
O deputado Halley Lino criticou a condução das contas do governo Eduardo Leite durante a reunião da Comissão de Economia, realizada nesta terça-feira (10/09). Para o parlamentar, o governador sustenta uma imagem de boa gestão apoiada em fatores externos, como decisões judiciais, suspensão da dívida do Estado e repasses extraordinários do Governo Lula diante de tragédias, enquanto falha em garantir a execução de investimentos e a valorização dos serviços públicos.
Halley destacou que a narrativa oficial do governo não corresponde à realidade enfrentada pela população. “Na sociedade chega uma suposta maquiagem, espalhada em cartazes pelo Rio Grande do Sul, como se o governo estivesse fazendo uma gestão eficiente, eficaz e que pudesse trazer números positivos para o Estado”, criticou.
O deputado citou recursos que, segundo ele, não têm sido aplicados de forma estratégica, como os R$ 1,7 bilhão do Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul (Fundopen) que não chegam a setores produtivos importantes, como o metalmecânico de Rio Grande. Também questionou os R$ 6,5 bilhões disponibilizados pelo Governo Lula no final de 2024 para projetos de enfrentamento da crise climática e recuperação de áreas degradadas. Para Halley, o estado tem deixado de executar os investimentos necessários, e defendeu que os municípios busquem acesso direto a esses recursos.
Outro ponto abordado foi a redução nos gastos com pessoal. Segundo o parlamentar, a Educação depende hoje de cerca de 24 mil contratos temporários, que têm remuneração mais baixa. Na segurança pública, Halley citou o exemplo de Rio Grande, onde a Brigada Militar opera com uma defasagem de aproximadamente 500 servidores, prejudicando o atendimento no município e na região.
“Estamos assistindo ao encolhimento dos serviços públicos, à diminuição do padrão remuneratório e à não execução correta dos recursos disponíveis. O governo se socorre de questões pontuais e conjunturais, como a suspensão da dívida, mas não vemos o Rio Grande do Sul avançando”, afirmou.
Para o deputado, o debate travado na Comissão precisa chegar à sociedade, que hoje é impactada apenas pelo marketing oficial. “Fica uma situação maquiada, e a sociedade gaúcha precisa discutir isso”, concluiu.
Texto: Lua Kliar
Foto: Nathan Oliveira