
por Robin Batista no Afroguerrilha
Para justificar o linchamento, Carolyn Bryant, esposa de um dos assassinos, acusou o jovem de te-la assediado, o que, para a corte que julgou o caso, justificava o linchamento. Segundo o testemunho que ela deu no tribunal na época, o jovem Emmet Till teria a agarrado e a agredido verbalmente. Roy Bryant, esposo dela, e seu irmão, os assassinos, foram absolvidos pelo júri branco.
Roy Bryant, que assassinou brutalmente Emmett Till, de 14 anos, é retratado com sua esposa Carolyn, à direita, que acusou Till de assedia-la no Mississippi em 1955.
Na época, o adolescente negro foi classificado por grupos de supremacistas brancos como “um estuprador em potencial”. Mamie Till-Mobley, mãe de Emmet, decidiu divulgar para o mundo a foto que mostrava o rosto de seu filho completamente desfigurado, para mostrar o horror causado pela supremacia branca, e iniciou uma cruzada pelos direitos civis nos EUA.
62 anos depois, Carolyn Bryant confessa que mentiu. Nesta semana, uma matéria da revista Vanity Fair sobre o livro The Blood of Emmet Till (O Sangue de Emmet Till), conta que Caloryn revelou, em uma entrevista em 2007, que mentiu sobre o caso. Quando Timothy Tyson, autor do livro que será lançado nessa semana, a perguntou sobre as acusações, ela simplesmente respondeu: “aquela parte não é verdade”.
Sobre o restante, ela afirmou não se lembrar. Ela disse lamentar muito pelo que aconteceu com o jovem negro e que “sentia uma terrível tristeza por Mamie Till-Mobley” – a mãe de Emmett Till, que morreu em 2003 depois de uma vida inteira dedicada à luta pelos direitos civis.
Emmett Till e sua mãe, Mamie Till-Mobley, que se tornou uma grande ativista pelos direitos civis do povo negro nos EUA.
O caso de Emmet Till foi apenas um de inúmeros linchamentos de pessoas negras nos EUA e foi um dos estopins para o início do Moviemento Pelos Direitos Civis do povo negro nos EUA.
