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O Natal, a desigualdade e a Economia Solidária

20 de Dezembro de 2013, 17:05 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Fonte: Banco Palmas (bancopalmas@uol.com.br)

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Fortaleza é uma cidade brutalmente desigual. Economicamente dividida entre dois lados: um que vai do Mar até a Majestosa Arena Castelão e outro que fica entre o Castelão e o extremo sul da cidade. No primeiro concentram-se todos os investimentos públicos e privados. No outro, um gigantesco território de bairros empobrecidos onde vivem a maioria das pessoas. Em dezembro, essa brutal desigualdade se acende (no sentido literal da palavra) pela iluminação natalina. No lado de lá, a cidade brilha de forma majestosa com belíssimas decorações nas praças, nas ruas, nos postes, nas árvores, nas fachadas das empresas, nas decorações dos shoppings... No lado de cá a escuridão e o abandono parece desconhecer que o natal chegou: não existe uma praça se quer iluminada, um único espaço público ou privado com decorações e enfeites natalinos. O apartheid (separação-divisão) expõe de forma grotesca sua cara. Duas cidades, dois mundos, duas Fortalezas.

Quando o Banco Palmas (sem apoio de empresas e do poder público) ilumina sua fachada e enfeita o quarteirão com luzes de natal, se torna um foco de resistência. Esse quarteirão enfeitado, com shows natalinos para (e com) a população local é como um náufrago que grita: nós estamos aqui, estamos vivos, também fazemos parte dessa festa. Ao mesmo tempo serve como um recado para a iniciativa privada e o poder público: insistir numa lógica da "cidade com escoliose" (torta para um lado) além de injusto é socialmente perigoso.

E nós, da Economia Solidária, o que temos haver com essa agenda? Tudo. Quando organizamos as pessoas de um território para celebrar uma festa como o Natal, estamos praticando um ato extremamente generoso e transformador. Exercitamos a solidariedade coletiva. Ampliamos o horizonte de nossa ação para além do nosso empreendimento. Isso testemunha no meio popular que é possível, através de nossa organização, gerar soluções econômicas e sociais. E, não tenhamos dúvida, gera felicidade nas pessoas. Emociona. Esse é um fator decisivo para ela optar por este ou aquele caminho.

Alegria!!! Celebremos o Natal!!!


Fonte: http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=8028&Itemid=62

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