Para piorar, o Jornal Nacional “caprichou” na baixaria e manipulação ao editar o noticiário. A notícia de Perillo foi emendada com a denúncia anterior, onde o JN gastou mais tempo (3 minutos e 8 segundos), abrindo fogo contra o PT com baixarias puras, utilizando-se de ilações sobre denúncias sobre o BNB de um ano atrás, e ainda misturou com episódios de 2005, já amplamente explorados no noticiário, e que nada tem a ver com o caso do ano passado.
Quem não acompanha o noticiário político, ao ver o bloco do telejornal é capaz de sair pensando que Perillo é filiado ao PT, quando o telejornal mostrou o trecho do telefonema onde Cachoeira negocia a venda da casa de Perillo e fala em levar o dinheiro no Palácio do governador, na véspera de passar a escritura.
A montagem do telejornal tem duas funções bem conhecidas dos marqueteiros políticos travestidos de jornalistas: abrir fogo contra o PT em ano eleitoral, confundir as duas noticias, diluindo o impacto da segunda, pois na hora em que a notícia de Perillo foi ao ar, já estava “amaciada” pela anterior. Daí a importância da ordem, na hora da edição.
O show de baixaria jornalística na manipulação foi uma verdadeiro escárnio, lembrando os tradicionais vexames da Globo, quando editou debates com os piores momentos de Lula, e do episódio da bolinha de papel que os internautas chamaram de Serra-Rojas.
Começou na revista Época, que a Globo quer usá-la para ocupar o lugar da desacreditada Veja
Na sexta-feira passada, a revista Época das organizações Globo abafou as denúncias sobre José Serra e Paulo Preto (a dita propina no Rodoanel), e foi buscar nos arquivos uma denúncia de um anos atrás do BNB (Banco do Nordeste).
Em julho de 2011 o BNB instaurou sindicância para apurar denúncias de funcionários, sobre empréstimos irregulares, feitos entre 2009 até o início de 2011. Além do afastamento de vários funcionários desde então, o banco agiu em conjunto com a CGU, Ministério Público e Polícia Federal para as apurações devidas, que estão em curso.
A parte verdadeira que a revista Época publicou, está no próprio relatório de auditoria interna do BNB, mas a revista avançou o sinal ao fazer acusações precipitadas e levianas, misturando doações de campanha oficiais de valor relativamente pequeno e compatível com o salário de funcionários do BNB, como se fossem associadas a desvio de conduta pessoal de terceiros.
A reportagem na Época ficou engavetada um ano, talvez pelos próprios editores admitirem que faltava substância na denúncia para haver interesse no noticiário nacional. Fraudes em bancos, praticados por um ou outro funcionário, inclusive em bancos privados, ocorrem de tempos em tempos, são descobertas, e os responsáveis são afastados e entregues à justiça.
Mas a revista resolveu publicar na sexta-feira, quando a campanha pré-eleitoral está em curso, e a revista não consegue esconder seu partidarismo demotucano quando cita a sigla PT quinze vezes na matéria, quase todas as vezes de forma forçosa e negativa.
O “Jornal Nacional” poderia ter repercutido no sábado, como costuma fazer com as matérias de revista que saem no fim de semana, mas preferiu esperar pela segunda-feira, quando seria obrigado a falar de Marconi Perillo (PSDB-GO), já que na terça o tucano deporá na CPI do Cachoeira.
Globo mentiu
E William Bonner ainda mentiu. Os poucos segundos em que falou sobre a versão do outro lado, citou uma nota oficial do BNB como se tivesse sido divulgada na noite de segunda, pouco antes do telejornal. A nota foi divulgada na sexta-feira, dia 8:
http://goo.gl/vL8vF |
Para piorar, o JN omitiu explicações importantes da nota.
A baixaria da Globo este ano está pesada, coisa de quem está desesperado. Talvez porque jornalistas da revista Época e do próprio Jornal Nacional, também venham a ser convocados a depor na CPI do Cachoeira, uma vez que o esquema do bicheiro também usou a revista para plantar notícias do interesse da organização criminosa. Talvez porque pesquisas qualitativas indiquem que o DEM e o PSDB, braço político da emissora, estão a caminho de sofrer outra derrota nas urnas.
Eis a íntegra da nota do BNB:
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