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Dimas Roque

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O dia em que o Brasil exportou cadáveres em vez de esperança

Ottobre 30, 2025 7:43 , by Dimas Roque - | No one following this article yet.
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A megaoperação no Rio de Janeiro não foi apenas mais uma ação policial. Foi um espetáculo de morte transmitido em tempo real para o mundo. Enquanto aqui dentro manchetes falavam em “combate ao crime”, lá fora a narrativa foi outra, os jornais estrangeiros estamparam o Brasil como um país em guerra contra si mesmo. E não é exagero. As imagens de helicópteros atirando sobre comunidades e de corpos sendo retirados em fila indiana não deixam espaço para metáforas.

O que a imprensa internacional enxergou, e que muitos brasileiros preferem ignorar, é que não se trata apenas de segurança pública. Trata-se de um retrato cruel de desigualdade. Quando a polícia entra em territórios pobres com fuzis em punho, o que está em jogo não é só a captura de criminosos, mas a reafirmação de quem tem direito à vida e quem pode ser descartado. Essa é a ferida que o mundo apontou com o dedo, a naturalização da morte de jovens negros e periféricos.

É incômodo admitir, mas o Brasil exporta violência como se fosse commodity. Enquanto o governo tenta vender a imagem de um país sustentável, pronto para sediar a COP30, o que circula nas manchetes internacionais são fotos de sangue no asfalto. A contradição é gritante, já que, falamos em futuro verde, mas mostramos ao planeta um presente vermelho.

A imprensa internacional não está nos atacando, está apenas segurando o espelho que insistimos em quebrar.


Source: http://www.dimasroque.com.br/2025/10/o-dia-em-que-o-brasil-exportou.html

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