A EAD no Brasil começou há tempos, mas faz muito pouco que ela começou a ser vista com “bons olhos” por estudantes e professores, pois a maioria ainda não acredita na eficácia deste tipo de ensino. No Brasil, os primeiros registros do ensino à distância datam do início do século XX, em que o ensino era feito por meio de cartas e apostilas, das quais o aluno estudava sozinho e enviava as atividades pelo correio.
Mais tarde começaram as transmissões por rádio e televisão, modernizando a EAD, mas não permitindo ainda a interação entre professores e alunos. Então, chegaram os computadores e, logo depois, o acesso a internet, revolucionando o EAD, pois, através da web 2.0, alunos e professores poderiam interagir como dentro de uma sala de aula, as trocas poderiam ser feitas, mas , mais que isso, o conhecimento poderia ser compartilhado com o mundo inteiro.Atualmente, o computador e a internet são ferramentas básicas para a maioria dos cursos a distância no Brasil.
Com o aumento deste tipo de educação, o Brasil lhe deu o devido reconhecimento através da criação de leis, decretos e portarias, porém, se por um lado isso tudo legitimava o EAD, por outro, impunha uma séria de regras e normas que estes cursos EAD deveriam seguir, separando da educação “normal”, presencial, colocando o curso em outro patamar. Assim, dificultou-se, no Brasil, a criação de cursos EAD, visto essas exigências, uma situação completamente diferente do que vinha e vem acontecendo na Europa em que não há essa separação. Mesmo as formas mais "arcaicas" como as rádio-transmissões continuam a pleno vapor, um exemplo são as aulas à distância oferecidas pelo governo britânico para as crianças africanas que enfrentam dificuldades para ir a escola depois da epidemia da Ebola no continente: https://queminova.catracalivre.com.br/educacao/instituicao-inglesa-oferece-aulas-por-radio-para-criancas-na-africa/ .
O ensino à distância nesses outros países está no mesmo patamar da educação presencial, nem menos nem mais importante, lá, pelo visto, têm-se mais liberdade na criação de cursos e plataformas de EAD e um incentivo para que isso ocorra. As universidades disponibilizam cursos através de uma plataforma comum online, uma verdadeira democratização do ensino, das universidades para a população. Já no início do século XX a União Soviética realizava cursos por meio de cartas, o Japão complementava os estudos presenciais e a França transmitia aulas universitárias através do rádio.Mais para o fim do século, a Grã-Bretanha, a Espanha, a Venezuela, a Costa Rica, a Holanada e muitas outras já possuiam cursos universitários essencialmente a distância, enquanto, no Brasil, isso se tornou possível somente em 1992 com a Universidade Aberta de Brasília.
No Brasil, o EAD tem que possuir de 50% à 20% do curso presencial, dificultando , por exemplo, que alunos de outros países ou mesmo de outros estados brasileiros participem e consigam realizar o curso. Fora que são exigidos processos seletivos para o ingresso de alunos, o EAD é muito mais voltado à um público universitário e especializado, não permitindo a democratização como ocorre na Europa. Eu tenho amigos que realizam mestrados à distâncias por universidades britânicas aqui do Brasil, mas o contrário parece ser muito mais difícil, senão impossível. O Brasil tem de flexibilizar as normas da EAD e popularizar este método de ensino para todos os níveis, sociais, econômicos e educacionais.
Yádini Winter
1Un commentaire