O debate sobre a construção partidária deve ter grande importância no processo das nossas Conferências. O documento do Comitê Central que convoca as Conferências, ao examinar os desafios para o crescimento do Partido, destaca duas questões:
- Disputar mais ativamente o lugar político diferenciado do PCdoB na cena política e social.
O Partido, para disputar mais ativamente um lugar político próprio, precisa desenvolver uma agenda própria, com as bandeiras do momento político, levantando movimentos e ações políticas capazes de acentuar mais amplamente na sociedade, na prática, seu caráter diferenciado, a partir da realidade concreta de cada situação em que atua.
A agenda do Partido deve disputar a consciência dos trabalhadores e do povo, das forças progressistas e da intelectualidade, como uma corrente comprometida e protagonista do atual ciclo político, que o sustenta pela esquerda, exerce o pensamento crítico em unidade e luta com as força que o integram, e disputa largos setores da sociedade para ampliar a base social e eleitoral e torná-la mais definida.
Esta agenda própria está firmada em torno dos temas candentes da construção e afirmação da nação, dos interesses dos trabalhadores, dos direitos civis em geral, como expressão de democracia, e envolvem centralmente as reformas estruturais democráticas, que para o PCdoB têm caráter programático.
- Nas condições atuais, é preciso mais rigor por parte da estrutura de quadros e mais determinação na justa aplicação das linhas de ação e construção partidárias.
Com a alteração das condições para a acumulação de forças, nos marcos de uma crise política que pode ameaçar todo o ciclo em curso no país, o papel do partido é mais exigido. A esquerda está sob pressão, e isso serve de alerta quanto ao papel mais decisivo dos quadros neste momento: quadros melhor preparados e organização fortalecida são fatores decisivos para a aplicação das decisões e tarefas aprovadas, sem o quê a política, por mais justa que seja, torna-se letra morta.
Os debates da 10ª Conferência apontaram para um esforço mais direcionado e menos espontâneo para o crescimento partidário, centrado em reposicionar o partido quanto às bases sociais mais decisivas e voltadas para as capitais com prioridade e entre os grandes municípios em que está presente o PCdoB.
Mas o denominador comum e principal a todo o esforço proposto, é que a estrutura dos quadros precisa ser mais coesa com a orientação e mais congregada com a vida partidária; mais consequente na luta política de massas, tanto como no esforço da construção partidária; mais consequente com a disciplina, forjada com base em consciência, num ambiente de debate e livre pensamento; mais rigorosa com seus compromissos de atuação partidária.
É preciso maior dedicação ao trabalho de direção partidária pelos quadros eleitos, de modo especial, àqueles que compõem os núcleos executivos permanentes dos comitês partidários. Aí se envolvem problemas cruciais da Política de Quadros, compreendendo motivações, disciplina, disposição e dedicação para cumprir papeis dirigentes. Não são justificáveis o grande número de ausências de dirigentes e a falta de quórum nas reuniões dos comitês eleitos.
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