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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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Com economia estagnada e desemprego em alta, brasileiros voltam a se endividar

18 de Junho de 2019, 10:11, por Blog do Arretadinho

Milhões de trabalhadores voltaram a se endividar nos primeiros meses deste ano. Com a crise sem fim e taxas recordes de desemprego, mesmo quem conseguiu pagar as dívidas em 2018 voltou a atrasar as contas

Escrito por: Rosely Rocha em CUT.org.br

Com a estagnação da economia e o aumento das taxas de desemprego, que atinge mais de 13 milhões de trabalhadores e trabalhadoras,está cada vez mais difícil pagar as contas. E os brasileiros que, a duras penas, saíram das listas de inadimplentes e limparam o nome no  Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) quitando suas dívidas no ano passado, estão voltando a se endividar este ano e, de novo, ficando com os nomes sujos, sem poder comprar a crédito e fazer empréstimos pessoais. 

No ano passado, o número de devedores reincidentes era de 24,9% do total que tinham dívidas vencidas e não pagas. De janeiro a maio deste ano, os que se endividaram de novo já somam 27% do total de inadimplentes – um aumento de 2,1%. O balanço é da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil.

O levantamento revela que o crescimento mais acentuado em maio foi o de contas básicas, como água e luz, que cresceram 27,2% na comparação com o mesmo período do ano passado.  Já as dívidas bancárias, como cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e empréstimos cresceram apenas 1,3% no período, apesar de representarem 53% das dívidas pendentes de pessoas físicas.

Outras dívidas recuaram. As contraídas no comércio em forma de crediário recuaram -5,1%, assim como as contas de telefonia, TV por assinatura e internet, que caíram -22,1%. No geral, considerando todos os tipos de dívidas, houve uma pequena queda de -0,79% frente maio de 2018.

Apesar desse pequeno recuo de algumas dívidas, no último mês de maio, o volume de consumidores com contas em atraso e com restrições no CPF avançou 2,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado – um pouco acima dos 2,0% registrados no mês anterior (abril).

Brasileiro deve mais do que a média salarial

Segundo as instituições, o inadimplente brasileiro encerrou o último mês de maio com uma dívida média de R$ 3.239,48 (mais de três vezes o salário mínimo atual de R$ 998,00). O valor é 41% maior que a renda média mensal do trabalhador brasileiro (R$ 2.291,00), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A técnica do Dieese da subseção CUT Nacional, Adriana Marcolino, explica que o rendimento médio de todos os trabalhos do brasileiro tem oscilado muito pouco desde o final de 2017 até agora.  De acordo com ela, no trimestre terminado em janeiro de 2018 ficou em R$ 2.284,00, no trimestre seguinte subiu para R$ 2.294,00. Depois caiu, aumentou um pouquinho e agora nos últimos três meses (fevereiro, março e abril) fechou em R$ 2.295,00.

“O rendimento médio dos trabalhadores não está reagindo porque está ligado a todo este cenário de baixo crescimento e aumento do desemprego e da informalidade”.

De acordo com Adriana, o salário não é suficiente para bancar as despesas, “embora alguns preços estejam estáveis, como é o caso do gás de cozinha, as altas dos botijões acima da inflação em 2017 e 2018 continuam pesando no bolso do trabalhador.”

E “os custos com a manutenção da vida: casa, alimentação, transporte, saúde pesam muito no orçamento familiar”, analisa a técnica do Dieese.

Para Adriana Marcolino, enquanto a crise econômica e o desemprego não diminuírem não vai ter jeito. As pessoas vão pagar uma conta num mês e deixar de pagar no mês seguinte.

População idosa está mais endividada

Dados detalhados por faixa etária revelam que o crescimento da inadimplência é maior entre a população mais velha. O maior crescimento no atraso de contas é de quem tem de 65 a 84 anos - alta de 9,16%. Em seguida aparecem os consumidores de 50 a 64 anos (4,92%), de 40 a 49 anos (3,55%).

Já na faixa dos 30 aos 39 anos houve uma leve queda de -0,43%. Também houve recuo entre as faixas etárias mais jovens, dos 18 aos 24 anos (-22,62%) e dos 25 aos 29 anos (-8,91%).

 A técnica do Dieese lembra que os idosos, aposentados, têm uma renda média menor do que quem está no mercado de trabalho. E, se para quem tem renda média o impacto é ruim, para quem tem uma renda menor, é pior ainda.

“A gente tem percebido que os produtos relacionados à saúde têm aumentado acima da inflação e isto pesa muito na cesta de produtos da pessoa idosa. No começo de 2019 até o mês de maio, a inflação média no Brasil foi de 2,4%, enquanto os planos de saúde subiram 4%, o que contribuiu para que a inflação média de saúde ficasse em 3, 31%, neste período. Parece pouco mais é  significativamente maior para quem tem de pagar”, analisa Marcolino.



Governadores do Nordeste criam “consórcio” que já atua para trazer médicos cubanos de volta à região

17 de Junho de 2019, 11:02, por Blog do Arretadinho

 Médicos cubanos na chegada ao Brasil (Foto: Arquivo)
Consórcio do Nordeste busca maior autonomia em relação ao governo Jair Bolsonaro e quer contato direto com organização para reativar o Mais Médicos na sua forma original

POR 
REDAÇÃO @REVISTAFORUM

Os governadores dos nove Estados completaram recentemente os trâmites necessários para tornar legal o Consórcio do Nordeste, que tem como objetivo buscar uma maior autonomia em relação ao governo de Jair Bolsonaro e as políticas federais que consideram nocivas para a região.

Uma das primeiras medidas que os líderes nordestinos pretendem impulsar é a retomada do formato original do programa Mais Médicos, com a presença dos profissionais cubanos, que foram embora do país após as críticas ideológicas ao governo da ilha feitas pelo presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), o Consórcio do Nordeste já está entrou em contato com representantes da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), entidade liga à OMS (Organização Mundial da Saúde), e consultou sobre a possibilidade de trazer profissionais estrangeiros, especialmente de Cuba, para refazer a cobertura dada pelo Mais Médicos ao sistema público de saúde nos estados nordestinos.

Em dezembro passado, ainda como presidente eleito, Bolsonaro fez duras críticas a Cuba, dizendo que tratava os médicos cubanos como “escravos”, criando uma crise diplomática que levou o presidente da ilha, Miguel Díaz-Canel, a ordenar o retorno dos profissionais ao seu país.

Após a perda dos cerca de 8 mil médicos para o sistema, o Governo Federal prometeu que preencheria todas as vagas com médicos brasileiros, algo que não aconteceu: uma reportagem recente do New York Times mostrou que centenas de cidades brasileiras continuam a espera de novos médicos para substituir os cubanos que se foram, situação que mantém cerca de 28 milhões de pessoas sem atendimento.

Os estados nordestinos estão entre os mais atingidos por essa postura federal anticomunista: o Ceará, por exemplo, é o segundo estado brasileiro com o maior carência de médicos.



Moro e Dallagnol são conges e a lava-jato é um golden shower | Notícias ...

15 de Junho de 2019, 2:48, por Blog do Arretadinho



Brilhante, a estratégia de Glenn Greenwald:

11 de Junho de 2019, 15:12, por Blog do Arretadinho

por Renato Janine Ribeiro

1. Assumiu o protagonismo do jogo. Seus alvos estão fazendo exatamente o que ele quis ou previu. Ele controla o tabuleiro. Pela primeira vez desde 2015, a extrema-direita perdeu a iniciativa.

2. Os procuradores e Moro responderam a ele justamente o que ele queria: confirmaram a autenticidade das fitas. Foram debater a forma, não o conteúdo. Assim disseram: você, Glenn, diz a verdade.

3. Ele previu até o argumento que iam usar: a defesa da lei e da privacidade. E respondeu a isso domingo, antes mesmo da reação do grupo: vcs não fizeram isso com Dilma? Que moral têm? Assim, tirou deles o argumento moral, que era o principal da LavaJato e que esta conduziu para a ideia de que os fins justificam os meios.

4. Enquadrou a mídia pátria. A imprensa internacional caiu matando. A Folha de hoje tem um relato bom das reações no estrangeiro. E os jornais de fora que li chamam todos nosso governo de exceção de “extrema-direita”. Nenhum usa o eufemismo “direita” (direita é Merkel, cara-pálida!) ou “liberal” (liberal é o Economist, stupid!). Vai ser difícil passar pano por muito tempo.

5. Ao dizer que não divulgaria as intimidades dos membros do grupo , mostrou-se superior a eles (que publicaram conversas privadas de dona Mariza - sem falar na subtração do iPad do pequeno, hoje falecido, Artur) - e deve ter causado medo de que divulgue. Acuou-os.

6. Finalmente, anunciou que soltará mais dados a conta-gotas. Tornou-se senhor do tempo ou, se quiserem, é quem decide quais serão as próximas etapas, o desdobramento do assunto (até porque ninguém sabe o que ele sabe).” 



Aos amigos tudo! Aos inimigos a lei!

10 de Junho de 2019, 19:37, por Blog do Arretadinho

por Juan Ricthelly

O nascimento do Partido da Magistratura Golpista

No jardim de infância da faculdade de Direito, lá nos primórdios dos primeiros semestres, começamos a ter acesso à algumas teorias jurídicas, tendo contato com autores que muitos de nós jamais havíamos ouvido falar.

Mais precisamente nas primeiras aulas de Direito Penal e Processo Penal, somos apresentados a dois italianos de mesmo nome, mas de ideias muito diferentes, são na verdade dois Cesare’s, um é o Beccaria e o outro é o Lombroso.

Nunca havia ouvido falar deles? Fique tranquilo, nem eu havia até então, mas tenho certeza que já ouviu falar das ideias de ambos, que seguem mais vivas do que nunca. Mas antes de falar um pouco delas, vamos conhecer um pouco sobre cada um deles.

Cesare Bonesana, marquês de Beccaria, foi jurista e economista, nasceu em Milão, após ser injustiçado por seu pai, conheceu às entranhas do cárcere e ao sair se tornou um crítico ferrenho das injustiças perpetradas pelo sistema penal da época, sintetizando toda essa crítica de forma brilhante aos 26 anos, no clássico Dos Delitos e das Penas, onde falava sobre os diversos problemas relacionados com a prisão, as torturas e a desproporção entre o delito e a pena.

Cesare Lombroso foi um psiquiatra, cirurgião, higienista, criminologista, antropólogo e cientista italiano, sendo natural de Verona. Era também professor universitário, sua principal obra O Homem Criminoso, basicamente relacionava determinadas características físicas de indivíduos como indicadoras de predisposições evidentes para a criminalidade.

Beccaria acabou se tornando o pai do Direito Processual Penal moderno com sua obra, Lombroso apesar de ter sua teoria desacreditada ao longo do tempo, pode ser considerado um dos fundadores da antropologia criminal.

Ao longo dos séculos essas duas visões foram sendo complementadas e adaptadas às realidades de cada país, de modo que podemos afirmar que as ideias defendidas por Beccaria lá atrás estão hoje inseridas no contexto do garantismo penal, e as ideias de Lombroso adaptadas para a realidade brasileira seguem vigentes, bastando analisar o perfil étnico-racial da maioria esmagadora da população carcerária e do alto índice de condenações de negros em comparação à brancos nos mesmos crimes e situações, num contexto punitivista com um verniz nitidamente racista.

Ao fim da faculdade, cada um de nós foi para um lado, alguns saíram de mãos dadas com Beccaria seguindo uma tradição garantista, outros com Lombroso levando adiante o ideário punitivista como solução para os nossos problemas de criminalidade. E acredito que antes de mim e de meus colegas, tantos outros bacharéis que hoje são juízes e promotores seguiram os mesmos rumos.

Na noite desse domingo o Brasil foi “pego de surpresa” com a divulgação das conversas entre procuradores da Lava Jato e diálogos entre o então Juiz Sérgio Moro e o Procurador Deltan Dallagnol, explicitando algo que parte de nós tínhamos convicção, mas não tínhamos provas, até ontem.

É importante lembrar aqui, que a relação processual penal no Brasil é triangular e acusatória, onde o papel do juiz no processo é o de um árbitro imparcial entre a defesa e a acusação, ao contrário do modelo inquisitório onde o tribunal ou uma parte dele está ativamente envolvida na investigação dos fatos do caso.

As conversas entre Dallagnol e Moro, demonstram inequivocamente que havia um processo, com dois modelos vigentes, perante a opinião pública o processo era acusatório, havendo um juiz imparcial que julgava de forma unicamente técnica, um promotor que acusava e um réu que se defendia por meio de seus advogados, já no Tribunal Federal do Telegram, valia o modelo inquisitório, onde o juiz conversava diretamente com o acusador sobre o processo e os seus desdobramentos, não havendo tratamento semelhante com a outra parte,  denotando interesse no resultado do processo em desfavor do réu.

Lembrando que lá atrás, sem nenhum lastro legal, o então Juiz Sérgio Moro, vazou áudios de conversas de uma Presidente da República com um Ex-Presidente da República, de um cliente com seus advogados e de um homem em conversas privadas com amigos e familiares para a imprensa, contribuindo assim para a construção de um cenário de instabilidade política que inflamou a opinião pública, tendo papel decisivo nos acontecimentos que ocasionaram o Golpe de 2016.

Hoje os mesmos constroem uma contra narrativa vitimizante alegando violação de privacidade, sendo irônico tal alegação vinda de pessoas que defenderam e fizeram a mesma coisa alguns anos atrás, agindo fora de seus figurinos institucionais. Quem com vazamento fere, com vazamento será ferido!

Sobre a relação do juiz com o processo, Beccaria disse o seguinte:

“O processo torna-se ofensivo quando o juiz se torna inimigo do réu e nele procura o delito em vez da verdade do fato.”

Se ontem tínhamos somente a convicção da ofensividade do processo em razão do papel de inimigo do réu adotado por Sérgio Moro, ainda que sem provas, hoje temos as duas coisas, com a segunda reforçando de forma inequívoca a primeira.

Sendo também importante fazer um retrospecto, das violações cometidas ao longo da Lava Jato, recordando-se também da velocidade interestelar para os padrões da justiça brasileira com que o Processo do Triplex tramitou, com um intervalo curto entre a denúncia e a condenação em segunda instância.

Numa sinfonia judicial impecável entre cada instância do poder judiciário, com cada instrumentista seguindo a cadencia originada em Curitiba por seu maestro elevado à condição de Ministro da Justiça, seguida por pelos colegiados de tenores que os sucederam em cada ato, às instâncias são várias, mas a música que toca hoje no Judiciário é uma só, numa uniformização da partitura utilizada para tocar a Ode à Lava Jato.

Com essa atuação repleta de parcialidade do começo ao fim, a Lava Jato deixa de ser a maior operação contra a corrupção da história desse país, para se converter no primeiro momento num movimento político, vestindo o jeans atemporal da anticorrupção perante a opinião, que nunca sai de moda cativando velhos e jovens, secos e molhados, mas usando calça saruel por baixo. No segundo se converte num partido político, fora do jogo político partidário, ao mesmo tempo em que influencia a dinâmica do mesmo em favor de um grupo e de uma ideologia conservadora, punitivista e antiesquerdista, usando a legitimidade institucional do Judiciário e do Ministério Público para atacar e ao mesmo tempo se defender dos contra-ataques, e no terceiro ato, ocupa espaços institucionais para além do judiciário aplicando o seu viés político ideológico às políticas públicas de Estado sem precisar disputar o jogo eleitoral para tanto.

Temos ainda ao longo desse processo, a coroação de Sérgio Moro como Ministro da Justiça, de um governo que por meio de sua atividade jurisdicional cheia de vícios e imparcialidade ajudou a colocar no poder, tendo ainda a promessa de ser elevado ao posto de Ministro do Supremo Tribunal Federal em um momento posterior, enquanto esse momento não chega, segue comprometido com o terceiro ato, se dedicando à aprovação do referido “Pacote Anticrime” no Congresso, expulsando o máximo que puder de Beccaria do Direito Penal e Processual Penal, fazendo um releitura verde e amarela de Lombroso, com o potencial de explodir o terceiro sistema carcerário do planeta, nos levando à primeira posição desse ranking maldito, comprometido com o encarceramento em massa de pobres, pretos e periféricos.

A Lava Jato acabou por cair na Maldição da Operação Mãos Limpas, que após um início meteórico, terminou com o triste fim de todo meteoro, que após iluminar os céus num lindo espetáculo pirotécnico, finda por se chocar contra outro corpo, se fragmentando, deixando muitas vezes uma cratera no lugar.    

Infelizmente confundiu-se a atuação jurisdicional do Poder Judiciário com atuação política, instrumentalizando esse importante poder para promover a perseguição política, manipulação da opinião pública e o desrespeito de garantias processuais penais, convertendo a delação premiada como um fim em si mesmo, para forçar confissões por meio da prisão de pessoas que não haviam sido sequer condenadas.

Se o jornalista Paulo Henrique Amorim consagrou a expressão Partido da Imprensa Golpista (PIG) para se referir à atuação política da grande mídia nacional, é importante fazermos um releitura do termo para nos referirmos ao ativismo político de parte da magistratura, denominando esse grupo daqui para frente de Partido da Magistratura Golpista (PMG).