Direto da Agência Senado,
Em discurso nesta quinta-feira (11), o senador Fernando Collor (PTB-AL) voltou a afirmar que membros do Ministério Público vazaram os autos dos inquéritos das Operações Vegas e Monte Carlo da Polícia Federal para determinados veículos da imprensa, em especial a revista Veja. Ele pediu que a CPI do Cachoeira investigue o caso.
- Os procuradores Daniel de Resende Salgado, Léa Batista de Oliveira e Alexandre Camanho de Assis, sob a tutela do senhor Roberto Gurgel [procurador-geral da República], entregaram no dia 2 de março deste ano, por volta do meio-dia, os autos dos inquéritos das operações Vegas e Monte Carlo aos jornalistas da Veja, Rodrigo Rangel e Gustavo Ribeiro – afirmou Collor.
O senador informou ter apresentado vários requerimentos de informações, principalmente ao Ministério Público, pedindo esclarecimentos sobre as denúncias, mas disse que as respostas que recebeu foram “insuficientes, contraditórias, omissas, evasivas e incompletas”. Além de, segundo o parlamentar, alguns pedidos não terem sido respondidos.
Collor também apresentou representações contra o Roberto Gurgel, questionando e denunciando a conduta dele em relação às ações do Ministério Público sobre as Operações Vegas e Monte Carlo. Para o senador, Gurgel prevaricou ao passar meses sem adotar ações baseadas nas investigações da Polícia Federal.
No mesmo dia do suposto vazamento de informações sigilosas das operações policiais, acrescentou Collor, consta em registros oficiais que o jornalista Rodrigo Rangel Costa esteve na sede da Procuradoria-Geral da República em Brasília.
- Rodrigo Rangel Costa é exatamente um dos chumbetas [bajuladores] da revista Veja que recebeu dos procuradores os documentos que corriam em segredo de Justiça, conforme denúncia que venho fazendo há meses. Trata-se de um autêntico conluio de interesses, de uma sociedade maléfica entre determinados membros do Ministério Público e esse folhetim semanal, que se diz um veículo permanente e comprometido com a ética jornalística – disse Collor.
O senador voltou a afirmar também que os editores da revista Veja mantêm “coabitação criminosa” com a organização comandada por Carlinhos Cachoeira.
- Volto a lembrar o depoimento do juiz Federal Alderico Rocha Santos que diz que o senhor Policarpo Junior, também conhecido como caneta, era empregado do senhor Carlinhos Cachoeira. A revista Veja é o que se pode chamar de “o cordel de rabo preso”.
Collor disse ser imprescindível a convocação, para prestarem depoimentos à CPI do Cachoeira, de Roberto Gurgel, da subprocuradora Cláudia Sampaio Marques e do procurador Alexandre Camanho de Assis.
- Do mesmo modo, tornam-se inadiáveis os depoimentos do núcleo jornalístico da quadrilha, começando por Roberto Civita, dono da Editora Abril; do editor da revista Veja em Brasília, Policarpo Junior, também conhecido, no meio criminoso, como Poli, PJ, Júnior, Caneta; e, ainda, dos funcionários da mesma revista, Rodrigo Rangel, chumbeta conhecido na Procuradoria-Geral da República, e seus comparsas, Gustavo Ribeiro, Hugo Marques e Lauro Jardim. Tenho certeza de que, com esses depoimentos, a CPI poderá fechar o ciclo de oitivas deste capítulo e ter reveladas todas as reais implicações dessa gigantesca rede de crimes – declarou Collor.
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