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CUT, mensalão e os aloprados da mídia

10 de Julho de 2012, 21:00 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Por Altamiro Borges
A direita tem medo do povo nas ruas. Bastou o bancário Vagner Freitas, futuro presidente da Central Única dos Trabalhadores, afirmar que a entidade mobilizará suas bases contra qualquer manipulação no julgamento do chamado mensalão do PT para a mídia direitista dar chilique. Autoritária, ela rejeita a “pressão da CUT”. Só vale o seu escancarado lobby sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) pelo fuzilamento prévio dos réus do processo. A mídia hegemônica se acha mesmo o primeiro poder no Brasil – e não o quarto!

CUT e PNBL

Durante o 11º Concut, que ocorre nesta semana em São Paulo, vários líderes cutistas criticaram a oposição demotucana e sua mídia, que têm feito de tudo para que o julgamento do caso no STF seja político e não técnico. O objetivo da pressão seria desgastar as forças de esquerda, em especial o PT, e alavancar as candidaturas da direita nas eleições de outubro. Para desmascarar essa manobra eleitoreira, Vagner Freitas foi enfático. “Não pode ser um julgamento político. Se isso ocorrer, nós iremos para as ruas”.
Agressividade da “massa cheirosa”
De imediato, num coro bem articulado, jornalões e emissoras de televisão tentaram deturpar as palavras do futuro presidente da CUT. Na sua versão distorcida, Vagner Freitas teria desafiado o Poder Judiciário – quando, na verdade, ele criticou exatamente a pressão da direita sobre o STF. Eliane Cantanhêde, sempre ela – a da “massa cheirosa” do PSDB –, foi a mais agressiva nas críticas à entidade sindical. Na sua arrogância elitista, a colunista da Folha insinuou que a CUT é a “Central Única dos Aloprados”.
Para ela, “a maior central sindical do país não se mobilizou para protestar contra nenhum dos escândalos pós-2003”. Ela gostaria muito que o sindicalismo tivesse se unido ao tucano Marconi Perillo, ao ex-demo Demóstenes Torres e aos ricaços do movimento “Cansei” na campanha pelo impeachment de Lula. Mas as centrais, preservando sua autonomia, não reforçaram a ação dos golpistas. Agiram com inteligência política. Daí a revolta da “cheirosa”, tão íntima dos tucanos de alta plumagem.
Num atentado à ética jornalística, Cantanhêde também insinua que o sindicalismo não lidera mais as greves – logo ela que sempre se opôs ao movimento grevista. Bastava ela ler a própria Folha para constatar que a maioria das paralisações dos últimos anos – inclusive a dos servidores federais em curso – tem o apoio de várias centrais sindicais. “A dúvida, hoje, é se a CUT vai para as ruas a favor dos mensaleiros de Lula, contra o Supremo, ou se vai a favor dos trabalhadores, contra Dilma” – destila o seu veneno.
Merval e a “república sindicalista” 
Na mesma batida, Merval Pereira, o “imortal” da ABL e da Globo, também criticou as “ameaças” de Vagner Freitas. “Ameaçar o Supremo, especialmente com a truculência dos sindicalistas, não é a melhor posição para os réus”, afirma o colunista. Para ele, a “truculência dos sindicalistas” decorre do poder alcançado pelas centrais durante o governo Lula. Ele chega a citar a existência de uma “verdadeira república sindicalista no país”, lembrando o bordão dos golpistas de 1964.
Merval insinua que a CUT irá às ruas defender os “mensaleiros” para manter os seus privilégios. Entre eles, o da unicidade sindical, o da contribuição compulsória e o da legalização das centrais, que “atualizam o peleguismo e o corporativismo”. O seu ódio à estrutura “varguista” até deveria servir de alerta para muitos líderes sindicais que participam do 11º Concut. Na prática, Merval, Cantanhêde e outros “calunistas” não toleram a participação dos trabalhadores na luta política e temem a pressão das ruas.

Fonte: http://cmarinsdasilva.com.br/wp/cut-mensalao-e-os-aloprados-da-midia/

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