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February 13, 2017 17:35 , by Blogoosfero - | No one following this article yet.

Defesa do mandato de Glauber Braga é ponto inescapável da luta pela democracia

April 15, 2025 12:56, by Carta Campinas(foto reprodução rede social glauber braga)

DEFESA DO PARLAMENTO

.Por Manuel Domingos Neto.

A defesa do mandato de Glauber Braga é ponto inescapável da luta pela democracia.

Não se trata apenas de solidariedade a um valente parlamentar perseguido. Trata-se de manter a dignidade mínima do Legislativo.

Não sabemos exatamente como surgiram e evoluíram os Estados, mas sabemos que, em seu formato moderno, ocidental e burguês, legisladores autônomos são inerentes ao preceito de soberania popular.

A degradação dos Parlamentos, que não controlam aparelhos repressivos, antecede golpes de Estado.

A cassação de Glauber culminaria o descredenciamento contínuo da atividade parlamentar iniciado após a Constituinte de 1988.

Durante a ditadura militar, os governantes dominavam o Congresso silenciando opositores, censurando e concedendo aos seus apoiadores o papel de negociantes de obras e serviços que lhes beneficiassem eleitoralmente.

Os generais exigiam do político fidelidade e habilidade no agenciamento de verbas. Tal prática garantiu-lhes maioria parlamentar confortável.

A luta pela democracia permitiu que reformistas sociais abrissem cancha nas casas legislativas. Assim começou a desintegração do regime. As mudanças nas regras eleitorais não bastaram para sustentar o arbítrio castrense.

A minoria de esquerda, facilmente identificada, logrou avanços legislativos. Sua força advinha das bandeiras esperançosas que empunhavam, não do uso de recursos públicos para campanhas eleitorais.

Isso mudou nas últimas décadas. Para o sucesso eleitoral, o agenciamento de verbas públicas voltou a preponderar.

O reformismo legislativo perdeu impulso em favor do velho clientelismo, que anula a distinção entre o público e o privado. Logo apareceram novas oligarquias. Novas dinastias políticas deixaram o sistema eleitoral parecido com o da República Velha.

A economia mundial pode virar furdunço, a ordem mundial se despedaçar, o meio ambiente se degringolar, as perspectivas alvissareiras para a sociedade desaparecerem, a concentração da renda pode recrudescer… Nada importa ao político voltado para a busca de verbas que lhe possibilite renovar o mandato e agasalhar os seus.

Há alguns anos, o Congresso Nacional está dominado por essa gelatina parlamentar. Evito o termo “centrão” porque a prática de uso do orçamento público para a reprodução de mandatos contamina todo o espectro político.

Trata-se de um Parlamento volúvel: tanto respalda um presidente fascista quanto um líder popular que tenta assistir os de baixo.

Glauber está ameaçado porque denunciou procedimentos parlamentares fraudadores da soberania popular. Denunciou corajosamente expedientes legalizadores da corrupção eleitoral.

A ameaça ao seu mandato não decorre de ofensas a quem quer que seja. Aliás, excessos verbais, injúrias e mentiras são comezinhas em parlamentos. Bolsonaro provou que até a defesa da tortura em plenário é aceitável. Não perdeu o mandato e alçado à presidência.

Os mandões da Câmara querem o cancelamento de Glauber porque esse parlamentar denunciou o sistema eleitoral. Meteu a mão em casa de marimbondos.

Glauber poderia até ser advertido por descontrole verbal e pelo chute no traseiro de um provocador fascista, quando ficou evidente que a direção da Casa não garante proteção aos seus integrantes.

As acusações contra Glauber são irrelevantes. O mandato desse deputado está ameaçado porque sua atuação incomodou os ávidos de verbas, preferentemente secretas. O corporativismo dos deputados atua contra Glauber.

Quem pode ajudar a preservar o mandato de Glauber é a mobilização dos democratas. A sociedade precisa reagir à degradação do Parlamento; deve lembrar que o princípio da soberania popular não é eliminado apenas por fileiras armadas. Legisladores também atuam contra a democracia.

A representação parlamentar não pode persistir como um descarado balcão de negócios. Parlamento degenerado é antessala da ditadura.

Se Glauber for cassado, a bamboleante democracia ficará ainda mais fragilizada.

Neste momento, quem gosta da democracia tem uma tarefa prioritária: defender o mandato de Glauber Braga. (Do Viomundo)

*Manuel Domingos Neto é doutor em História pela Universidade de Paris. Autor de O que fazer com o militar – Anotações para uma nova Defesa Nacional (Gabinete de Leitura).



Exposição resgata a memória e celebra os 40 anos da Lavagem das Escadarias da Catedral

April 15, 2025 11:49, by Carta Campinas

(foto: divulgação)

A Estação Cultura de Campinas recebe a exposição “Lavagem da Escadaria da Catedral: Patrimônio Cultural de Campinas”, da fotodocumentarista Fabiana Ribeiro. A mostra reúne 60 painéis com fotografias e textos que narram a trajetória e destacam a força simbólica da tradicional cerimônia afro-brasileira realizada todos os anos no Sábado de Aleluia, e pode ser visitada até o dia 27 de abril, com acesso gratuito.

Uma das expressões culturais mais emblemáticas da cidade, a cerimônia é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Campinas desde 2022. As imagens capturam momentos marcantes, destacando a riqueza estética, espiritual e coletiva.

Os textos apresentam conceitos sobre patrimônio imaterial e sua importância para a construção da memória e identidade social, além de trazer trechos de depoimentos de lideranças religiosas e participantes da manifestação cultural afrodiaspórica, que ajudam a dar voz e contexto à celebração.

Tradição

A Lavagem das Escadarias da Catedral é realizada em Campinas desde 1985. Mais do que uma manifestação religiosa, a celebração é um símbolo de resistência negra, de combate à intolerância religiosa e ao racismo, ocupando a região central da cidade como território de memória, fé e afirmação cultural.

O cortejo tem início na Estação Cultura Antônio da Costa Santos, prédio histórico construído com a mão de obra de pessoas negras. De lá, segue em direção à Catedral Metropolitana, também erguida pelo povo negro, escravizado e historicamente marginalizado. A escolha do trajeto carrega um forte simbolismo: é a retomada dos espaços que foram negados e a valorização da contribuição negra na construção da cidade.

A celebração une música, arte, tambores que ecoam os ritmos ancestrais e a dança, expressando fé e resistência. Vestidos de branco, os participantes espalham o perfume das ervas e flores.

A cerimônia também evidencia a força matriarcal de líderes religiosas que carregam a herança das mulheres que, no pós-abolição, mantiveram vivos os saberes nos terreiros e em suas casas. Mãe Dango e Mãe Corajacy, religiosas do candomblé de nação Angola e idealizadoras da Lavagem das Escadarias, representam esse legado. Com sabedoria ancestral, conduzem uma celebração que une centenas de pessoas, fortalecendo os laços da tradição, da memória e da espiritualidade.

A artista

Desde 2013, a fotodocumentarista Fabiana Ribeiro registra imagens e documenta manifestações, celebrações, expressões artísticas, culturais e sociais, como o Samba de Bumbo, Folia de Reis e festas populares. Entre seus trabalhos, estão as exposições “As Matriarcas Paulistas – Retratos das Mulheres nas Culturas Populares e Tradicionais” e “Quintal de Vó”, que propõe discutir sobre a memória e os saberes femininos ancestrais e, com eles, trazer questões atuais como ocupação da terra e territórios, preservação do meio ambiente e dos saberes.

Suas imagens podem ser vistas em episódio da série “O Enigma da Energia Escura”, apresentado pelo cantor Emicida no canal GNT. A Exposição “As Matriarcas” também integrará a série “Elza”, que será exibida pela TV Globo em dezembro de 2025. A artista também realizou diversos trabalhos de audiovisual, entre eles “ A Rainha do Maracatu” e “O Jornaleiro”. (Com informações de divulgação)

Serviço

Data: de 15 a 27/4
Horário: das 8h às 19h de segunda a sábado e também aos domingos quando houver eventos na Estação
Local: saguão de entrada da Estação Cultura Prefeito Antônio da Costa Santos
Endereço: Praça Mal. Floriano Peixoto, Centro
Estacionamento: gratuito, com entrada pela Rua Francisco Teodoro, 1.050, Vila Industrial
Ingressos: entrada gratuita



Grupo Abacateiras Forró de Rabeca reverencia mestres da cultura popular em apresentação gratuita

April 14, 2025 22:20, by Carta Campinas

(foto: divulgação)

O grupo Abacateiras Forró de Rabeca é a atração desta sexta-feira (18), às 20h, no teatro do Centro Cultural Sesi Campinas. A entrada é gratuita e a reserva de ingressos on-line já está liberada.

O show “Abacateiras em Movimento” reverencia mestres e mestras da cultura popular e reúne também composições autorais, além de poesias.

Com Elis Ribeiro no vocal, Maria Clara Teixeira na rabeca, Cleu Dandolo no violão e Ana Lu Geraldini na zabumba, o grupo foi fundado em 2020 e transita por ritmos como maracatu, coco, ciranda, boi e o forró, destacando e celebrando em seus shows e músicas o papel da mulher no universo forrozeiro. (Com informações de divulgação)

Serviço

Data: 18/4 (sexta-feira)
Horário: 20h
Local: Teatro do Centro Cultural Sesi Campinas
Endereço: Avenida das Amoreiras, 450, Pq. Itália, Campinas-SP
Ingressos: entrada gratuita, com reserva de ingressos pelo Meu Sesi



Black Pantera apresenta o show ‘Perpétuo’, com pegada afro-latina e letras antirracistas e antifascistas

April 14, 2025 9:36, by Carta Campinas

(foto: marcos hermes/divulgação)

O trio Black Pantera apresenta o show “Perpétuo”, com músicas de seu último álbum, nesta quarta-feira (16), às 20h, no Sesc Campinas. Formado por Charles da Gama (voz e guitarra), Chaene da Gama (baixo) e Rodrigo Pancho (bateria), o grupo imprime nesse trabalho uma pegada afro-latina, resgatando a ancestralidade da banda.

“A gente vem pensando bastante sobre esse tema, sobre como acabamos sendo eternos através de nosso sangue, nossa luta, nossa ancestralidade. São músicas que refletem isso de maneira incisiva, essa ideia de legado de todos nós. E, se você pensar, daqui 50 anos a banda pode até acabar, mas as músicas vão continuar existindo”, diz o baixista Chaene.

O som continua sendo um crossover de rock, punk, hardcore, funk e metal e se mantém pesado, mas traz novidades: acrescentando instrumentos de percussão, dialoga cada vez mais com a estética tribal. As letras, sempre fortes e contundentes, ampliam a pauta antirracista e antifascista.

O Black Pantera nasceu em 2014 em Uberaba (MG), lançando seu primeiro disco no ano seguinte. Em 2022 e 2024 foram indicados ao Prêmio Multishow nas categorias Grupo do Ano e Melhor Música, marcando presença em várias listas de melhores discos e shows do ano desde então. Em 2023 e 2024 foram indicados para o Prêmio APCA, contemplados como melhor faixa em 2024 por “Tradução”. (Com informações de divulgação)

Serviço

Data: 16/4 (quarta-feira)
Horário: 20h
Local: Galpão Multiuso do Sesc Campinas
Endereço: Rua Dom José I, 270/333, Bonfim, Campinas-SP
Ingressos: R$ 15,00 (credencial plena), R$ 25,00 (meia) e R$ 50,00 (inteira), à venda pelo app Credencial Sesc SP



A falta de reconhecimento da Economia do Cuidado gera uma cadeia de desigualdades

April 14, 2025 9:14, by Carta CampinasLuiza Nassif Pires (foto de vídeo – reprodução)

Enquanto governos discutem cortes e ajustes, um dos pilares mais fundamentais para o funcionamento da sociedade segue desvalorizado e fora do centro das políticas públicas: o cuidado.

Neste episódio do Conexão ADunicamp entrevistamos a professora Luiza Nassif Pires, docente do Instituto de Economia da Unicamp, pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (Cesit), do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu e co-diretora do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made), sediado na USP.

A professora analisa o papel da Economia do Cuidado como engrenagem invisível do bem-estar coletivo, essencial para o desenvolvimento de qualquer país, sobretudo os da América Latina e a escassez de investimentos em políticas públicas com as estruturas de cuidado, historicamente sustentadas por mulheres, em especial as mulheres negras e das periferias. Segundo ela, a falta de reconhecimento e financiamento adequado gera uma cadeia de desigualdades que se perpetua por gerações.

A entrevista também discute como a política fiscal pode ser uma ferramenta poderosa para transformar a realidade, e a necessidade de incluir o cuidado como eixo central do orçamento público. Para ela, tributar de forma mais justa e direcionar investimentos para redes públicas de cuidado não é apenas uma questão econômica, mas uma escolha política com potencial de enfrentar desigualdades históricas e promover justiça social. (Da ADunicamp)



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