Confira o relatório completo do FISL16!
October 29, 2015 15:25A cada ano que passa o Fórum Internacional Software Livre vem se firmando como um local de discussão e exposição do que há de mais novo em tecnologias livres. Não é por acaso que o Marco Civil da Internet, uma das legislações mais avançadas do mundo, surgiu dentro de uma das diversas salas do evento. Ela foi resultado da articulação de especialistas, usuários e militantes, algo que faz parte da dinâmica do evento de forma orgânica.
Números
O FISL reuniu de 5.281 participantes, sendo 25% mulheres. Foram 73 caravanas e 406 palestras, totalizando 581 horas de atividades realizadas. Participaram representantes de 20 estados brasileiros, além do Distrito Federal, e de países como Estados Unidos, Uruguai, Argentina, Chile, Cingapura, França, Alemanha, Guatemala, Itália, Letônia e Espanha.
Personalidades
O evento apresentou o que há de mais novo em tecnologias livres. Um dos principais temas debatidos foi a privacidade e a segurança no contexto das redes federadas. Entre as grandes personalidades que prestigiaram o Fórum, destacamos o Ministro Miguel Rossetto, da Secretaria Geral da Presidência da República do Brasil, que destacou a relevância da utilização do software livre, além de lembrar que o Marco Civil da Internet surgiu no FISL e hoje é uma realidade no País; e o prefeito de Porto Alegre José Fortunati, que realizou diversas atividades durante o evento.
Programação
Grande parte programação do FISL foi escolhida pela comunidade em uma votação online das propostas enviadas à organização do evento. Tanto a seleção de propostas quanto a inscrição de participantes foi gerida por um novo sistema chamado SEGUE, desenvolvido pela ASL.Org. O código do sistema está disponível para ser utilizado por outros eventos.
Este também foi um ano de novidade na apresentação da programação do evento aos participantes. O FISL optou por usar o Makadu, um aplicativo livre para eventos que permitiu aos participantes acessar a programação atualizada, tirar dúvidas, avaliar as palestras e ter acesso ao conteúdo do palestrante.
Caravanas
A Caravana mais distante veio de Salvador, Bahia e a maior Caravana foi a da UFSM, Santa Maria com 71 participantes.
Site
O site do FISL reuniu 109.378 visitantes únicos, 1.293.241 visualizações de páginas.
Perfil dos Participantes
Pela primeira vez na história do FISL a participação de mulheres no evento chegou a 25% do total de participantes. Isso foi resultado de uma mobilização da comunidade e da definição como eixo central de atuação da ASL.Org. Do ponto de vista de Comunicação, o FISL lançou a campanha “Lugar de mulher é na tecnologia e onde ela quiser” nas redes sociais na semana internacional da mulher, em março, resgatando as mulheres que se destacaram na história da tecnologia.
Assessoria de Imprensa
O evento alcançou 35 citações em mídia impressa, 240 citações em mídia digital e 34 inserções em rádios e TVs.
Relatório Completo
Para LER e BAIXAR o RELATÓRIO COMPLETO sobre o FISL16, acesse:
>> http://comunicacao.softwarelivre.org/fisl16/Relatorio_FISL16_final3-Web_c.pdf
Agradecimentos
Construir um evento do tamanho do FISL só se torna possível com a força da comunidade. Durante o ano inteiro a equipe de organização da ASL.Org e assessorias parceiras articulam cada milímetro deste evento de sucesso que se consolida cada vez mais. Por isso, agradecemos a todos funcionários, sócios e colaboradores que servem como bússola para a comunidade durante o processo. Destacamos também a atuação de mais de uma centena de voluntários que se dedicam levando em troca apenas a satisfação em colaborar e construir algo novo.
Agradecemos também a cada um dos 5.281 participantes que fizeram desta edição uma prova de que a união da comunidade coloca o movimento Software Livre na vanguarda de soluções inteligentes para os problemas tecnológicos atuais.
Em especial, dedicamos nosso “muito obrigado” a todas e todos palestrantes. Muitos deles atravessaram continentes para chegar até Porto Alegre e promover conversas e debates que enriqueceram o Fó- rum de maneira única.
Agradecemos também a confiança dos nossos parceiros e patrocinadores, que investem no FISL por acreditarem que é necessário estimular a produção tecnológica nacional e lutar contra a imposição vertical de tecnologias restritivas. Tenham certeza que seus nomes e marcas serão lembrados pela comunidade como referências em credibilidade e qualidade técnica das soluções.
Chamada de Propostas para pesquisas em Software Livre pela FAPESP / MCTI / MC
October 29, 2015 11:39FAPESP, MC e MCTI recebem Propostas de Pesquisa até novembro
Brasília-DF
Encontram-se abertas até o próximo dia 27 de novembro as inscrições de submissão de propostas de pesquisa nas modalidades Auxílio à Pesquisa Regular (APR) ou Auxílio à Pesquisa – Projeto Temático, conforme a Chamada de Propostas elaborada pelo acordo entre FAPESP, MCTI e MC.
Na Chamada de Propostas os Órgãos convidam pesquisadores que tenham vínculo empregatício/funcional com instituição pública ou privada, sem fins lucrativos, de ensino superior ou de pesquisa nacional, que atuem em áreas de pesquisa para o desenvolvimento da Internet no Brasil. As propostas de projetos de pesquisa devem ser apresentadas na forma e condições do edital disponível em http://www.fapesp.br/9555.
A Chamada é aberta a propostas de pesquisa conjuntas nos seguintes temas:
a) TVI – Tecnologias Viabilizadoras da Internet;
b) AAI – Aplicações Avançadas da Internet;
c) CCD – Comunicação em Rede e Cultura Digital;
d) PPI – Políticas Relativas à Internet;
e) SLA – Software Livre, Formatos e Padrões Abertos; e
f) ASTIC – Aplicações Sociais de Tecnologia da Informação e Comunicações. O detalhamento dos temas pode ser consultado no Anexo I da Chamada
O valor total oferecido nesta Chamada é de cerca de 20 milhões de reais sendo R$ 5 milhões para propostas de APR’s e R$ 15 milhões para propostas de Projetos Temáticos.
Todas as questões relacionadas a Chamada de Propostas devem ser direcionadas para o Comitê Gestor de Cooperação do Convênio entre FAPESP, MCTI e MC por meio do e-mail: chamada_mcti-mc@fapesp.br
REFERENCIAL:
Colaboração entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP, o Ministério de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI, o Ministério de Estado das Comunicações – MC e Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br
A FAPESP, o MC e o MCTI tornam pública a presente Chamada para Propostas para pesquisa estratégica em Internet, no âmbito do Convênio de Cooperação Científica e Tecnológica entre FAPESP, MCTI e MC (www.fapesp.br/8388), no interesse do Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
FAPESP, MCTI e MC tornam pública esta Chamada de Propostas e convidam pesquisadores que tenham vínculo empregatício/funcional com instituição pública ou privada, sem fins lucrativos, de ensino superior ou de pesquisa nacional, que trabalhem em áreas de pesquisa para o desenvolvimento da Internet no Brasil, a apresentar propostas de projetos de pesquisa na forma e condições a seguir estabelecidas.
As propostas devem ser elaboradas por pesquisadores em instituições de pesquisa no Brasil que atendam aos critérios da FAPESP para submissão de propostas nas modalidades Auxílio à Pesquisa – Regular (APR)http://www.fapesp.br/137 ou Auxílio à Pesquisa – Projeto Temático http://www.fapesp.br/176, exceto aqueles explicitamente expressos nessa Chamada.
Cronograma
Anúncio da Chamada de Propostas |
27/08/2015 |
Data-limite para apresentação de Propostas |
27/11/2015 |
Anúncio dos resultados |
Após 01/05/2016 |
O cronograma para apresentação de relatórios científicos e de prestação de contas das propostas selecionadas seguirá as normas para APR (www.fapesp.br/137) e Projetos Temáticos (www.fapesp.br/176).
11. Contato
Todas as questões relacionadas a esta Chamada de Propostas devem ser direcionadas para: Comitê Gestor de Cooperação do Convênio entre FAPESP, MCTI e MC.
E-mail: chamada_mcti-mc@fapesp.br
A liberdade do Software e a sua liberdade, são a mesma coisa?
October 29, 2015 11:02Salve salve turma jovial bonita! Tudo em cima? Lembrem-se: Se você é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda, amanhã velho será, velho será, velho será! A menos que o coração, que o coração que sente, a juventude, que nunca morrerá!
No acesso.me, volta e meia falo sobre GNU/Linux e liberdade de software. Você que caiu de para-quedas aqui, clica no GNU bonito ali em baixo e dê um visu em outros posts, hoje o que eu quero falar aqui com vocês é sobre uma diferenciação básica de liberdades que eu vejo muita gente esquecendo por ai nesse mundão de Deus e cometendo gafes horrendas por conta disso.
Quando você desconhece alguma coisa e começa a ser ensinado (por alguém, alguma coisa, algum lugar), você se depara sempre com a sua liberdade de escolha. Já repararam nisso? Pensa comigo:
Você é uma criança que viveu a vida inteira indo à igreja porque seus pais te obrigavam, um belo dia você começa a estudar coisas diferentes sobre religiões diferentes ou sobre a ciência que explica os fatos miraculosos que acontecem na biblia, você, que nunca antes teve acesso a esse tipo de informação agora tem em suas mãos uma liberdade incrivel! A liberdade de escolher qual caminho trilhar! O que você está conhecendo, o que você decidiu criar juntando os dois ou se abster de tudo e não trilhar mais nenhum deles! Perceba, a real liberdade de escolha do que fazer só acontece quando você adquire conhecimento de causa.
Com relação a sua posição filosofica / mercadologica / profissional / prática / emocional em essencialmente tudo na vida é assim.
Quando falamos de Software Livre a decisão de aderir ao movimento (em qualquer nivel de adesão que você acha necessário) é a mesmíssima coisa. Você nunca ouviu falar do que raios seria SL e quando adquire conhecimento sobre, você tem TODA a liberdade do mundo de decidir aderir a essa filosofia computacional/social ou não! O mesmo vale para o OSI (que, possui sim uma filosofia atrelada a iniciativa, porém a mesma, embora parecida em certos aspectos com a do Software Livre, possui pontos primordiais diferentes), com o Software Privativo e com qualquer outro tipo de computação que existe por ai que eu desconheço.
Porém, a partir do momento que você usa a sua liberdade de escolha e toma uma decisão, você automaticamente deixa de possuir essa liberdade. Você decidiu seguir um caminho! E as suas opções são: seguir ele ou parar de segui-lo, qualquer outra coisa será uma variante dessas duas…
Complicou não é?
Vamos a alguns exemplos.
Na década de 1980 quando o Stallman não conseguiu mais se adequar ao modelo computacional que seu trabalho no MIT lhe propunha, ele decidiu com a liberdade de escolha dele, criar uma alternativa aquele modelo computacional e começou a base do que seria (em 1983) o Movimento do Software Livre, movimento do qual eu sou adepto e milito em prol. Stallman perdeu a liberdade de escolha dele quando decidiu qual caminho trilhar…
Lá entre 1998 e 1999, Bruce Perens e Erc S. Raymond fundara a OSI (Open Source Initiative) como um modelo dicidente do Software Livre! Eles trilhavam caminhos diferentes, usaram sua liberdade de escolha e começaram a trilhar o caminho do Software Livre, decidiram que aquele caminho não batia direito com seus ideais e deixaram de seguir ele… criando assim um caminho próprio…
E da mesma forma que essas pessoas usaram a liberdade de escolha delas (que a Microsoft usou como jargão para seu maravicalamitoso Windows98) eu usei a minha e decidi seguir o movimento fundado pelo Stallman… após tomar essa decisão, eu abri mão da minha liberdade.
O problema todo é que, para nós que tomamos essa decisão conscientemente, isso é algo extremamente claro e objetivo! Tem de ser! Se você resolve se associar a um movimento chamado Software Livre em uma sociedade que prega a Liberdade de Escolha, a sua decisão e o que ela acarreta tem de ser algo muito claro! Infelizmente, nem todos conseguem dissociar uma coisa da outra… possivelmente pela confusão de nomes ou talvez por falta de vontade de entender, não sei…
Um exemplo disso é a forma que as comunidades anti SL (não vou chama-las de pró OSI ou pró Microsoft ou pró qualquer outra coisa, porque generalizar não é bom), essas comunidades anti SL tem em seus membros uma pulga enraizada de tal forma que textos vindos de militandos do Software Livre, simplesmente por ser a favor de algo que eles são contra, se tornam uma fronta pessoal… Citando aqui como exemplo o episódio do FLISOL sem Ubuntu, onde várias pessoas (incluindo eu mesmo) publicaram textos em prol da não inclusão da distro da Canonical em um festival de instalação de Software Livre. Do nada, após a divulgação dos textos, quaisquer um que tivesse postado era alguém que estava atrasando o crescimento do Software Livre, pois a Canonical isso, a Canonical aquilo… e a grande maioria da massa chorumesca (aquela que só quer ser hater sem buscar argumentações saudaveis) começou a tentar diluir o movimento #semUbuntu tentando diminuir a importância do mesmo.
Não é bem assim…
#semUbuntu e #maisGNU, embora tenha dois nomes diferentes, é um único movimento formado por militantes do Software Livre que enxergam que o movimento tem perdido sua força ao longo dos anos, mesmo em eventos onde o próprio movimento era o foco. E esse movimento pró software livre decidiu começar uma militância em prol de uma limpeza da distribuição GNU/Linux não livre distribuida pela Canonical, simplesmente por ela ser a mais usada e com viés empresarial (diferente do CentOS, Fedora ou qualquer refisefuqui de Ubuntu menor que são guiadas por comunidade). A militância do #semUbuntu / #maisGNU é, sempre foi e sempre será em prol do software livre e de sua representatividade.
Isso quer dizer que o #semUbuntu não dá a mínima para OpenSUSE, Fedora, CentOS, Elementary ou qualquer outra distro que distribua o kernel linux não limpo de blobs e uma pá de software proprietário por omissão em sua instalação? De forma alguma! Somos #semUbuntu sim! Mas somos sempre #maisGNU!
Isso quer dizer que quanto mais software livre, melhor! Tanto é que, estou nesse momento escrevendo esse texto usando o gedit em um trisquel rodando em um thinkpad x60s com libreboot que é meu equipamento padrão de trabalho, e quer saber de uma coisa? A sensação para mim, enquanto ativista de Software Livre, é quase divina…
Aproveitando esse texto que tem como objetivo terminar de vez com algumas confusões, quero também deixar um adendo aqueles que tentam ferir ativistas de software livre com a falácia de que, sem hardware livre não há software livre.
Assim como Liberdade de Escolha e Liberdade de Software são duas coisas completamente diferentes, Liberdade de Software e Liberdade de Hardware também o são.
A liberdade de software depende da comunidade para acontecer. Uma vez que exista software livre, desenvolvedores escrevendo programas e pessoas usando, o software livre está vivo.
A liberdade do hardware depende exclusivamente de modelos mercadológicos. Se uma fabricante decide ou não abrir o source de seus perifericos para a comunidade e deixa-los ou não sob as quatro liberdades, é uma escolha da fabricante, escolha essa que para eles é uma questão simplesmente monetária.
Pense comigo, a Intel estaria mais interessada hoje em liberar os esquemas da sua próxima linha I7 para a comunidade e correr o risco da AMD pegar esses esquemas, melhora-los e fazer uma linha nova de processadores ou seria de maior interesse manter esses esqueme a 37 palmos do chão? Não estou dizendo que concordo com essa visão, e sim expondo uma de muitas barreiras.
Em todo caso, o fato é, A existência da liberdade do software independe da liberdade do hardware, depende sim da amigabilidade do mesmo, como é o caso desse thinkpad x60s que estou usando. Após flashear o libreboot nele, tive de abrir a criatura e trocar a placa wi-fi por uma que fosse amigavel a firmware livre, libertar meu netbook das algemas da BIOS (Software proprietário) por algo livre, me permitiu efetuar uma troca de hardware, de um que não funciona com firmware livre, por um que funciona! O Software Livre independe do hardware livre!
Espero que esse texto tenha clarificado a mente de alguns de vocês sobre as diferença entre a liberdade de software, a liberdade de escolha e a liberdade de hardware.
Elas são coisas diferentes, independem uma da outra e (se tratando da liberdade de software e de escolha) não são comutáveis.
Por hoje é isso, fiquem na paz e até a próxima.
O trabalho A liberdade do Software e a sua liberdade, são a mesma coisa? de Thiago Faria Mendonça está licenciado com uma LicençaCreative Commons – Atribuição 4.0 Internacional.
Conheça o podcast Free as in Freedom apresentado por Bradley Kuhn e Karen Sandler
October 29, 2015 1:10Para aqueles que gostam de ouvir podcasts, Bradley M. Kuhn e Karen Sandler, ambos diretores da Software Freedom Conservancy e importantes ativistas da comunidade Software Livre, gravam desde 2010 um programa chamado Free as in Freedom.
O áudio é em inglês, mas mesmo para aqueles que tem um pouco de dificuldade em entender o idioma, vale a pena tentar acompanhar as conversas entre os dois apresentadores.
A descrição traduzida do site do programa é a seguinte:
Free as in Freedom é um oggcast quinzenal organizando e apresentando por Bradley M. Kuhn e Karen Sandler. A discussão inclui questões jurídicas, políticas, e muitas outras relacionadas ao mundo do Free, Libre, and Open Source Software (FLOSS). Ocasionalmente, convidados se juntam a Bradley e Karen para discutir vários tópicos sobre FLOSS.
Você pode enviar um email de feedback sobre o programa para <oggcast@faif.us>, ou juntar-se ao bkuhn e outros ouvintes em nosso canal de IRC, #faif em irc.freenode.net.
Nesse momento o último programa disponível é de junho de 2015, mas esperamos que Bradley e Karen voltem a gravar logo :-)
Baixe os programas nesse link: http://faif.us
Texto do Anahuac: sua liberdade por R$ 20,00
October 28, 2015 19:55Desde que decidi usar o Linux-libre enfrento o mesmo problema com os drivers privativos das interfaces wifi dos meus notebooks: elas não funcionam. Meu primeiro note a passar por isso foi um CCE-787P muito bom, mas que tinha uma placa wifi péssima que só funcionava com software não livre e ainda assim, funcionava muito mal. Tão mal que decidi comprar uma wifi externa.
É claro que usar um dongle usb funciona, mas é muito inconveniente, feio, pouco prático e também sensível: um movimento em falso e ele pode quebrar. Então decidi que era hora de fazer algo. Seria possível substituir a wifi interna? Eu estava disposto a tirar a poeira do meu antigo ferro de solda e meter a mão na massa se fosse necessário, mas felizmente não foi.
Depois de alguma pesquisa no https://searx.me e de longas conversas com o amigo Thiago Mendonça pelo https://actor.im descobri e entendi que a maioria dos notes vem com placas wifi removíveis. Parecem pequenos pentes de memória que podem ser facilmente trocados. Mas nem todos os modelos são assim, a maioria dos ultrafinos tem placas soldadas o que impossibilita a troca de forma simples. Nesses casos, a menos que você saiba muito bem o que está fazendo, é usar um dongle usb mesmo.
Isso entendido era hora de encontrar um modelo que pudesse substituir a minha placa interna. Os requisitos eram óbvios: que fosse boa e que funcionasse com drivers, firmwares e blobs livres. Usar Linux-libre não era mais uma questão de escolha, mas de alinhamento com meu ativismo no Software Livre.
É fundamental deixar claro que foi Thiago quem me guiou nesse caminho. Ele me apresentou ao site http://h-node.org onde podemos pesquisar se um determinado chipset funciona ou não com Software Livre. Então fica aqui meu super agradecimento e reconhecimento.
Meu segundo notebook é um Dell Inspiron e nele também troquei a placa wifi interna e estou muito satisfeito. Apesar de ter funcionado comigo de primeira, é necessário levar em consideração alguns aspectos importantes:
- Garantia do produto – tenha em mente que será necessário abrir seu notebook e isso poderá comprometer a garantia do produto. Consulte o suporte do fabricante e pergunte sobre como deve proceder. No caso da Dell você mesmo troca, mas tem que guardar a peça original. Em caso de suporte você precisa colocar a original de volta no lugar;
- Aspecto físico da placa – você precisa abrir seu notebook, remover a placa wifi e ter muita atenção para escolher um modelo fisicamente igual. Existem muitos formatos para um mesmo modelo ou chipset. Lembre-se que cada notebook é diferente, então formatos diferentes são necessários para de adaptarem perfeitamente. Tire medidas, verifique a pinagem, os cortes, conectores e todos os detalhes. Você vai buscar uma placa que é fisicamente idêntica para que ela encaixe perfeitamente no lugar da antiga. Não hesite em perguntar todos os detalhes para o vendedor, observe bem as fotos que ele publica, mande e peça as medidas. Tenha certeza de estar comprando o que precisa, pois nada é mas frustrante do que ter uma placa na mão e não poder encaixá-la no lugar.
- Whitelist da BIOS – este pode ser o maior dos problemas: cada BIOS vem de fábrica com uma lista de modelos de placas que serão aceitas. Se a placa que você comprar não estiver nessa lista, ela não vai funcionar. As vezes a placa é simplesmente ignorada pela BIOS, outras vezes o note não liga. Não se preocupe, pois em qualquer uma das opções não haverá nenhum dano ao notebook. É fundamental entender que esse é mais um mecanismo de controle dos fabricantes e se deve ao fato das BIOS serem não livres. E onde consigo a whitelist das placas wifi do meu notebook? Bom essa tarefa não é tão simples pois os fabricantes sonegam essa informação, então é buscar pela internet para ver se encontra. Eu, na minha doce inocência, achei que o suporte do fabricante me daria essa informação, então liguei para a Dell, mas eles se negaram a me fornecer a lista.
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Marcas e Modelos – Este é um dos pontos mais sensíveis de todo o processo, pois temos que identificar um modelo que funcione com Software Livre, afinal de contas o objetivo é usar o Linux-libre e libertar o notebook, certo? A dica é focar nas placas Atheros. Mas não deixe de pegar cada modelo disponível nos sites de compra, que tenham o mesmo formato da sua placa, e pesquisar no http://h-node.org para ver se funcionam com Software Livre. Os modelos que eu comprei foram os seguintes:
- Atheros Ar5b95
- Dell Dw1707 (chipset Atheros QCA9565 / AR9565)
- Investimento ou despesa – essas placas wifi são vendidas em sites de venda como o Mercado Livre por até R$ 20,00 com frete grátis. É claro que alguns vendedores se aproveitam e vendem mais caro, mas basta ter um pouco de paciência. No meu caso eu comprei uma por R$ 20,00 e outra por R$ 15,00 entregues em casa! Portanto o investimento é tao baixo, que se der errado e não funcionar será uma perda aceitável.
- Testando – você pode baixar a ISO do Trisquel e instalar em um pendrive para rodar uma distribuição 100% livre em seu notebook e confirmar que sua wifi nova já funciona. A sensação de ter se libertado é ótima!
Então vamos fazer um passo a passo para simplificar:
- Consulte o fabricante sobre a garantia;
- Abra o notebook;
- Localize e remova a placa wifi;
- Meça e anote todos os dados físicos da placa, inclusive a pinagem de conexão e conectores;
- Busque no Mercado Livre (ou outro site) por placas wifi internas Atheros;
- Pergunte tudo ao vendedor. Mande as medidas e detalhes físicos da sua se for necessário;
- Compre;
- Quando chegar, substitua a sua placa velha e escravizante por uma nova libertária!
- Inicialize seu notebook com Trisquel e certifique-se que está funcionando;
- Instale o GNU Trisquel ou outra da lista da FSF;
- Mande um e-mail para o fabricante contando o que fez e pedindo que os próximos modelos venham com placas wifi que funcionem com Software Livre.
É claro que mudar a placa é uma opção, mas seria muito mais legal se isso não fosse necessário. Mas os fabricantes só se preocuparão se nós fizermos pressão, exigindo componentes que funcionem com Softwares Livres que respeitem a liberdade do software. E como fazer isso? Cobrando do seu fornecedor. Então não se acomode, cobre!
Ficam abaixo as dicas para os tutoriais feitos pelo Thiago para instalação da BIOS livre libreboot e do linux-libre para o Debian. Divirtam-se:
- libreboot – https://acesso.me/blog/libreboot-e-thinkpad-x60s-saga
- linux-libre no Debian – https://acesso.me/blog/instalando-o-kernel-linux-libre-no-debian-jessie
Espero que este pequeno tutorial possa lhe inspirar a libertar seu notebook dos sistemas Linux que prometem liberdade, mas que na verdade estão recheados de blobs privativos.
Então que tal se deixar levar e ser um nerd de verdade? trocar sua placa? e parar de reclamar da incompatibilidade dos sistemas GNU e se libertar por R$ 20,00?
Nos vemos na sua pŕoxima distribuição GNU!
Saudações Livres!
Texto original em: http://www.anahuac.eu/sua-liberdade-por-r-2000