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Mensalão, Lava Jato e a vitória do banditismo

4 de Outubro de 2016, 8:56 , por BlogueDoSouza - | No one following this article yet.
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Não há em nossa história qualquer outro governo que tenha investido mais em prevenção e combate à corrupção do que os governos Lula e Dilma. Quem pensa encontrar alguma novidade além da exagerada exposição de escândalos pela mídia, ou do aumento expressivo das investigações, comete grave equívoco. Não há corrupção nova. A única coisa ...
 


Não há em nossa história qualquer outro governo que tenha investido mais em prevenção e combate à corrupção do que os governos Lula e Dilma.

Quem pensa encontrar alguma novidade além da exagerada exposição de escândalos pela mídia, ou do aumento expressivo das investigações, comete grave equívoco.

Não há corrupção nova. A única coisa nova que temos aí é a investigação e a exposição. Corrupção no Brasil todos sabemos, sempre existiu. Mas nunca foi investigada como agora.

Investigações que poderiam representar enorme avanço, mas que acabaram se tornando um instrumento para que a direita reafirmasse sua hegemonia. Investigações que hoje sofrem duras críticas nas mídias que ainda falam sério neste país.

Graças ao comportamento republicano do governo petista, ao contrário do que sempre pregou a oposição, o estado não foi aparelhado. A "ditadura bolivariana petista" investiu em infraestrutura, criou leis e deu total liberdade aos organismos responsáveis. O que permitiu que maiorias conservadoras assumissem o controle das investigações.

Da direita não se pode dizer o mesmo e o processo de acastelamento no poder teve o seu início a partir do golpe de 1964.

Durante vinte e um anos pelo menos, a ditadura civil-militar realizou verdadeira faxina às avessas em todos os setores da vida nacional. De Anísio Teixeira a Carlos Marighella, não ficou ninguém para contar a história. E as consequências ainda estão aí por toda parte.

Passados mais de trinta anos do fim da ditadura civil-militar de 1964, forças armadas, polícias civis, militares e federais, judiciário, mídia e legislativo, continuam ideologicamente os mesmos, a serviço do poder econômico, perseguindo a esquerda e impedindo o aprofundamento de nossa democracia.

E é incrível a facilidade com que se dá um golpe de estado, no ano de 2016, na oitava economia do mundo, num país continental como o Brasil.

Através dos meios de comunicação estratégicamente controlados pelo poder econômico, campanhas direitistas conseguiram desconstruir tudo o que o PT fez de bom pelo país nos seus 12 anos de governo. E em apoio ao golpe criou o sentimento de crise e de pessimismo que gerou a enorme antipatia ao governo Dilma e a brusca queda de sua popularidade.

Tiveram ainda o displante de jogar no colo de Dilma a corrupção da qual eles sempre foram os maiores beneficiários. Alterando assim negativamente a imagem do partido perante os brasileiros. Os resultados estão aí mais uma vez e agora de forma muito clara, nas eleições municipais.

"Como é bom ter o controle da informação que o povo recebe", poderiam estar dizendo, Temer, Alckmin e João Doria, comemorando hoje suas vitórias.

O escândalo do mensalão foi peça importante tanto para o golpe de estado, quanto para a derrota acachapante sofrida pela esquerda nas urnas. O caixa dois mequetrefe, crime eleitoral, que devido a interferência do poder econômico nas campanhas eleitorais acabou tornando-se prática obrigatória de todos os partidos. 

O PT em meio a um sistema político completamente falido, carente das reformas nunca realizadas, ousou fazer o que todos fizeram e viu sua imagem começar a desmoronar, juntamente com a imagem de toda a esquerda. Ali começamos todos a nos tornar farinha do mesmo saco. Uma festa para a mídia hegemônica.

Com condenações por desvio de dinheiro público (nunca provado), sendo vendido pela mídia(sempre a mídia) como o "maior escândalo de corrupção da história", o mensalão e seu julgamento medieval ajudou a eleger um congresso medieval.

Construiu-se assim a maioria esmagadora que em 2016 foi capaz, de através de um impeachment sem o crime de responsabilidade para o legitimar, golpear e retirar do poder, a presidenta Dilma Rousseff.

A operação Lava Jato seguindo os passos da AP 470 (mensalão), hoje só tem olhos para o PT. Até o momento, além de prender novamente José Dirceu sem provas, prejudicar o governo Dilma e sangrar o Partido dos Trabalhadores, não aponta para a solução de nenhum de nossos problemas. Com suas ações irresponsáveis na Petrobras, atinge de forma desastrosa a economia e até mesmo a soberania do país.

Investiguem e punam se for o caso, corruptos e corruptores. Mas de todos os partidos e não de apenas um. Não paralisem obras, ou quebrem as empreiteiras brasileiras que competiam de igual para igual com as melhores do mundo. Não promovam a demissão de milhares de trabalhadores.

Tudo indica que desta vez será muito difícil a recuperação do PT e que somente  uma vitória de Lula em 2018 poderia reverter este quadro. No momento a operação Lava Jato, sem qualquer pudor ou temor, luta exclusivamente para que isso não aconteça.

Engana-se quem acha que no Rio de Janeiro Jandira Feghali ficou atrás de Bolsonaro porque houve o voto útil para Marcelo Freixo.

O PT perdeu até no nordeste.

Fernando Haddad o melhor prefeito que este país já viu, reconhecido por isso no exterior, perder no primeiro turno para João Dória?

Que nunca mais se subestime a mídia. A queda foi brusca, repentina, coisa de cinema, como num passe de mágica, uma varinha fazendo plim-plim. - da redação do BS.

Leia também Jeffersom Miola no Carta Maior - A vitória do banditismo


Tags deste artigo: corrupção dilma roussef eleições 2016 Fernando Haddad golpe jandira feghali João Doria lava-jato luiz inácio lula da silva mensalão Sergio Moro
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