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Por que o Premio Nobel da Paz foi para Maria Corina Machado… mas poderia ter ido para Bolsonaro ou Trump

October 10, 2025 13:37 , by Luíz Müller Blog - | No one following this article yet.
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As Guarimbas na Venezuela foram algo similar ao que pretendiam Bolsonaro e seus Cúmplices no 8 de janeiro de 2023 e nos dias anteriores. A desestabilização social para poder dar o Golpe.

María Corina Machado entrou na política em 2002, quando fundou a organização civil Súmate, focada na transparência eleitoral e na defesa da democracia durante o governo de Hugo Chávez.

Sua trajetória está marcada por controvérsias, especialmente em relação às “guarimbas” – protestos violentos que ocorreram principalmente em 2014 e 2017.

As guarimbas foram uma série de manifestações de rua que incluíam barricadas, confrontos com forças de segurança e atos de vandalismo, resultando em dezenas de mortes e feridos. Críticos, incluindo apoiadores do governo venezuelano, as descrevem como ações terroristas orquestradas pela oposição para desestabilizar o regime.

Corina foi acusada de apoiar essas protestos, defendendo intervenções militares estrangeiras e até mesmo sendo associada a chamadas para “marchas, guarimbas e ruas” em declarações públicas.

Em 2014, durante os protestos iniciais, ela foi uma das líderes da oposição que incentivou a mobilização, o que levou a ter os direitos políticos cassados.

Embora as guarimbas tenham sido apresentadas pela oposição como resistência pacífica contra a uma suposta repressão autoritária, relatos indicam que elas envolveram violência extrema, incluindo o uso de coquetéis molotov e bloqueios que afetaram a vida cotidiana dos venezuelanos.

Esta é María Corina Machado, indicada por Marco Rubio, guarda-flanco de Trump, e por isto anunciada como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025.

O Comitê Norueguês do Nobel a premiou por seu “trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos” na Venezuela, destacando sua liderança na oposição e na unificação de supostos “movimentos democráticos”.

A premiação foi dada, ignorando seu histórico de apoio a táticas radicais.

Quanto à indicação, embora não haja confirmação explícita de que o senador norte-americano Marco Rubio (agora Secretário de Estado) a tenha nomeado diretamente para o Nobel, Rubio tem sido um defensor público de Corina.

Como senador, ele se juntou a outros legisladores dos EUA em 2024 para apoiar sua causa, condenando a inabilitação imposta pelo regime de Maduro e promovendo sanções contra o governo venezuelano. Rubio, conhecido por sua postura linha-dura contra regimes de esquerda na América Latina, tem elogiado Machado como uma “líder corajosa” na luta pela liberdade na Venezuela.

Essa proximidade levanta questões sobre influências geopolíticas no processo de premiação, especialmente considerando o apoio dos EUA à oposição venezuelana.

A Falta de Credibilidade do Prêmio Nobel da Paz

O Prêmio Nobel da Paz, instituído pelo testamento de Alfred Nobel em 1895, pretende honrar indivíduos ou organizações que promovam a fraternidade entre nações, a redução de exércitos e a realização de congressos de paz. No entanto, ao longo de sua história, o prêmio tem sido concedido a figuras altamente controversas, o que erode sua credibilidade e o transforma, para muitos, em um instrumento político em vez de um reconhecimento imparcial de esforços pela paz.

Um exemplo notório é o de Henry Kissinger, premiado em 1973 por negociações no Vietnã, apesar de seu papel em bombardeios no Camboja e apoio a ditaduras na América Latina, ações que resultaram em milhares de mortes civis.

Outro caso é o de Barack Obama, que recebeu o prêmio em 2009, apenas meses após assumir a presidência, sem conquistas concretas pela paz – e posteriormente autorizou ataques com drones que mataram civis em vários países.

Menachem Begin, ex-primeiro-ministro de Israel, ganhou em 1978 junto com Anwar Sadat pelo acordo de Camp David, mas Begin foi líder de um grupo paramilitar responsável por atentados terroristas nos anos 1940.

Quanto a Benjamin Netanyahu, mencionado em debates recentes, ele não recebeu o Prêmio Nobel da Paz – ao contrário do que alguns relatos errôneos sugerem. Netanyahu nominou Donald Trump para o prêmio em julho de 2025, elogiando seus esforços no Oriente Médio, mas o próprio Netanyahu tem sido criticado por políticas que exacerbam conflitos, como a expansão de assentamentos e operações militares em Gaza.

A ausência de um prêmio para ele não impede que o Nobel seja visto como politizado: indicações como a de Trump por Netanyahu destacam como o processo pode ser influenciado por agendas partidárias.

No caso de Corina, críticos argumentam que premiar alguém associado a protestos violentos como as guarimbas – que causaram caos e mortes – contradiz o espírito do prêmio.

Fontes pró-governo venezuelano, como teleSUR, a retratam como traidora por buscar intervenções estrangeiras, enquanto apoiadores a veem como heroína da democracia.

Essa polarização reflete a tendência do Nobel de favorecer narrativas ocidentais, ignorando perspectivas de nações em desenvolvimento. Assim, o prêmio, outrora símbolo de idealismo, agora parece mais um selo de aprovação geopolítica, premiando “paz” que muitas vezes se alinha com interesses ligados ao Império Americano.


Source: https://luizmuller.com/2025/10/10/por-que-o-premio-nobel-da-paz-foi-para-maria-corina-machado-mas-poderia-ter-ido-para-bolsonaro-ou-trump/

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