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“A privatização do DMAE é caso de Polícia Federal”, diz vereador da Base de Melo na Câmara de Vereadores

Ottobre 6, 2025 16:25 , by Luíz Müller Blog - | No one following this article yet.
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Enquanto o Prefeito tenta empurrar a Privatização do DMAE “a toque de Caixa”, a lama da corrupção ja força a porta do gabinete dele

Novo depoimento de Gilvani “Gringo” (Republicanos) à CPI do Desmonte do DMAE aponta esquema de propina de R$ 21 milhões em contratos e denuncia o plano de desmonte do órgão.

A última sessão de oitivas da CPI do Desmonte do DMAE, ocorrida na manhã desta segunda-feira (6), foi marcada pelo clima de tensão entre a base governista durante o depoimento do vereador Gilvani “Gringo” (Republicanos). O parlamentar, que foi reconvocado após admitir pagamentos de propina à autarquia em nome da empresa Safety Ambiental, da qual é sócio, apresentou novas denúncias de corrupção envolvendo contratos de manutenção das casas de bomba da capital, superfaturamento e descarte ilegal de resíduos.

No ínicio da sessão, que durou mais de quatro horas, Gringo reforçou que participa da CPI enquanto “denunciante e testemunha”, e não como investigado. Em seguida, afirmou que “os empresários são extorquidos” pela gestão do DMAE e que tem alertado sobre fraudes desde 2015.


Entre as denúncias, o vereador apresentou documentos relacionados ao contrato de R$ 21 milhões com a empresa SWL, firmado em 2024, para a limpeza de galerias e tubulações. De acordo com o parlamentar, a execução do serviço foi parcial e irregular, com até 80% do trabalho não entregue.

Além disso, Gringo acusou a empresa de não possuir a licença ambiental para o transporte de resíduos, o MTR (Manifesto de Transporte de Resíduos). Segundo ele, os materiais coletados eram descartados ilegalmente nas proximidades do próprio DMAE.

Para a presidente da CPI, Natasha Ferreira (PT), os esquemas de corrupção fazem parte de uma estratégia de enfraquecimento do DMAE para justificar sua concessão.

“A gestão pública está sangrando recursos, e o dinheiro do DMAE está indo embora. Há um esquema montado para enfraquecer a autarquia e abrir caminho para a Aegea, que já fala publicamente sobre o interesse em comprar o DMAE. Nós queremos ouvir os empresários citados, e todos os envolvidos, porque isso já está esquematizado” , alertou.

Troca de acusações gera crise na base do governo

Natasha Ferreira, Gilvani Gringo e Ramiro Rosário ( de costas)

A sessão se intensificou quando o relator da CPI, vereador Rafael Fleck (MDB), exibiu um vídeo de um depoimento de Gringo ao Ministério Público, em 2016. Nas imagens, ele detalha um esquema de corrupção que envolvia a drenagem do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), a Corsan e o município de Canoas. Gringo admitiu ter cedido ao esquema e pago R$ 60 mil em espécie ao então secretário de obras de Canoas, Juliano Furquim, afirmando que havia sido coagido. o parlamentar reagiu, afirmando que a gravação foi feita durante uma denúncia formal que corre em sigilo de justiça e que ele não se beneficiou do esquema.

Gringo também acusou vereador Ramiro Rosário (Novo), de indicar um fiscal para as casas de bomba que, segundo Gringo, tornou-se sócio da empresa responsável pela manutenção dos equipamentos. “A aceleração da cassação do meu mandato e a privatização do DMAE são casos de Polícia Federal”, declarou Gringo, reforçando a gravidade de suas alegações.

Para Natasha, a oitiva reforça que as denúncias ultrapassam divergências partidárias e atingem o núcleo da gestão municipal.

“O que o depoimento do vereador Gringo escancara é que há uma divisão profunda na base do governo e que a concessão do DMAE não será um tema pacífico dentro da Câmara. Depois de um vereador da própria base fazer denúncias tão graves, é impossível tratar esse assunto como algo normal”, afirmou.

Com requerimentos negados, CPI entra na reta final

A base governista rejeitou, no final da sessão, requerimentos apresentados pela oposição para estender os trabalhos da CPI à fim de ouvir nomes centrais do escândalo de corrupção, como Alexandre Garcia e Agostinho Meirelles, além de Daniela Dalloglio, filha do vereador Gilvani citada diversas vezes durante o depoimento do pai.
Para Natasha, a recusa dos requerimentos indica uma estratégia da base em usar Gringo como “bode expiatório” e impedir que a CPI “chegue até os peixes grandes do esquema de propina”.

“A base quer defender quem eles chamam de bandido. Alexandre Garcia recebeu mais de R$ 500 mil em propina e não compareceu. Agostinho Meirelles foi apontado como chefe do esquema de compra de autarquias e simplesmente enviou um ofício dizendo que estava no Uruguai. Não podemos encerrar a CPI sem ouvir quem recebeu dinheiro público” , afirmou a vereadora.

Com a reprovação dos requerimentos, a CPI segue para a fase final de elaboração do relatório, que deve ser apresentado em 13 de outubro e votado até o dia 16.


Source: https://luizmuller.com/2025/10/06/a-privatizacao-do-dmae-e-caso-de-policia-federal-diz-vereador-da-base-de-melo-na-camara-de-vereadores/

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