Celso Blues Boy, aos 56, silencia sua guitarra e dispensa o velório
6 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaCelso Blues Boy morreu na manhã desta segunda-feira |
Celso Ricardo Furtado de Carvalho, conforme o nome de batismo, começou a tocar profissionalmente na década de 1970 e, aos 17 anos, já recebera elogios de artistas como Raul Seixas, com quem gravou O diabo é o pai do rock. Blues Boy integra a galeria dos grandes guitarristas do Brasil e demonstrou seu talento em parcerias com Sá & Guarabyra, Renato e Seus Blue Caps, Luiz Melodia e Cazuza – com quem gravou a faixa Marginal. Ele integrou as bandas Legião Estrangeira e Aero Blues.
Seu primeiro disco solo, Som na guitarra, chegou ao público em 1984, com um hit na época: Aumenta que isso aí é rock’n roll, entre outros como Blues motel e Rock fora da lei. Celso também participou da trilha sonora de filmes clássicos do período, como Rock Estrela e Bete Balanço.
Ainda na década de 1990, Blues Boy fez turnês pela Europa, quando estreitou laços com B. B. King, seu maior ídolo, que participou da faixa Mississipi, em homenagem ao lendário Robert Johnson, do disco Indiana blues, de 1996. Em 2011, lançou o bem humorado Por um monte de cerveja, seu derradeiro trabalho. Celso, em suas últimas apresentações, excursionou pelo Brasil mas, em julho deste ano, sofreu uma paralisia facial, que o impediu de seguir adiante com os shows programados. O músico se apresentou, pela última vez, no último dia 7 de julho, no SESC Santo Amaro, em São Paulo.
No Correio do BrasilAo menos 2 ministros do STF sonham com o poder
6 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaO presidente da corte, Ayres Britto, terá que se aposentar em novembro e prepara, em segredo, sua candidatura ao Senado por Sergipe; o relator Joaquim Barbosa é cortejado por diversas siglas para ser o primeiro negro a disputar a presidência da República em 2014; se eles podem morder a mosca azul, fica a dúvida: o julgamento será técnico ou político?
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, já demonstrou que tem pressa em julgar a Ação Penal 470, popularmente conhecida como mensalão. Em novembro, ele se aposenta, mas a sorte lhe sorriu. Quis o destino que ele fosse o presidente da mais alta corte do País durante o “julgamento do século”, que começou na semana passada e deverá ser concluído em setembro.
No dia 18 de novembro, quando completar 70 anos, o sergipano Ayres Britto, que é vaidoso a ponto de declamar seus poemas nos salões do STF, poderá estar no ponto mais alto de sua popularidade, depois de conduzir um julgamento acompanhado por milhões de brasileiros.
O que ele fará com todo esse capital político? Vestirá o pijama e irá passear pela orla de Aracaju? Certamente, não. Interlocutores do ministro garantem que ele prepara, em segredo, uma candidatura ao Senado Federal por Sergipe – o que não seria novidade, uma vez que Ayres Britto já tentou ser deputado federal, imaginem vocês, pelo PT.
Assim como ele, outro ministro da corte também flerta com o poder. É Joaquim Barbosa, que pode vir a ser o primeiro negro a disputar a presidência da República – e já há até comunidades nas redes sociais, como o Orkut, que defendem que isso aconteça.
Pouco antes de ser internado para a retirada de um tumor, Roberto Jefferson disse que Barbosa age como político e não como juiz, jogando para a torcida. E até ironizou sua conduta, sugerindo que se filiasse ao PTB, onde seria recebido “de braços abertos” para concorrer à presidência.
Joaquim Barbosa não se sente bem no STF. Criticado pelos colegas pela suposta falta de “urbanidade”, ele já brigou em público com Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cesar Peluso e, mais recentemente, com Marco Aurélio Mello. Em Brasília e no Rio de Janeiro, as duas cidades que mais frequenta, ele gosta de ser aplaudido em restaurantes.
Se dois dos ministros mais importantes do STF, o presidente da corte e o relator da Ação Penal 470 podem vir a ser candidatos, fica a dúvida: o julgamento é técnico ou político?
Não há dúvida. Vivemos num mundo político, habitado por animais políticos.
Ricardo CascaisNo 247
Turma de Gurgel ensina o mensalão para criancinhas
6 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaSite “Turminha do MPF” distribui material para ser usado em salas de aula; tem ilustrações, infográficos e condena antes do julgamento; para advogados do PT, trata-se de “lavagem cerebral”, que deveria ser coibida pela Justiça
“A partir de hoje vamos falar sobre um assunto bem sério”. Assim começa o material “Honestidade no Dia a Dia”, produzido pelo Ministério Público Federal, comandado pelo procurador-geral Roberto Gurgel, para ser distribuído em salas de aula pelo Brasil afora.
Em quadrinhos, com ilustrações, linguagem didática e infográficos, o material fala em “julgamento histórico” e diz que o responsável é Roberto Monteiro Gurgel Santos. O texto ensina ainda às crianças que como os “crimes” tiveram como resultado o “uso indevido do dinheiro público”, “todos nós somos vítimas”.
Quando um aluno perguntar o que foi o mensalão, lá estará a resposta, na versão de Gurgel. “Como então conseguir o apoio de partidos que não tinham afinidade ideológica com o PT? A partir dessa dificuldade, alguns dirigentes do partido teriam montado um esquema de desvio de dinheiro público para patrocinar o pagamento de propina a deputados federais de oposição e assim conseguir o apoio deles no Congresso”. Gurgel não explica como a maior parte dos recursos foi distribuída a parlamentares do próprio PT, que, em tese, não precisariam ser comprados para apoiar o governo Lula no Congresso.
No material didático, a turminha de Gurgel também fala sobre os réus. José Dirceu, por exemplo, “associou-se aos dirigentes do seu partido e a empresários do setor publicitário e financeiro para corromper parlamentares em troca de apoio às ações do governo do PT”. O texto sobre Dirceu traz links para editoriais como “A corrupção que impede o progresso do Brasil”.
Reação do PT
Indignados, advogados do PT pretendem entrar com representação judicial para retirar o material do ar e também vetar seu uso em escolas públicas ou privadas. Alegam que se trata de doutrinação ideológica, propaganda negativa contra o partido e “lavagem cerebral” nas crianças.
Para quem quiser conferir, basta acessar aqui.
No 247Nasa: Sonda Curiosity faz pouso histórico em Marte
6 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaA Curiosity é o primeiro laboratório completo sobre rodas a ser enviado a outro mundo |
O laboratório móvel Curiosity, da Nasa, pousou na madrugada desta segunda-feira em Marte, e agora deve passar dois anos pesquisando sinais de que o planeta já teve condições de abrigar vida.
Os controladores da missão aplaudiram e gritaram com entusiasmo quando receberam sinais confirmando que o jipe-robô sobreviveu à perigosa descida no róseo céu marciano e que pousou são e salvo no fundo de uma vasta cratera.
Após uma viagem de oito meses e 566 milhões de quilômetros, a sonda tocou a tênue atmosfera marciana a quase 21 mil quilômetros por hora – 17 vezes a velocidade do som –, antes de iniciar a descida controlada.
Momentos após o pouso, a Curiosity enviou suas três primeiras imagens do solo marciano. Numa delas, uma roda do veículo e a sombra do jipe apareciam à frente do terreno pedregoso.
A operação de pouso foi considerada a mais complexa na história dos voos espaciais não-tripulados. Por causa da demora nas comunicações por rádio entre a Terra e Marte, todo o processo precisou ser autoguiado, sem a interferência dos técnicos.
Para reduzir sua velocidade, a sonda contou com um paraquedas especial, com uma mochila a jato e com um inédito “guindaste aéreo” que auxiliou no pouso, ocorrido na cratera Gale, no hemisfério sul marciano, perto do equador desse planeta.
A Curiosity é o primeiro laboratório completo sobre rodas a ser enviado a outro mundo. Ela passará dois anos explorando a cratera Gale e uma vizinha montanha de 5.000 metros, que parece formada por sedimentos oriundos da cratera, formada por sua vez pelo impacto de um grande corpo celeste.
Marte é o planeta mais parecido com a Terra, e os cientistas querem descobrir se ele teve no passado condições para abrigar vida microbiana. A missão, de 2,5 bilhões de dólares, marca o primeiro esforço de astrobiologia da Nasa desde as sondas Viking, na década de 1970.
O pouso representa um marco importante para a agência espacial norte-americana, afetada nos últimos anos por cortes orçamentários e pela recente aposentadoria da sua frota de ônibus espaciais.
No Correio do Brasil