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Carta Campinas

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February 13, 2017 17:35 , by Blogoosfero - | No one following this article yet.

Exposição resgata a memória e celebra os 40 anos da Lavagem das Escadarias da Catedral

April 15, 2025 11:49, by Carta Campinas

(foto: divulgação)

A Estação Cultura de Campinas recebe a exposição “Lavagem da Escadaria da Catedral: Patrimônio Cultural de Campinas”, da fotodocumentarista Fabiana Ribeiro. A mostra reúne 60 painéis com fotografias e textos que narram a trajetória e destacam a força simbólica da tradicional cerimônia afro-brasileira realizada todos os anos no Sábado de Aleluia, e pode ser visitada até o dia 27 de abril, com acesso gratuito.

Uma das expressões culturais mais emblemáticas da cidade, a cerimônia é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Campinas desde 2022. As imagens capturam momentos marcantes, destacando a riqueza estética, espiritual e coletiva.

Os textos apresentam conceitos sobre patrimônio imaterial e sua importância para a construção da memória e identidade social, além de trazer trechos de depoimentos de lideranças religiosas e participantes da manifestação cultural afrodiaspórica, que ajudam a dar voz e contexto à celebração.

Tradição

A Lavagem das Escadarias da Catedral é realizada em Campinas desde 1985. Mais do que uma manifestação religiosa, a celebração é um símbolo de resistência negra, de combate à intolerância religiosa e ao racismo, ocupando a região central da cidade como território de memória, fé e afirmação cultural.

O cortejo tem início na Estação Cultura Antônio da Costa Santos, prédio histórico construído com a mão de obra de pessoas negras. De lá, segue em direção à Catedral Metropolitana, também erguida pelo povo negro, escravizado e historicamente marginalizado. A escolha do trajeto carrega um forte simbolismo: é a retomada dos espaços que foram negados e a valorização da contribuição negra na construção da cidade.

A celebração une música, arte, tambores que ecoam os ritmos ancestrais e a dança, expressando fé e resistência. Vestidos de branco, os participantes espalham o perfume das ervas e flores.

A cerimônia também evidencia a força matriarcal de líderes religiosas que carregam a herança das mulheres que, no pós-abolição, mantiveram vivos os saberes nos terreiros e em suas casas. Mãe Dango e Mãe Corajacy, religiosas do candomblé de nação Angola e idealizadoras da Lavagem das Escadarias, representam esse legado. Com sabedoria ancestral, conduzem uma celebração que une centenas de pessoas, fortalecendo os laços da tradição, da memória e da espiritualidade.

A artista

Desde 2013, a fotodocumentarista Fabiana Ribeiro registra imagens e documenta manifestações, celebrações, expressões artísticas, culturais e sociais, como o Samba de Bumbo, Folia de Reis e festas populares. Entre seus trabalhos, estão as exposições “As Matriarcas Paulistas – Retratos das Mulheres nas Culturas Populares e Tradicionais” e “Quintal de Vó”, que propõe discutir sobre a memória e os saberes femininos ancestrais e, com eles, trazer questões atuais como ocupação da terra e territórios, preservação do meio ambiente e dos saberes.

Suas imagens podem ser vistas em episódio da série “O Enigma da Energia Escura”, apresentado pelo cantor Emicida no canal GNT. A Exposição “As Matriarcas” também integrará a série “Elza”, que será exibida pela TV Globo em dezembro de 2025. A artista também realizou diversos trabalhos de audiovisual, entre eles “ A Rainha do Maracatu” e “O Jornaleiro”. (Com informações de divulgação)

Serviço

Data: de 15 a 27/4
Horário: das 8h às 19h de segunda a sábado e também aos domingos quando houver eventos na Estação
Local: saguão de entrada da Estação Cultura Prefeito Antônio da Costa Santos
Endereço: Praça Mal. Floriano Peixoto, Centro
Estacionamento: gratuito, com entrada pela Rua Francisco Teodoro, 1.050, Vila Industrial
Ingressos: entrada gratuita



Grupo Abacateiras Forró de Rabeca reverencia mestres da cultura popular em apresentação gratuita

April 14, 2025 22:20, by Carta Campinas

(foto: divulgação)

O grupo Abacateiras Forró de Rabeca é a atração desta sexta-feira (18), às 20h, no teatro do Centro Cultural Sesi Campinas. A entrada é gratuita e a reserva de ingressos on-line já está liberada.

O show “Abacateiras em Movimento” reverencia mestres e mestras da cultura popular e reúne também composições autorais, além de poesias.

Com Elis Ribeiro no vocal, Maria Clara Teixeira na rabeca, Cleu Dandolo no violão e Ana Lu Geraldini na zabumba, o grupo foi fundado em 2020 e transita por ritmos como maracatu, coco, ciranda, boi e o forró, destacando e celebrando em seus shows e músicas o papel da mulher no universo forrozeiro. (Com informações de divulgação)

Serviço

Data: 18/4 (sexta-feira)
Horário: 20h
Local: Teatro do Centro Cultural Sesi Campinas
Endereço: Avenida das Amoreiras, 450, Pq. Itália, Campinas-SP
Ingressos: entrada gratuita, com reserva de ingressos pelo Meu Sesi



Black Pantera apresenta o show ‘Perpétuo’, com pegada afro-latina e letras antirracistas e antifascistas

April 14, 2025 9:36, by Carta Campinas

(foto: marcos hermes/divulgação)

O trio Black Pantera apresenta o show “Perpétuo”, com músicas de seu último álbum, nesta quarta-feira (16), às 20h, no Sesc Campinas. Formado por Charles da Gama (voz e guitarra), Chaene da Gama (baixo) e Rodrigo Pancho (bateria), o grupo imprime nesse trabalho uma pegada afro-latina, resgatando a ancestralidade da banda.

“A gente vem pensando bastante sobre esse tema, sobre como acabamos sendo eternos através de nosso sangue, nossa luta, nossa ancestralidade. São músicas que refletem isso de maneira incisiva, essa ideia de legado de todos nós. E, se você pensar, daqui 50 anos a banda pode até acabar, mas as músicas vão continuar existindo”, diz o baixista Chaene.

O som continua sendo um crossover de rock, punk, hardcore, funk e metal e se mantém pesado, mas traz novidades: acrescentando instrumentos de percussão, dialoga cada vez mais com a estética tribal. As letras, sempre fortes e contundentes, ampliam a pauta antirracista e antifascista.

O Black Pantera nasceu em 2014 em Uberaba (MG), lançando seu primeiro disco no ano seguinte. Em 2022 e 2024 foram indicados ao Prêmio Multishow nas categorias Grupo do Ano e Melhor Música, marcando presença em várias listas de melhores discos e shows do ano desde então. Em 2023 e 2024 foram indicados para o Prêmio APCA, contemplados como melhor faixa em 2024 por “Tradução”. (Com informações de divulgação)

Serviço

Data: 16/4 (quarta-feira)
Horário: 20h
Local: Galpão Multiuso do Sesc Campinas
Endereço: Rua Dom José I, 270/333, Bonfim, Campinas-SP
Ingressos: R$ 15,00 (credencial plena), R$ 25,00 (meia) e R$ 50,00 (inteira), à venda pelo app Credencial Sesc SP



A falta de reconhecimento da Economia do Cuidado gera uma cadeia de desigualdades

April 14, 2025 9:14, by Carta CampinasLuiza Nassif Pires (foto de vídeo – reprodução)

Enquanto governos discutem cortes e ajustes, um dos pilares mais fundamentais para o funcionamento da sociedade segue desvalorizado e fora do centro das políticas públicas: o cuidado.

Neste episódio do Conexão ADunicamp entrevistamos a professora Luiza Nassif Pires, docente do Instituto de Economia da Unicamp, pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (Cesit), do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu e co-diretora do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made), sediado na USP.

A professora analisa o papel da Economia do Cuidado como engrenagem invisível do bem-estar coletivo, essencial para o desenvolvimento de qualquer país, sobretudo os da América Latina e a escassez de investimentos em políticas públicas com as estruturas de cuidado, historicamente sustentadas por mulheres, em especial as mulheres negras e das periferias. Segundo ela, a falta de reconhecimento e financiamento adequado gera uma cadeia de desigualdades que se perpetua por gerações.

A entrevista também discute como a política fiscal pode ser uma ferramenta poderosa para transformar a realidade, e a necessidade de incluir o cuidado como eixo central do orçamento público. Para ela, tributar de forma mais justa e direcionar investimentos para redes públicas de cuidado não é apenas uma questão econômica, mas uma escolha política com potencial de enfrentar desigualdades históricas e promover justiça social. (Da ADunicamp)



O voluntariado brasileiro em debate: altruísmo ou interesse velado?

April 13, 2025 19:36, by Carta Campinas(foto marta branco – pxl)

Por Roberto Ravagnani

O voluntariado no Brasil sempre teve destaque, em alguns momentos mais outros menos, com milhões de pessoas dedicando tempo e energia a causas sociais, ambientais e humanitárias. De acordo com o IBGE (2022), cerca de 7% da população brasileira já se envolveu em alguma atividade voluntária. No entanto, por trás do ideal de solidariedade, um debate polêmico tem emergido: até que ponto o voluntariado é genuinamente altruísta, ou seria, em muitos casos, uma ferramenta de autopromoção, interesse econômico ou até mesmo exploração?

De um lado, defensores do voluntariado, eu sou um deles, mas não sou cego de paixão, destacam seu papel essencial na construção de uma sociedade mais empática. Em um país marcado por desigualdades históricas, como o Brasil, iniciativas voluntárias têm suprido lacunas deixadas pelo poder público, seja na educação, na saúde ou no combate à pobreza. Projetos como os mutirões de construção de casas em comunidades carentes ou a distribuição de alimentos durante a pandemia são exemplos frequentemente citados como prova do impacto positivo dessa prática.

Por outro lado, críticas crescentes apontam para os “lados sombrios” do voluntariado. Há quem questione a real intenção de algumas organizações e indivíduos. ONGs que cobram altas taxas de participação em programas voluntários, especialmente aqueles voltados para estrangeiros — o chamado “volunturismo”, têm sido acusadas de lucrar às custas de populações vulneráveis, oferecendo uma experiência superficial em troca de currículos mais atraentes. Além disso, empresas e figuras públicas que utilizam o voluntariado como marketing pessoal ou corporativo levantam suspeitas sobre a autenticidade de suas ações.

Outro ponto de tensão é a precarização do trabalho. Especialistas alertam que, em alguns setores, o voluntariado pode ser uma forma de substituir mão de obra remunerada, especialmente em tempos de crise econômica. O voluntário não pode ser uma solução para a falta de políticas públicas ou de contratações dignas, mas pode ser um auxílio. A dependência exclusiva do trabalho voluntário pode mascarar problemas estruturais, adiando soluções efetivas.

Diante desse cenário, o voluntariado brasileiro se encontra em uma encruzilhada. Se por um lado ele reflete o melhor da solidariedade humana, por outro expõe contradições que desafiam suas intenções. A sociedade, agora, é chamada a refletir: como garantir que o ato de ajudar não se torne um fim em si mesmo, mas um meio para transformações reais e duradouras? O debate está sempre aberto, e pode ser a grande saída para estes questionamentos, a aproximação de empresas, organizações sociais, voluntários e governo, para uma troca saudável, sem imposições ruidosas, sem o partidarismo político que permeia e atrasa nossas organizações. Esta é uma das respostas, com certeza existem outras que devemos tentar.