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UMA ANÁLISE DE 2016: O ANO EM QUE A RÚSSIA TRIUNFOU.

14 de Janeiro de 2017, 11:07 , por Luíz Müller Blog - | No one following this article yet.
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 Por Kiko Nogueira no Diá
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Postado em 29 jan 2016

48 anos

 

O radialista Alexandre Fetter divulgou uma espécie de pedido de desculpas pelo absurdo que perpetrou na sexta, dia 29.

“Ninguém cospe no Lula, velho? Que troço desesperador, isso é desesperador. Ninguém dá uma cuspida no Lula? Um sujeito desses é digno de uma cusparada”, disse no ar.

Segundo Fetter, o Grupo RBS, dono da rádio Atlântida, que transmite seu programa, tem um “rígido código de ética” seguido por todos os funcionários. Ele e seus amigos não incitam a violência e “prezam a vida, a família e os bons costumes”. Então tá.

É um falso mea culpa provocado pela carta aberta do deputado Paulo Pimenta, que indagou se a empresa “concorda com incitação ao crime”. Fetter, como o desocupado que xingou Chico Buarque de ladrão, refugou por medo de um processo.

Quem acompanha a atração que ele comanda garante que não é a primeira vez que deblatera contra Lula, Dilma, o PT etc. Apenas desta vez foi mais longe. Por quê? Porque sabe que não dá em nada. Na próxima, se não tivesse sido flagrado, provavelmente sugeriria que alguém metesse uma bala na cabeça de alguém.

Alexandre Fetter é uma subcelebridade regional. Seu “Pretinho Básico” é um suposto sucesso no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Fora daqueles limites, ninguém sabe quem ele é. Soube-se agora.

O “PB”, como é chamado, é uma imitação do “Pânico”, em mais uma prova inconteste de que tudo o que é ruim sempre pode piorar. Fetter é o Emilio Surita, âncora do negócio. Quatro ou cinco apaniguados têm a função de concordar com o chefe.

A mulher dele, apresentadora da RBS, faz participações especiais. Aparentemente, eles são considerados um casal famoso e têm fãs preocupados com sua estabilidade emocional, se estão juntos ou separados e se cozinham juntos. Fazem o marketing da fofura para saciar os seguidores.

Os “pretinhos” fazem piadas, ofendem pessoas, riem uns dos outros, fazem mais piadas — e comentam “fatos do dia”, simulando gravidade diante de alguns temas. A tragédia da boate Kiss, por exemplo. Ou — tcharããã — corrupção.

Aos 48 anos, Fetter age e pensa como um adolescente de uma família disfuncional qualquer. Até chegar às cusparadas de Lula, naquele dia, percorreu o caminho clássico de todo revoltado on line.

“O brasileiro pensa em política infantilmente”, falou. “Não tem acesso à informação, não tem acesso à notícia. Pra imensa população brasileira não faz diferença a crise. E vão votar no PT de novo”.

Em resumo, Fetter é um idiota banal. E aí está o problema.

A atmosfera está tão envenenada que o idiota banal passa a achar normal mandar cuspir nos outros. O bocó se considera bem informado e reproduz o que ouve, lê e vê, apenas acrescentando um toque pessoal de violência.

Para o bocó é trivial instigar sua audiência no sentido de escarrar num sujeito que ele odeia pela simples razão de que o mandam odiar. Ele nem reflete.

Hannah Arendt pergunta se “podemos detectar uma das expressões do mal, qual seja, o mal banal, como fruto do não-exercício do pensar”. Parece ser o caso de Alexandre Fetter e seus cometas.

Ou é mais simples. O poeta pernambucano Ascenso Ferreira escreveu uma quadra que descreve bem o talento de Fetter. O nome é “Gaúcho”. Lá vai:

Riscando os cavalos!
Tinindo as esporas!
Través das coxilhas!
Sai de meus pagos em louca arrancada!
— Pra quê?
— Pra nada!

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Assim como os mapas europeus põem a Europa no centro do universo, assim também muitos comentaristas ocidentais olham para o ano passado sempre a partir de um ponto de vista EUA/europeu. Até que é justo. Importante é que o Império Anglo-sionista sofreu dois grandes desastres: o Brexit e a eleição de Trump, que o tornam ainda mais interessante.Apesar de tudo isso, hoje quero examinar o ano que termina, a partir de um ponto de vista russo. Eis os principais desafios que a Rússia enfrentou em 2016:
  1. O regime nazista em Kiev;
  2. A guerra civil no Donbass;
  3. Tentativas dos ucranianos para bloquear a Crimeia;
  4. A doentia hostilidade do governo dos EUA;
  5. A política da OTAN, de confronto militar na Europa;
  6. A frente unida europeia contra a Rússia;
  7. Sanções aplicadas pelo ocidente, subsequente queda nos investimentos e no crédito e baixos preços do petróleo;
  8. Crescente insatisfação do povo russo contra as políticas econômicas do governo;
  9. A luta contra a 5ª Coluna “neoliberal” dentro da Rússia;
  10. A agressão internacional contra a Síria;
  11. A demonização da Rússia em geral e de Vladimir Putin em particular;
  12. Ataques terroristas contra a Rússia.

Tomemos esses itens um a um, atribuindo-lhes notas de avaliação, considerados os resultados e com vistas ao que interessava à Rússia:

A Ucrânia 5/5

A Ucrânia ocupada pelos nazistas está em queda livre. De fato, já está há algum tempo em queda livre, mas, como alguém que pule do 40º andar de um prédio pode dizer que “até aqui tudo bem” ao passar pelo 20º andar, assim a Ucrânia ainda pode dizer que “até aqui tudo bem” e parecer digna de confiança aos mal só superficialmente informados. Mas vai-se tornando cada dia mais claro que a chamada “revolução da dignidade” (que é como os neonazistas chamam o golpe contra Yanukovich) é miserável fracasso, e que a “Ucrânia Independente” já não tem salvação. A classe governante que tomou o poder está já em frangalhos, todos contra todos, e não há qualquer política sobrevivente, que não seja luta de vida e morte para enriquecer e sobreviver, cada um pessoalmente ‘por si’. Quanto à “Joana d’Arc da Ucrânia” e “Esperança da Ucrânia” – Nadezhda Savchenko – está sendo denunciada como traidora e agente secreta a serviço do FSB. A revista Forbes publica artigo intitulado “Corruption is killing Ukraine’s economy” [Corrupção está matando a economia da Ucrânia] e um ex-deputado ucraniano distribuiu gravações de Poroshenko recebendo propinas do FBI. Quanto aos militares ucranianos, os quais foram recentemente propagandeados por Poroshenko como um dos cinco melhores do mundo, até agora só conseguiram enviar uma companhia de infantaria com duas divisões de tanques para atacar posições dos novorrussos perto de Debaltsevo, antes de os ucranianos serem dizimados.

A situação dos militares ucranianos é tão lastimável que agora estão obrigados a usar carros privados para chegar às linhas de frente e evacuar os feridos. Sim, no papel a Ucrânia tem grande exército, mas na realidade só conta com uma força que mal consegue sobreviver antes mesmo de entrar em combate.

Por último, mas não menos importante, toda a elite nazista governante jogou todo seu peso político na eleição de Hillary, dedicando a Trump todo o mais abjeto escárnio. Dizer que, considerados os resultados das eleições, aquela gente está ‘ferrada’, é dizer pouco. E assim se compreende o vento de medo pânico que toma conta hoje de Kiev.

O Donbass 3/5

A política russa no Donbass (não ocupação, combinada com apoio ostensivo e invisível) revelou-se claramente a mais correta: a República Popular de Donetsk (RPD) e República Popular de Luhansk (RPL) estão-se fortalecendo, ao tempo em que a Ucrânia ocupada pelos nazistas vai-se pelo ralo, vide supra, como se diz. Houver também fracassos muito flagrantes e os dois maiores foram a inabilidade dos russos para pôr fim aos bombardeios constantes e ataques nazistas contra civis; a Rússia tampouco conseguiu estabelecer melhor segurança dentro das duas repúblicas. Se há desculpas para o primeiro fracasso (não há receita pronta para fazer acontecer ‘a paz’), o segundo é indesculpável, como várias figuras novorrussas chaves já viram. Além disso, a situação no Donbass permanece muito difícil e potencialmente perigosa. No grande esquema das coisas, a Rússia saiu-se muito bem; mas se se observam os detalhes veem-se vários erros e fracassos bem visíveis. Mesmo assim qualquer pessoa decentemente informada vê que agora (de fato, como desde sempre), a cada dia que passa os novorrussos vão ficando mais fortes, e os ucronazistas, mais fracos.

A Crimeia 5/5

Os ucronazistas tentaram de tudo, desde bloquear a península, até cortar energia e água e infiltrar terroristas. Com isso a Rússia teve oportunidade para “salvar” incontáveis vezes a Ucrânia. É perfeitamente claro que os ucronazistas já há muito tempo desistiram de ‘recuperar’ a Crimeia e que só lhes restam agora meios muito pouco eficazes para infernizar a vida do povo da Crimeia, com o que só conseguem reforçar a firmeza dos crimeanos. Inicialmente, havia uns poucos na Crimeia ainda não perfeitamente convencidos de que o pesadelo acabara e que os russos falavam sério (principalmente por causa dos muitos boatos sobre “a traição de Putin”). Mas agora que os russos investiram grandes esforços para blindar a Crimeia contra tentativas de invasão dos ucronazistas, as últimas dúvidas desapareceram. O futuro da Crimeia parece muito promissor: não só o estado russo está investindo ali bilhões de rublos para extensas construções de infraestrutura e alocação de força militar grande e moderníssima, mas também as novas possibilidades para o turismo e o comércio são excelentes.

Os EUA 5/5

O mérito pela eleição de Donald Trump é em primeiro lugar e sobretudo do povo dos EUA, a quem toda a população do planeta deve um profundo sincero “MUITO OBRIGADO!” Nunca conseguirei provar tal coisa e, graças a Deus, jamais saberemos se eu estava certo, mas até o último momento tiver certeza de que Hillary na Casa Branca teria significado guerra, muito provavelmente guerra nuclear, contra a Rússia. Ainda não estou muito convencido quanto a Trump, mas consigo ver os próximos anos de seu governo com cauteloso otimismo e, embora seja dos que nunca dizem nunca, sinto realmente que com Trump na Casa Branca os riscos de guerra contra a Rússia caíram para nível dramaticamente baixo; exceto por ato completamente desatinado de provocação ou desastre, uma guerra entre EUA e Rússia tornou-se muitíssimo improvável. Glória a Deus, por essa graça infinita!

Tudo isso dito, atrevo-me a especular que, sim, a Rússia pode ter dito algum papel na eleição de Trump. Não por ter hackeado e-mails ou contratado Ron Paul (!!!) como agente de propaganda russa, mas por ter confrontado os EUA em todos os fronts, abertamente e firmemente, e por ter mostrado que a Rússia de modo algum se ajoelharia aos pés do Império Anglo-sionista. Como já escrevi incontáveis vezes, a Rússia vem-se preparando há anos para a guerra, e por mais que os russos sempre tivessem medo (como até hoje têm) de guerras, também estão prontos e preparados para lutar, se for inevitável. Na sua mais recente conferência com a imprensa Putin referiu-se especificamente ao desejo do povo russo como elemento chave da capacidade da Rússia para vencer qualquer agressor. O presidente Putin disse que

    “Somos mais fortes que qualquer agressor potencial. Não tenho qualquer problema para repetir aqui o que já disse. Também já disse por que somos mais fortes. Tem a ver com o esforço para modernizar as Forças Armadas da Rússia, como também tem a ver com a história e a geografia de nosso país e com o estágio atual da sociedade russa.”

Putin está absolutamente certo. Claro, Hillary foi suficientemente estúpida para tentar impor uma zona aérea de exclusão sobre a Síria; mas os cerca de 200 generais e almirantes que manifestaram apoio a Trump provavelmente compreenderam o que esse tipo de tresloucamento implicaria. Além do mais, parece que cada vez maior número de norte-americanos são simpáticos à Rússia e ao próprio presidente Putin. Mais uma vez, naquela mesma conferência de imprensa, Putin referiu-se a isso e fez alguns comentários muito interessantes:

    “Não considero o apoio ao presidente da Rússia por grande parte de eleitores Republicanos como apoio dirigido a mim, pessoalmente. Vejo-o, mais, nesse caso, como indicação de que parte substancial do povo norte-americano partilha conosco opiniões similares sobre a organização do mundo, sobre o que todos temos de fazer e sobre ameaças que pesam sobre todos e desafios que todos temos de enfrentar. É bom que haja gente que partilha a visão que temos de valores tradicionais, porque assim se forma uma base sólida sobre a qual construir relações entre países tão poderosos como Rússia e Estados Unidos, e construí-las a partir de simpatias mútuas partilhadas entre os nossos povos. (…) Parece-me que Reagan gostaria de ver candidatos do seu partido vencendo em tantos pontos, e que consideraria bem-vinda a vitória do presidente recém eleito, tão adepto de ouvir e captar o sentimento público, e que tomou precisamente esse rumo e insistiu nele sempre, quando ninguém, com exceção dos russos, acreditávamos que poderia sair com a vitória.”

Putin pôs as coisas em termos de valores, valores partilhados entre os povos russo e norte-americano.

[Nota marginal pessoal: valha o que valer, interajo com regularidade com norte-americanos que apoiam Putin porque “ele defende valores norte-americanos, muito diferente dos FdPs em Washington”].

Mas como os norte-americanos chegariam a conhecer os valores que Putin e a Rússia defendem, não fossem os incansáveis esforços do próprio Putin e de blogs alternativos, empenhados em levar aqueles valores ao conhecimento do grande público? Acho que por terem denunciado sempre ABERTAMENTE a infinita hipocrisia do Império Anglo-sionista, e por terem oferecido modelo civilizacional diferente, Putin e a Rússia tiveram real impacto na opinião pública ocidental.

Dito de forma simples: a Rússia alcançou vitória ideológica, sobre os imperialistas anglo-sionistas. Ainda em outras palavras, a política russa de fazer frente com firmeza ao Império, ao mesmo tempo em que desafiava abertamente as suas bases ideológicas, foi a política mais acertada e teve, muito provavelmente, impacto, sim, no resultado das eleições nos EUA.

A OTAN 4/5

A Rússia derrotou a OTAN em dois níveis: num nível puramente militar e num nível político,

No nível militar, a Rússia tomou medidas assimétricas que prometeu tomar, para bloquear duas medidas: a implantação do sistema norte-americano de antimísseis na Europa; e a implantação de poder militar ameaçador no leste europeu. A Rússia implantou seu sistema de míssil Iskander, duplicou as dimensões suas Forças Aerotransportadas e iniciou a criação de um Exército de Tanques na direção ocidental estratégica (para saber mais como a Rússia preparou-se para lutar contra e derrotar a OTAN ver “How Russia is preparing for WWIII” e “The UE’s suicide by reality denial“).

No nível político, só pode haver dúvida mínima, de que todos os líderes europeus que favoreceram qualquer confronto com a Rússia são hoje impopulares e enfrentam crise política, exceto talvez Merkel, mas a Alemanha nada pode fazer de significativo, ela sozinha (aí, pode-se dizer, aparece afinal algum efeito colateral, pode-se dizer positivo, as União Europeia). Quanto à eleição de Trump, resultou em pânico generalizado na OTAN, especialmente naqueles países que se prostituíram diretamente, eles mesmos, ao Império com entusiasmo e empenho especiais: a Polônia, os três paraestados do Báltico, Suécia, Dinamarca, Holanda e nossos “irmãos ortodoxos” na Romênia e Bulgária).

Não vejo Trump desmontando a OTAN, haveria excessiva oposição a esse movimento, mas com Trump na Casa Branca, todo o nonsense sobre “o urso russo vai comer a Letônia ou a Polônia” tende a desaparecer; e os povos mais pobres do leste da Europa perceberão que nem Rússia nem EUA estão preocupados com o destino deles. Trump provavelmente porá a OTAN em regime de aperto de dinheiro e forçará os estados membros a comprar mais armas dos EUA, mas será operação puramente financeira, não alguma tentativa de cercar a Rússia com forças militares.

O objetivo final da Rússia, a substituição da OTAN por um acordo de defesa mútua que cubra toda a Europa de Portugal aos Urais não aconteceu, mas a eleição de Trump é grande passo na direção certa.

A União Europeia 5/5

Pobres “UEenses” (palavra que inventei para designar os zumbis europeus que creem na União Europeia de Bilderberger): hoje estão, para dizê-lo com polidez, totalmente “fritos”. O povo britânico não apenas desafia o Império e vota a favor do Brexit, mas agora a própria pátria imperial apunhala “pelas costas” o próprio Império e elege um patriota que não se interessa por manter o império global (ou, pelo menos, é o que ele diz, pelo menos por enquanto).

No momento em que a chamada “crise dos refugiados” traz várias nações cruciais para a UE até a beira de uma guerra civil (a França, por exemplo), todos os esforços das elites para culpar a Rússia por todos os erros delas mesmas acabam em fracassos abjetos. Basta ler esse artigo ridículo do Sun britânico, que acusa a Rússia – acredite se quiser – de “organizar ataques sexuais na Alemanha“!!

Depois dos Chetniks sérvios usando o estupro como arma de limpeza étnica, e “Gaddafi distribuindo Viagra aos soldados para estuprarem apoiadores da oposição”, chegou a vez de Putin ordenar que refugiados estuprem mulheres na Alemanha. Nada supera isso (até agora!). E caso o impensável aconteça na Alemanha, os alemães já avisaram que hackers russos podem roubar a eleição na Alemanha. Não fosse tão repugnante, seria cômico.

O resumo disso tudo é o seguinte: todo o projeto da União Europeia está já em completa falência moral, cada estado membro mergulhado em sua específica profunda crise política e as chamadas “elites” lutando para encontrar qualquer saída do que parece ser um colapso inevitável da ordem da União Europeia sobre a Europa.

As forças militares europeias são piada, todas elas, e quando, digamos, os suecos partem para “caçar russos” sempre acabam por se meter em situação embaraçosa. Se há extraterrestres que nos observam de longe, a União Europeia com certeza é assunto para o programa cômico

Longe de temerem os europeus, os russos sequer os levam muito a sério, e os veem ou com piedade ou com escárnio pela falta de dignidade e de espinha dorsal parece que infinita. Claro, tão logo haja no poder, nos países da União Europeia, líderes mentalmente saudáveis, a Rússia se apresentará, muito feliz por poder comerciar com a UE, mandar e receber turistas e, de modo geral, manter relações amigáveis. Mas depois de três séculos tentando subalternamente imitar os europeus e serem aceitos, eles também, como europeus, os russos afinal perderam todo o interesse em ‘agradar’ a Europa, pelo menos pelas vias culturais ou políticas.

Claro, os russos continuam a amar os carros alemães, os vinhos franceses e a música italiana, mas o mito da superioridade cultural da Europa está realmente morto. Já foi tarde!

A economia russa 3/5

Os principais fatores externos que influenciaram a economia russa foram as sanções ocidentais, a subsequente queda dos investimentos e do crédito e, especialmente, os baixos preços do petróleo. Quase exatamente como Putin tinha previsto, a Rússia levou dois anos para superar o efeito combinado desses fatores, isso não diz um porta-voz do Kremlin, mas o FMI (veja aqui). O que importa aqui não é este ou aquele valor para o PIB ou a inflação, mas o fato de que todos os indicadores-chave para a economia russa apontam para uma recuperação gradual e boas perspectivas de crescimento. Pessoalmente, penso que as políticas do “bloco econômico” do governo Medvedev tornaram os efeitos dessa crise ainda piores do que deveriam, mas tenho de admitir que, apesar dos grandes erros cometidos pelo governo russo, a economia russa está se recuperando. Se eu tivesse que marcar o desempenho das políticas do governo russo eu teria dado um máximo de 2/5, mas desde que eu estou olhando para o estado da economia, eu tenho que dar-lhe um objetivo 3/5. Eu só acho que um 5/5 teria sido possível. Um pequeno ponto aqui: alguns fizeram um grande barulho em torno da redução planejada nos gastos da defesa russa, mas o que eles estão perdendo é que a redução foi possível graças aos gastos nos últimos dois anos e que o programa de defesa da Rússia até 2020 não foi de modo algum alterado, nunca foi reduzido. Em outras palavras, os militares russos podem se dar ao luxo de usar menos dinheiro por alguns anos e não haverá cortes nos programas de defesa como planejado até 2020.

A opinião pública russa 4/5

Apesar da pressão ainda forte que os “tipos do FMI” no governo russo têm sobre as decisões econômicas fundamentais na Rússia, há alguns sinais de que as coisas estão melhorando e de que o público russo está recebendo algumas das cabeças que queria ver rolando : Aqui estou, é claro, referindo-se à prisão do Ministro do Desenvolvimento Económico da Federação Russa Alexei Uliukaev. É claro que a lista de candidatos para demissão e prisão é muito mais longa (veja aqui), mas Uliukaev foi definitivamente um dos membros mais influentes e tóxicos dos Integracionistas Atlânticos e a reação histérica da imprensa liberal russa mostra claramente como esta prisão é dolorosa Para a 5ª coluna russa. No que diz respeito à direita agora, a prisão de Uliukaev não foi seguido por mais saques ou prisões, mas é bem possível que Putin fez com Uliukaev o que já fez com Berezovsky: bateu no um “cara grande” e, portanto, forçar o resto De sua gangue para jogar bola e desistir de qualquer esperança de enfrentá-lo. Só o tempo dirá se saquear e prender Uliukaev será suficiente para finalmente re-soberanizar a Rússia, mas com certeza é um começo muito bom.

A russofobia russa 4/5

Parece estranho, não é? Russofobia russa lembra-me da categoria de “judeus auto-odiosos”. No entanto, eles existem, pelo menos nominalmente. Eu digo nominalmente porque ser russo nunca foi sobre falar russo, ou sobre viver na Rússia ou mesmo sobre alguma hipotética “etnia russa” (que realmente não existe). Uma definição do que é ser russo foi dada pelo filósofo Vasilii Rozanov, que escreveu as seguintes palavras proféticas em 1913: “Amar uma pátria feliz e grande não é realmente uma grande coisa. Temos que amá-la quando ela é fraca, pequena, humilhada, finalmente, estúpida, finalmente, cheia de vícios. É quando nossa “mãe” está embriagada, mentindo e enredada em seus pecados, que não devemos nos afastar dela. Mas mesmo isso não é suficiente: quando ela finalmente morre, comida pelos judeus, e quando apenas seus ossos permanecem – será verdadeiramente “russo”, que chorará por seu esqueleto inútil, abandonado por todos. Ele verdadeiramente será … “. Desnecessário será dizer que Rozanov é odiado pelos “liberais” russos. Ao contrário de Rozanov, esses “liberais” russofóbicos regozijam-se em todo fracasso russo e dificilmente podem conter sua alegria quando alguma tragédia acontece ao povo russo que odeiam e desprezam por apoiar um “tirano” como Putin em vez deles, a autopercebida “Elites intelectuais” da Rússia.

Quando Putin chegou ao poder, esses 5 colunistas russofóbicos estavam literalmente em toda parte desde que suas famílias eram geralmente membras das elites soviéticas e desde que durante a infame década de 1990 eles literalmente tomaram o controle de cada alavanca de poder na Rússia dos meios de comunicação ao Kremlin. Primeiro, Putin se livrou dos oligarcas, especialmente os “Sete Banqueiros“. Em seguida, ele gradualmente empurrou a maioria deles para fora dos meios de comunicação de massa (ou seja, quando seus colegas e patronos no Ocidente começaram a falar da falta de uma imprensa livre na Rússia). E então ele começou o processo lento e completamente perigoso de se livrar deles, um por um, de dentro do governo russo, incluindo o Kremlin. Mas a maior conquista de Putin neste ano tem de ser sua campanha extremamente bem-sucedida para deslegitimar esta quinta coluna. Ele fez isso não por “reprimir” eles, nem assassinou qualquer jornalista ou figura da oposição, e ele não encheu o “novo Gulag russo” com milhares de dissidentes liberais. Ele (por “ele”, quero dizer não apenas o próprio Putin, mas também os seus partidários) fizeram exatamente o oposto: deu-lhes uma plataforma e fez com certeza que os seus pontos de vista fossem exibidos livremente numa base quase diária. Os interessados podem ler a minha análise “Contra-propaganda, ao estilo russo“. Putin deu-lhes uma quantidade completamente desproporcional de tempo de antena (lembre-se de que menos de 5% da população russa apóia essas aberrações) e deixe-os pendurar-se por estar errado em quase tudo: Eles estavam errados na Criméia, errados na Ucrânia, errados na economia, errados nos direitos sociais e civis, errados na corrupção, errados nos chamados “direitos dos gays”, errados sobre a OTAN, errados sobre a UE, errados sobre Clinton (eles a amavam), errados sobre Trump (eles o odeiam), errados sobre o terrorismo e errados sobre a Síria. Como resultado, esses “liberais” (no sentido russo da palavra) são agora universalmente vistos como traidores, russófobos, esnobes, racistas, 5º colunistas, fantoches da CIA, etc. Eles agora são absolutamente odiados e desesperados. Como resultado, durante as eleições recentes, vimos a visão surpreendente dos “liberais” russos, incluindo judeus, aliando-se com nazistas e organizando protestos conjuntos contra Putin. Desnecessário será dizer que isso só serviu para desacreditá-los ainda mais.

Ainda existem muitos 5ª colunistas na Rússia, mas eles estão na maior parte realmente de cabeça baixa, na esperança de melhores tempos e tentando permanecer fora do olho do público, tanto quanto possível. Seu principal centro de poder é o Banco Central da Rússia e o “bloco econômico” do governo Medvedev, mas desde que Kudrin e Uliukavev foram expulsos, o restante deles está sendo muito cuidadoso em suas ações e declarações.

Ao todo, 2016 foi um ano absolutamente catastrófico para a quinta coluna russophobica que está agora em um estado de total desespero e que parece não ter futuro algum.

A Síria 5/5

O sucesso da Rússia na Síria é nada menos que surpreendente. Não só uma força militar russa extremamente pequena conseguiu virar o curso da guerra, mas manteve uma posição essencialmente indefensável o tempo suficiente para impedir a Turquia, a Arábia Saudita, os Estados do Golfo e os EUA de atacar abertamente as forças ou o governo sírios. Os russos conseguiram isso apesar de numerosas, feias e sangrentas provocações e apesar de terem de operar num ambiente extremamente hostil (a região “pertence” à OTAN e ao CENTCOM). Um dos sucessos mais surpreendentes de como os russos conseguiram salvar Erdogan in extremis de um golpe apoiado pelos EUA e convencê-lo a trabalhar com a Rússia e o Irã para resolver a crise síria. A libertação de Aleppo não poderia ter acontecido se a Turquia continuasse a apoiar a Al-Nusra & companhia a qualquer preço. No mínimo, teria levado muito mais tempo. No final de 2016, os russos são proprietários do Mar Negro, controlam, pelo menos por enquanto, o Mediterrâneo Oriental e estão trabalhando com as três maiores potências no terreno: os sírios, é claro, mas também o Irã e a Turquia. Quanto aos Estados Unidos, eles pareciam ter perdido toda a região e sua única “conquista”, por assim dizer, foi alienar tanto os israelenses quanto os sauditas. Quanto ao presidente eleito Trump, ele indicou claramente que sua prioridade número um será esmagar Daesh & Co., que coincide exatamente com o que a Rússia, o Irã e a Síria também querem. Se Trump realmente conseguir chutar os loucos Neocons para o porão cheio de baratas onde eles pertencem, poderíamos ver algo surpreendente acontecendo: um esforço conjunto russo-EUA para destruir o Daesh. O grande problema aqui será a retórica anti-iraniana totalmente contra-produtiva e, francamente, idiota da campanha Trump. Entretanto, deve haver bastante cérebro bom em torno de Trump para fazê-lo compreender que nada na região pode acontecer sem a aprovaçã0 de Irã e que os EUA e o Irã não precisam se amar uns aos outros para concordar em um objetivo comum. Trump me parece um realista muito mais do que um ideólogo. Esperançosamente, aprenderá como separar a retórica agradável de AIPAC com a política externa séria (o ruído elétrico da administração de Obama deve ensinar-lhe a lição).

O que é certo é que a Rússia agora está executando o show na Síria e que, sem o apoio dos EUA ou da Turquia, o Daesh estará enfrentando uma crise existencial. Naturalmente, a situação permanece fluida, complexa e perigosa. E eu nunca colocaria isso sem os EUA ou a Turquia para fazer ainda 180 e retomar o seu apoio ao Daesh. O fator curdo, as políticas israelenses e a imprevisibilidade inerente de Erdogan tudo servem para garantir que a crise síria continuará bem em 2017. No entanto, acho que o alvoroço Neocon é atingido, é apogeu, e que as coisas devem começar a melhorar a partir de agora. A Rússia sozinha simplesmente não poderia salvar a Síria, e no entanto ela parece ter feito exatamente isso.

A histeria russofóbica no Ocidente 3/5

Não havia simplesmente nenhuma maneira de o anglo-sionismo poder ser derrotado em todas as frentes sem gritar “oy veh!” Para o alto céu e gritando eles fizeram. Durante todo o ano. Suas alegações variaram de Rússia que quer invadir Letônia aos hackers russos que roubam a eleição de Estados Unidos. E para ter certeza absoluta de que não havia dúvida alguma sobre a identidade desses hackers, os anglo-sionistas nos informaram que esses hackers chamavam-se “urso fantasioso” e “urso aconchegante”, que usaram o apelido “Felix Edmundovich” (o primeiro nome e patronímico de Felix Derzhinskii, o fundador dos serviços secretos soviéticos) e que eles trabalharam durante horas de escritório em Moscow e eles fizeram pausas durante feriados russos. E pelo menos você acha que esse tipo de bobagem foi feito em uma instituição mental ou um jardim de infância, aqui está o link para o artigo em New York Times citando “especialistas em segurança”. Incrível, não? Mas, novamente, quando vejo os Neocons chamando Ron Paul de um agente russo, percebo que não há nada, por mais estúpido que esses caras não se atrevessem a dizer. Chutzpah em ação, eu suponho. E enquanto o lado esquerdo da Curva de Sino parece ter totalmente interiorizado a mensagem, há um segmento crescente da população que percebe quão tolas todas essas acusações são.

[Nota Pessoal: enquanto eu tenho certeza que existem alguns americanos que acreditam que os russkies são um inimigo perigoso dos EUA, eu ainda não conheci um americano assim. Nas minhas interações do dia a dia eu * não * vejo hostilidade para com os russos, mesmo quando eu falo abertamente russo com minha família em lojas ou restaurantes ou quando digo que sou russo. Talvez seja porque estou na Flórida e não em Nova York, mas ainda não vi um único exemplo de hostilidade anti-russa].

O tratamento russo da WADA controlada pelos ocidentais nas Olimpíadas do Rio foi um ultraje absoluto, uma farsa e um crime, tudo envolvido em um. E a Rússia é muito culpada por ter permitido que as principais organizações mundiais se tornassem tão controladas pelo Ocidente. No entanto, vamos ver também que os EUA não conseguiram banir a Rússia completamente do Rio e que os hackers russos (sim, eles existem) descobriram provas convincentes que desacredita WADA e todo o sistema por trás dele. Eu chamaria isso de “dores de crescimento” para o esporte russo pós-soviético: a Rússia agora precisa “limpar a casa” nos casos muito reais de doping e, ao mesmo tempo, lutar contra o controle das principais organizações internacionais do Ocidente. Uma tarefa difícil, com certeza, mas a Rússia tem um aliado imensamente poderoso nessa (e muitas outras) lutas: a China. Mas sim, em suma, a proibição parcial e a subsequente campanha contra a Rússia são um olho negro para a Rússia.

No caso da Europa, a russofobia sempre foi uma coisa do norte da Europa. Os países mediterrâneos só foram arrastados para impor sanções sob forte pressão do norte. Parece agora que a França será em breve governada por um ou outro partido geralmente pró-Rússia que estão competindo para a Presidência. O Brexit tirou provavelmente o único país mais anti-russo na UE e agora a Alemanha e a Polónia estão mais ou menos por conta própria tentando desesperadamente revitalizar a frente anti-russa. O problema para eles é que eles também são subservientes colônias dos EUA e que enquanto eles podem imaginar-se o próximo na linha para defender a civilização ocidental contra as hordas Mongóis revanchistas do Oriente, a realidade é que eles vão fazer o que diabos Tio Sam lhes diz para fazer.

De agora em diante, o único bastião da russofobia raivosa permanecerá no segmento mais “zionificado” da sociedade: a mídia, os chamados “intelectuais”, os “intervencionistas liberais” e toda a “tribo de minorias”, uma queixa com a Rússia por conta do modelo civilizacional que ela representa (pais diferenciados por sexo, religião, patriotismo (mas não nacionalismo!), Etc.). Estes continuarão a derramar um fluxo constante de sujeira contra a Rússia em geral e contra Putin em particular. Putin não será seu único alvo, no entanto, e Donald Trump será o destinatário de qualquer ódio que permaneça após Putin. Francamente, assumir Putin e Trump ao mesmo tempo é um negócio fútil e possivelmente arriscado, não importa quem você seja no “jet set” anglo-sionista, especialmente quando você também tem pouca tração com o público em geral a quem você regularmente insultou, degradou e demitiu.

Poderia haver um retorno gigantesco do pêndulo acontecendo diante de nossos olhos contra aqueles que produziram a maior parte da propaganda do ódio no Ocidente: esses caras poderiam muito bem acabar finalmente colhendo o que semearam e tornar-se objeto do próprio ódio.

O terrorismo 4/5

Este ano foi difícil para a Rússia. Um recente comentário anônimo publicado neste blog fez uma boa lista do trágico assassinato de russos este ano, incluindo o bombardeio do avião civil russo sobre o Egito, a derrubada do Su-24 envolvendo AWACS dos EUA, o assassinato dos médicos russos em um ataque de precisão, o assassinato do embaixador russo e o provável assassinato do Coro do Exército Vermelho (as últimas notícias da Rússia parecem apontar com um mau funcionamento dos retalhos das asas, não um ataque terrorista). A esta lista eu acrescentaria os comandantes da Novorussia assassinados no Donbass. Isso é um monte de vítimas russas inocentes. Mas, em comparação com o número de sírios ou turcos inocentes, esse número é relativamente pequeno. É pura e simplesmente comparado ao tipo de horror de massa que os wahabis conseguiram organizar na Chechênia. Lembremos que a Rússia é um país em guerra com o terrorismo transnacional patrocinado pelo Estado e que muitos milhões de dólares de “ajuda” estão indo para as várias organizações nazistas e wahabitas com o assassinato dos russos como seu objetivo principal. Gostaria de dizer “até agora, tão bom”, mas eu não posso fazer isso porque eu acredito que a Rússia ainda não está pronta para enfrentar o tipo de terrorismo que é susceptível de atingi-la no próximo ano. Há um tipo específico de alvo que está atualmente completamente indefeso e que os terroristas podem atacar com quase-impunidade: igrejas ortodoxas russas fora da Rússia.

Os russos precisam revisitar o tipo de campanha de terror que os palestinos travaram na década de 1970 contra os israelenses quando eles atacaram não só os centros culturais israelenses, mas também as creches, escolas e sinagogas judaicas. As igrejas ortodoxas russas estão agora enfrentando a mesma ameaça, incluindo bombardeios e tomada de reféns. Como alguém que frequentou igrejas ortodoxas russas durante toda a minha vida e em todo o planeta, sei que o número de alvos potenciais está nas centenas e que estão completamente desprotegidos.

O exemplo israelense é crucial aqui porque os israelenses rapidamente perceberam que simplesmente não podiam contar com as forças policiais locais para protegê-los. É por isso que eles organizaram várias organizações locais diretamente ligadas a uma sinagoga ou escola com pessoal de voluntários que poderiam fazer muitas coisas muito úteis e totalmente legais para proteger israelenses / judeus alvos, como, por exemplo, começar a ocupar todos os lugares de estacionamento em torno de uma sinagoga 48 horas antes de qualquer feriado religioso para se certificar de que não VBIEDs (ou “carros-bomba”) poderia ser colocado ao lado da sinagoga. Há * muito * um grupo bem educado de voluntários pode fazer para proteger legalmente um alvo civil exposto. Eles podem fazer ainda melhor quando eles trabalham com os policiais locais e os especialistas de segurança na embaixada. Os russos precisam urgentemente estudar a experiência israelense ao lidar com uma espécie de ameaça que logo enfrentarão. Lembre-se, os palestinos também começaram atacando diplomatas, oficiais e aviões, mas assim que esses alvos foram “endurecidos”, eles recorreram a creches, escolas e sinagogas.

Eu acredito que dentro de Rússia o FSB tem um bom controle da situação. Mas fora da Rússia, a quantidade de pessoal especializado totalmente dedicado à segurança é lamentavelmente inadequado e precisa ser dramaticamente expandido. Durante a era soviética alguns governos ousaram atacar abertamente os alvos soviéticos, a reputação temível (e muito exagerada!) da KGB provavelmente ajudou, enquanto durante os anos de Ieltsin realmente não havia nenhum objetivo atacar a Rússia à medida em que ela estava entrando em colapso. Mas agora que a Rússia é muito forte internamente, e os militares russos difíceis de alcançar, diplomatas, crianças e clero provavelmente serão os próximos alvos dos Wahabis.

A única boa notícia sobre esta questão é que os soviéticos / russos têm lutado contra os wahabis desde a década de 1970 e que eles estão plenamente conscientes de que não existe tal coisa como um terrorismo não patrocinado pelo Estado. Os russos sabem de onde vem o dinheiro, a formação e as armas e sabem que o terrorismo só pode ser derrotado por fortes operações de contra-inteligência e de inteligência, especialmente a inteligência humana. A agência de inteligência estrangeira da KGB, a PGU ou a Primeira Diretoria Principal, tinha uma reputação (muito merecida) por ser capaz de se infiltrar em praticamente qualquer lugar, incluindo os altos escalões da CIA e da NSA, e podemos ter certeza de que a SVR hoje está lentamente a reconstruir estas capacidades em todo o mundo e, especialmente, nos países que patrocinam o terrorismo Wahabi. Apenas a forma como os serviços especiais russos salvaram Erdogan e, assim, “viraram” a Turquia – um dos piores patrocinadores do terrorismo wahabi – já é um enorme sucesso. Se Deus quiser, os sauditas serão os próximos.

Conclusão

Simplificando – 2016 foi um ano fantástico para a Rússia. A política de Putin de movimento lento, discreto e deliberado e contra-movimento provou ser extremamente eficaz. Enquanto que para alguns “patriotas hurra”, pareceu que Putin estava sendo passivo e não fazia nada, o resultado deste ano foi uma vitória de Putin em todas as frentes, incluindo as mais perigosas e difíceis. Lembre-se de todo o absurdo que esses odiadores de Putin escreveram sobre “Putin vendendo o Donbass”, “Putin incapaz de responder ao assassinato turco do SU-24”, “Putin desarmando a Síria” ou “Putin traindo Assad”? Estes “patriotas hurra” estão predestinados a desgraça e tristeza por anos e se provaram equivocados cada vez. Isso silenciou-os? Um pouco. Percebo que a maioria dos blogs “Putin está vendendo o Donbass” estão postando muito pouco e quando o fazem, é principalmente coisas não relacionadas à sua campanha anterior malhar-Putin. O mesmo vale para os comentaristas Ukronazis em sites que lhes permitem publicar: eles parecem ter jogado a toalha e desistido de convencer o mundo sobre como democrática a junta em Kiev é, sobre como existem centenas de tanques russos em Donetsk e como a Ucrânia vai juntar-se à UE e tornar-se como a Alemanha durante a noite. Os únicos que estão mantendo a campanha de malhar-Putin são os prisioneiros ocidentais, mas eles estão fazendo isso por salário e para manter seus empregos. Além disso, isso é tudo o que eles sabem fazer de qualquer maneira. Mas, no geral, há uma falta geral de energia e entusiasmo no campo de ódio da Rússia, que de ver é uma verdadeira alegria para mim.

2017 poderia ser um ano incrível para o mundo, ou poderia ser uma grande decepção. Neste momento, isso depende principalmente do que Trump fará depois que ele assumir sua capacidade oficial. A mim o fato mais importante permanecerá sendo que com Hillary na Casa Branca nosso planeta arriscou uma maior guerra termonuclear. Não há razão para acreditar que isso vai acontecer. Quanto à lista de todas as coisas boas que * poderiam * acontecer em 2017, se Trump fizer a coisa certa para seu país, será o tema de uma análise futura.

Autor: The Saker

Traduzido para publicação em dinamicaglobal.wordpress.com

Fonte: The Vineyard of the Saker

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Fonte: https://luizmuller.com/2017/01/14/uma-analise-de-2016-o-ano-em-que-a-russia-triunfou/

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