Extensão da Litorânea ficou por um quarto
29 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaAo lado, recortei uma parte da planta e marquei em listrado a parte da obra que não foi feita. Vejam que é parte significativa da obra. O relatório indica que toda essa extensão da Avenida Litorânea seria 1,14 km sendo que a extensão já entregue (até o Rio Pimenta) representa cerca de 420 m. Isso para não falar da prometida duplicação Rua das Cegonhas e da extensão da mesma rua por 740 m.
Ou seja, de um projeto de 1,14 km da Litorânea, 740 m da Congonhas além de sua duplicação foram entregues 420 m, menos de um quarto.
Falta ainda saber o quanto foi pago para essa grandiosa extensão e se será possível ao próximo prefeito exigir que a obra seja terminada.
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Castelo, o Plano Diretor e a Justiça
18 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaGilberto Léda publicou matéria hoje apontando que o atual prefeito, João Castelo, teria afrontado a Justiça para aprovar o projeto do plano diretor de São Luís na Câmara de Vereadores. A notícia principal seria que Castelo estaria a descumprir uma sentença que condenaria o prefeito a não mandar nenhum projeto de lei relativo ao plano diretor sem ampla participação popular e os estudos técnicos necessários.
Tenho uma notícia boa e uma ruim.
A notícia ruim é que outro Juiz havia concedido um efeito suspensivo à sentença da Juíza Maria José França Ribeiro. Castelo não descumpriu uma sentença judicial ao enviar o projeto do plano diretor à Câmara de Vereadores, pois a sentença estava suspensa até a apreciação do recurso.
A notícia boa é que hoje, às 11h11, foi julgado procedente um embargo declaratório que reinstitui efeito à sentença original. Ou seja, o prefeito terá que retirar o projeto de lei assim que for intimado dessa decisão (e o mandado de intimação já foi expedido).
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O Erro de Quatro Trilhões da Folha
15 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaA Folha de São Paulo veio hoje com uma comparação estapafúrdia entre o 9° dígito em número de celulares em São Paulo e a adoção da nova versão do protocolo de internet, mas conhecido como IPv6. Entre outras afirmações geniais a Folha consegue fechar o artigo com uma das frases mais absurdas que eu já vi. Diz o artigo: "Se mil usuários, por exemplo, usarem o mesmo IP, um deles não poderá abrir três janelas que exibam simultaneamente o Google Maps."
Primeiramente, eu duvido muito que isso seja um fato incontornável, todo o país do Qatar, por exemplo, compartilha toda a sua conexão em um único endereço de IP e apesar de ter sido bloqueado inteiramente de editar a Wikipédia por cerca de 12 horas não consta que haja essa limitação de uso do Google Maps para os seus mais de 165 mil usuários do mesmo IP.
Em segundo lugar, para que tal compartilhamento de números de IPs fosse possível em uma escala global seriam necessários mais de 4 trilhões de aparelhos conectados à internet. Enquanto é possível um compartilhamento mais amplo em pequenos países que entraram depois na corrida da conexão à internet o protocolo da internet atual, mais conhecido como IPv4, possibilita a designação de mais de 4 bilhões de aparelhos conectados diretamente à internet.
Façam as contas! Para que 4 bilhões de endereços IPv4 sejam designados tal que seja necessário o compartilhamento de mil usuários para cada endereço IPv4 seria necessário a conexão de 4 trilhões de aparelhos conectados diretamente à internet. Quatro trilhões!
E ao exato inverso da manchete, "Adoção de '9º dígito' vai deixar internet mais vulnerável", a adoção do IPv6 é justamente para que as vulnerabilidades que foram alcançadas, por termos já um pouco mais que 4 bilhões de aparelhos conectados, sejam superadas com facilidade. O IPv6 prevê a conexão de tantos aparelhos que eu não tenho como passar uma ideia do número a vocês, são 3.4 x 1038 endereços. Ao exato inverso do que é dito na matéria a adoção do IPv6 facilitará de sobremaneira a identificação de criminosos na internet.
Como sempre, há muitos interesses em jogo na adoção desse protocolo. Empresas de telecomunicação e algumas agências policiais pressionam para que seja permitido a inspeção completa de tudo que passa pela internet. Ao que parece a Folha de São Paulo permitiu que seu espaço fosse usado para aterrorizar seus leitores com vistas a apoiar medidas de investigação mais invasivas, e para isso se valeu de uma mensagem confusa e extremamente equivocada.
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