Organização do consumidor será a nova prioridade do Projeto Esperança / Cooesperança
3 de Março de 2016, 15:00Por Maiquel Rosauro, Jornalista (MTb/RS 13334)
Economia solidária, alimentos saudáveis, agroecologia, segurança alimentar, consumo consciente e organização do consumidor foram os eixos debatidos na Conferência Regional dos Direitos Humanos, realizada sábado (27), em Santa Maria. O encontro ocorreu no Centro de Referência em Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter e reuniu autoridades, agricultores, técnicos e jovens produtores.
- A organização do consumidor é um eixo que pretendemos priorizar, a fim de que o público entenda a importância de consumir produtos provenientes da agricultura familiar. Estamos organizando uma associação de consumidores - explica a coordenadora do Projeto Esperança / Cooesperança, irmã Lourdes Dill.
Conforme o zootecnista e servidor técnico-administrativo da UFSM, Juarez Felisberto, os produtores estão cada vez mais encurralados pelos agrotóxicos. Logo, é preciso valorizar os produtos orgânicos e conscientizar a população sobre os benefícios dos alimentos saudáveis.
- Precisamos formar consumidores e aqui no Centro de Referência em Economia Solidária é o ponto ideal para criarmos uma organização com este intuito - projeta Felisberto.
Quem aprovou a iniciativa foi o produtor rural Alberi Scotta, que integra a Associação Comunitária de Linha Salete (Acolisa), do município de Ibarama. Segundo ele, os produtores estão largando a cultura do fumo para plantar mandioca.
- Já temos um contêiner para estocar 20 mil quilos de mandioca. A comercialização já está praticamente garantida para os mercados, e talvez o nosso produto chegue até Santa Maria - cogita.
Conforme Scotta, não há futuro nas lavouras de fumo. Além de ser uma cultura que prejudica a saúde dos pequenos produtores, o fumo é apontado como um dos principais responsáveis pelo êxodo rural.
- Os jovens não querem plantar fumo, é uma cultura muito desgastante e com retorno financeiro cada vez menor. Precisamos de novas alternativas de produção para que os jovens fiquem no campo - argumenta Scotta.
Conferência Estadual
O evento deste sábado em Santa Maria fez parte do processo de preparação da 5a. Conferência Estadual de Direitos Humanos, que ocorre nos dias 11 e 12 de março, em Porto Alegre, e da 12a. Conferência Nacional de Direitos Humanos, de 27 a 29 abril, em Brasília.
A Conferência Regional dos Direitos Humanos foi organizada pelo Projeto Esperança/Cooesperança, da Arquidiocese de Santa Maria; Grupo de Agroecologia Terra Sul (GATs/UFSM); Cáritas Arquidiocesana de Santa Maria; e Comissão Pastoral da Terra de Santa Maria (CPT).
Mais informações: Irmã Lourdes Dill - (55) 3219-4599 ou (55) 9979-7087; e Isabel Cristina Lourenço da Silva, do Grupo GATS/UFSM - (55) 8117-2523.
Carta Enviada da Coordenação da SENAES ao FOPES - 18/02/2016
22 de Fevereiro de 2016, 12:54Por Equipe da SENAES (senaes@mte.gov.br)
Seguem alguns elementos para análise da situação atual da SENAES no Ministério do Trabalho e Previdência Social:
1. O processo de reforma administrativa promovido pelo Governo Federal faz parte de um contexto mais amplo de ajuste fiscal diante de um quadro de arrefecimento da economia com redução da arrecadação e de uma crise política amplamente e criminosamente midiatizada que colocou o Governo em situação de defensiva diante de forças retrogradas de oposição ao país. Entre outras medidas, o Governo reduziu o número de ministérios, promoveu fusões e estabeleceu parâmetros de cortes no número de secretarias e de cargos comissionados. As medidas atingem em diferentes graus todas as áreas de governo, incluindo aqueles ministérios/órgãos que não foram extintos ou passam por processo de fusão.
2. No nosso caso, houve a fusão das áreas de trabalho e previdência social, criando o Ministério do Trabalho e da Previdência Social, com duas Secretarias Especiais: Secretaria Especial do Trabalho e Secretaria Especial da Previdência Social. A Medida Provisória 696/2015 que estabelece a reforma administrativa ainda não foi votada pelo Congresso Nacional . Mesmo assim, por seu conteúdo, deveriam ser reduzidas 2 das 6 secretarias do Ministério do Trabalho e Previdência Social. No Relatório da MP houve alteração do texto reduzindo o corte para apenas 1 secretaria, mas a matéria ainda não foi votada.
3. Desde a emissão da MP, temos recebido diversas manifestações de apoio à continuidade e fortalecimento da política pública nacional de economia solidária e de manutenção da SENAES e da sua equipe. Estes processos de mobilização têm contribuído para evitar perdas maiores de todo o esforço histórico empreendido nos últimos 12 anos visando dotar a economia solidária de uma política pública que favoreça a expansão das suas capacidades para um projeto sustentável e solidário de desenvolvimento.
4. Considerando o texto inicial da MP, de extinção de 2 secretarias, inicialmente, fomos informados da possibilidade de fusão de secretarias na área do trabalho, com a criação de uma secretaria de políticas de emprego e de economia solidária. A SENAES foi instada a analisar essa possibilidade e definimos internamente que a nossa proposição seria de manutenção da SENAES. Não havendo essa possibilidade, foi apresentada uma segunda possibilidade de manter a SENAES como Subsecretaria vinculada diretamente à Secretaria Especial do Trabalho que, com a fusão dos ministérios, é também a responsável pelas demais áreas: de políticas de emprego, de inspeção do trabalho e de relações do trabalho.
5. Como não houve a votação da MP 696/2015, o MTPS tem trabalhado com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, uma minuta de Decreto que estabelece a nova estrutura do Ministério. Nesse caso, estamos informados pela alta direção do Ministério que serão criadas duas Subsecretarias vinculadas à Secretaria Especial do Trabalho: a Subsecretaria de Economia Solidária e a Subsecretaria de Relações do Trabalho.
6. Nessa perspectiva, a equipe da SENAES/MTPS estabeleceu os seguintes parâmetros de diálogos internos:
* justificar a necessidade de manutenção da SENAES como Secretaria;
* Não sendo essa a opção da alta administração, evitar a fusão com outra secretaria;
7. Sendo subsecretaria nacional de economia solidária, garantir os seguintes critérios:
* manter e fortalecer a política pública de economia solidária, garantindo o que está previsto como estratégias, prioridades e ações do Plano Nacional de Economia Solidária;
* manter a estrutura e quantitativo de cargos da secretaria;
* manter o Prof. Paul Singer como o responsável pela área de economia solidária no MTPS;
* não separar as áreas de execução e de gestão com a manutenção, se for o caso, da Subsecretaria de Economia Solidária como Unidade de Gestão (UG), responsável pela execução orçamentária e financeira dos recursos destinados à economia solidária no MTPS;
* manter os espaços de economia solidária nas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTE´s); e
* manter os espaços de diálogo social na formulação, execução e avaliação das políticas públicas de economia solidária (fortalecimento do Conselho Nacional, fóruns, redes etc.).
8. Considerando essas proposições, estamos informados que, mesmo com a possível transformação da SENAES em Subsecretaria, há um compromisso do Ministro Miguel Rosseto e do Secretário Especial do Trabalho, Feijóo, em manter a política pública de economia solidária; garantir uma estrutura de cargos que possibilite o desenvolvimento da política com o quantitativo que dispomos no momento; manter a Subsecretaria como Unidade de Gestão; manter o Prof. Singer como responsável pela política de economia solidária e contar ainda mais com a contribuição dele ao MTPS, assessorando o órgão em assuntos de economia e trabalho; e manter os espaços de diálogo social.
9. A Equipe da SENAES/MTPS foi convocada pela Secretaria Especial do Trabalho para apresentar um balanço das ações em andamento e as prioridades para atuação em 2016. Apresentamos uma proposta, em sintonia com as prioridades do Plano Nacional de Economia Solidária, que foi apreciada e debatida junto com o Secretário Especial do Trabalho, havendo boa receptividade. Na oportunidade, fomos desafiados a articular as iniciativas com esforços mais amplos desse Ministério no sentido de enfrentamento da situação de desemprego, o que não temos dificuldade para tanto, pois é o esforço permanente desta Secretaria e das milhares de iniciativas econômicas solidárias no Brasil com uma perspectiva emancipatória do trabalho em relação ao capital.
10. Finalmente é preciso considerar que o Comitê Permanente do Conselho Nacional de Economia Solidária convocou para o mês de março sua próxima plenária que será antecedida por um processo de balanço da política da economia solidária no Plano Plurianual do Governo Federal (2012-2015) e definição de estratégias para implementação do 1o. Plano Nacional de Economia Solidária e do Plano Plurianual 2016-2019.
11. São essas as informações e esclarecimentos que dispomos até o momento e ficamos à disposição dos companheiros e companheiras para futuros diálogos e compromissos.
Abraços da Equipe da SENAES/MTE.
Alagoas elege sua nova Coordenação
15 de Fevereiro de 2016, 17:09Por Daniela Rueda (Secretaria-Executiva) do FBES
O Fórum Estadual do Alagoas - FAES elegeu seus interlocutores para a Coordenação Nacional do Fórum Brasileiro de Economia Solidária na gestão 2016-2017. Os empreendimentos e entidade que farão este diálogo agora são: (COOPEARTBAN)- COOPERATIVA DOS ARTESÃOS DA BARRA NOV, representada por Lindinalva Oliveira dos Santos Camargos, MULHERES UNIDAS DO PONTAL DA BARRA representada por Edna Andrade dos Santos; e UFAL-Unitrabalho através de Amelia Virginia Lucena Oba.
Estrutura do FBES
O FBES é uma plataforma de organização de luta e consolidação da economia solidária enquanto estratégia de desenvolvimento. Para isso, sua estrutura inicial se dá em que cada Estado tem 03 representantes sendo: 2 Empreendimentos Econômicos Solidários (de preferência rural e urbano) e 1 Entidade de Apoio no Estado. Esta estrutura original foi mantida durante a V Plenária Nacional de Economia Solidária, com a ressalva da incorporação das articulações macrorregionais, através dos Fóruns Regionais de Economia Solidária.
Para saber maiores informações sobre o documento acesse em: http://e.eita.org.br/vplenaria
UBM do Maranhão publica nota de repúdio ao assassinato da líder sindical Francisca das Chagas
5 de Fevereiro de 2016, 11:01Joaquim Dantas para o Blog do Arretadinho (http://blogoosfero.cc/blogdoarretadinho)
A união Brasileira de Mulheres no Maranhão, UBM/MA, publicou nesta quinta-feira (4) uma nota de repúdio ao assassinato de Francisca das Chagas Silva, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Miranda do Norte, no Maranhão, assassinada com requintes de extrema crueldade. A sindicalista foi encontrada morta, sem roupas, de bruços na lama, com sinais de estupro, estrangulamento e diversas perfurações no corpo nesta quarta-feira (3).
Confira a íntegra da nota:
NOTA DE SOLIDARIEDADE E REPÚDIO
A União Brasileira de Mulheres no Maranhão vem a público violência solidarizar-se com a família, amigas e amigos, companheiras e companheiros de lutas da sindicalista, militante feminista e pela igualdade, Francisca das Chagas Silva.
Consideramos que o assassinato de Francisca, com requintes de crueldade e misoginia, deve ser punido de forma mais severa. Crimes dessa natureza devem ser incluídos no rol das modalidades penais do feminicídio, pois o crime que, demonstradamente, resultou na morte brutal de Francisca decorreu de sua condição de ser mulher, negra e militante da luta por uma vida mais digna para milhares de trabalhadores e trabalhadoras da agricultura, do campo e das florestas.
É incomensurável a dor por esta perda, que nos enluta e nos entristece profundamente.
Mas é necessário e imperativo que entendamos os fatos ocorridos para que não mais aconteçam: Francisca foi vítima do racismo, do ódio às mulheres, do machismo patriarcal e da luta de classes que travamos em nosso país.
O mapa da violência demonstra que mulheres jovens e negras, como Francisca, são as principais vítimas de mortes violentas no Brasil, com o agravante de que estas mortes são majoritariamente acompanhadas de requintes de crueldade. Somente entre os anos de 2003 e 2013, a morte destas mulheres aumentou 54,2%.
A herança socioeconômica que moldou nossos padrões culturais e valorativos relegou às negras a condição de cidadãs de segunda classe: sustentam sozinhas 51,1% das famílias chefiadas por mulheres; recebem apenas 51% da remuneração recebida pelas brancas e a renda familiar em 69% dos casos é inferior ao salário mínimo, como demonstram os dados disponíveis no estudo Dossiê Mulheres Negras, de 2013.
Francisca lutava para que essa realidade fosse modificada, por isso, seguiremos na luta, repudiando a violência que mata e vitimiza milhares de mulheres em nosso país.
Seguiremos firmes na luta para que a barbárie que acometeu Francisca não fique impune, compondo apenas as estatísticas. Os responsáveis devem ser identificados e punidos no rigor da Lei.
Demonstraremos, em todos os momentos, que a vida e a luta de Francisca não foram em vão, disputando o bom debate, tomando as ruas e as redes para consolidar a democracia em nosso país e avançar nos direitos.
Somos todas Francisca! Francisca das Chagas Silva, Presente! Agora e Sempre!
UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES - MARANHÃO
Lei de Economia Solidária é aprovada em Curitiba
3 de Fevereiro de 2016, 10:41Por Assessoria de Comunicação (www.cefuria.org.br)
Projeto de lei que reconhece Economia Solidária como fonte de trabalho e renda foi aprovado em segundo turno na Câmara Municipal de Curitiba, nesta terça-feira (2). Lei segue para sanção do prefeito. Os vereadores de Curitiba aprovaram, nesta terça-feira (2), o Projeto de Lei Municipal de Fomento à Economia Popular e Solidária de Curitiba (no. 005.00156.2015). Com 25 votos, a proposta foi votada em segundo turno na Câmara Municipal, e segue para sanção do prefeito Gustavo Fruet.
A lei aprovada deve reconhecer a Economia Solidária como fonte de trabalho e renda, e definirá atribuições do poder público em relação aos empreendimentos solidários. Segundo dados levantados em 2010, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, há atualmente no Brasil 21 mil empreendimentos solidários.
Entre as previsões da nova lei, está a qualificação, a formalização das entidades, a criação de espaços públicos para que os produtos sejam comercializados e o fomento de uma rede metropolitana.
Para o educador popular do Cefuria, Luis Pequeno, a aprovação foi um momento de conquista histórica, que é fruto do trabalho - principalmente de mulheres - há décadas. Segundo ele, ao normatizar a economia solidária, a nova lei deve permitir o avanço de empreendimentos solidários em diversos aspectos. "Hoje esses coletivos não pode fazer certas coisas, como terem direito a pontos de venda públicos, por estarem na informalidade. Com a nova lei, isso vai ser possível".
O Cefuria acompanha e contribui com empreendimentos de Economia Popular Solidária em Curitiba e região metropolitana, como a Rede de Padarias e Cozinhas Comunitárias Fermento na Massa. Ao todo, 30 padarias compõe a rede, envolvendo cerca de 130 pessoas. A produção mensal de pães varia de 25 mil a 30 mil unidades, gerando renda bruta de cerca de R$ 1,2 milhão ao ano.
Rosalba Gomes Wisniewiski, integrante da padaria comunitária Cecopam, localizada no Xaxim, não segura a felicidade. Para ela, a aprovação da lei concretiza um sonho de anos. "A gente trabalha com tanto carinho e disposição e se sentia muito mal por não ser reconhecidas e valorizadas. Muita gente nem conhecia a Economia Solidária, e agora vem uma lei, para ajudar a mudar isso", avalia.
Ela explica de que formas a nova lei pode ajudar os empreendimentos. "A gente vai poder chegar na prefeitura, pedir autorização para fazer uma feira nas praças, acessar mais créditos, e realizar outros sonhos", aponta.
"Tirando o nascimento dos filhos, foi o dia mais maravilhoso da minha vida. Porque a gente gestou esse filho que é a lei da Economia Solidária, e agora ele está nascendo"
O projeto é aprovado em um momento de delicado cenário nacional. As recentes mudanças no Ministério do Trabalho e Previdência Social colocam em risco a continuidade do status de secretaria ministerial da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senais). Frente à essa possibilidade, organização e empreendimentos ligados ao Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) iniciaram uma campanha de mobilização contra a extinção da Senaes. Para participação individual, pode ser assinada a petição online aqui.
Resumo do PL
O texto que deu origem à proposta foi resultado da 1a. Conferência Municipal da Economia Popular e Solidária de Curitiba (Comsol), realizada em julho de 2013, e das reivindicações feitas há anos pelas organizações atuantes na construção desta outra forma de economia.
A tentativa de criação de uma lei da Economia Solidária não é nova. Houveram tentativas em gestões anteriores de que o executivo apresentasse a proposta ao legislativo, que não foram acatadas.
O primeiro artigo do PL resume o que será diretriz: "[ ] promoção da economia popular solidária e o desenvolvimento de grupos organizados autogestionários em atividades econômicas, visando à sua integração no mercado e a autossustentabilidade de suas atividades". O desenvolvimento da política pública será por meio de parcerias amplas: programas específicos, projetos, parcerias com a iniciativa privada, Organizações Não Governamentais (ONGs), Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), convênios e todas as demais formas legalmente admitidas, segundo o texto do PL.
O projeto é dividido em quatro capítulos:
1o. - política municipal de fomento à economia solidária;
2o. - apoio do poder público aos empreendimentos solidários, por exemplo, com linhas de créditos especiais, taxas de juros e garantias diferenciadas;
3o. - criação do Conselho Municipal de Economia Popular Solidária (CMEPS), com representantes do Executivo (Secretaria Municipal de Abastecimento, Agência Curitiba de Desenvolvimento e FAS), de empreendedores ligados ao segmento e de entidades de apoio;
4o. - criação do Selo de Economia Popular e Solidária, que servirá para identificação dos empreendimentos pelos consumidores.
Bancos comunitários prestam serviços financeiros solidários
3 de Fevereiro de 2016, 10:29Por Cecilia Coelho (Assessoria de Comunicação - Ministério da Cultura)
Isabel Cristina Alves, carinhosamente apelidada de Mãe Isabel, revela como o Ponto de Cultura Caminhos, localizado em Hortolândia, interior de São Paulo, sobrevive ao longo dos anos e a sucessivas crises econômicas: a sustentabilidade. A autogestão, no caso do Caminhos, foi possível graças à adoção da economia solidária. O Ponto de Cultura, coordenado por Mãe Isabel, procura aumentar a autoestima do negro, combater a intolerância religiosa, além de trabalhar com setores de confecção e alimentação.
"A economia solidária por si só é um novo modelo de desenvolvimento econômico, que se ajusta muito ao Brasil em crise", avalia Isabel. "Nossos empreendimentos já alcançaram o estágio de amadurecimento e conseguimos agora uma renda mensal e não mais sazonal. A grande contribuição desse tipo de economia é permitir a auto sustentabilidade", completa.
No Ponto de Cultura Caminhos, não há hierarquia rígida entre os produtores e o trabalho é baseado na democracia e no ensino mútuo. "É um trabalho coletivo, tem um pessoal que fica na produção do acarajé, outro na confecção e artesanato e a gente se reúne para a produção e comercialização", explica.
Mãe Isabel lamenta não haver um banco comunitário por perto. "Nós gostaríamos de ter um ou até de ser um banco comunitário. Os bancos têm ação restrita à comunidade em que se localizam, são um fomentador local", afirma.
Uma das ferramentas que fazem parte desse setor são os bancos comunitários. Tais instituições prestam serviços financeiros solidários, de natureza associativa e comunitária, para geração de trabalho e renda. Entre os objetivos estão os de reorganizar economias locais e promover o desenvolvimento de territórios de baixa renda, por meio do fomento a redes locais de produção e consumo.
MinC e Bancos Comunitários
Um dos maiores especialistas em economia solidária, o secretário Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), Paul Singer, explica que há no Brasil 107 bancos comunitários que formam uma rede nacional. "Acho que o mais significativo é que se reúnem regularmente, comparam o que ocorre em cada um e se ajudam mutuamente", comenta Singer.
"O banco comunitário é completamente oposto ao capitalismo. O banco privado tem dono e são os interesses do dono que vêm primeiro. No comunitário, os usuários do banco são os donos, são comunidades pobres na periferia das cidades", compara Singer. "Tenho tido a oportunidade de participar da fundação de bancos comunitários e a alegria das pessoas é comoventes porque, para elas, é uma mudança para melhor, significa ter um lugar para colocar o dinheiro e de forma que seja o desejo de todos", pontua.
O Ministério da Cultura (MinC) tem trabalhado em conjunto com o MTPS para estimular a economia solidária na Cultura. "Entramos em contato com o banco Palmas, que é uma rede que estimula a criação de bancos comunitários e moedas sociais", conta Ivana Bentes, secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do MinC (SCDC/MinC).
"Esse campo não tinha se voltado ainda para a Cultura e é muito importante entrar nessa rede. Queremos fazer um encontro com a economia solidária pensada para a economia da cultura e nos dedicar a esse eixo", afirma Ivana Bentes.
Acervo digital disponibiliza toda a obra de Paulo Freire
2 de Fevereiro de 2016, 20:24Por Luis Soares (http://www.pragmatismopolitico.com.br/)
O Centro de Referência Paulo Freire, dedicado a preservar e divulgar a memória e o legado do educador, disponibiliza vídeos das aulas, conferências, palestras e entrevistas que ele deu em vida. A proposta tem como objetivo aumentar o acesso de pessoas interessadas na vida, obra e legado de Paulo Freire. Estão disponíveis para download gratuito vídeos de aulas, conferências, palestras, entrevistas, artigos e livros do educador.
Para os interessados em aprofundar os ensinamentos freirianos, o Centro de Referência também disponibiliza artigos e livros que podem ser baixados gratuitamente.
Internacionalmente respeitado, os livros do educador foram traduzidos em mais de 20 línguas. No Brasil, tornou-se um clássico, obrigatório para qualquer estudante de pedagogia ou pesquisador em educação. Detentor de pelo menos 40 títulos honoris causa (concedidos por universidades a pessoas consideradas notáveis), Freire recebeu prêmios como Educação para a Paz (Nações Unidas, 1986) e Educador dos Continentes (Organização dos Estados Americanos, 1992).
"Defendo a educação desocultadora de verdades. Educando e educadores funcionando como sujeitos para desvendar o mundo", dizia Freire. A educação como prática da liberdade, defendida por ele, enxerga o educando como sujeito da história, tendo o diálogo e a troca como traço essencial no desenvolvimento da consciência crítica.
Acessar o acervo Paulo Freire aqui: http://www.acervo.paulofreire.org/
A retomada do Conselho e os Desafios para as Juventudes Brasileiras
2 de Fevereiro de 2016, 18:07Por Isadora Candian dos Santos* e Leonardo Pinho**(http://www.infojovem.org.br)
A Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários Unisol Brasil esteve presente na reunião de retomada do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - chamado informalmente de Conselhão, constituído por 92 conselheiros e conselheiras, dos mais representativos da sociedade brasileira, entidades sindicais, sociais e estudantis, representantes das duas centrais de cooperativas do país, OCB e Unicopas.
Além, da agenda do Conselhão, a Unisol Brasil esteve presente no Rio de Janeiro, em reunião com o BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, nos dias 28 e 29 de janeiro. Em ambas as agendas, a UNISOL Brasil buscou a garantia da Política Nacional de Economia Solidária e a criação de um Fundo de Investimento.
A discussão e as propostas apresentadas pelo governo no Conselhão eram em torno da superação da crise e da retomada do crescimento. Além, dos representantes do governo, houve intervenções de 08 representações da sociedade civil, entre elas a União Nacional dos Estudantes e a da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
A centralidade das propostas do governo foram em torno da recuperação do poder de consumo das famílias brasileiras através da expansão de crédito, totalizando R$ 83 bilhões. As modalidades anunciadas foram rural, habitacional, infraestrutura, capital de juros, bens de capital, exportações e crédito consignado
A Presidente da UNE, Carina Vital, em sua intervenção apontou a preocupação com a recuperação do caminho do desenvolvimento, já que as juventudes são as que sofrem duramente com o crescimento do desemprego entre os jovens.
Realmente, em cenários de desaleceração econômica as juventudes chegam a ter três vezes mais os índices de desemprego. A OIT (Organização Internacional do Trabalho) apontou que o desemprego de jovens no Brasil com idade entre 15 e 24 anos atingiu 15% no ano de 2015, superando a taxa média mundial nessa mesma faixa etária é de 13,1%, segundo o estudo Tendências Mundiais do Emprego de Jovens 2015.
Os jovens que estão chegando nesse momento ao mercado de trabalho, começam a sentir os impactos da crise econômica. Essa geração ainda não havia sentido o gosto do desemprego e da diminuição dos investimentos em educação, em especial, nos programas de acesso e ampliação do ensino superior. Durante mais de uma década, apesar da maior crise mundial, o Brasil manteve índices de crescimento econômico e ampliação do investimento social.
O atual momento tem dificultado as negociações coletivas, um pouco menos de 70% das negociações conquistaram ganhos reais e cerca de 15% delas não conseguiram nem repor a perda salarial nos primeiros seis meses do ano. O desempenho das negociações no primeiro semestre foi o pior da série histórica pesquisada pelo DIEESE desde 2004.
Nesse quadro de aumento do desemprego, afetando as juventudes, de diminuição dos investimentos em educação, de aumento de inflação e de diminuição do poder contratual dos sindicatos nas negociações coletivas, assistimos no país uma intensa discussão e debate político acerca de seus rumos.
Dois caminhos se apontam no horizonte do país, um caminho que quer nesse momento de crise que o Brasil faça reformas, como a da previdência e trabalhista, retirando direitos dos trabalhadores e aprofundamento à política de diminuição de investimentos e de aumento das taxas de juros. Por outro lado, diversos setores da economia apontam que é o momento de ampliar investimentos, públicos e privados, e os direitos sociais e econômicos, como forma de ampliação da confiança do brasileiro e de retomada da produção.
"O Conselho não é o lugar correto para debater a Reforma da Previdência, e sim o Fórum de Emprego, Trabalho, Renda e Previdência Social, constituído com as centrais sindicais. Não aceitaremos qualquer medida que reduza direitos dos trabalhadores", assegurou Rafael Marques, Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A retomada do Conselhão reabre o debate do desenvolvimento na sociedade brasileira e de um canal de dialogo e pactuação de propostas e agendas com o governo federal.
A Diretora da Unisol Brasil e militante da Articulação Nacional Juventudes e Economia Solidária, JUVESOL, Isadora Candian, esteve presente na reunião no BNDES e aponta que nesse momento de crise é necessário manter a atual política nacional de economia solidária, com estrutura e orçamento, e criar um Fundo de Investimento para enfrentar a situação de falências, através da recuperação de empresas com autogestão dos trabalhadores e trabalhadoras e de fomento e incentivo as empresas recuperadas, redes, cooperativas e associações, para manter e ampliar seus postos de trabalho.
A Unisol Brasil irá reforçar o time dos que acreditam que é o momento de o país voltar a combinar crescimento econômico com ampliação dos investimentos sociais, para retomar o ciclo virtuoso de ampliação de oportunidades e de sonhos para as juventudes brasileiras. Em especial, retomar a ampliação e os investimentos em educação e manter políticas e estratégias que garantam e ampliem postos de trabalho.
A Unisol Brasil nessa perspectiva entende que para as Juventudes continuarem a olhar para frente e deixar o passado da insegurança, de desemprego estrutural e de baixo investimento social, para a memória dos mais velhos e para os livros de história é necessário ter Ousadia e apostar no Brasil.
* Isadora Candian dos Santos, diretora-tesoureira da UNISOL Brasil, sócia do empreendimento Ideário - Rede Design Possível, membro da JUVESOL - Articulação Nacional Juventudes Economia Solidária
** Leonardo Pinho, Presidente da Unisol Brasil
Mensagem aos Fóruns Estaduais de Economia Solidária
1 de Fevereiro de 2016, 11:11Enviado por Secretaria-Executiva do FBES
A Coordenação Executiva esteve reunida nos dias 27 a 29 de janeiro, em Brasília. Neste sentido, este coletivo deliberou algumas ações que podem ser realizadas nos Estados afim de visibilizar a manutenção e continuidade da Política Nacional de Economia Solidária.
Brasília, 29 de janeiro de 2016.
Aos Fóruns Estaduais de Economia Solidária - FEES,
A Coordenação Executiva do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, reunida em Brasília - DF, neste fim de janeiro, teve como um de seus pontos de pauta a reestruturação da Secretaria Nacional de Economia Solidária - SENAES.
Com a proposta da reforma ministerial anunciada no dia 02/10/2015, que estabeleceu o encolhimento da estrutura de governo e, consequentemente, a redução de ministérios e secretarias nacionais, a Secretaria Nacional de Economia Solidária - SENAES corre risco de perder seu status de secretaria nacional. A definição do novo desenho institucional do Ministério do Trabalho e Previdência Social deverá ocorrer ainda na primeira quinzena de fevereiro. Durante encontro de movimentos sociais da economia solidária no Fórum Social Mundial Temático - FSMT/2016, em Porto Alegre, foi elaborada carta de posicionamento em defesa da SENAES que vem sendo largamente divulgada.
No sentido de ampliarmos nossa mobilização e pressão em torno da manutenção da SENAES e da garantia de continuidade da Política Nacional de Economia Solidária, convidamos os Fóruns Estaduais de Economia Solidária a atuarem conjuntamente nessa iniciativa, entendendo que a soma de esforços e as pressões locais são fundamentais para termos alguma chance de reverter este quadro. Diante disso, a Coordenação Executiva do FBES definiu alguns encaminhamentos imediatos e indicativos de ações nos estados:
- Defender o avanço da Política Nacional de Economia Solidária no governo atual e que a SENAES não perca o status de secretaria nacional, mantendo e fortalecendo sua estrutura e orientação estratégica. Nenhum passo atrás!
- Realizar Audiência Pública Nacional na Câmara dos Deputados - PELO AVANÇO DA POLÍTICA NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA NO BRASIL, com ampla mobilização nacional, na perspectiva de pautarmos e debatermos os rumos da política de economia solidária qualquer que seja o cenário de arranjo institucional que venha a se estabelecer. Este evento deverá acontecer em Brasília, em março de 2016.
- Animar os estados para realização de audiências públicas nas assembleias legislativas.
- Encaminhar a carta do movimento a deputados estaduais, federais e senadores (de seus estados).
- Assinar e divulgar o abaixo assinado com a carta do movimento no Avaaz: https://secure.avaaz.org/po/petition/Governo_Federal_Brasileiro_Manutencao_da_Secretaria_Nacional_de_Economia_Solidaria_SENAES/?fttefkb&pv=20
- Divulgar e mobilizar as organizações, redes e movimentos para adesão à carta do FBES em defesa da Política Nacional de Economia Solidária (a adesão deve ser feita por meio de mensagem encaminhada ao e-mail lara@fbes.org.br).
- Publicar nas redes sociais o vídeo de Dilma Rousseff se comprometendo a fortalecer a Política Nacional de Economia Solidária durante a III Conferência Nacional de Economia Solidária - zzhttps://www.youtube.com/watch?v=Y1pW7zhYZys
- Usar a hashtag #AvançaEcosol
Além disso, como sugestão para planejamento dos Fóruns Estaduais neste ano:
- Realizar atividade / reunião preparatória para reunião da Coordenação Nacional do FBES que ocorrerá na segunda quinzena de março (atualizar as coordenações - os que ainda não o fizeram - e encaminhar nomes para a Secretaria Executiva do FBES, com atas das reuniões). A reunião da Coordenação Nacional do FBES acontecerá junto com a audiência nacional na Câmara dos Deputados e discutirá a construção da VI Plenária Nacional de Economia Solidária.
Fórum Brasileiro realiza encontro de sua Coordenação Executiva
27 de Janeiro de 2016, 11:18Por Secretaria-Executiva do FBES
A Coordenação Executiva FBES reúne-se a partir de hoje (27/01) até sexta-feira (29/01), em Brasília para tratar de assuntos envolvendo a construção de seu Plano de Trabalho para este ano de 2016, e a defesa da SENAES enquanto instrumento potencializador da Política Nacional de Economia Solidária.
Uma das ações que saiu esta semana foi a coleta de assinaturas pelo AVAAZ https://secure.avaaz.org/po/petition/Governo_Federal_Brasileiro_Manutencao_da_Secretaria_Nacional_de_Economia_Solidaria_SENAES/?cxyQKab, além de coleta de apoio via as instituições. Adesões devem ser realizadas através do e-mail lara@fbes.org.br.
A última vez em que a Coordenação Executiva esteve reunida foi em Santa Maria (RS), durante a Feira Internacional de Economia Solidária que ocorre todos os anos na cidade. A perspectiva desta reunião é também realizar planejamento da construção das ações nas Macrorregiões. Esta proposta da articulação foi deliberada durante a V Plenária Nacional de Economia Solidária (2012), e ainda é um desafio para a plataforma.
Economia solidária dá novo fôlego à cultura
27 de Janeiro de 2016, 10:13Publicado por Cecilia Coelho Assessoria de Comunicação (MINC)
O Distrito Federal abriga, na cidade de Taguatinga, a 25 quilômetros do Congresso Nacional, um polo que incrementa a produção local com base na cultura. Um mercado desativado de abastecimento da década de 1950 deu lugar, na primeira década do século XXI, ao Mercado Sul Vive. Oficinas de teatros, shows e lojas de instrumentos deram vida às ruelas outrora abandonadas.
Uma das principais soluções para a revitalização foi a economia solidária, sistema de produção, oferta de serviços, finanças e comercialização baseado na democracia e na cooperação. "A economia solidária é o mecanismo pelo qual queremos fortalecer a cultura", explica Daniela Rueda, integrante da ocupação Mercado Sul Vive.
A cultura movimenta a economia em diversos âmbitos e possibilita uma grande troca de recursos, que pode ser aproveitada para retroalimentar uma cadeia produtiva do ramo em uma região ou comunidade. No Brasil, há uma série de iniciativas -existem cerca de 110 bancos comunitários em todo o País - que promovem trocas na cadeia produtiva com os recursos humanos, financeiros e pessoais da própria comunidade.
No estado de São Paulo, a Agência Popular Solano Trindade, por exemplo, permitiu o incremento nas trocas comerciais e o mapeamento das iniciativas culturais na região. A proposta da agência é fomentar e fortalecer a economia da cultura criativa, por meio do incentivo à produção e difusão da cultura popular. Para isso, a instituição procura criar formas de organização que possibilitem a sustentabilidade e autoprodução das ações culturais.
"Os métodos da economia solidária se tornam naturais. Precisamos trocar para sobreviver, não adianta explorar o parceiro", afirma Rafael Mesquita, representante da agência. "Isso faz a gente discutir sobre coisas que não debatemos na sociedade, como por exemplo o que é cultura. É difícil fazer com que pessoas consumam cultura da própria periferia", completa.
Economia solidária e o MinC
O Ministério da Cultura procura estimular a economia solidária por meio de parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Um dos campos possíveis de atuação nessa área diz respeito aos Pontos de Cultura.
"A gente entende, muito inspirado na economia solidária, que é possível estruturar uma economia, uma forma de fomento entre os Pontos de Cultura que não seja só com recursos, que passe, por exemplo, por moedas complementares, banco de cultura e pela troca solidária", afirmou a secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do MinC, Ivana Bentes, no ano passado, durante encontro com o secretário Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), Paul Singer.
Outra possibilidade de ação conjunto dos dois ministérios está relacionada à organização da Teia (encontro dos Pontos de Cultura) em abril de 2016. A expectativa é que o tema seja Economia Viva e que seja realizada dentro da economia solidária.
Além disso, houve a criação de um grupo de trabalho entre a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC/MinC) e Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Previdência Social (Senaes/ MTPS). Entre os objetivos do grupo estão: organização da Teia, a integração entre cadastro nacional dos pontos de cultura e de empreendimentos solidários, entre outros.
Desafio: Legislação
Embora a economia solidária tenha nascido há 170 anos com tecelões ingleses desempregados que, no afã de sobreviver, criaram a Cooperativa dos Probos Pioneiros de Rochdale e que cooperativas tenham ganhado o mundo desde então, ainda há um longo caminho a percorrer.
Um dos desafios diz respeito à necessidade de uma legislação própria, que reconheça esse tipo de empreendimento. A pauta é defendida por Paul Singer. Para ele, a lei facilitaria o acesso dessas empresas a financiamentos, além de deixar os investidores mais informados e mais confiantes nessa modalidade empresarial.
O projeto de lei 4685/2012, que cria o Sistema Nacional de Economia Solidária e que dispõe sobre a Política Nacional de Economia Solidária tramita no Congresso desde 2012. Atualmente, aguarda ainda parecer do Relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).
Link da matéria original: http://culturaviva.gov.br/?p=1174
Fórum Brasileiro de Economia Solidária faz campanha no Avaaz em favor da SENAES
25 de Janeiro de 2016, 13:57Por Secretaria-Executiva do FBES
O Fórum Brasileiro de Economia Solidária, a partir de hoje está iniciando mais uma etapa em favor da manutenção da Secretaria Nacional de Economia Solidária e da continuidade da Política Nacional, através de coleta de assinaturas na AVAAZ, com a proposta de também divulgar a sociedade como um todo dos últimos acontecimentos envolvendo este tema.
O que está acontecendo?
Em Carta circulada no dia 21/01 deste ano pelo movimento de economia solidária esclarece que: "A proposta da reforma ministerial anunciada no dia 02/10/2015, que prevê o encolhimento da estrutura de governo e, consequentemente, a redução de secretarias nacionais, expressamos nossa grande preocupação com a ameaça de extinção da Secretaria Nacional de Economia Solidária - SENAES."
Dessa forma, a luta do movimento se dá pela continuidade da Política Nacional de Economia Solidária, que ao longo de 12 anos incluiu diversos segmentos, a exemplo, catadoras e catadores de materiais recicláveis, agricultoras e agricultores familiares, artesãs e artesãos, bem como a organização de produtiva, comercial de coletivos, além de expansão de ferramentas de fundos rotativos solidários, bancos comunitários, entre outros. Hoje são mais de 1 milhão de trabalhadoras e trabalhadores envolvidos nestas ações, além de estruturas na nas instâncias estaduais e municipais que também estão contribuindo para este processo.
Dessa forma, a Economia Solidária tem avançado na inclusão social, além de organizar a sociedade para a construção de outras formas de trabalho.
Assine e compartilhe: https://secure.avaaz.org/po/petition/Governo_Federal_Brasileiro_Manutencao_da_Secretaria_Nacional_de_Economia_Solidaria_SENAES/
* Foto: Camila Canofre (Imagem de Joaquim Melo do Banco Palmas, Professores Boa Ventura e Paul Singer da SENAES durante o FSMT em Porto Alegre/RS).
Campanha de Coleta de Assinaturas #Contra o Golpe #Fica Dilma #Avança Senaes
22 de Janeiro de 2016, 12:41Enviado por Secretaria-Executiva FBES
O Fórum Brasileiro de Economia Solidária, entregou e distribuiu seu manifesto, dia 21/01, durante o debate sobre Democracia Econômica, que reuniu mais de 3000 pessoas em Porto Alegre. Foi um momento significativo e importante para colocar em debate a importância da Economia Solidária para desenvolver o Brasil.
Pedimos a colaboração de organizações, instituições da sociedade civil e movimentos sociais para assinarem o Manifesto em favor da continuidade e permanência da Política Nacional de Economia Solidária.
Lutar pela continuidade da SENAES é defender outro projeto de desenvolvimento para o Brasil.
Vamos a luta por uma outra economia!
Encaminhar adesões para lara@fbes.org.br
Acesse a carta em: http://migre.me/sL4BT
Não vai ter Golpe! Fica Dilma! Avança SENAES!
21 de Janeiro de 2016, 15:22Por Secretaria-Executiva FBES
O Movimento de Economia Solidária está em luta pela manutenção e continuidade da Política Nacional de Economia Solidária. Com a regulamentação da fusão entre Ministério do Trabalho e Emprego e Ministério da Previdência Social, prevista para ocorrer no fim do mês de janeiro, a Economia Solidária corre risco de perder seus status de Secretaria Nacional.
NÃO VAI TER GOLPE! FICA DILMA! AVANÇA SENAES!
Porto Alegre, FSM 15 anos
Carta à Presidenta Dilma e ao Ministro Miguel Rossetto
Ref.: Em Defesa da Política Nacional de Economia Solidária
Na III Conferência Nacional de Economia Solidária realizada no final de 2014, a Exma. Presidenta da República Dilma Rousseff assumiu o compromisso do governo com o fortalecimento da Politica Nacional de Economia Solidária como uma estratégia de desenvolvimento para o país.
Desta forma, gostaríamos de reforçar o nosso apoio e confiança em poder contar com a orientação da Presidenta à frente do Governo Brasileiro e do Ministro Miguel Rossetto à frente do novo Ministério que abriga a nossa Secretaria Nacional de Economia Solidária - SENAES. Reforçamos aqui o diálogo iniciado em Santa Maria (RS), em julho do ano passado, quando tivemos a oportunidade de apresentar nossa preocupação com o destino da Política Nacional de Economia Solidária.
Com a proposta da reforma ministerial anunciada no dia 02/10/2015 pela presidenta Dilma Rousseff, que prevê o encolhimento da estrutura de governo e, consequentemente, a redução de secretarias nacionais, o nosso assombro e preocupação redobram, pois sabemos que, novamente, a SENAES está ameaçada. Temos conhecimento dos riscos de a SENAES perder sua atual equipe, estrutura e orientação estratégica. Os ajustes são necessários, mas não podemos acabar com uma enorme construção realizada até aqui. A SENAES é resultado de um processo de diálogo e conquistas do movimento de economia solidária e sua queda não é apenas estrutural, mas também política e simbólica.
Não podemos perder ou reduzir a SENAES nem em sua denominação, nem em sua estrutura e nem na agilidade que tem tido em avançar e consolidar ações estruturantes em todos os estados brasileiros.
Isso não pode acontecer!
Senhora Presidenta e Senhor Ministro, acreditamos que, com o Sr. Miguel Rossetto à frente do Ministério de Trabalho e Previdência Social, temos a oportunidade de um maior fortalecimento da Economia Solidária no Brasil.
Acreditamos que podemos ter de fato uma economia que esteja nas mãos de todas as pessoas e não de uma minoria. Uma economia que gere vida em qualidade para todos, que garanta um meio ambiente saudável, alimentos livres de agrotóxicos e transgênicos para a população do país. Para nós, a economia solidária não é apenas uma política pública, é sim o nosso projeto político de sociedade e temos neste governo um parceiro importante para realização deste projeto.
A SENAES é um canal de diálogo de suma importância com o movimento de economia solidária, com as mulheres e homens do campo e da cidade - talvez o último espaço desta natureza no atual Governo Federal -, e esperamos que perdure e avance.
Lembramos que nosso país possui o maior movimento de economia solidária do mundo, em que se articulam milhares de cooperativas da agricultura familiar, coleta e reciclagem de materiais, iniciativas agroecológicas, bancos comunitários, fundos rotativos, feiras e centrais de comércio justo e solidário, sistemas de certificação participativos de produtos orgânicos, empresas recuperadas por trabalhadores, grupos de mulheres, quilombolas, indígenas, ribeirinhos, ex-detentos, usuários da saúde mental, grupos
de consumo responsável, empreendimentos coletivos de artesanato, confecção, alimentação, turismo, cultura, comunicação, metalurgia, construção civil, educação e tantos outros campos da atividade humana.
As políticas públicas adequadas a esta nova forma de se fazer economia vem sendo uma resposta da Economia Solidária para a sociedade. E este tem sido o importante papel da SENAES nos últimos 12 anos, tendo em vista: um mapeamento nacional identificando mais de três milhões de pessoas que vivem a economia solidária em nosso país; o Conselho Nacional de Economia Solidária; um Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário; a campanha "Outra Economia Acontece"; os programas de apoio e fomento aos diversos ramos de atividade econômica; o prêmio BNDES "Sandra Magalhães"; o Cadastro
Nacional de Empreendimentos Econômicos Solidários (CADSOL) que é a identidade da economia solidária, e, mais recentemente, a construção (após três conferências nacionais e centenas de conferências municipais, estaduais e regionais) de Planos Estaduais de Economia Solidária e da Política Nacional de Economia Solidária.
A manutenção e o fortalecimento das estruturas e políticas publicas que garantam uma outra economia não é apenas urgente, mas também necessária para permitir um futuro digno, com qualidade de vida, a todas as brasileiras e brasileiros.
O momento de crise é também o momento de discernimento e ousadia para ações prioritárias que podem vir a nortear avanço da democracia participativa baseada em outro tipo de desenvolvimento. Consideramos a Economia Solidária a novidade instaurada como uma nova política pública e uma agenda positiva frente às interrogações que a crise internacional e seus reflexos nacionais nos impõem, tais como a ofensiva reacionária e conservadora que vem produzindo as condições para um golpe.
Por isso, destacamos alguns elementos fundamentais a serem considerados frente às opções e prioridades que o momento exige:
1. A centralidade da Economia Solidária como política transversal construída e sua capacidade de articulação de políticas setoriais rurais e urbanas. Neste momento em que várias pastas de políticas emancipatórias voltadas à garantia de direitos (mulheres, juventude, pesca artesanal, etnias, educação popular, etc.) estão sendo precarizadas, a economia solidária, que dialoga diretamente com estas políticas, é um dos horizontes que poderá, prioritariamente, ampliar a capacidade de aglutinação.
2. O fortalecimento político e funcional do Conselho Nacional da Economia Solidária (CNES). O CNES dispõe de estrutura funcional restrita, e ainda assim tem dado mostras de sua capacidade de gestão conjunta com a sociedade civil para formulação da política, atualmente centrada na elaboração e implementação do Plano Nacional da Economia Solidária, com estratégia temporal de uma década.
3. A economia solidária como estratégia para um outro desenvolvimento que seja sustentável, solidário e territorial. A economia solidária vem dando mostras de sua capacidade de enfrentamento à crise e de produção da vida no campo e na cidade. Assim, atuamos no Plano Plurianual (PPA) para que, entre as prioridades de monitoramento, a territorialidade seja referência de inúmeras iniciativas que desabrocham em todo Brasil, entendendo que a Economia Solidária poderá ser instrumento de fortalecimento dessa perspectiva.
Por isso, exigimos a continuidade da SENAES como uma ferramenta de resposta a esta crise e nos colocamos à disposição para dialogar e pensar coletivamente estratégias que garantam a continuidade e fortalecimento da Política Nacional de Economia Solidaria.
E afirmamos,
Não vai ter Golpe! Fica Dilma! Avança SENAES!
Respeitosamente,
Fórum Brasileiro de Economia Solidária
Acesse a carta em: http://migre.me/sL4BT
Senaes apresenta políticas de Economia Solidária para incubadoras de universidades do Nordeste
19 de Janeiro de 2016, 9:44Fortalecer e consolidar parcerias e cooperações entre as universidades do nordeste do Brasil que atuam com incubação de empreendimentos econômicos e solidários. Este foi o objetivo do IV Encontro Nordestino de Incubadoras de Economia Solidária (IV ENIES) realizado em Natal, no Rio Grande do Norte. Na oportunidade, a Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Previdência Social (Senaes/MTPS) expôs as estratégias de apoio e fomento à economia solidária realizadas no país e as políticas dirigidas ao desenvolvimento sustentável com combate à pobreza, ao desemprego e no avanço do trabalho coletivo e com autogestão.
As ações de incubação são realizadas por meio do Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares (Pronic), em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia e apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A Senaes também financia 105 Incubadoras, com investimentos que alcançam R$ 18 milhões, para projetos que atendem cerca de 700 empreendimentos de economia solidária.
A secretaria possui ao todo 361 projetos de economia solidária desenvolvidos nas 27 unidades da federação, que beneficiam cerca de 2,5 mil municípios e somam R$ 543 milhões em recursos investidos.
Na abertura do evento, o secretário-adjunto de Economia Solidária do MTPS, Roberto Marinho, convocou as universidades nordestinas a se articularem com outros segmentos da sociedade e integrarem ações que atentem aos grandes eixos indicados no Plano Nacional de Economia Solidária: Produção, Comercialização e Consumo; Financiamento; Crédito e Finanças Solidárias; Educação e Autogestão; e Ambiente Institucional, com o intuito de fortalecer a prática econômica solidária.
De acordo com Marinho, iniciativas nesta área "ajudam a combater as ameaças que se apresentam atualmente contra as conquistas sociais e econômicas alcançadas pela população mais pobre do Brasil nos últimos anos. E também afastam os riscos de precarização do trabalho e aumento do desemprego, que são provocados, dentre outras formas, pela redução dos investimentos do setor produtivo e financeiro", disse.
Segundo o chefe de gabinete da Senaes, Benedito Anselmo Martins de Oliveira, "o evento foi também uma oportunidade importante para divulgar, refletir e discutir o ensino, pesquisa e extensão, de modo a propiciar o debate da economia solidária, integrar os diversos atores pertencentes às instituições de educação da região nordestina", declarou.
O IV ENIES, que foi realizado entre de 9 a 12 de dezembro e debateu temas como Extensão Universitária e Metodologias de Incubação; Educação Popular e Economia Solidária; Gestão de Empreendimentos Econômicos Solidários; Políticas Públicas e Economia Solidária. O encontro contou ainda com a realização de feira de produtos da economia solidária, onde circulou a moeda social chamada "Poti", além de apresentações culturais que enfatizaram a cultura nordestina por meio da música, da poesia e da literatura de cordel.