Entidades repudiam veto do CFM a terapia hormonal para menores de 18 anos
April 16, 2025 16:51
A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) publicou nota de repúdio à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) publicada nesta quarta-feira (16) que revisa critérios éticos e técnicos para o atendimento a pessoas com incongruência e/ou disforia de gênero.
A entidade avalia que a publicação promove “grande retrocesso” no direito ao acesso à saúde integral da população trans e travesti no Brasil, sobretudo de crianças e adolescentes trans que, segundo a nota, são diretamente impactados pelas normas definidas pelo CFM.
“Estamos diante de mais uma ação coordenada que dialoga com a crescente agenda antitrans em nível global, marcada por políticas e discursos que atacam diretamente a existência, a dignidade e os direitos básicos da nossa população”, destaca a Antra no comunicado.
“A revogação de diretrizes que garantem acompanhamento e cuidado adequados para crianças e jovens trans sem nenhuma justificativa aceitável representa um ataque deliberado ao futuro dessas pessoas, com impactos profundos e irreversíveis em sua saúde mental, segurança e bem-estar coletivo”, alerta a associação.
Para a associação, a decisão do CFM ignora evidências científicas e ocorre em um contexto de falta de escuta qualificada com especialistas, profissionais de saúde que atuam no atendimento a crianças e adolescentes trans e movimentos sociais.
“A resolução ignora o entendimento internacional sobre os cuidados afirmativos em saúde, promovido por instituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS), e desconsidera completamente a realidade vivida pelas juventudes trans brasileiras, que enfrentam múltiplas formas de violência, exclusão e abandono social.”
Também em nota de repúdio, a organização não governamental (ONG) Mães pela Diversidade diz ter recebido “com absoluta surpresa e indignação” a aprovação da resolução pelo CFM.
“Nossas famílias vivenciam cotidianamente os enormes desafios de romper estigmas, preconceitos e discriminações e buscam oferecer a suas crianças, adolescentes e jovens ambientes seguros e todas as oportunidades de vivenciarem as experiências necessárias para seu pleno e saudável desenvolvimento.”
A entidade se coloca em defesa da manutenção do atendimento especializado “que, até o momento, vinha sendo prestado a nossas filhas, filhes e filhos que vivenciam a disforia de gênero e que dependem de procedimentos terapêuticos criteriosamente prescritos por equipes multidisciplinares para não sofrerem agravos em sua saúde física e mental.”
Em seu perfil no Instagram, a ONG Minha Criança Trans avalia que a resolução do CFM joga no lixo os direitos trans por proibir que jovens trans e travestis acessem tratamentos classificados como essenciais pela entidade.
“Isso é um golpe na saúde mental e em vidas trans. Esses tratamentos são a salvação para muitos jovens. Sem eles, a depressão, a ansiedade e até riscos de suicídio disparam! O CFM está ignorando a ciência e condenando adolescentes a sofrerem em corpos que não representam quem são”, afirma a ONG.
Entenda
A resolução do CFM proíbe o bloqueio hormonal para crianças e adolescentes com incongruência e/ou disforia de gênero. A entidade estabelece ainda que terapia hormonal cruzada (administração de hormônios sexuais para induzir características secundárias condizentes com a identidade de gênero do paciente) só poderá ser iniciada a partir dos 18 anos.
A publicação também restringe o acesso a cirurgias de redesignação de gênero para pessoas trans antes dos 18 anos de idade e, nos casos em que o procedimento implicar potencial efeito esterilizador, antes de 21 anos.
Por fim, a resolução determina que pessoas trans que mantêm seus órgãos reprodutivos biológicos devem buscar atendimento médico preventivo ou terapêutico com especialistas do sexo biológico e não conforme sua identidade de gênero.
MPF
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento para apurar a legalidade da resolução. Em nota, a entidade destaca que a publicação altera as normas que definem o atendimento e a realização de procedimentos médicos ofertados a pessoas trans, incluindo crianças e adolescentes.
De acordo com o MPF, o procedimento foi aberto a partir de denúncia feita pela Associação Mães pela Diversidade e de nota técnica publicada pela Antra.
“As entidades comunicaram o fato e demonstraram a preocupação de familiares de crianças com variabilidade de gênero ou adolescentes trans que sofrem de disforia de gênero e que têm acesso a procedimentos terapêuticos como bloqueio puberal e hormonização cruzada”, disse o MPF.
O que diz o CFM
Em coletiva de imprensa, o presidente do CFM, José Hiran Gallo, ressaltou que a resolução foi aprovada por unanimidade pelo plenário da entidade.
“Todos os 28 conselheiros presentes aprovaram essa resolução”, afirmou.
O médico ginecologista Rafael Câmara, conselheiro pelo estado do Rio de Janeiro e um dos relatores da resolução, destacou que se trata de um tema em que as evidências e os fatos mudam a todo instante.
“É natural que essas resoluções sejam alteradas”, avalia.
Ao tratar da vedação da terapia hormonal cruzada para menores de 18 anos de idade, ele lembrou que a resolução anterior do CFM estabeleceu 16 anos de idade como a idade mínima para a administração de hormônios sexuais com essa finalidade.
“Não é algo inócuo”, disse, ao citar riscos como o aumento de doenças cardiovasculares e hepáticas, incluindo câncer, fertilidade reduzida, calvície e acne, no caso da testosterona, e problemas tromboembólicos e câncer de mama, no caso do estrogênio.
Sobre bloqueadores hormonais, o médico destacou que o uso desse tipo de terapia no intuito de suprimir a puberdade em crianças e adolescentes é motivo de discussões e questionamentos frequentes.
Câmara lembrou que, em abril do ano passado, o Reino Unido aboliu o uso de bloqueadores sexuais. Segundo ele, Finlândia, Suécia, Noruega e Dinamarca, “países com sistemas de saúde fortes e de tendência progressista”, também proibiram a terapia.
“A exposição a hormônios sexuais é importante para a resistência óssea, para o crescimento adequado e para o desenvolvimento de órgãos sexuais”, lembrou, ao citar, dentre as consequências, densidade óssea comprometida, altura alterada e fertilidade reduzida.
O médico ressaltou que a vedação do uso de bloqueadores não se aplica a situações clínicas reconhecidas pela literatura médica nas quais o uso é cientificamente comprovado, incluindo quadros de puberdade precoce e doenças endócrinas.
Na coletiva, Câmara citou ainda o aumento de relatos de arrependimento de transição e mesmo de destransição sexual desde 2020, o que levou diversos países a revisarem seus protocolos para lidar com a incongruência e a disforia de gênero.
Outro ponto destacado pelo médico trata do sobrediagnóstico, sobretudo entre menores de idade.
“Mais crianças e adolescentes estão sendo diagnosticados com disforia de gênero e, com isso, levados a tratamentos. Muitos, baseado em estudos, no futuro, poderiam não ser trans, mas simplesmente gays e lésbicas”.
“Estudos mostram que, alguns anos atrás, a tendência, quando se tinha casos diagnosticados [de disforia de gênero], era tentar fazer com que a criança não mantivesse [o quadro]. Hoje, a tendência é fazer um viés de confirmação. Se a criança de 4 anos diz que é trans, muitos serviços acabam mantendo ou estimulando”. (Paula Laboissière da Agência Brasil
‘Raul Seixas, o Musical’ chega a São Paulo no ano em que o cantor completaria 80 anos
April 16, 2025 14:34
(foto: dalton valério/divulgação)
Em São Paulo – Durante uma noite de insônia, Raul Seixas compõe, repassa sua trajetória e faz reflexões sobre a arte, a liberdade e o país. Esse mergulho nos pensamentos e na obra do artista move o espetáculo “Raul Seixas, o Musical”, que entrou em cartaz em São Paulo no recém-inaugurado Teatro-D-Jaraguá depois de uma temporada no Rio de Janeiro.
Com Bruce Gomlevsky na pele do “Maluco Beleza”, a apresentação é guiada por 21 canções, entre elas clássicos como “Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás”, “Tente Outra Vez” e “Gita”, resgatando a essência da “Sociedade Alternativa” pregada pelo artista, que completaria 80 anos em 28 de junho deste ano.
A direção e dramaturgia são de Leonardo da Selva e Gabriel Gabriel assina a direção musical. Manuscritos originais de Raul, disponibilizados pela família, ajudaram a dar vida no palco a esse que é um dos grandes ícones da música brasileira, de forma intimista e confessional.
O musical pode ser visto na capital paulista até 29 de junho, uma oportunidade para os antigos fãs reviverem a força criativa e transformadora das músicas de Raul Seixas e para apresentar sua obra às novas gerações.
Baiano nascido em Salvador, Raul Seixas foi um dos pioneiros do rock brasileiro. Lançou 17 discos ao longo de seus 26 anos de carreira, com músicas contestadoras e muitas vezes místicas. (Com informações de divulgação)
Serviço
Data: 10/4 a 29/6
Horário: quintas, sextas e sábados às 20h e aos domingos às 19h
Local: Teatro-D-Jaraguá (no Hotel Nacional Inn Jaraguá)
Endereço: Rua Martins Fontes, 71, Centro Histórico, São Paulo-SP
Ingressos: a partir de R$ 50,00, com vendas on-line
PM do governo Tarcísio de Freitas publica vídeo considerado nazista
April 16, 2025 13:30Da RBA – As forças especiais da Polícia Militar (PM) de São Paulo (SP) publicou um vídeo nesta terça-feira (15) em que aparecia os agentes do 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) queimando uma cruz e fazendo uma saudação lida como nazista. A publicação foi apagada após a repercussão.
Confira o vídeo publicado pelo 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep):
Em meio a escuridão da noite, a cerimônia acontece no que parece um campo. As cenas são iluminadas com a luz do fogo e dos faróis das viaturas ao fundo. Uma passarela ao centro liga uma cruz sendo consumida pelo fogo e os quatro carros da PM.
A cruz em fogo era usada em cerimônias para causar inspiração e comoção entre os membros da Ku Klux Klan (KKK) — grupo reacionário e extremista que defende a supremacia branca e o nacionalismo branco.
“Ela [a cruz] enviará uma emoção de inspiração a todos os membros de clãs nas colinas”, escreveu Thomas Dixon Jr., em The Clansman: A Historical Romance of the Ku Klux Klan (1905).
A TVT News comparou as duas situações. Na esquerda está a imagem da PM de SP, a direita está uma foto da KKK. Os integrantes se reúnem diante do objeto enquanto queima.

Na sequência aparece dois agentes com os braços levantados na altura do ombro, formando um ângulo de 90º. Esse é um dos poucos momentos “normais” do vídeo. Esse movimento pode ser o de juramento à bandeira ou o de cobrir. A julgar pela situação é mais provável que seja um juramento.
Na sequência do vídeo completo aparece um homem levantando o braço acima da altura do ombro. Existem duas possibilidades para esse movimento: o agente errou um dos movimentos mais básicos do militarismo ou ele fez uma saudação a Hitler, em clara apologia nazista.
Na imagem montada pela TVT News é possível ver com clareza que o braço do agente está acima do ombro. Na direita há uma imagem da população alemã reunida realizando a saudação nazista, de praxe, os braços estão acima do ombro em um ângulo similar a 145º.
Ao servir para uma instituição militar, seja exército, aeronáutica, PM ou até em escolas cívicos-militares, a ordem é: faça o movimento em 90º, qualquer coisa alteração é criticada e mal vista, por ser considerada desleixada.
Apesar de ser possível imaginar que foi um erro desleixado do agente da PM, o contexto leva para o lado mais negativo.
Uma referência a KKK junto a um símbolo nazista no mesmo vídeo não parece ser uma simples coincidência num mundo cada vez mais extremo politicamente.
A instância responsável pela defesa da população se associa ao movimento político responsável pelo Holocausto, responsável pelas mortes sistemáticas de judeus, negros, LGBTQIAPN+ e outras minorias. Nos Estados Unidos, Elon Musk fez o mesmo. (Emilly Gondim –Da RBA)
Movimento de PM em comparação a saudação nazista:

Regina Dias faz releitura de quatro grandes intérpretes da MPB no show ‘Elas por Ela’
April 15, 2025 16:09
A série ADunicamp Concertos apresenta o show “Elas por Ela”, com a cantora Regina Dias. O show acontece no dia 25 de abril (sexta-feira), às 20h, no Auditório da ADunicamp, com entrada gratuita e aberto à comunidade.
O show “Elas por Ela” é uma releitura de músicas de quatro grandes intérpretes da MPB: Maysa, Márcia, Nana Caymmi e Elis Regina, e será apresentado em quatro segmentos com repertório de canções em destaque da MPB, conhecidas através das vozes das homenageadas: E Daí, O Amor e a Rosa (Maysa); Eu e a Brisa, Ronda (Márcia); Brisa do Mar e Resposta ao Tempo (Nana Caymmi); Upa Neguinho, Beguine Dodói e Nada será como Antes (Elis Regina).
Produzido pela cantora e intérprete Regina Dias, o show conta com arranjos e direção musical do maestro, arranjador e pianista Murilo Barbosa, e traz sucessos das maiores vozes brasileiras. No palco, ao lado da cantora, estarão os músicos Thiago Carreri (violão e guitarra), Murilo Barbosa (piano elétrico), Tinho Pereira (Baixo acústico), Nicolas Martins (bateria).
Conheça Regina Dias
Regina Dias, cantora paulista natural de Ribeirão Preto, iniciou sua carreira no circuito universitário como vocalista dos grupos Sassafrás e Bagage, chegando a gravar a trilha do curta “O Fulano” (Embrafilmes). Seguiu carreira solo e integrou o grupo Hamilton e Seus Estados, com destaque para o álbum Cantos do Brasil (2004). Ao longo da carreira, dividiu o palco com nomes como Chico César, Dominguinhos, Guinga e Fábio Jr.
Desde 2002, tem produzido e estrelado diversos musicais temáticos em homenagem a ícones da música brasileira, como Elis Regina, Nelson Cavaquinho, Nara Leão, Rita Lee e Chico Buarque. Premiada em festivais nacionais, também está presente em diversas coletâneas dedicadas à nova MPB.
Lançou quatro álbuns solo: Fantástico Urbano (2014), Rasante (2017), A Música Cantada de Paulinho Nogueira (2019) e Não Negai (2022), este último um tributo a Luis Vagner. Participou de festivais como Mar Del Bossa (Argentina) e Mostra Jazz Campinas, além do reality The Voice Brasil + (2022).
Atualmente, finaliza seu quinto álbum Re-Vistos e segue lançando singles como “A Flor e o Espinho”, em parceria com Paulo Calasans. Em 2024, produziu o show Mulheres do Brasil ao lado de outras cantoras do interior paulista. (Da ADunicamp)
Serviço | Concertos ADunicamp show “Elas por Ela”
25/04/2025 (sexta-feira), às 20h
Auditório da ADunicamp (Av. Érico Veríssimo, 1479, Cidade Universitária)
Entrada gratuita, aberto a todos
Defesa do mandato de Glauber Braga é ponto inescapável da luta pela democracia
April 15, 2025 12:56
DEFESA DO PARLAMENTO
.Por Manuel Domingos Neto.
A defesa do mandato de Glauber Braga é ponto inescapável da luta pela democracia.
Não se trata apenas de solidariedade a um valente parlamentar perseguido. Trata-se de manter a dignidade mínima do Legislativo.
Não sabemos exatamente como surgiram e evoluíram os Estados, mas sabemos que, em seu formato moderno, ocidental e burguês, legisladores autônomos são inerentes ao preceito de soberania popular.
A degradação dos Parlamentos, que não controlam aparelhos repressivos, antecede golpes de Estado.
A cassação de Glauber culminaria o descredenciamento contínuo da atividade parlamentar iniciado após a Constituinte de 1988.
Durante a ditadura militar, os governantes dominavam o Congresso silenciando opositores, censurando e concedendo aos seus apoiadores o papel de negociantes de obras e serviços que lhes beneficiassem eleitoralmente.
Os generais exigiam do político fidelidade e habilidade no agenciamento de verbas. Tal prática garantiu-lhes maioria parlamentar confortável.
A luta pela democracia permitiu que reformistas sociais abrissem cancha nas casas legislativas. Assim começou a desintegração do regime. As mudanças nas regras eleitorais não bastaram para sustentar o arbítrio castrense.
A minoria de esquerda, facilmente identificada, logrou avanços legislativos. Sua força advinha das bandeiras esperançosas que empunhavam, não do uso de recursos públicos para campanhas eleitorais.
Isso mudou nas últimas décadas. Para o sucesso eleitoral, o agenciamento de verbas públicas voltou a preponderar.
O reformismo legislativo perdeu impulso em favor do velho clientelismo, que anula a distinção entre o público e o privado. Logo apareceram novas oligarquias. Novas dinastias políticas deixaram o sistema eleitoral parecido com o da República Velha.
A economia mundial pode virar furdunço, a ordem mundial se despedaçar, o meio ambiente se degringolar, as perspectivas alvissareiras para a sociedade desaparecerem, a concentração da renda pode recrudescer… Nada importa ao político voltado para a busca de verbas que lhe possibilite renovar o mandato e agasalhar os seus.
Há alguns anos, o Congresso Nacional está dominado por essa gelatina parlamentar. Evito o termo “centrão” porque a prática de uso do orçamento público para a reprodução de mandatos contamina todo o espectro político.
Trata-se de um Parlamento volúvel: tanto respalda um presidente fascista quanto um líder popular que tenta assistir os de baixo.
Glauber está ameaçado porque denunciou procedimentos parlamentares fraudadores da soberania popular. Denunciou corajosamente expedientes legalizadores da corrupção eleitoral.
A ameaça ao seu mandato não decorre de ofensas a quem quer que seja. Aliás, excessos verbais, injúrias e mentiras são comezinhas em parlamentos. Bolsonaro provou que até a defesa da tortura em plenário é aceitável. Não perdeu o mandato e alçado à presidência.
Os mandões da Câmara querem o cancelamento de Glauber porque esse parlamentar denunciou o sistema eleitoral. Meteu a mão em casa de marimbondos.
Glauber poderia até ser advertido por descontrole verbal e pelo chute no traseiro de um provocador fascista, quando ficou evidente que a direção da Casa não garante proteção aos seus integrantes.
As acusações contra Glauber são irrelevantes. O mandato desse deputado está ameaçado porque sua atuação incomodou os ávidos de verbas, preferentemente secretas. O corporativismo dos deputados atua contra Glauber.
Quem pode ajudar a preservar o mandato de Glauber é a mobilização dos democratas. A sociedade precisa reagir à degradação do Parlamento; deve lembrar que o princípio da soberania popular não é eliminado apenas por fileiras armadas. Legisladores também atuam contra a democracia.
A representação parlamentar não pode persistir como um descarado balcão de negócios. Parlamento degenerado é antessala da ditadura.
Se Glauber for cassado, a bamboleante democracia ficará ainda mais fragilizada.
Neste momento, quem gosta da democracia tem uma tarefa prioritária: defender o mandato de Glauber Braga. (Do Viomundo)
*Manuel Domingos Neto é doutor em História pela Universidade de Paris. Autor de O que fazer com o militar – Anotações para uma nova Defesa Nacional (Gabinete de Leitura).