Em nosso estado, o partido conseguiu se apresentar como uma força política de esquerda, renovada, projetando novas lideranças comprometidas com bandeiras progressistas e avançadas e que trabalham para a união de forças que possam viabilizar tais bandeiras, sem exclusivismo ou hegemonismo.
Estas bandeiras que se referenciam no Programa do Partido, buscam dar respostas aos desafios e problemas vividos pelo povo em suas cidades e no estado. Fruto disto o Partido é respeitado, cresceu e projetou lideranças de grande expressão na luta política. Nas eleições do ano passado, isto se refletiu na reafirmação da liderança da deputada Manuela que obteve novamente a maior votação do estado, na eleição de João Derly como deputado federal e na conquista - pela primeira vez depois da democratização - da segunda cadeira na Assembléia Legislativa com o deputado Juliano Roso.
Mas, o resultado eleitoral mostrou um crescimento contido e derrotas importantes, como a não reeleição do deputado operário Assis Melo e a limitada votação de várias lideranças do partido que impediu a ampliação de nossas bancadas.
É certo que para isso concorreu o cenário eleitoral desfavorável para as forças de esquerda em nosso estado. Contudo, também ficaram evidenciadas nossas deficiências e debilidades, sobretudo no vínculo concreto com o povo. Isto decorre de uma compreensão deficiente sobre as profundas mudanças que envolvem as classes e camadas sociais, principalmente nos grandes centros urbanos, e pelo fato de que ainda é pequena a presença dos comunistas nas suas lutas e organizações.
É preciso aprofundar os vínculos do partido com as massas populares e segmentos sociais, compreender melhor suas complexidades, causas e lutas. Assim como, aperfeiçoar nossa atuação nos executivos e nos parlamentos, de maneira que nos aproxime mais da sociedade, de suas necessidades e interesses concretos. Para que isto se reverta em crescimento e fortalecimento do PCdoB.
Da mesma forma, o Partido e suas lideranças precisam capitalizar o prestigio dos nossos deputados estaduais e federal que representam setores expressivos, criando vínculos mais permanentes com estes setores, consolidando nossa base eleitoral e garantindo presença organizada do Partido em setores mais amplos do povo gaúcho.
Portanto, neste processo de realização das Conferências, cabe ao conjunto da militância comunista enfrentar estes importantes desafios e levar o PCdoB a ocupar o seu lugar político, contribuindo decisivamente para a afirmação de nossa força. O cenário é marcado pela ofensiva do conservadorismo e da direita, que impõe dificuldades para a esquerda e as forças consequentes no país, mas também há uma realidade de crescente autoridade e prestígio do PCdoB, que se amplia pela atuação dos seus deputados estaduais e mandato federal, presença nos legislativos e executivos, e lideranças que atuam nos movimentos sociais, movimento sindical através da CTB, juventude, mulheres, combate ao racismo, LGBT.
Neste sentido, essas devem ser as prioridades de ação para os comunistas:
1 - Trabalhar na formação da Frente Ampla e do Bloco de Esquerda no Estado, construindo a unidade de ação de amplas forças políticas e sociais para defender o mandato da presidenta Dilma, a democracia, a economia nacional e a retomada do crescimento com progresso social. A organização do Bloco de Esquerda, reunindo as forças populares e os partidos de esquerda deverá reforçar a Frente Ampla e criar condições para a defesa dos direitos sociais, civis e trabalhistas, alvos da agenda reacionária e reunir forças para avançar na efetivação das reformas estruturais que o país necessita.
2 - Atuação firme e decidida para contribuir com a superação da crise vivida pelo Rio Grande, combatendo as propostas que onerem os trabalhadores e sua economia e provoquem o enfraquecimento do estado, com ataques aos salários e direitos dos trabalhadores, ou com retrocessos e privatizações. Existe um caminho oposto que pode garantir o desenvolvimento, a defesa dos direitos dos trabalhadores e a garantia de serviços públicos de maior qualidade.
3 - Reforçar nossa Identidade e ocupar nosso espaço, assumindo bandeiras atuais e avançadas - vinculadas as causas justas da sociedade e dos trabalhadores - e que refletem a ação do Partido. Além da luta contra o golpe, pela construção da Frente Ampla, o Bloco de Esquerda e o Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, e da oposição às medidas neoliberais do governo Sartori, a agenda do partido deve tratar da defesa dos interesses dos trabalhadores, dos direitos civis em geral e das reformas estruturais democráticas. E assim se firmar como uma força política de esquerda, renovada, moderna e que busca a união de forças políticas e sociais em torno de um projeto avançado.
3.1. Ao mesmo tempo é preciso nos aproximar mais do povo, principalmente na capital e nos maiores municípios gaúchos. Fortalecer nossa atuação junto ao movimento dos trabalhadores, da juventude, das mulheres e dos novos movimentos sociais assumindo suas bandeiras e propugnando por cidades mais humanas e justas. A presença concreta dos nossos dirigentes e militantes nestas lutas permitirá a filiação de novas lideranças e o fortalecimento do Partido.
3.2. Além do crescimento que precisa ser acentuado nos principais pólos regionais e urbanos do estado, ampliar a presença do Partido em um número cada vez mais crescente dos 497 municípios gaúchos.
4 - Reforçar o trabalho com os quadros do Partido qualificando-os politicamente e ideologicamente. Por meio deles, garantir o funcionamento regular das direções partidárias e a organização da militância com o objetivo de viabilizar a aplicação de nossa política e uma atuação mais presente no dia a dia da luta do povo.
5 - A construção do Projeto Eleitoral de 2016 é desafio concomitante ao da realização das Conferências. Desde já, é preciso preparar as condições para elegermos um grande número de vereadores e conquistar prefeituras, acumulando forças e posicionando nossas lideranças para a disputa de 2018. Nas grandes cidades, especialmente naquelas que têm segundo turno e campanha de TV, devemos trabalhar para lançar chapa própria na eleição proporcional e examinar a possibilidade de lançarmos candidaturas majoritárias.
Os militantes do PCdoB, convictos de que com luta e mobilização é possível barrar a onda conservadora e retomar a ofensiva das forças progressistas, estão chamados a construírem um rico processo de Conferências Partidárias, contribuindo para a superação da crise e para o fortalecimento do Partido na luta por novas conquistas.
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