Do Opera Mundi
A exatamente um mês da eleição venezuelana, o presidente Hugo Chávez segue com vantagem em relação ao seu adversário oposicionista, Henrique Capriles, na maioria das pesquisas.
O ICS (International Consulting Services) divulgou levantamento nesta sexta-feira (07/09) no qual o presidente aparece com a preferência de 57,3% dos 2.200 entrevistados. O postulante de oposição, por sua vez, tem 33,1% dos votos.
Juan Scorza, diretor da companhia que realizou a pesquisa, diz ter “convicção” de que “o quadro em favor de Chávez não irá mudar” pois “há uma distância muito grande” entre os candidatos.
Em outra pesquisa, divulgada nesta quinta-feira (06/09) pelo Instituto Hinterlaces, Chávez aparece com 61,3% das intenções de voto, enquanto Capriles teria 38,7%. Esses números já excluem as pessoas que se dizem indecisas ou que votarão nulo ou em branco. O estudo, realizado entre os dias 14 e 24 de agosto, indica que 18% dos venezuelanos ainda não sabem por qual candidato irão optar.
Segundo o diretor do instituto Oscar Shemel, a gestão do atual presidente tem uma avaliação positiva (muito boa ou boa) de 67% dos eleitores. “As pessoas respondem que Chávez é um bom presidente, que pensa nos pobres e que por isso estão com ele. O julgamento emocional influencia muito na avaliação positiva da gestão”, disse.
Na última quarta-feira (05/09), Chávez convocou uma entrevista coletiva para analisar os números de outra pesquisa, da empresa Datanálises, na qual tem 44,7% dos votos contra 26,4% de seu opositor. Durante suas declarações, o presidente venezuelano mostrou ter certeza de que conseguirá ser reeleito.
“É impossível que não ganhemos em 7 de outubro. A dúvida é quanto será a folga da vitória, mas estou certo que vamos ganhar”, disse.
Para Chávez, os dados da Datanálises são importantes pois o dono da companhia, Luis Vicente León, “é muito amigo da família Capriles”. “Se ele sair desmentindo, nós teremos como provar que isso está absolutamente certo”, afirmou o mandatário.
O levantamento da Datanálises foi realizado entre os dias 27 de agosto e 1º de setembro, depois da tragédia ocorrida na Refinaria de Amuay, no Estado Falcón, que resultou em 42 mortos e mais de 180 feridos. Analistas questionavam se o acidente poderia ter impacto negativo para o presidente, o que, até agora, não se confirmou.
No último mês de agosto, além do ICS, da Datanálisis e do Hinterlaces, as companhias IVAD, Consultores 30.11 e Signo XXI também apresentaram pesquisas onde Chávez aparece com uma vantagem média de 20 pontos. Já as empresas Varianzas e Consultores 21 colocam Capriles com uma pequena vantagem sobre o atual presidente da Venezuela.
Apesar de o voto não ser obrigatório no país, os institutos apontam que entre 80% e 90% dos venezuelanos devem comparecer às urnas no dia 7 de outubro.
Simulação
Uma simulação do dia das eleições, realizada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) no último domingo (02/09), causou muita polêmica nesta semana entre os candidatos. O órgão independente fez testes com o novo sistema eleitoral em 1.553 colégios, com a utilização de 4.832 máquinas de votação.
Apesar do CNE afirmar que não apuraria todos os votos, Chávez divulgou uma estimativa em resposta ao jornal espanhol ABC. Segundo a publicação, Capriles teria ganhado a simulação com 53% dos votos. O jornal ainda afirmou ter tido acesso a dados do IVAD (Instituto Venezuelano de Análises de Dados), a partir de uma pesquisa de boca de urna encomendada pela empreiteira Odebrecht, que avalizaria os números de sua reportagem . A empresa brasileira, porém, negou “veementemente” ter contratado qualquer pesquisa.
De acordo com o presidente, 86% dos votantes na simulação teriam optado por ele. O número foi estimado por fiscais e coordenadores de sua campanha, presentes em todos os centros de votação.
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