A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou desaceleração em junho, com taxa de 040% contra 0,46% em maio. A queda é a terceira seguida e foi puxada novamente pela baixa nos preços dos alimentos e bebidas, que despencou de 0,58% em maio para – 0,11% em junho, menor resultado desde julho de 2013, quando desacelerou a – 0,33%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com essa terceira queda seguida, o indicador confirma a tendência de baixa prevista na semana passada, pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. De acordo com ele, mesmo com as oscilações maiores verificadas no início desde ano, a inflação está sob controle e encerrará 2014 respeitando os limites estabelecidos no âmbito do regime de metas.
Como reflexo do avanço nos primeiros meses de 2014, a inflação acumulou alta de 3,75% no primeiro semestre e avanço de 6,52% em 12 meses, superando assim, momentaneamente, o teto do intervalo da meta de inflação a ser perseguida pelo Banco Central (BC), que é de 6,5%. A alta se deveu, em parte, ao choque de preços dos alimentos no início do ano, concentrado em março, e também ao atual realinhamento de preços relativos.
Agora, no entanto, avaliou Tombini, “a inflação mensal ao consumidor se encontra em patamar baixo e deve permanecer bem comportada nos próximos meses”, principalmente porque o choque no preço dos alimentos, causado pela seca no início do ano, está se dissipando e a queda começa a chegar ao consumidor.
A pesquisa do IPCA de junho, por exemplo, aponta que os alimentos consumidos em casa chegaram a apresentar queda de 0,60%, ao passo que em maio tiveram alta de 0,41%. De acordo com o IBGE, parte dos produtos passou a custar menos e parte teve variação reduzida, destacando-se a batata-inglesa (-11,46%) e o tomate (-9,58%) que apresentaram os mais fortes impactos para baixo, com -0,03 ponto percentual cada.
Desaceleração foi ampla e incluiu habitação
Ainda segundo o IBGE, não foi apenas o grupo Alimentação e Bebidas que reduziu de um mês para o outro. Excetuando-se apenas os Transportes e Despesas Pessoais, todos os demais grupos apresentaram resultados mais baixos em junho.
Nas despesas com Habitação houve redução de 0,61% em maio para 0,55% em junho, mesmo com expressivas altas na taxa de água e esgoto (0,95%), aluguel residencial (0,84%) e artigos de limpeza(0,92%). Isso porque a energia elétrica passou de 3,71% em maio para 0,13% em junho, tendo em vista as quedas de 3,76% no Rio de Janeiro, 1,07% em Belo Horizonte e 1,35% em Brasília.
Altas
Por outro lado, com a Copa do Mundo no Brasil, as diárias dos hotéis aumentaram 25,33% e levaram o grupo das Despesas Pessoais a 1,57% em junho (0,80% em maio), configurando tanto a maior variação quanto o principal impacto de grupo (0,17 ponto percentual). Da mesma forma, com a Copa, as tarifas aéreas ficaram, em média, 21,95% mais caras e, com isso, o grupo dos Transportes foi para 0,37%, após ter registrado queda de 0,45% em maio, mesmo com o litro do etanol e da gasolina mais baratos em 3,42% e 0,72%, respectivamente.
Assim, diárias de hotéis, com 0,11 ponto percentual, aliadas às tarifas aéreas, com 0,09 ponto, lideraram o ranking dos principais impactos. Juntas, se apropriaram de 0,20 ponto percentual e foram responsáveis pela metade do IPCA do mês.
Dentre os índices regionais, o maior foi o de Recife (0,71%), onde as diárias dos hotéis, com alta de 32,69% e peso de 0,94%, exerceram impacto de 0,31 ponto percentual no resultado. O menor índice foi o de Belém (0,21%), em virtude da queda de 0,56% nos alimentos consumidos em casa.
Fonte: Portal Brasil
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