A professora Pesce dividiu os aspectos fundamentais para exercer a docência na Cultura Digital em dois módulos: Potencial Dialógico da Cibercultura para a Educação e Mediação online.
Para o Potencial Dialógico da Cibercultura a professora destaca os seguintes aspectos para docentes:
· Pensar em novas metodologias de ensino e aprendizagem face ao Potencial Dialógico da Cibercultura. Pois o aluno é ativo e interativo. Pensar na construção do conhecimento.
· Discentes e Docentes são seres interatuantes. Por isso o processo de ensino e aprendizagem deve levar em conta a interação entre discentes/docentes e entre pares (discentes/discentes).
· Oferecer ampla gama de atividades didáticas variadas e motivadoras, porque o sujeito e seus estilos de aprendizagem requerem um meio cada vez mais diversificado.
· Flexibilidade de Planejamento: atenção ás emergências do grupo. Trabalho integrado e coletivo (visão educacional ampliada).
· Considerar a natureza co-autoral da WEB 2.0. Porque o usuário é produtor e não só descobridor do conhecimento. A dinâmica co-autoral da WEB 2.0 deve ser levada em conta na elaboração de projetos pedagógicos. Esses projetos pedagógicos devem levar em conta três elementos: Fundamentos (que sujeito quer-se formar); Docência (atenta ao potencial dialógico da Cibercultura); Organização (limites e possibilidades do meio).
Para a Mediação Online a professora coloca os e as docentes como e-moderador/moderadora e destaca os seguintes aspectos:
· Desenvolvimento da comunidade: partilha de interesses; integração da diversidade de representações.
· Mediação colaborativa: construção da interação social e realização da liderança partilhada.
· Sair do modelo centralizado para o partilhado (liderança partilhada). Autonomia da comunidade para a negociação colaborativa de sentido. Propor tópicos de discussão.
· O papel central da e-moderação na formação da rede de aprendizagem e na dinamização das atividades do grupo: natureza centralizadora das práticas de liderança.
· Liderança partilhada: aprendizagem como processo de negociação de sentido (foco nas formas de participação e não nas formas de regulação; negociação dos discursos e interpretações; mediação colaborativa)
· Propor tarefas Convergentes (focada na solução de problemas; ações coletivas. Rede de trocas na construção do conhecimento) e Divergentes (debate informal, definição de metal conjuntas para o trabalho cooperativo. Estabelecimento de uma rede de identidade e vínculo).
· Utilização do Texto Conversacional, pois permite a constante troca entre os papeis de emissor e receptor. Influência recíproca entre os participantes durante as trocas verbais. Propõe o discurso como construção coletiva.
· Busca da construção de sentido no texto conversacional na interface com a coerência textual, para o alunado atribuir sentido e significado ao texto conversacional.
· Coerência em textos conversacionais; conhecimentos partilhados, encadeamento sequencial flexível, coerência produzida colaborativamente nas relações discursivas, coerências que situam-se nos movimentos interativos que se realizam na elocução das expressões.
· Trocas verbais: seções de abertura, seções de fechamento, desenvolvimento dos tópicos conversacionais.
· Pares adjacentes.
· Saber o melhor momento para fazer inserções (provocar o interesse do interlocutor) e reformulações (reforçar a argumentação e facilitar a compreensão. Corrigir lacunas).
· Na formação online é necessário um trabalho criterioso com a linguagem dos ambientes virtuais de aprendizagem de modo a propiciar a interação dialógica.
· Mediação comprometida com os processos reflexivos, reflexões do alunado dos conceitos trabalhados no curso e o próprio percurso no curso (sentido e significado. Trabalhar com as experiências do alunado. Múltiplos códigos semióticos.
Dentre os aspectos do Potencial Dialógico da Cibercultura para a Educação eu gostaria de destacar a “Pensar em novas metodologias de ensino e aprendizagem face ao Potencial Dialógico da Cibercultura. Pois o aluno é ativo e interativo. Pensar na construção do conhecimento.”. Porque eu como professora devo considerar que as alunas e alunos de hoje são sujeitos ativos. Estão sempre conectados, trocando e produzindo conhecimento com outras pessoas. E o mundo não é mais “analógico” é “digital”, então porque as metodologias de ensino devem permanecer analógicas (quadro, giz, etc)? Não vale somente para o ensino à distância, mas também para o presencial. Os recursos digitais estão aí. Eu como professora de Matemática gosto muito de utilizar softwares matemáticos, porque eles são dinâmicos e leva o alunado a investigar e produzir. Então ele se torna construtor do seu próprio conhecimento.
Levando ainda em consideração do alunado construtor, eu gosto de pensar no meu papel de professora. E eu gostaria de destacar o seguinte aspecto: “Mediação colaborativa: construção da interação social e realização da liderança partilhada”. Quando se instiga o aluno a ser mais autônomo e construtor (uma das características do perfil do alunado virtual que eu mais admiro), o papel das e dos docentes não é mais de transmissão, mas sim de mediação. Eu como professora não ocupo mais o “centro do palco”, mas sim estou junto ao alunado, trocando conhecimento com ele. O conhecimento é partilhado por todas as pessoas envolvidas.
E ainda neste aspecto de Mediação e juntando com Recursos Digitais eu gostaria de destacar a: “Mediação comprometida com os processos reflexivos, reflexões do alunado dos conceitos trabalhados no curso e o próprio percurso no curso (sentido e significado. Trabalhar com as experiências do alunado. Múltiplos códigos semióticos.” Fazer as alunas e os alunos refletirem sobre os objetivos das atividades ou então do curso em sim, faz com que elas e eles se situem e faz com que todo o conhecimento produzido tenha um contexto e um significado. E a utilização de diversos recursos visuais, e não somente textos, causa mais impacto e torna a experiência mais agradável.
E observando esses três aspectos que eu destaquei (construção de conhecimento, novas metodologias digitais, e a mediação/mediação reflexiva), podemos ver as três etapas da aprendizagem em rede da interação dialógica: a investigação temática (grupo refletir questões conceituais e os contextos), investigação (as intervenções para os avanços conceituais, quando o aluno investiga e constrói seu conhecimento) e a problematização (sujeito social em construção). Eu considerei os três aspectos juntos, porque ao meu ver eles se complementam e devem ser analisados como um só.
1Um comentário
A síntese sobre o vídeo ficou realmente muito completa e conseguiste trazer os principais tópicos que a autora desenvolve!
Concordo contigo quando apontas da importância de permitir com que os alunos reflitam sobre os objetivos das atividades, para que eles possam ir além do conhecimento, eles consigam desenvolvê-lo de forma autonoma e protagonistas propriamente dito.
Também não conseguiria separar os três aspectos da interação dialógica, pois como tu mesma comentaste, eles se complementam e atuam de forma conjunta. Comentaste que utilizas as tecnologias e diversos recursos digitais para aprimorar as tuas aulas, conta para nós que softwares utilizas nas aulas e sobre tua experiência com estes recursos!! Abraços, Camila.
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