Thiago Paixão: Carta aberta aos coordenadores e colaboradores do FLISOL Brasil
March 23, 2015 14:21FLISOL sem Ubuntu
O FLISOL - Festival Latino-americano de instalação de Software Livre é reconhecido como um dos mais antigos e importantes eventos descentralizados da comunidade latino-americana de Software Livre, completando em 2015 sua 11ª edição.
Ao longo de todos esses anos, o FLISOL teve como compromisso levar gratuitamente instalação de Software Livre, compartilhamento e conhecimento a todos os interessados da sociedade, especialmente à quem ainda não teve, até então, a oportunidade de conhecer e utilizar Software Livre. Com base nesse compromisso, sempre foi respeitada a utilização e instalação exclusiva de Software Livre em todas as edições, não havendo a necessidade de debates em torno de que softwares devem ser instalados ou não durante o evento.
Mas os tempos mudaram, o mercado adotou amplamente o GNU/Linux tornando-se hoje um sistema tão popular quanto seus concorrentes privativos, presente nos mais diversos produtos do mercado. Infelizmente, o que ganhamos em popularidade, perdemos em liberdade. Na grande maioria das vezes, os esforços e opiniões da comunidade não são levadas em consideração pelas empresas que distribuem soluções baseadas em GNU/Linux, havendo uma total negligência e desrespeito quanto as liberdades trazidas pelo Software Livre.
Hoje temos esse cenário ocorrendo em diversas distribuições GNU/Linux, mas é inegável que o exemplo mais emblemático fica a cargo da distro mais popular da atualidade, o Ubuntu da Canonical e suas variantes. É de amplo conhecimento que o Ubuntu vem recheado de drivers e softwares privativos em sua instalação padrão, não orientando e muito menos dando opção de não instalação à seus usuários, gerando uma grande desinformação e dependência, em especial dos usuários mais novos. Sua situação se agrava quando em 2012 foi identificado que, sem um prévio aviso adequado e autorização do usuário, o Ubuntu coletava e vendia dados de seus usuários para empresas como a Amazon, tornando-se a primeira distro a adotar tais praticas invasivas que desrespeitam seus usuários e a tudo que é defendido pelo Movimento de Software Livre. No geral, as políticas empregadas pela Canonical em seus produtos, sempre foram questionáveis do ponto de vista das liberdades e filosofia propostas pelo Software Livre, trazendo total desconforto à comunidade como um todo, trazendo à tona todo esse debate.
Ainda não há um consenso da organização latino-americana do FLISOL quanto a posição a ser tomada em torno do tema, por isso cabe a nós, coordenadores e colaboradores do FLISOL, reagirmos, realizando o debate em torno da questão e levando a situação ao conhecimento de todos. Portanto, como Coordenador Geral do FLISOL Brasil, recomendo fortemente aos Coordenadores Regionais que não distribuam ou realizem instalações de Ubuntu durante o FLISOL. No caso do usuário levar um computador com o Ubuntu já instalado, e ele não quiser substitui-lo por outra distribuição, não negue ajuda, oriente-o da melhor forma. A autonomia das coordenações regionais continua inalterada, ou seja, cabe a elas decidir quais distribuições instalar, mas a recomendação foca em indicar um caminho de coerência com o objetivo primário do FLISOL que é difundir exclusivamente Software Livre.
Thiago Paixão - Coordenador Geral FLISOL Brasil
Adendo: Deixo claro na carta que não há uma posição oficial da organização do FLISOL, por tanto a responsabilidade e decisão cabe a nós coordenadores regionais. De qualquer forma, enfatizo que a carta como um todo, o posicionamento e a recomendação são do coordenador do nacional, e não uma posição oficial do FLISOL.
PS: Convido todos os coordenadores que aceitarem a recomendação a inserirem o nome de sua cidade nesta página: Cidades sem Ubuntu
Texto original em: http://flisol.info/FLISOL2015/Brasil/flisolsemubuntu
Texto de David Jourdain: Pode ser?
March 23, 2015 14:08Pode ser?
“Só tem pepsi. Pode ser?1”. Você lembra desta propaganda? Em 2010, uma agência de propaganda propôs para a Pepsi uma série de comerciais que oferecia ao consumidor de refrigerante uma simples pergunta (pode ser?), já que uma grande massa de consumidores está basicamente condicionada a “escolher” APENAS UMA ÚNICA OPÇÃO. Seria isso saudável para alguém?
Em outubro de 2010, a AlmapBBDO iniciou a veiculação de uma série de propagandas que tinha como principal frase a seguinte expressão: Pode ser?
Parece uma pergunta inocente, que leva até para o humor, mas que pode ser analisada dentro de um contexto maior, pois esta simples pergunta aborda como é sutil e ao mesmo tempo perigoso o risco de massificarmos uma sociedade, ou grupos sociais, a partir de um costume ou uma predileção as vezes fracamente justificada, fazendo desta escolha quase um vício. Em uma situação desta, a liberdade de escolha não reside na possibilidade de múltiplas ofertas, mas sim de poder ignorar (ou até mesmo evitar) esta “opção” que massifica, para dar espaço para outras opções, que podem até mesmo serem melhores, sob diversos aspectos.
Bom... mas eu estou falando de refrigerante ou de software livre? Por mais que não possa parecer, estou sim falando de software livre.
Nos últimos anos, as comunidades de software livre no mundo tem sido massificadas com um “produto”, que nos tem sido entregue como sendo o “melhor produto”, com o “melhor suporte”, com a “melhor solução”... e tantos outros adjetivos que torna este “produto” a “melhor escolha”. Estas aspas em excesso não estão aqui por acidente.
Ocorre que esta massificação tem sido emburrecedora, pois acabou por impedir que toda uma gama de distros GNU/Linux fossem conhecidas. Se toda esta gama fosse incompleta, não funcionais, não estariam mais vivas, existentes e com comunidades ainda ativas.
Toda forma de massificação é burra, não importa a circunstância. Vejamos exemplos:
– Uma só marca de automóvel:Péssima ideia! Uhmmm.... talvez, se for um carro alemão!
– Uma só marca de cerveja:Deus me livre de um mundo assim! Ainda mais se for cerveja de milho!
– Uma só distribuição GNU/Linux: Com toda certeza, o PIOR dos cenários para o mundo livre, por uma infinidade de fatores. Vejamos alguns deles.
- A verdadeira liberdade de escolha reside no PLENO CONHECIMENTO de que existem opções e que elas, devidamente esclarecidas, podem ser escolhidas pelo usuário final. A massificação emburrecedora impede que se conheçam as opções disponíveis;
- Não vejo COMO uma única distribuição GNU/Linux poderia atender a uma infinidade de usuários, com todas as particularidades que nossas comunidades de software livre possuem, seja no Brasil, seja no mundo;
- Quando uma empresa, que distribui um sistema operacional, começa a estabelecer como regra atacar representantes de comunidades de software livre, não consigo ver com bons olhos este tipo de comportamento, sob NENHUM ASPECTO! E não... eu não estou falando da Microsoft e nem do MS-Windows. Quem diria que isso aconteceria um dia, no meio livre, não é mesmo?
- Colaborar para o desenvolvimento do kernel linux, ou para alguns aplicativos, não garante que esta empresa seja bem-intencionada. Basta acompanhar as listas de desenvolvimento do kernel linux, para ler a quantidade de desentendimento que ocorre por fatores éticos, além dos fatores técnicos;
- E quando uma distribuição, que começou “quase como” GNU/Linux, depois se transfigurou... mudou um pouco mais e se distanciou tanto quanto pôde dos conceitos de software livre, passa a assumir o papel de protagonista em eventos DE SOFTWARE LIVRE, como chamamos a isso? Quimera2?
Seja para qual for o evento de software livre, massificar o acesso para um único sistema operacional de base livre não me parece ser a melhor das escolhas. Permito-me me referir como “sistema operacional de base livre” pois muitas distribuições intituladas “distros linux” nasceram a partir de repositórios livres, e depois foram mudando, mudando, mudando ...
Um evento como o FLISOL, que para muitos é a porta de entrada para conhecerem os conceitos de software livre, vejo que é começar com o pé errado não oferecer DE VERDADE uma gama de distribuições GNU/Linux para estes “calouros” do software livre. Além de começar com o pé errado, é emburrecedor e faz com que estes entrantes em nossa comunidade acreditem que só temos uma opção para tudo, e isso não é verdade.
Por isso, minha humilde opinião, me faz concluir que podemos ter muito mais GNU nos eventos de software livre. Podemos ter outras distribuições GNU/Linux, podemos até ter algumas distribuições que sejam “mais ou menos” GNU/Linux, caminhando para “mais” e se distanciando do “menos”.
Para os que diretamente colaboram para o FLISOL: Não seria conveniente oferecermos o real direito de escolha para nossos visitantes, para que eles possam conhecer as diversas distros que ele poderia ter instalada no seu computador, em vez de oferecer apenas uma única opção?
E, se ao final, for para instalar um sistema operacional que intencionalmente tem código para monitorar o quê o usuário está fazendo, que intencionalmente já atacou representantes de comunidades de software livre... que se recomende ao visitante do FLISOL que procure o site da www.microsoft.com, que ele compre uma licença, e que seja feliz. Afinal, as comunidades de software livre no mundo sempre souberam de quê lado eles estão!
Não entendeu a parábola? Quer que desenhe? E aí? Pode ser?
David Jourdain: Só mais um membro de comunidade de software livre, que as vezes muda de versão de GNU/Linux, só para não virar mais um na massa.
2 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Quimera
Defensores da privacidade protestam contra venda da nova boneca Hello Barbie nos EUA
March 19, 2015 6:36"Numa tentativa de reverter a queda nas vendas de sua principal marca, a fabricante de brinquedos Mattel está dando vida à boneca Barbie graças a um software de reconhecimento de voz que permitirá que ela “ouça” o que as crianças falam e responda a elas também falando. A boneca vai aprendendo com o tempo, lembrando de gostos, de detalhes, e até do nome do cãozinho da criança, ajustando-se para responder a novos tópicos.
De acordo com o Washington Post, esta Barbie conectada a Wi-Fi tem tudo para se tornar um sucesso entre meninas acostumadas a mexer com iPads, mas os defensores da privacidade das crianças não estão gostando nada da ideia. A Hello Barbie poderia ser chamada com mais precisão de Espiã Barbie, diz um grupo de defesa.
A nova boneca funciona gravando a voz de uma criança com um microfone embutido que é acionado pressionando um botão no corpinho plástico. À medida que a boneca 'escuta', as gravações de áudio da fala da criança viajam através da web para serem armazenadas em um servidor onde os trechos de discurso são reconhecidos e processados. Essa informação é usada para ajudar a formar as futuras respostas que serão dadas pela Hello Barbie.
— Se eu tivesse uma filha jovem, eu ficaria muito preocupada se as conversas íntimas dela com sua boneca estivesse sendo registradas e analisadas — disse em comunicado Angela Campbell, orientadora no Centro de Privacidade e Tecnologia da Universidade de Georgetown.
Veja a impressionante demonstração do funcionamento da boneca:
>> https://www.youtube.com/watch?v=RJMvmVCwoNM
A preocupação de Angela ressalta um desafio complicado sendo enfrentado pela indústria de brinquedos enquanto se esforça para se manter atualizada com a crescente afinidade das crianças com a tecnologia e com aparelhos com acesso à web. As vendas da Barbie caíram recentemente, enquanto a demanda por aplicativos infantis e jogos on-line explodiu. Crianças estão travando contato com o mundo digital mais cedo do que nunca, forçando os pais a tomar decisões espinhosas sobre quais tipo de fronteiras tecnológicas devem estabelecer durante o período de brincadeiras.
A Mattel e a ToyTalk — startup com sede em San Francisco que criou a tecnologia utilizada na boneca — dizem que privacidade e segurança da tecnologia têm sido sua principal prioridade. 'A Mattel está comprometida com a segurança, e a Hello Barbie está em conformidade com as normas governamentais aplicáveis', disse a Mattel em um comunicado.
A previsão é que a boneca chegue às lojas nos EUA no outono daquele país, e a ToyTalk diz que ainda está desenvolvendo sua política de privacidade. No entanto, antes que a tecnologia seja ativada, os pais provavelmente terão que logar em um aplicativo, criar uma conta e concordar com o fato de que as vozes de seus filhos serão gravadas, diz a ToyTalk."
Arduino Day acontece em 28 de março
March 17, 2015 10:33O Arduino Day, evento internacional que acontece todos os anos simultaneamente em dezenas de cidades pelo mundo, será realizado em 28 de Março em celebração a data que marca o lançamento do hardware, mas também com o intuito de espalhar cada vez mais conhecimentos acerca do uso do Arduino.
São 24 horas de evento organizado diretamente pela comunidade, onde as pessoas interessadas podem ficar juntas, partilhar suas experiências e aprender mais. Os encontros, que incluem palestras e workshops sobre o uso do Arduino em níveis básico, intermediário e avançado, são voltados para desenvolvedores, makers e curiosos. Todos são bem vindos.
No Brasil, o dia do Arduino será marcado por eventos em pelo menos 40 localidades diferentes!
Para saber o endereço mais próximo de você, acesse:
>> https://day.arduino.cc/#/
Lançada Zine Tux4You - BSD e linux
March 17, 2015 4:43A segunda edição da Zine Tux4You saiu do forno. Nesta edição abordamos o uso do PCBSD no desktop. A criação de um firewall pessoal, dicas para o exame 102 da LPI e um básico sobre variáveis no shell script.
Link:
http://tux4.com.br/blogs/zine/