
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta segunda-feira (14/abr), a vacina contra chikungunya desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica franco-austríaca Valneva.
O imunizante, de dose única, demonstrou 98,8% de eficácia em ensaios clínicos de fase 3 realizados no Brasil com adolescentes, além de 98,9% em adultos nos Estados Unidos, conforme publicado na revista The Lancet.
A aprovação marca um avanço significativo no controle de uma doença que, segundo o Ministério da Saúde, registrou 143 mil casos prováveis no Brasil até setembro de 2023, com 82 mortes confirmadas.
A vacina, chamada internacionalmente de Ixchiq, utiliza tecnologia de vírus atenuado, sendo segura e bem tolerada, com reações adversas leves, como dor de cabeça e fadiga.
O imunizante já foi aprovado nos EUA, Canadá e Europa, e agora poderá ser incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) após avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias.
O Butantan planeja exportar o imunizante para países de baixa e média renda, reforçando seu papel global na saúde pública, como afirmou o diretor Esper Kallás, médico infectologista, professor titular do Departamento de Infectologia e Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP no congresso MEDTROP (Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical).
A chikungunya, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, causa febre alta, dores articulares intensas e, em casos graves, sequelas crônicas que impactam a qualidade de vida e a economia, especialmente em jovens.