Tarso analisa que os demotucanos e a velha imprensa tentam isolar o esquema como se fosse desvio de conduta de pessoas substituíveis, como o senador Demóstenes Torres, sem atacar o sistema maior do qual o bicheiro Cachoeira era parte, numa máquina onde a velha imprensa e setores demotucanos faziam parte da engrenagem.
E o desafio maior da CPI é desbaratar esse esquema maior.
Eis alguns trechos:
… o esquema Cachoeira não é um simples evento de criminalização de políticos, mas é um vasto esquema de dominação de partidos pelo crime organizado. É um esquema de interferência na agenda política da nação, para falsificá-la e colocá-la a serviço da corrupção e do atraso neoliberal, inclusive usando para isso – criminosamente, portanto – a liberdade de imprensa e os órgãos de imprensa que se prestam para isso.
… não apenas atos isolados de corrupção, mas uma conspiração criminosa que usava a luta contra a corrupção para promover uma corrupção ainda maior, a destruição no atacado do espaço político democrático com falsificação de informações, destruição de reputações, negócios ilegais com bens públicos, articulação com o submundo do crime e aparelhamento do estado para fins ilícitos.
… dar uma nobre função política à CPI, não transformá-la num mero inquérito policial (…) e mostrar que a malha grossa do sistema político, erguido sobre o financiamento privado das campanhas, é o grande alicerce da corrupção no Brasil.
… a transformação da corrupção no assunto político principal da República obedece a outros objetivos: transferir à esquerda que governa todas as mazelas do país, para esconder o fracasso político dos governos anteriores, que não só foram ineptos para governar, mas também incompetentes para atacar a corrupção enraizada no Estado, promovida diretamente por setores da iniciativa privada mancomunados com agentes públicos.
Eis a íntegra do texto, originalmente publicado na Carta Maior:
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