informa que a maneira mais eficaz para persuadir alguém a fazer algo é apresentar argumentos que são atraentes em função da seus valores. Existem métodos que podem atrair os valores de consumo típicos da nossa sociedade. Por exemplo, o Software Livre obtido gratuitamente pode economizar o dinheiro do usuário, também muitos programas livres são adequados e confiáveis. Citar esses benefícios práticos tem conseguido persuadir muitos usuários a adotar vários programas livre, alguns dos quais tem bastante sucesso agora.

Se o que você quer é conseguir com que mais pessoas a utilizem software livre, você pode optar por manter o silêncio sobre a questão da liberdade e se orientar exclusivamente para as vantagens práticas que os valores de consumo podem entender. Isto é o que o termo "open source" utiliza em sua retórica.

Essa abordagem pode levar-nos a ir apenas até parte do caminho que conduz à meta da liberdade. As pessoas que usam software livre só porque é conveniente, vão ficar com ele só porque é conveniente. E eles não vão ver nenhuma razão para não usar softwares proprietários que são convenientes para eles, juntamente com o primeiro.

A filosofia do open source pressupõe e apela para valores de consumo, e este os afirma e reforça. Esta é a razão pela qual não apoiamos o "open source".

Para estabelecer uma comunidade livre plena e duradoura, é preciso fazer mais do que levar as pessoas a utilizar alguns programas livres. Nós precisamos difundir a idéia de julgar o software em função dos << valores cidadãos >> baseando-nos na observação se respeitam a liberdade da comunidade e dos usuários, não só em termos de conveniência. Então não se cairemos na armadilha de um programa proprietário que tem uma característica atraente e conveniente.

Para promover os valores cidadãos, precisamos falar sobre eles e mostrar como eles acabam por ser a base de nossas ações. Devemos rejeitar o compromisso de Dale Carnegie deixando as ações serem  influenciadas apelando para os valores de consumo.

Isso não quer dizer que não podemos citar vantagem prática em tudo, podemos e fazemos. Ele se torna um problema apenas quando as pessoas se concentram na vantagem prática em detrimento da liberdade, ou sugerem que outros o façam. Então, quando citamos as vantagens práticas do software livre, frequentemente reiteramos que elas são razões secundárias e adicionais para o preferirmos.

Não é o suficiente fazer com que nossas palavras estejam de acordo com nossos ideais. Nossas ações também têm que concordar com eles. Portanto, devemos também evitar compromissos que nos façam ou legitimar coisas que queremos descartar.

Por exemplo, a experiência mostra que você pode atrair alguns usuários para GNU / Linux, se alguns programas que não são livres estiverem incluídos. Isto poderia significar um aplicativo não-livre bonito que chama a atenção de alguns usuários, ou uma plataforma que não é livre, como era antigamente o Java ou até mesmo o runtime do Flash,  ou um driver que não é livre que permite o suporte para determinados modelos de hardware.

Estes compromissos são tentadores, mas desprezam a meta. Se você distribuir software que não é livre, ou direcionar as pessoas ao seu redor a fazê-lo, você vai achar difícil dizer "o software não-livre é uma injustiça, um problema social e temos de pará-lo.”. Mesmo que ele realmente diga estas palavras, suas ações desmentiriam.

A questão não é se as pessoas devem ser capazes ou ter permissão para instalar um software que não é livre; um sistema de modo geral permite aos usuários fazerem o que quiserem. A questão é se nós guiamos os usuários para um software que não seja livre. O que eles fazem para si mesmos é de sua própria responsabilidade; o que nós fazemos para eles, e para onde nós os direcionamos, é nossa responsabilidade. Não devemos direcionar os usuários para um software proprietário, como se fosse uma solução, porque o software proprietário é o problema.

Um compromisso ruinoso não é apenas uma má influência sobre os outros. Você também pode alterar os seus próprios valores, através da dissonância cognitiva. Se você acredita em certos valores, mas suas ações implicam em outros valores conflitantes, você ficaria susceptível a mudar de um para o outro para resolver a contradição. Assim, projetos que discutem apenas as vantagens práticas ou direcionam para um software que não é livre, quase sempre parecem tímidos em sugerir até que o software não-livre é antiético. Para seus participantes e para o público, reforçam os valores de consumo. Devemos rejeitar esses compromissos para manter a retidão de nossos valores.

Se você quiser mudar para software livre, sem se comprometer com a meta da liberdade, consulte a área de recursos da FSF. Tem uma lista de configurações de hardware e máquinas que trabalham com software livre, distribuições o GNU / Linux totalmente livre para instalar e milhares de pacotes de software livre que trabalham em um ambiente de 100% software livre. Se você quer ajudar a comunidade a continuar no caminho para a liberdade, uma medida importante é apoiar publicamente os valores cidadãos. Durante as discussões sobre o que é bom ou mau, ou sobre o que fazer, cite os valores da liberdade e da comunidade e argumentar com base neles.

Não faz sentido caminhar rápido se você tomar o caminho errado. Compromisso é essencial para alcançar um grande objetivo, mas devemos estar conscientes dos compromissos que nos levam para longe do que queremos realmente alcançar.

Richard Stalmann"

publicado originalmente em: https://www.gnu.org/philosophy/compromise.en.html



Como honrar a vida de Aaron Swartz

January 12, 2016 11:49, by Feed RSS do(a) PSL-Brasil

Hoje é o terceiro aniversário do suicídio de Aaron Swartz, programador americano, escritor, articulador político e ciberativista. Para dizer o mínimo, Swartz foi co-autor do RSS, um dos fundadores do Reddit e organizador ativista da Demand Progress.

Em 6 de janeiro de 2011, ele foi preso pelas autoridades federais dos EUA por usar a rede do MIT (Massachusetts Institute of Technology) para descarregar, sem pagamento, grandes volumes de artigos da revista científica JSTOR. Ele foi acusado de crime de invasão de computadores, sujeito ao cumprimento de até 35 anos de prisão e mais multa de 1 milhão de dólares. Em sua defesa ele agava que não concordava com а prática da revista em remunerar as editoras e não os autores. Além de cobrar pelo acesso aos artigos, o que segundo ele limitava o acesso para comunidades acadêmicas.

Na manhã do dia 11 de janeiro de 2013, Aaron Swartz foi encontrado enforcado em seu apartamento em Crown Heights, Brooklyn, num aparente suicídio.

Ben Wikler, que foi seu amigo pessoal, publicou um relato emocionado sobre como é se lembrar de Swartz e de seu ativismo. Wikler também nos convida a pensar em maneiras para honrar a trajetória de Aaron e dar continuidade ao seu trabalho.

Fizemos aqui uma tradução livre do texto para compartilhar com todos. ;)

Boa leitura!

 

Como honrar a vida de Aaron Swartz.

Aaron foi um dos meus amigos mais próximos. Aquela noite foi a pior da minha vida.

Nas semanas e meses que se seguiram, muitos de seus amigos e familiares - e muitas pessoas que nunca o conheceram pessoalmente - faziam a si mesmos e uns aos outros a mesma pergunta: qual é a melhor maneira de honrar a morte de Aaron?

Foi para reformar as leis arcaicas (incluindo a Computer Fraud and Abuse Act, aprovada na década de 80, durante a histeria em torno do filme de ficção Jogos de Guerra) que tinha sido usada para processá-lo? Foi para tornar as pesquisas acadêmicas disponíveis gratuitamente para o público? Foi pela reforma do sistema de justiça criminal como um todo, e as universidades, e no sistema político?

Sim, sim, e sim - todos os itens acima. Mas também algo mais do que isso - algo pessoal: o que eu e outros concluimos foi que a melhor maneira com a qual poderiamos honrar a vida e morte de Aaron estava na maneira em que nós viveriamos nossas próprias vidas.

Em suma, vivendo para fazer a maior diferença que podíamos. Estando sempre focados nas grandes questões - e nunca estamos conformados e satisfeitos, pensando que tínhamos todas as respostas certas ou estavamos fazendo o suficiente.

Aaron deixou uma guia de como fazer isso, tanto em sua própria escrita e na forma como ele conduziu sua vida.

Primeiro: Seja curioso. Leia o tempo todo. Você nunca vai saber o que está lá fora, e o que você pode fazer para mudá-lo, se você não está olhando para o mundo além. Aaron leu mais do que qualquer um que eu conheça, vários livros por semana, mas qualquer um de nós pode abraçar sua própria curiosidade e encontrar maneiras novas de buscar informações e idéias.

Segundo: Não aceitar as coisas como elas são, ou assumir que eles estão assim por um bom motivo. Aaron questionava tudo. Às vezes, isto o colocou em apuros. Mas a beleza do ceticismo é que às vezes você vê coisas que todo mundo está ignorando furiosamente. Foi uma conclusão precipitada de que SOPA, ou algo parecido, se tornaria lei. Mas Aaron viu conclusões antecipadas não como um impedimento, mas como um desafio pessoal. 

Terceiro: Torne-se bom em alguma coisa. E, em seguida, use para fazer a diferença. Aaron era um programador de computador genial. Ele disse que era como ter poderes mágicos: ele poderia pensar em alguma coisa e em seguida torná-la real. Ele poderia ter usado esse poder para se tornar obscenamente rico. Em vez disso, ele usou sua magia para lutar por justiça. A maioria de nós nunca será tão bom em qualquer coisa como ele era escrevendo códigos. Mas se você é sério sobre fazer mudanças, isto ajuda a desenvolver algumas habilidades - e, em seguida, pode aplicá-las em problemas que realmente importam.

Quarto: Pergunte a si mesmo o que você pode fazer para fazer a maior diferença no mundo. E, em seguida desafie suas respostas. Uma espécie de pesquisa psicológica nos diz que os seres humanos em geral fazem as coisas primeiro e depois encontram as razões para isto. Aaron lutou de forma brilhante contra isso. Ele viu que é imperativo que nós façamos as perguntas difíceis e não aceitemos respostas fáceis. O trabalho que você está: é realmente a coisa mais importante que você poderia estar fazendo com sua vida? Seu novo carro: é mais importante para você do que a diferença que você poderia fazer se você doasse o dinheiro? Estas perguntas podem nos incomodar. Mas isso é um bom tipo de desconforto. É algo que todos nós poderíamos usar muito mais. Mesmo que não torne a vida fácil, ela se tornará significativa.

E por último: Fique vivo. Aaron levou a vida a sério. Ele trabalhou duro para ser bom no que fazia. (Leia sua série "Raw Nerve" para alguns insights duradouros nessa questão.) Mas então ele terminou com a sua própria vida. Do ponto de vista de impacto, de criar uma mudança positiva no mundo, este foi o maior erro que ele poderia ter feito.

Não se surpreenda se em algum momento de sua vida, talvez em muitos, você se encontrar submerso em uma escuridão que parece infinita e eterna. Pode parecer a você como se tivesse sido sempre assim e que sempre será assim e que só há esta maneira.

Você está errado. As coisas vão melhorar. Mas elas só vão ficar melhor se você encontrar uma maneira de sobreviver.

Aaron constantemente perguntou a si mesmo como ele poderia fazer mais para mudar o mundo, mas em um dia terrível, ele acabou com a sua capacidade de contribuir para sempre. Não faça isso.

Nós precisamos de você. Precisamos de todos nós. Há muito trabalho a ser feito.”

publicado originalmente em: https://medium.com/the-coffeelicious/how-to-honor-aaron-swartz-33a2ae09598a#.f4f9zeaqf



Anahuac: auto trolagem

January 11, 2016 17:47, by Feed RSS do(a) PSL-Brasil

Iniciei os caminhos do Software Livre em 1995, mas levei alguns anos para entender, me livrar dos conceitos formados anteriormente e adotar a filosofia GNU como norteamento profissional e social. Você pode até achar que sou louco, mas na verdade todos fazem isso, de forma consciente ou não. Qual rumo você vai dar a sua vida, qual caminho escolher e quais formatos, métodos e valores vai adotar como forma de vida. Alguns serão mais comerciais, outros mais religiosos, outros mais ecológicos, outros mais engajados e outros, apesar de não se definirem, serão levados a se definir pelo comportamento da maioria.

Faço parte do Movimento Software Livre brasileiro desde o seu nascimento. Vi seus ídolos surgirem, passarem, mudarem e até se antagonizarem ao próprio movimento. Fiz parte do grupo majoritário que a partir de 2004 decidiu abraçar, também, os conceitos OSI para facilitar a adoção do GNU+Linux no meio empresarial e governamental. O objetivo de tornar o Software Livre mais palatável sempre foi o de aumentar sua adoção. Se uma empresa ou governo adotassem o GNU+Linux as pessoas seriam apresentadas ao fantástico sistema operacional e suas vantagens técnicas e ideológicas. Isso provocaria uma reação em cadeia que levaria as pessoas a adotar o GNU+Linux, também em casa e eventualmente fazer pressão de mercado por dispositivos compatíveis e obviamente, um revolução estaria em curso. Essa foi uma tendência seguida por 9 entre 10 militantes e simpatizantes do Software Livre e vem se arrastando até hoje.

Fomos absurdamente inocentes. Realmente acreditamos que jogaríamos esse jogo, sob as regras do mercado, no campo do mercado e ainda assim ganharíamos. Fomos cooptados como movimento e o Software Livre, lentamente, foi convertido de um posicionamento filosófico, social e político, em um modelo de produção mais eficiente. GNU+Linux virou Linux, Livre virou Aberto (Free --> Open), Linus virou o "pop star" do movimento enquanto Stallman foi escanteado e Software Livre virou FOSS ou FLOSS, para poder apagar de vez qualquer dúvida do quanto eram tecnicamente superiores e ideologicamente insignificantes.

Eu acordei desse encanto em 2012 quando me dei conta de que estava completamente dependente das ferramentas do Google. Em um artigo comuniquei que estava deixando de usá-las e até escrevi um HowTo de como proceder. Foi nesse mesmo ano que a Canonical decidiu embutir um spyware no Ubuntu, a distribuição que eu usava, e isso me fez ainda mais atento aos detalhes do que eu estava chamando de Software Livre.

Desde então tenho me dedicado a alertar os militantes do Software Livre sobre o encantamento no qual se encontram, implorando que despertem e percebam que apesar de acharem que estão fazendo o bem, estão ajudando a enganar as pessoas, estão distribuindo software não livre e, consequentemente, matando o Movimento Software Livre.

É claro que eu não poderia sair incólume. Apontar os erros dos outros é uma tarefa ingrata. Especialmente porque, estou me dirigindo a pessoas com um intelecto privilegiado, capacidade avançada de pensamento cognitivo e com muitos anos de militância na bagagem. Os argumentos estão sedimentados e as meias-verdades estão sedimentadas como verdades absolutas. E essa reação é tão forte, que os argumentos chegam a beirar o surrealismo, como insistir em dizer que o Linux é Software Livre.

Então, depois de anos recebendo criticas e toda sorte de acusações, decidi fazer uma auto entrevista comigo mesmo - pleonasmos propositais - para esclarecer algumas perguntas que sempre me fazem. Então se preparem, a tarefa de auto trolagem não é nada bonita.

P: Quem você pensa que é para falar em nome do Software Livre? Você não acha que seus 5 minutos de fama já acabaram?

Puxa vida! Eu não sou ninguém. Sempre repito isso, mas as pessoas tendem a ignorar. Eu não faço parte da FSF ou nenhuma outra organização formal. Não represento ninguém. Sou apenas um militante ativo. Então eu não sou ninguém!

Não me acho melhor nem pior do que ninguém. Mas é interessante como os criticos conseguem ser malvados. Eu nunca sofri tantos ataques de caráter pessoal em toda minha vida. O mais triste é que eles vem de pessoas supostamente esclarecidas, inteligentes e oriundas do próprio Movimento Software Livre.

P: Você critica muito e fala muito, você contribuiu com algum projeto de Software Livre?

Como disse antes eu sou um militante do Movimento Software Livre e portanto, é inevitável que eu tenha feito e continue contribuindo. Sou fundador do G/LUG-PB - Grupo de Usuários GNU/Linux da Paraíba, ajudei a realizar alguns eventos, como o ENSOL - Encontro de Software Livre da Paraíba, desenvolvi alguns Softwares Livres como o LESP, lesp-cel e KyaPanel (antes chamado de JeguePanel), contribuí para diversos outros projetos traduzindo e mandando pequenas contribuições e correções, e sou mantenedor do primeiro POD (servidor) Diáspora no Brasil. Sei que não é muito, mas tento fazer a minha parte.

P: Você sabe compilar um software?

Sei sim. Inclusive o kernel linux-libre :-)

P: Você acredita em Deus?

Não. Sou ateu desde criança.

Costumo dizer que sou ateu, materialista, dialético, graças a Deus! :-)

P: Você é comunista?

Sou socialista, que é o embasamento ideológico do comunismo. O Comunismo é uma tentativa pragmática de aplicar o Socialismo. Mas se você quiser saber eu sou Fidelista sim. Tenho família em Cuba e conheço bem os problemas e méritos do sistema Cubano. Prefiro 1000x uma sociedade igualitária e com os melhores índices sociais das Américas às desigualdades mantidas propositadamente pelo capitalismo.

E antes que me mandem ir para Cuba, permita que lhes diga que eu já tentei. E 1998 fui a Cuba a passeio e pedi para ficar. Não me deixaram. Hoje não há mais espaço para uma mudança desse tipo, constitui família e tenho uma carreira profissional. Mas não deixo de lutar pelos meus ideais políticos aqui mesmo no Brasil. Sou Brasileiro e não desisto nunca!

P: Você acha que o Movimento Software Livre tem viés de esquerda?

Acho que sim. Não foi algo pensado ou planejado. O próprio Stallman diz que se trata de um movimento social e político que empodera o usuário através do acesso ao código, para mudar a relação de poder entre os usuários e os fornecedores de tecnologia. Hora, na minha compreensão, todo movimento que empodera o cidadão em detrimento das corporações é um movimento de cunho socialista. Além disso o próprio caráter distributivo, igualitário e comunitário fazem do Software Livre um movimento de esquerda.

P: Então se você é socialista você acha que não se deve ou não se pode ganhar dinheiro com Software Livre?

Nada disso. Pode-se e deve-se gerar riqueza com Software Livre. Apenas o modelo de como se faz isso é que deveria ser repensado. O modelo que eu mais gosto é o de Cooperativa, nos moldes da COLIVRE, mas respeitando as leis vigentes, respeitando às liberdades do software segundo as definições da GPL e adotando uma abordagem mais humana de fazer negócios (isso é possível?) então ta de boa ganhar grana com Software Livre.

Se quiserem mais exemplos de como se faz isso, basta assistir as dezenas de palestras do Jon "maddog" Hall. Inclusive ele está empenhado em um agora mesmo: o Projeto Cauã.

P: Você critica muito o uso das redes sociais, inclusive às chama de Redes Devassas, mas você tem uma conta no Twitter? Você não se sente agindo de ma fé, algo como" faça o que eu digo, mas não o que faço"?

Sim, me sinto assim, mas não é algo verdadeiro. Eu não defendo, nem cobro de ninguém 100% de uso de Softwares Livres. Acho que não é possível neste momento. O meu objetivo é tirar as pessoas de sua zona de conforto e fazer com que percebam que passaram, perigosamente, do limite. Usar uma rede ou outra, um software não livre ou outro não é um problema tão grave assim. Mas quando você perceber que quase tudo o que faz no seu dia a dia, depende de uma rede devassa, de um serviço on-line privativo ou de um software não livre, então é hora de repensar. O mais grave é que tem gente que está nessa situação, defende que deve ser assim mesmo e ainda se define como ativista do Software Livre. Faz sentido?

Se eu quantificar o percentual de softwares não livres + redes devassas que uso, em relação aos Softwares Livres e redes sociais livres, seria algo me torno de 10%. Então usar o Twitter, com clientes livres (Twidere e Hotot) para não me isolar do mundo, não me parece uma falta de coerência tão grave assim. Não sou perfeito e não estou pedindo que ninguém seja.

Mas usar Google, Gmail, Hangout, Skype, Steam, iPhone e ainda falar em liberdade tecnológica e palestrar sobre Software Livre é meio ridículo.

P: Você sempre indica que sejam usadas as distribuições Linux recomendadas pela FSF, mas você mesmo usa openSuse. Porque?

Eu sou um profissional de TI. Sou consultor de Tecnologias Livres e preciso me manter atualizado com as últimas novidades disponíveis em Software Livre. Em 2012, depois da trairagem da Canonical com o seu spyware eu deixei de usar o Ubuntu, que tinha sido meu sistema operacional por 6 anos. Fui apresentado ao openSuse pela amiga e também militante do Software Livre, Izabel Valverde e gostei muito, em especial da versão Tumblebee considerada instável e que libera sempre as últimas versões de tudo. Mas é claro que tomei o cuidado de substituir o kernel que vem nele pelo linux-libre.

O meu problema pessoal com as distribuições recomendadas pela FSF é o tempo de atualização. Esse é um problema para mim, mas não para a maioria dos usuários comuns. Se a ideia é ter um sistema operacional estável, seguro e realmente livre, opte por uma das sugeridas pela FSF.

Apenas para esclarecer, já faz alguns meses que migrei para o Debian Sid :-)

P: E Android?

Uso sim. Não há outra opção viável no mercado. Até ensaiei um Firefox OS, mas ele não é estável o suficiente e ai terminou que ele foi descontinuado. Android não é 100% livre, até porque isso não é possível nos aparelhos comercializados hoje em dia. O Replicant, a tentativa de um Android 100% livre esbarra na falta de drivers livres para fazer o wifi funcionar, por exemplo.

O que faço é não usar os aplicativos do Google. Assim optei por usar uma ROM chamara OMNI e sempre sugiro que usem a CyanogenMOD ou outra, que seja o mais limpa possível. Sem conta do Google e usando repositórios alternativos como Aptoide.com e F-droid.org. Será que ficou claro que eu prezo pela possibilidade?

P: Você usa Ubuntu de alguma forma? Alguns testes nos seus servidores indicam que sim e claro que isso não pega bem para quem dissemina o #semUbuntu

Não uso Ubuntu desde 2012 em nenhum lugar. Eu contratei uma hospedagem compartilhada na DreamHost.com que tinha seus servidores rodando RedHat. Como se sabe, nesses casos você não tem nenhuma autonomia sobre a distribuição que é utilizada. Assim, um belo dia, eles migraram os servidores de RedHat para Ubuntu e foi assim que eu terminei usando Ubuntu sem saber por algum tempo. Quando fui alertado do problema tomei medidas imediatas.

Eu mantenho dois servidores próprios: um para a minha página pessoal e outro de um serviço de hospedagem de e-mail KyaHosting e ambos rodam sobre Trisquel.

Trisquel é uma distribuição mantida por um coletivo espanhol que se dedica a remover TUDO o que não é livre das versões LTS do Ubuntu. É tão bem feito e tão confiável que ganhou homologação da FSF. Mas tem um porém: quando eles percebem que não é necessário tocar em algum pacote, eles não mudam nem mesmo as assinaturas. Então programas como Nginx e PHP informam que se trata de um Ubuntu, quando na verdade é Trisquel. É um caso típico de falso positivo.

P: Vai bem dizer que você num usa um "softwarezinho" privativo aqui e ali?

Uso sim. As vezes é inevitável ou desejável. Um excelente exemplo de inevitabilidade são os aplicativos de banco. Simplesmente não há alternativa. Então se submeter ao uso de algum software não livre é aceitável até mesmo para um ativista, mas não pode ser somente isso. E o problema, em geral, é exatamente saber qual é o limite?

Na minha opinião o limite é aquilo que pode ser substituído, ou seja, se há uma opção livre ela deve ser usada, mesmo com menos recursos. No fim a pressão pelo uso de software não livre vem do mercado, ou seja da demanda. Como a maioria das pessoas não se importa com a liberdade do software, então a oferta de determinadas soluções é mínima ou inexistente. É o caso dos drivers de wifi para smartphones.

Acredito que se a maioria das pessoas desse a devida importância ao Software Livre e se dedicasse a exigir de seus fornecedores que liberassem o código de seus programas, inclusive os drivers do hardware, o cenário do mercado seria completamente diferente. É como ser um tanto ecologista ou "natureba". O preço dos alimentos orgânicos é absurdo porque a demanda é baixa. O interessante é que ninguém, deliberadamente, quer consumir agrotóxicos. É como se todo mundo esperasse o outro fazer a diferença. É o famoso "deixa que eu deixo" e a bola termina no chão com ponto para o adversário. Neste caso é um processo de auto flagelo, estamos nos condenando a consumir mais veneno, mais tecnologia privativa, etc.

É um paradoxo: quanto mais as pessoas exercem sua liberdade de escolher usar tecnologia sem se importar se ela é livre ou não, menos livres elas se tornam. Isso gera um padrão de mercado, que termina forçando os que se importam com a liberdade do software a enfrentar sérios dilemas cotidianos: usar ou não usar, distribuir ou não distribuir, recomendar ou não recomendar alguns softwares não livres.

P: Você sempre repete que o Linux não é Software Livre. Imagino que esteja se referindo aos  blobs. Considerando que estes não fazem parte do kernel, você não está sendo desonesto, fazendo FUD?

Isso é algo extremamente sem sentido: quanto mais eu digo a verdade, mais me acusam de estar mentindo. Parece um universo paralelo, espelhado. O linux é o kernel mais popular do sistema operacional GNU. Há outros, mas infelizmente não tão usáveis. Será que você já parou para pensar porque?

Precisamos definir o que é um kernel usável. Se por uma parte é o fato dele ser bem feito e permitir o gerenciamento adequado do hardware, sem dúvida. Mas há outro quesito fundamental que precisa ser considerado: suporte ao hardware existente. O que poucas pessoas parecem entender é que desde 1994 o Linus optou pelo pragmatismo em detrimento da filosofia libertária do Software Livre. Desde esse ano ele se utiliza de uma carência legal da GPL 2 para embutir software não livre no kernel. Sim, isso mesmo, desde 1994. Então o arquivo fonte que você baixa emkernel.org está tão recheado de software não livre que a liberdade 0 - aquela que diz que você deve poder fazer qualquer coisa com o software - não é respeitada. Portanto não é magia, nem mesmo competência o que tem feito o Linux ser cada vez mais compatível com uma vasta gama de hardware do mercado, mas sim a infecção progressiva do kernel com mais e mais drivers não livres.

O mais interessante é que desde então a quantidade de softwares não livres só aumenta. Chegamos a um ponto em que um fork do Linux foi criado: linux-libre. Nele todos os softwares não livres são removidos e o resultado é um kernel realmente livre.

Então, nem o Linux é Software Livre e também não é Open Source. Vejam que ironia, porque até mesmo os defensores de uma certa dose de pragmatismo ideológico estão levando uma rasteira daquelas. E se o Linux não é FLOSS então Tux não nos representa.

P: Você faz parte da iniciativa #semUbuntu e sugeriu que o FLISOL, por exemplo, não instalasse mais essa distribuição. Você não acha melhor migrar um usuário de Windows para Ubuntu, do que não migrar?

O #semUbuntu é uma provocação simplista para mentes simplistas. Se o kernel distribuído não é livre, parte dos softwares distribuídos não é livre, então o Ubuntu não é livre. Se o sistema operacional não é livre por que o Festival Latinoamericano de Instalação de SOFTWARE LIVRE instala ele? Talvez porque a maioria dos voluntários que realizam o FLISOL são iniciantes entusiasmados que foram apresentados ao Linux e ao Ubuntu como sendo Software Livre, quando não o são. Esses foram enganados e, infelizmente, estão ajudando a espalhar o engano.

Honestamente acho que migrar um usuário de Windows para Ubuntu é melhor do que não migrá-lo, mas desde que ele saiba que o que ele está usando não é Software Livre. O mesmo pode ser dito de um smartphone: prefiro um que use Android do que iOS ou WinPhone, mas isso não implica dizer que o Android é Software Livre. A provocação aqui é que se deixe claro para o instalador e para o usuário que o sistema operacional que está sendo instalado não é livre. Assim ambos não se deixam enganar e não propagam mais a enganação.

Se todos os realizadores do FLISOL assumissem um compromisso com os valores no evento e do Software Livre eles fariam isso. E então ficaria muito estranho ter que explicar para as pessoas que aparecessem que vão instalar um Linux que não é livre, pois o que geralmente leva as pessoas ao FLISOL é exatamente experimentar a liberdade.

Então se for para migrar um usuário de Windows para Ubuntu, dizendo para ele que ele está usando Software Livre, é melhor não migrá-lo. Uma vez revelado que o Ubuntu não é livre, não faz mais sentido instalá-lo e ai as opções seriam as distribuições indicadas pela FSF.

P: Mas você não acha ridículo deixar um usuário novato sem sua Wifi funcionando somente para não instalar alguns Kb de software privativo?

O que é verdadeiramente ridículo é alguém defender o uso desses poucos Kb de softwares não livres sem contar isso para os usuários. Acho que existem opções claras de resolver esse impasse: explique bem o problema para a pessoa, assim ela terá o direito de ficar indignada com o fabricante; troque a placa wifi por uma que funcione com drivers livres. É fácil e barato; pressione o Linus a não embutir softwares não livres no kernel. O que não pode ser feito é enganar os usuários iniciantes.

P: Você não acha que é muito rude, grosseiro e duro nos seus artigos?

Honestamente não acho. Ser explícito e contundente com pessoas que sabem exatamente o que você está dizendo não é grosseria, é respeito. É como dizer que um Procurador está sendo pernóstico por usar uma redação demasiadamente jurídica em suas peças para apreciação da plenária. Meus artigos e textos não estão direcionados aos iniciantes e leigos. Tenho me dirigido aos Movimentos de Software Livre existentes, aos ativistas, organizadores de eventos, aos já iniciados e aos dinossauros salafrários que se camuflam por trás da pecha de liberdade, linux e Software Livre para enganar as pessoas em benefício próprio. Inclusive esses são os que mais reagem.

P: Todos dizem que você é muito radical. Você se considera radical, "xiita" ou terrorista?

Engraçado isso. Dependendo de quem me classifica assim, pode estar exageradamente certo ou absolutamente equivocado. Permita-me explicar.

Se quem acha que eu sou extremista for uma pessoa que não entende bem o que é Software Livre ou um defensor do software não livre, então, apesar do exagero, desde o ponto de vista ignorante dele, eu sou sim um extremista, um radical. Afinal de contas quero que todos os softwares do mundo sejam livres.

Mas se quem me acusa é um OSIsta ou um pseudo ativista do Software Livre, então o ataque é uma tentativa de me desqualificar. Como eu defendo o conceito original do Software Livre estabelecido pelo Stallman, e o que essas pessoas estão tentando fazer é mudar esse conceito, me considero um conservador empedernido. Eu quero que o conceito seja mantido e respeitado.

P: Você não acha que está prestando um desserviço à Comunidade? Provocando brigas, rachas e mal estar?

Na verdade eu espero estar causando rachas e mal estar. O objetivo é exatamente desestabilizar os oportunistas que continuam querendo colocar Software Livre e Open Source no mesmo saco, tudo junto e misturado porque assim se encaixa melhor com suas ideologias de mercado, porque assim atendem melhor aos seus interesses comerciais, por que assim podem manter a imagem de consultores, especialistas, profissionais de Software Livre, porque assim podem manter seu prestígio construído sobre os alicerces da filosofia GNU sem ter que respeitá-la.

Quando gero o antagonismo e provoco o contraditório, as mascaras caem e o verdadeiro posicionamento de cada um se revela. Tem sido assim com blogueiros, líderes de comunidades, organizadores de eventos, jornalistas e toda sorte de pseudo ativistas que se escondiam na sombra da área cinza que se gera quando se usa o acrônimo FLOSS(FOSS).

O conflito leva à discussão, que abre espaço para a reflexão e permite um posicionamento mais honesto frente aos outros e para si mesmo. Alguns veteranos do Movimento Software Livre, depois de lerem alguns dos meus artigos tem me confidenciado - e em alguns casos assumido publicamente - que não são mais defensores ou ativistas do Software Livre. Afinal de contas ninguém é obrigado a concordar, aceitar e seguir os preceitos filosóficos do GNU. O que não é produtivo é tentar deturpar o seu significado e suas diretrizes para que se encaixem na sua própria visão. Isso é desonestidade.

Estas são as minhas opiniões. Todos somos, ou deveríamos ser, livres para fazer suas próprias escolhas. Não condeno quem opta por seguir um caminho ideológico ou prático. Mas posso discordar e exercer meu direito humano de expressão. Meu embate é com os iludidos, desatenciosos ou falsos e mal intencionados que defendem a convivência, complacência e uso de softwares não livres e ainda dizem que isso é Software Livre. Faça sua escolha, siga o seu caminho, mas não se engane e muito menos iluda outros.

Esse questionário foi pensado por mim, inspirado em muitas das agressões e provocações que tenho recebido. Se você quiser me perguntar qualquer outra coisa, fique à vontade e pergunta. Só peço que o faça com educação e sem grosseria. Quem sabe em breve sai um capítulo 2 do Auto Trolagem.

Saudações Livres!



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