Por Altamiro Borges
Na semana passada, a mídia demotucana fez de tudo para silenciar Lula. Apoiou Gilmar Mendes, bravateiro do STF, que alardeou uma suposta “ameaça” no julgamento do mensalão sem apresentar provas. Também criticou Lula por sua audiência no programa do Ratinho, na SBT. Na prática, a mídia revela o medo que tem da popularidade do ex-presidente num ano de eleições municipais. Ela teme pela derrota das forças de direita. Preferia que Lula continuasse sem voz num hospital!
Lula encerrou o seu segundo mandato presidencial com mais de 80% de aprovação popular – um recorde que deve matar de inveja o ex-presidente FHC, apavorar os demotucanos e incomodar os barões da mídia. Todas as pesquisas recentes indicam que ele terá forte influência junto ao eleitorado no pleito de outubro próximo. Daí a tentativa de criar factoides, como o protagonizado pelo péssimo ator do STF, e o esforço para evitar que ele apareça em programas de televisão e que expresse seu apoio a candidatos.
Efeito contrário
O Estadão, em editorial ontem (3), chegou a sugerir que Lula cometeu crime eleitoral por “propaganda antecipada” ao apresentar Fernando Haddad, candidato petista à prefeitura de São Paulo, no Programa do Ratinho. Nada falou, porém, sobre a presença de José Serra em outros programas televisivos, como o do Datena na Band. O tucano pode fazer “propaganda antecipada”. Já Lula deve ficar em silêncio. Em outros veículos, alguns “calunistas” também tentaram ridicularizar a presença de Lula no SBT.
Mas os ataques da mídia demotucana podem ter efeito contrário. Ela já não faz mais a cabeça do eleitorado, como comprovam as últimas eleições. Ao fazer escarcéu contra as aparições de Lula na telinha e em atividades de campanha, ela pode até aumentar o prestígio eleitoral do ex-presidente. Até o PSDB já se deu conta deste risco. A coluna Painel da Folha captou este temor:
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Teste de audiência
A apelação à Justiça Eleitoral contra Lula, Fernando Haddad e o SBT em razão da entrevista ao “Programa do Ratinho” foi objeto de intensa polêmica no comando da campanha de José Serra ontem. Ala expressiva do PSDB considera que a repercussão do caso favorece o pré-candidato petista, sequioso por espaço na TV. “Se isso for aos tribunais, não serão 8 pontos no Ibope, mas 40″, disse um grão-tucano derrotado em sua tese.
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