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Uma mentira pode ser contada em uma frase. Já o desmentido demanda muito mais trabalho e empenho.

30 de Março de 2014, 7:00 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Por Rafael Patto

Claro que os que espalham mentiras nas redes sociais, os compartilhadores compulsivos de memes burrificantes, não se interessam em ler matérias um pouco mais extensas (se é que sabem ler, haja vista que, em sua maioria, não passam de semi-analfabetos funcionais e analfabetos políticos completos), apenas correm os olhos pelas manchetes, que são propositalmente pensadas para fisgar pessoas assim, com déficits cognitivos.

A mentira tem poder momentâneo e período curto de sobrevivência, ou melhor, mentira tem pernas curtas.

A mentira tem poder momentâneo e período curto de sobrevivência, ou melhor, mentira tem pernas curtas.

Para os que não têm esse perfil, eu reproduzo o texto a seguir, extraído do “Conversa Afiada”.

Antes, porém, deixo aqui uma consideração sobre a “CPI da Petrobras”.

A ideia de uma CPI para investigar a Petrobras é absurda na forma e no conteúdo. Na forma porque, se a empresa precisa ser investigada, seria desejável que essa investigação ficasse sob os cuidados das instituições que existem para essa finalidade, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas, por exemplo, ao invés de atrair para o terreno da política questões tão delicadas e diretamente relacionadas aos interesses estratégicos de desenvolvimento do país, que deveriam ser colocados bem acima dessas politiquices irresponsáveis. Estamos falando de um patrimônio valiosíssimo do nosso povo que não merece ser tratado assim tão levianamente por pessoas que não têm nenhum compromisso com o futuro do Brasil. Se a Petrobras fosse uma empresa dos Estados Unidos, o Congresso daquele país não permitiria jamais que ela fosse tocada ou tivesse sua imagem arranhada por intriguinhas de grupos políticos. Mas, por aqui, o interesse de alguns congressistas é exatamente o de enfraquecê-la porque sabem que ela é o fiel da balança na disputa entre dois projetos de país: um de Estado de bem-estar social, de caráter nacionalista e desenvolvimentista; e outro neoliberal e privatizante. Os que atacam a Petrobras hoje são os que sonham em retomar, a partir de 2015, a agenda do desmanche nacional que FHC deixou inconclusa. (Toc-toc-toc na madeira). Por isso, se valem de um ano eleitoral para tentar transformar uma discussão sobre fatos empresariais, administrativos e comerciais num bafafá político. Justamente porque não têm nada a dizer nem a propor para o país.

petrobras-pasadena02

Além disso, essa CPI é um completo absurdo no conteúdo. Não há objeto a ser investigado. A “crise” ou o “escândalo” foram forjados nas redações do PIG. Produz-se um desfile de meias-verdades e tem-se um carnaval de sensacionalismo. Aqueles que fazem oposição – não só ao governo, mas ao Brasil – dão um nó nos fatos e na realidade quando insistem na “necessidade” dessa CPI. É incrível que uma empresa que na década de 1990 e começo dos anos 2000 chegou a ser afundada – literalmente! – pela sabotagem dos tucanos, seja alvo, nos dias de hoje, de suspeitas de má-gestão, justamente num momento em que a empresa desponta como uma das maiores petroleiras do planeta, graças aos ousadíssimos investimentos que vêm sendo feitos e que abrem um horizonte de perspectivas de crescimento que a fará dobrar de tamanho ao longo dos próximos dez anos. Não é ridículo que aqueles mesmos figurões que tentaram implodir a Petrobras na década passada queiram agora nos convencer de que são eles – justo eles!!! – os que se preocupam com a empresa e queiram defendê-la? Defendê-la de que? Do governo que a recuperou e a fez grande novamente? Do governo que a permitiu descobrir o pré-sal?
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ARGUMENTOS PARA DEFENDER A PETROBRAS

10 VERDADES QUE NINGUÉM DIZ…

1 – A Petrobras pagou pela refinaria de Pasadena um preço bem menor se comparado com outros negócios fechados também em 2006;

2 – A refinaria custou, ao todo, US$ 486 milhões e não US$ 1,18 bilhão como afirmam. O preço final equivale a US$ 4.860 por capacidade de barril processado por dia. A média do preço de compra e venda de refinaria naquele ano nos EUA foi de US$ 9.734 por barril. Pasadena custou, portanto, menos da metade do valor pago por outras refinarias.

3 – A decisão de comprar a refinaria atendia ao planejamento estratégico da companhia, definido ainda no governo Fernando Henrique, que previa investir em refino no exterior para lucrar com a venda de derivados de petróleo sobretudo no mercado americano.

4 – A proposta foi aprovada pelo Conselho de Administração porque era vantajosa para a companhia e atendia ao planejamento estratégico. Uma instituição financeira contratada apenas para avaliar o negócio recomendou a compra. Empresários que participavam do Conselho e não pertenciam ao governo foram favoráveis à compra porque entenderam que o negócio era bom e o preço, justo;

5 – A cláusula de ‘put option’ não é motivo para polêmica alguma. A opção de a Astra Oil vender sua parte à Petrobras só existiu porque a estatal brasileira tinha direito à palavra final sobre os rumos e os investimentos futuros na refinaria. Se a Astra não estivesse de acordo, teria a opção de vender e a Petrobras, que como já se viu tinha o interesse em ficar à frente do negócio, teria a opção de comprar.

6 – O mesmo vale para a cláusula Marlim: a Petrobras levaria a Pasadena 70 mil barris/dia produzidos no campo de Marlim, porém só tinha comprado 50% da refinaria, ou seja, uma cota de refino de 50 mil barris/dia. Para processar os 20 mil barris/dia excedentes, a Petrobras pagaria 6,9% de rentabilidade para “alugar” parte da capacidade que pertencia aos belgas.

7 – A refinaria está operando e dando lucro para a Petrobras;

8 – Somente depois de 2006, quando se descobriu o Pré-Sal e a demanda no mercado brasileiro aumentou, o Conselho de Administração da Petrobras mudou o planejamento estratégico. O foco passou a ser a exploração do Pré-Sal e a construção de refinarias no Brasil.

9 – A crise financeira mundial, a partir de 2008, esfriou o mercado de derivados de petróleo nos Estados Unidos e, por tabela, o preço das refinarias instaladas naquele país.

10 – A decisão de vender a refinaria de Pasadena faz parte do plano de desinvestimento, anunciado pela companhia em 2011, para concentrar investimentos na exploração do pré-sal e nas novas refinarias no Brasil. Mas a empresa não pretende vender no período de baixa. No último ano, no entanto, o mercado norte-americano já dá sinais de novo aquecimento por refinaria com o perfil de Pasadena.

QUANTO CUSTOU, DE FATO, A REFINARIA DE PASADENA?

Foi noticiado que a refinaria de Pasadena teria custado US$ 1,18 bilhão de dólares para a Petrobras. Na verdade, a refinaria custou cerca de 40% desse valor. Vejamos:

US$ 190 milhões, em 2006, para a compra de 50% da refinaria, que tem capacidade para refinar 100 mil barris de petróleo por dia. Portanto, a Petrobras adquiriu a capacidade de refinar 50 mil barris/dia.

US$ 296 milhões, em 2009, para a compra dos 50% restantes que pertencia à Astra, da Bélgica, valor estipulado pela arbitragem internacional.

Portanto, a Petrobras pagou US$ 486 milhões à Astra para comprar 100% da refinaria. Nada mais. Este é o preço real do negócio. Um índice de 4.860 dólares por barril de capacidadede processamento/dia.

Ao fechar o negócio, em 2006, a Petrobras também comprou por US$ 170 milhões metade do estoque de petróleo que a refinaria possuía. O óleo, no entanto, é matéria-prima, foi processado e vendido como derivado, gerando receita e lucro para a companhia.

Ao comprar os 50% restantes da refinaria, a Petrobras também adquiriu novo estoque de petróleo, que pertencia à Astra, também no valor de US$ 170 milhões. Novamente, o óleo foi processado e vendido.

Portanto, são US$ 340 milhões que foram gastos para comprar matéria-prima. Não tem relação com o investimento em si na refinaria.

A Petrobras pagou também US$ 156 milhões em garantias bancárias ao BNP. É importante que fique claro que tais garantias não se referem à compra da refinaria, mas sim um recurso necessário para sua atividade operacional regular. Arcar com garantias bancárias faz parte da operação de qualquer refinaria. Não é custo para compra nem investimento. Não faz parte do preço.

A Petrobras só pagou todo o valor das garantias bancárias de uma só vez, em 2012, porque os contratos estavam em nome da Astra e, durante a fase de litígio, a estatal não poderia pagar diretamente ao BNP. Concluído o acordo, acertou o pagamento devido.

As despesas geradas pelo litígio com a Astra somaram US$ 5 milhões em honorários de advogados e US$ 150 milhões em juros. A disputa judicial, no entanto, como afirmamos, foi uma decisão para garantir que a Petrobras pudesse investir na ampliação da capacidade de refino e ser a única dona da refinaria, pagando o preço que julgava o correto e não o valor pedido pela Astra.

Por último, foram gastos cerca de US$ 44 milhões nos ajustes finais para o rompimento da sociedade.


Fonte: http://cmarinsdasilva.com.br/wp/uma-mentira-pode-ser-contada-em-uma-frase-ja-o-desmentido-demanda-muito-mais-trabalho-e-empenho/

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