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abril 3, 2011 21:00 , por Desconocido - | 1 person following this article.

Ubuntu: Adotar, Estender, Extinguir

mayo 8, 2015 23:36, por Feed RSS do(a) PSL-Brasil

Por André Machado:

Muito tem se falado a respeito da distribuição Ubuntu ultimamente. Não apenas eu, no ano passado, expressei minha opinião sobre a mesma avisando que ela era nociva à nossa liberdade de software como, neste ano, houve uma polêmica a respeito da presença do mesmo no Flisol, Festival Latino-americano de instalação de software livre.

Por um lado, os usuários mais ativistas do software livre acusam o sistema da Canonical de não respeitar as quatro liberdades fundamentais e coletar dados de seus usuários, enviando tais informações aos servidores da Canonical e da Amazon. Por outro, muitos usuários da distribuição colocam sua suposta facilidade de uso e a liberdade de escolha acima dessas questões.

Recentemente, eu tive uma epifania e pude visualizar o que está realmente por trás do Ubuntu e das jogadas comerciais da Canonical. Trata-se de uma estratégia desenvolvida por ninguém menos do que a Microsoft durante a década de 1990: o famoso Abraçar, Estender, Estinguir.

Essa expressão foi cunhada pelo departamento de justiça dos EUA para descrever ” sua estratégia de lançar produtos envolvendo padrões amplamente usados, estendendo esses padrões com funções proprietárias e incompatíveis e então usar essas diferenças para por seus concorrentes em desvantagem”. De acordo com a Wikipédia em inglês, a estratégia se divide em três fases:

  • Adotar: é desenvolvido um software amplamente compatível com um produto competidor ou com um padrão público;
  • Estender: São adotados e promovidos novos recursos não suportados pelo produto concorrente ou que não fazem parte do padrão, criando problemas de interoperabilidade para os clientes que tentarem usar o padrão original.
  • Extinguir: Quando esses novos recursos se tornam um padrão de facto devido à parcela de mercado dominante, eles marginalizam os concorrentes que não utilizam essas extensões.

O exemplo mais gritante foi a Guerra dos Browsers, ocorrida no final dos anos 1.990: após não conseguir promover sua versão proprietária da Internet, a The Microsoft Network, a empresa adotou publicamente a World Wide Web. Logo em seguida, porém, ela estendeu a linguagem HTML padrão ao criar os controles ActiveX e algumas tags e sintaxes que só funcionavam no navegador Explorer, causando desvantagens aos usuários de Netscape. No início da década de 2.000, este concorrente foi extinto, o Explorer era considerado o navegador padrão e os padrões web haviam sido esquecidos, até o surgimento do Firefox, que quebrou o ciclo.

Uma estratégia similar pode ser observada com o Ubuntu e seu ecossistema. Senão, vejamos:

Abraçar: Em 2.004, surge a Canonical e o seu sistema operacional, o Ubuntu, que nada mais era do que uma remasterização do Debian com um tema próprio. Através de seu slogan de “Linux para seres humanos”, de sua promessa de ser sempre gratuito e do envio sem custo de CDs a qualquer parte do mundo, o Ubuntu conquistou uma legião de usuários e de desenvolvedores.

Estender: Em 2.010, o tema padrão do Ubuntu deixou de ser marrom alaranjado para se tornar roxo, o que muitos acreditam simbolizar uma mudança do lado comunitário para o comercial. Desde essa mudança, a Canonical implementou várias mudanças exclusivas para o seu sistema, dentre as quais podemos destacar: a plataforma de colaboração de softwares Launchpad e seus PPAs, seu próprio servidor de janelas, o Mir, seu próprio ambiente desktop, o Unity, seu próprio gerenciador de inicialização, o Upstart e, agora, seu próprio formato de pacotes, o Snappy. Tudo isso, claro, com a desculpa de estar fazendo algo melhor e inovador, ao invés de tentar melhorar o que já existe.

Extinguir: Com uma grande comunidade tanto de usuários quanto de desenvolvedores, o Ubuntu se tornou o padrão de facto do mundo SL/CA. A maioria dos blogues “especializados” em Linux considera que seu leitor está ou estará usando Ubuntu para seguir algum tutorial – mesmo que o assunto em questão seja algo genérico, como a reinstalação do GRUB – e vários projetos de software livre ou migraram para o Launchpad ou só possuem versão binária disponível como PPA, dificultando a vida de quem deseja usá-los em outra distribuição (incluindo, aí, o Debian).

Onde eu quero chegar?

Se você, leitor, se despir de seu preconceito, perceberá que falta muito pouco para a Canonical ter um sistema independente: ela só precisa criar seu próprio userland – ferramentas de linhas de comando que acompanham o kernel – e, talvez, sua própria suíte de escritório, visto que o kernel Linux que acompanha a distro, muitas vezes chamado de “kernel Ubuntu”, quase pode ser considerado um projeto independente devido à grande quantidade de patches que recebe.

Mas e daí, pergunta você, qual o problema disso tudo? O problema é que, a cada dia, o Ubuntu está se tornando cada vez mais independente e, dessa forma, marginalizando as outras distribuições existentes. Mais do que isso, um belo dia a Canonical poderá resolver fechar seu sistema – da mesma forma que a Google fez com o Android – e acabar aprisionando seus usuários. O mesmo pode ser dito do systemd.

Voltando ao exemplo da Internet, uma vez que o concorrente é extinto, a inovação cessa. O Internet Explorer ficou anos na mesma versão, sem inovação alguma, até que chegou um concorrente para lhe tirar de seu trono. Seria esse destino uma bela ironia aos usuários noobs que enchem o saco dos veteranos repetindo o enjoativo mantra de que “não podemos parar a inovação”? Fica no ar, a dúvida.



Primeira sessão de caça-bugs do LibreOffice 5.0 acontecerá de 22 a 24 de maio de 2015

mayo 5, 2015 17:51, por Feed RSS do(a) PSL-Brasil

Berlim – A comunidade LibreOffice se prepara para a próxima estreia do seu novo release – previsto para fins de julho – com a sessão de caça-bugs focada nas novas funcionalidades e nos reparos dos bugs e regressões. A sessão se estenderá por 3 dias, de 22 a 24 de maio de 2015 para teste do primeiro beta do LibreOffice 5.0.

Nestas datas, os mentores estarão disponíveis das 5:00 às 19:00 (hora de Brasília – das 8 às 22:00 hora UTC) para ajudar os voluntários menos experientes para classificar os bugs no IRC do controle de qualidade (QA) e por e-mail na lista do controle de qualidade.

Aqueles que não podem participar desta sessão de caça-bugs sempre são bem-vindos para ajudar a descobrir os bugs e as regressões quando tiverem tempo disponível. Haverá uma nova sessão de caça-bugs em junho, para testar o LibreOffice 5.0 Release Candidate 1. Os programas do LibreOffice 5.0 Beta 1 estarão disponíveis até o início de junho baixando de: http://dev-builds.libreoffice.org/pre-releases/.

Para mais informações consulte: https://wiki.documentfoundation.org/BugHunting_Session_5.0.0.0

A decisão de alterar o esquema de nome e numeração do próximo LibreOffice de LibreOffice 4.5 para LibreOffice 5.0 foi com base nas seguintes ponderações:

  • O próximo lançamento do LibreOffice terá a primeira versão para Windows de 64 bits, e – durante a vida da família 5.0 – nos dispositivos móveis e na nuvem;
  • A próxima versão do LibreOffice integrará um lote significativo de melhorias visuais e de usabilidade, que completará as atividades iniciadas no LibreOffice 4.4;
  • A diferença na numeração facilitará a comunicação das diferenças nos recursos em relação à geração anterior, e facilitará o convencimento de um número maior de usuários a mudar para o LibreOffice;
  • Finalmente, 2015 é o 5º aniversário do anúncio da The Document Foundation e do LibreOffice.

Sobre a Document Foundation

The Document Foundation é uma organização aberta, independente, autogovernada, meritocrática, montada sobre os dez anos de trabalho dedicados para a comunidade OpenOffice.org. A TDF foi criada na crença de que a cultura de uma fundação independente agrega o melhor dos esforços de empresas e de voluntários, produzirá a melhor suíte de escritório. A TDF está de braços abertos a qualquer indivíduo que concorde com seus valores primordiais, que contribua com suas atividades, e recebe calorosamente a participação de empresas, por exemplo, através de alocação de pessoal que trabalhe de igual para igual com os demais contribuidores da comunidade. Desde Janeiro de 2014, a TDF tem 190 membros e mais de 3000 voluntários e contribuidores ao redor do mundo.

Contato para Imprensa

  • Florian Effenberger (sediado em Munique, Alemanha, UTC+1)
  • Fone: +49 8341 99660880 – Celular: +49 151 14424108
  • E-mail: floeff@documentfoundation.org

 

 

 

 



Agradecimentos Libres

mayo 5, 2015 17:37, por Feed RSS do(a) PSL-Brasil

Eu, Klaibson Ribeiro, estou escrevendo para agradecer a todos que me ajudaram no Crowdfunding, referente a atualização e impressão do LibreOffice Para Leigos, http://bit.do/libo, cujo a ideia principal era difundir o LibreOffice em outros meios.

 

Não foi alcançado o resultado esperado, pois dos R$ 10.000,00 solicitados para arcar com os custos do livro, dos brindes e taxas administrativas, foram financiados R$ 2.610,00, 26,1% do total estipulado.

 

Quero começar agradecendo a plataforma catarse.me, que me ajudou nos textos, na criação do vídeo e nas dicas durante o processo para captação de recursos e ajudando na divulgação da campanha.

 

Também desejo agradecer ao pessoal da Revista Espírito Livre, que me ajudou diretamente na divulgação do projeto, em todo o ecosistema Espírito Livre e também na elaboração do segundo vídeo do projeto, que foi gravado na Campus Party.

 

Os diversos sites que divulgaram voluntariamente, sendo da comunidade de Software Livre ou não, mas que ajudaram atingir um público diferente daquele que estou acostumado a encontrar nos eventos e nas listas de e-mail.

 

Para finalizar os agradecimentos, queria dar um forte abraço a todos os doadores voluntários, que fizeram sua contribuição para campanha, de ajudar a levar o LibreOffice a outras pessoas. Segue a relação de pessoas que realizaram alguma contribuição para o projeto:

 

Alex Nakano, Alison Merizio Mazzola, Álisson Bertochi, André Luís Bordignon, David Carvalho, Edgar Coelho, Édio Mazera, Biazzotto, Eduardo Lucas, Emerson Casas Savador, Endreell Braian, Moreira Costa, Eustaquio Guimaraes, Fabianne Batista Balvedi, Fábio Kotowiski, Flávio Casas de Arcega, Flávio da Silva Souza, Gilberto Schaivinatto, Guilherme Anrain Lindner, Jackson J Mistura, Jailson Domingos dos Santos, João Almeida e Silva, João Dinaldo Kzam Gama, João Sebastião de Oliveira Bueno, Jones Jeferson Muneron, Jones Jeferson Muneron, Kevin Morris, Leandro Guimarães Faria Corcete Dutra, Luiz Fernando Petiz, Luiz Geraldo Silva Braz, Marcelo Uriarte, Mario Baldini, Mauro Frederico Demarchi, Microhard Informática Ltda, Murilo de Brito Valadares, Otávio Carneiro dos Santos, Paulo Pastore, Paulo Rogerio Mazzocato, Projeto Root, Ramon Venson, Raniere Gaia Costa da Silva, Roberto Câmara de Araújo, Romeu Jr Mantovani, Thiago Henrique Ferreira Zoroastro e Ueritom Ribeiro Borges.



Alguns se perguntam, o que vai acontecer agora? O Catarse está devolvendo o dinheiro, para aqueles que acreditaram na causa, até o texto entrar no ar, você certamente, já deve ter seu dinheiro de volta. O link da campanha ainda está no ar, https://www.catarse.me/pt/projects/9524



Amanhá é dia de Install Fest no IME-USP!

abril 27, 2015 15:44, por Feed RSS do(a) PSL-Brasil

Você já se cansou da definição tradicional de software ("hardware é a parte que você chuta, software é a parte que você xinga") e prefere pensar que "software é a parte com que você faz o que quiser"? Acha que liberdade, cidadania e política têm tudo a ver com tecnologia? Já ouviu falar em GNU/Linux ou em software livre e está curioso mas não sabe por onde começar?

Se sua resposta foi "sim" para qualquer uma dessas perguntas, aproveite! Vai rolar uma Install Fest de GNU/Linux no IME/USP. E o que é uma Install Fest? É o momento certo para você trazer seu computador e instalar um sistema operacional livre com a ajuda de usuários mais experientes.

O evento é gratuito e não há necessidade de inscrição. Não perca!

Install Fest
Local: Laboratório de Extensão do prédio do CCSL-IME/USP
Data: 28 de abril de 2015
Horário: 14h às 17h



FLISOL sem Ubuntu: explicando

abril 24, 2015 15:30, por Feed RSS do(a) PSL-Brasil

Por Anahuac de Paula Gil.

A comunidade GNU/Linux mais ativa do Brasil está irritadíssima com a campanha do #FlisolSemUbuntu. E não poderia ser diferente, afinal de contas, alguém decidiu se opor a sua distribuição favorita. É como se alguém tivesse feito uma campanha contra seu time de futebol. Irrita mesmo.

Essa raiva se expressa de várias formas, e a mais evidente é a reação exagerada e a geração de FUD – Fear, uncertainty and doubt. Assim, em vez de esclarecer as coisas, elas se complicam mais ainda. Meias mentiras são propagadas de forma a desacreditar o recado original, gerando confusão, medo e dúvida. Esses são os “sabuntadores”

Vou tentar esclarecer os pontos mais polêmicos e ver se ajudo a contrapor os “sabuntadores” de plantão.

1 – Vocês estão segregando os usuários de Ubuntu do FLISOL!

Mentira pura. Se você tomar o cuidado de ler a minha petição por um FLISOL sem Ubuntu e a recomendação do Thiago Paixão, perceberá que o foco está na instalação de Ubuntu pelo FLISOL, nada mais. Usuários de Ubuntu poderão, deverão e serão recebidos com muito amor e carinho, da mesma forma que são recebidos usuários de outros sistemas operacionais.

Faz parte das regras gerais do FLISOL receber e atender qualquer pessoa que queira instalar Software Livre em qualquer sistema operacional, mesmo Windows ou MacOS. Então como assim estamos propondo uma segregação dos usuários de Ubuntu? Eles são muito bem-vindos! Serão ajudados como qualquer outra pessoa.

Sei que parece difícil de entender, mas o que estamos pedindo é que um evento de Software Livre não instale a distribuição que mais confronta o próprio Software Livre. Assim a recomendação é para que os voluntários do FLISOL não instalarem Ubuntu e dediquem boa parte do seu tempo explicando aos iniciantes os motivos.

Então imagens como esta ao lado, apesar de engraçadas, são puro FUD. Se você usa Ubuntu, vá ao FLISOL! Participe, converse e descubra opções 100% livres ou menos daninhas do que o Ubuntu.

2 – Porque a implicância com o Ubuntu?

Porque a Canonical tem um longo histórico de ações amorais e anti éticas que a confrontam a filosofia do Software Livre. Uma hora alguém tinha que achar ruim. Por mais que tentem minimizar a gravidade, é muito sério instalar spyware em um sistema operacional popular, sem dizer nada a ninguém. Não há justificativa. Trata-se de uma quebra de confiança mercadológica. E criar um botão para desativá-lo não mitiga em nada o problema.

É como ser traído pelo cônjuge. Depois de consumada a traição, a relação de confiança se desfaz. Há quem supere e perdoe, mas no caso da Canonical, sequer desculpas foram apresentadas. Na verdade, o posicionamento da empresa foi de fundamentação da ação, justificando-a como método comum do mercado e tentando desqualificar seu críticos. Resumindo: “trai sim e daí? Todo mundo faz isso, então não reclame.” Isso pode ser aceitável para você, mas não é para quem defende o Software Livre: primeiro a liberdade do software e depois os negócios.

Some a isso o fato do Ubuntu embutir drivers privativos no kernel linux sem te avisar. Parece mágica! Quando instalo Ubuntu tudo funciona de primeira, mas quando instalo as outras distribuições não. Bom amigão, hora de acordar: não é mágica, é software não livre embutido no sistema operacional sem nenhum alerta para você. Como isso pode ser bom para o Movimento Software Livre?

Considerando que o Windows tem Software Livre embutido e o Ubuntu tem software não livre embutido, que os diferencia é a quantidade de software não livre?

3 – Mas outras distribuições também tem “blobs” privativos, então focar só no Ubuntu não é hipocrisia?

Não é. Há níveis de gravidade e de adoção de drivers privativos em cada distribuição. Seria um injustiça absoluta colocar o Debian no mesmo “balaio” do Ubuntu. Até mesmo o openSUSE não vem com muitos dos drivers privativos que vem no Ubuntu.

Se fizéssemos uma campanha de ação condenando absolutamente todas as distribuições que usam drivers não livres, seríamos taxados de radicais, utópicos, “sem noção”, sonhadores… e seriamos automaticamente ignorados. Então decidimos focar na distro que mais agride os princípios do Software Livre.

A rigor, nenhuma distribuição contendo nenhum componente não livre deveria ser instalado no FLISOL. E o objetivo é chegar lá, ou melhor, voltar para lá, porque estou convencido que os idealizadores do FLISOL, quando pensaram no formato e nos objetivos do evento, jamais incluíram deliberadamente a ideia de distribuir software não livre. Um dia, seremos uma comunidade forte e consciente capaz de pressionar os fabricantes de hardware a liberarem seus drivers e essa discussão não será mais necessária.

Mas eu não acredito que conseguiremos pressionar os fabricantes de hardware a liberarem seus drivers usando massivamente seus drivers não livres.

Até lá teremos que dar um passo de cada vez. O primeiro é não instalar Ubuntu. Amanhã, poderemos ampliar o espectro de distribuições, quem sabe? Mas o objetivo certamente é ter um FLISOL que só instale e dissemine Software Livre.

4 – Mas e a liberdade de escolha?

Interessante que depois de tantos anos, esse argumento ainda encontre espaço em nossas comunidades. Você sabia que a Microsoft, em 2004, fez uma campanha que usava esse mesmo argumento para conter o uso de Software Livre no Governo Federal? “Campanha pela liberdade de escolha do software”.

Software Livre não defende a liberdade de escolha. Defende a liberdade do software. Escolher ser um prisioneiro do software privativo não é uma opção válida para quem defende a liberdade do Software. Por que? Ora, por que escolher usar um software não livre, tolhe sua liberdade, e aqui estamos preocupados com a liberdade do software.

Existe um movimento que tenta se confundir com o Software Livre, chama-se OSI – Open Source Initiative, que defende a liberdade de escolha. Eles são mais maleáveis e complacentes na convivência com softwares não livres. Em geral eles se preocupam mais com os negócios, o mercado e a comodidade do usuário, mesmo que isso represente usar software não livre. Mas isso não é Software Livre, é OSI. Se você acha que esse é um caminho válido e positivo, então talvez seu “lance” não seja Software Livre, mas OSI.

Mas perceba o nome do evento: FLISOL, e não FLOSI :-)

Se quer pregar a liberdade de escolha, perfeito! Mas lembre-se que isso não é Software Livre.

5 – Quanto mais gente usando melhor!

Os “sabuntadores” dirão que devemos sim instalar software não livre para ajudar na massificação do uso do Linux e que então, uma vez massificado o Software Livre prevalecerá. E esse argumento é uma tremenda confusão em si mesmo:

a) Como assim distribuir algo ajuda a popularizar a antítese desse algo? Exemplificando: como assim distribuir cigarros ajuda a combater o tabagismo?

b) O Linux, o kernel, já esta sendo distribuído com centenas de drivers não livres a muito tempo. E cada dia ele tem mais e mais software privativo dentro. Tanto que foi criado um fork do projeto que se chama linux-libre, cujo símbolo é um pinguim “limpinho” :-). Então quem quer mesmo massificar o uso de “linux”?

c) O argumento da massificação parece perfeito em tese, mas na prática tem se mostrado absolutamente errado. Se o objetivo é atingir massa crítica para pressionar desenvolvedores e fabricantes de hardware e liberar seus códigos, o que estamos vendo é o oposto disso. Veja quantos bilhões de usuários de Android, que no fundo é “Linux” e nenhuma reação contrária aos Software Privativos Na verdade aconteceu o oposto, o Android cada dia é mais fechado e a disseminação de apps não livres reina absoluta e cresce diariamente.

O que dizer então do Ubuntu com sua base de instalações que já passam de 20 milhões no mundo todo? Não é meio estranho que a maior e mais atuante comunidade de usuários seja da distribuição que menos respeita a filosofia do Software Livre? da que menos respeita a privacidade de seus usuários? A que mais favorece os fabricantes de hardware distribuindo silenciosamente seus drivers não livres embutidos no kernel?

A grande maioria de nós caiu nesse “conto do vigário”, eu incluído. Usei Ubuntu por anos e até me convenci de que um pouco de software não livre poderia ajudar o Movimento Software Livre e a causa. Eu mesmo usei o acrônimo falacioso “FOSS”. Eu estava errado. O que se viu nos últimos anos foi um crescimento exponencial no uso de software não livre, o enfraquecimento das comunidades atuantes que foram cooptadas pelos serviços privativos on-line, pelas distribuições recheadas de software privativos e de lideranças confusas usando ícones do Software Privativo como Gmail, Facebook e iPhone.

O Movimento Software Livre sempre foi de vanguarda, questionador, disposto ao embate intelectual e sempre alinhado com seus preceitos filosóficos. Acredito que a Canonical e seu Ubuntu são os maiores responsáveis pela sabotagem que estamos sofrendo: se por um lado aumenta o número de usuários, do outro diminui a importância dada à liberdade do software.

A pergunta que deixo para vocês é: quem ganha com o enfraquecimento ideológico do Movimento Software Livre?

Desejo a todos um excelente #Flisol2015 mas que seja um #FlisolSemUbuntu !

Saudações Livres!

Texto original em: http://www.anahuac.eu/flisol-sem-ubuntu